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Correntes Antropológicas Funcionalismo e Culturalismo 
A antropologia desenvolve se graças a existência de diversas correntes antropológicas que se debruçam sobre diversos temas referentes a ciência antropológica: o evolucionismo, o difusionismo, o funcionalismo, e o estruturalismo.
Corrente Culturalistas (Norte-Americana-1930)
 É um ramo da antropologia que tenta dar uma descrição da sociedade sob a perspectiva combinada da antropológia e da psicanálise. Nasceu nos estados unidos sob o impulso principal de Rutth Benedit e Ralhp Linton, o culturalismo constitui um dos ramos da sociologia que dominou a sociologia dos estados unidos de 1930 até 1950. Emprestando o conceito da cultura dos antropólogos, ele procura dar conta da integração social. Com base na observação das sociedades arcaicas, os culturalistas destacam a influência preponderante da cultura na personalidade dos indivíduos. 
O conceito da cultura é um dos mais usados e debatidos nas ciências sociais o que dificulta atribui-lhe uma explicação definitiva. Uma das primeiras tentativas de definição deste conceito foi o do antropólogo evolucionista Edward Burnet Tylor, igualando a ideia de cultura a de civilização, ele a descreveu como o complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade. 
O relativismo de Franz Boas
No período final do século XIX e início do século XX, esta definição foi posta em xeque. O relativismo de Franz Boas passou a defender que a cultura deveria ser pensada no plural, não havendo, portanto, uma única cultuara que definisse todas as sociedades humanas.
Franz Boas (1858-1942) criticou com veemência os determinismos biológicos e geográficos além da crença no evolucionismo cultural. Boas apontava que cada cultura e uma unidade integrada, fruto de um desenvolvimento histórico peculiar. Enfatizou a independência dos fenómenos culturais com relação as condições geográficas e aos determinantes biológicos afirmando que a dinâmica da cultura esta na interacção entre os indivíduos e sociedades.
De todas assuas ideias, a formulação do conceito de etnocentrismo e a necessidade de estudar a cada cultura singularmente por seus próprios termos exercem ainda nos dias de hoje , uma enorme influencia nos estudos antropológicos. A concepção de cultura de Franz Boas e uma rejeição ao evolucionismo unilateral já estudada e difusionista ou seja pensamento que a cultura e um mosaico de hermenêutica (interpretativa). E crucial a leitura da leitura que os nativos fazem da sua própria cultura.
FRANZ BOAS (1858-1942), alemão de origem judaica, emigrou para os E.U.A., onde desenvolveu a sua carreira científica.
Formado na Alemanha, como geógrafo e psicofísico, estudou geografia com Friedrich Ratzel (1844-1904) que afirmava que o meio ambiente era o factor determinante da cultura.Viajou até ao Árctico e descobriu que diferentes grupos de esquimós controlavam e exploravam meios semelhantes de maneiras diferentes.Deu aulas na Universidade de Columbia e foi director do American Museum of Natural History (New York).
Chegou a formar antropólogos como Melville Herskovits, Alfred L. Kroeber (1876-1960), Robert Lowie (1883-1957), Edward Sapir (1884-1931), Margaret Mead (1901-1978), Ruth Benedict (1887-1948) e Clyde Kluckhohn (1905-1960).
Para Boas, a tarefa do antropólogo era investigar as tribos primitivas que careciam de história escrita, descobrir restos pré-históricos, estudar tipos humanos e a linguagem. Cada cultura teria a sua própria história. Para compreender a cultura teríamos que reconstruir a história de cada cultura.
Defendeu que não há culturas superiores nem inferiores (relativismo cultural). Os sistemas de valores devem compreender-se dentro do contexto de cada cultura e não de acordo com os padrões da cultura do antropólogo.
Estudou as teorias da evolução, sobre as quais se mostrou céptico, e defendeu a difusão da cultura. Impulsionou a ideia de que os antropólogos deviam dominar as línguas dos povos estudados, com o objectivo de conhecer o mapa da organização básica do intelecto humano. Criticou o evolucionismo e defendeu que os mesmos efeitos poderiam dever-se a diferentes causas. Também defendeu que muitas das semelhanças culturais eram originadas pela difusão, mais que pela invenção independente, e que, em muitos casos, a evolução não avança do simples para o complexo, antes o contrário (ex.: formas de arte, linguagem, etc.). 
Esforçou-se por estudar as culturas índias dos EUA, porque estavam em risco de extinção. Em vez da prática evolucionista de enquadrar dados etnográficos em categorias pré-definidas, Boas salientou a necessidade de um cuidadoso e intensivo estudo em primeira mão, livre de todo prejuízo ou preconceito. As generalizações e as leis surgiriam depois de ter os dados apropriados. Em contraste com os difusionistas alemães, Boas defendia que a difusão não se processava, apenas, do centro para a periferia, mas em qualquer direcção, entre os diversos grupos humanos.
Clifford Geertz
Mais recentemente Clifford Geertz, antropólogo norte-americano, afirmou que o homem é um animal amarado em teias de significados que ele mesmo teceu. Essas teias seriam a cultura entendida por ele como a própria condição de espécie humana feita e refeita no quotidiano por indivíduos que interagem e dão sentido as suas acções. 
O Culturalismo ganhará força no princípio do século XX e terá, como uma de suas marcas, a denúncia do olhar etnocêntrico do momento anterior, presente, tanto na antropologia como na pedagogia que orientava os sistemas de ensino, em particular na sociedade americana de então. Nessa nova forma de olhar a realidade, emergiu com força uma concepção de cultura até então ausente das teorias vigentes e que iria reconhecer que cada cultura tem uma história própria e singular, de modo a permitir caminhos diversos para a humanidade, que assim se faz plural e diversa. Com isso, a biologia e as ciências naturais deixaram de ser o alicerce das reflexões sobre as diferenças, para colocar tal encargo como de responsabilidade da cultura.
O que importa é que, ao alvorecer do século XX, a antropologia já apontava para a impossibilidade de argumentar em torno de etapas necessárias e biologicamente definidas para a condição humana. Afirmava que a condição humana só poderia ser pensada no interior da cultura e assegurava como centro de seu olhar e de seu fazer o conceito de cultura. 
Cultura como realidade múltipla, plural e diversa. Prenunciava, assim, outra compreensão de mundo e suas muitas possibilidades, mas o avanço que esse passo representava era ainda limitado, posto que marcado por extrema relativização, o culturalismo assume cada cultura como totalidade em si mesma. No mundo há, então, culturas múltiplas e diversas, porém, que não são vistas como realidades insurgentes do contacto e em relação a um contexto histórico determinado.
Assim, o culturalismo, apesar de não ter significado uma ruptura absoluta com as matrizes do conhecimento clássico, apontava para outras possibilidades do olhar e o fazia porque:
Segundo (Gusmão, 1997, p. 21) “A cultura se torna, assim, central para a compreensão das práticas humanas, vistas como práticas significantes que distinguem o homem da natureza, o homem do animal e que fundam diferentes sistemas de interpretação da vida”. 
A cultura como universo simbólico será, então, da maior importância na compreensão da realidade social humana. O significado desse imenso passo na compreensão da diversidade sociocultural dos diferentes povos na face da terra não pode ser negado; porém, sua erupção no cenário científico e no senso comum de seu tempo não significou uma mudança efectiva nas relações concretas entre sociedades e culturas.
O culturalismo americano terá, como parceiro de um pensamento em mudança, o funcionalismo de origem inglesa, ainda no início do século XX e data do entre os anos de 1920/1930. Centrado na concepção de função e de sistema, o funcionalismo compreendea sociedade de uma forma integrada, em que o todo resulta de partes interligadas, ao mesmo tempo em que as partes contêm em si o todo. Os procedimentos de análise do social podem então, eleger a parte e, por dedução, explicar a totalidade da vida social.
Nesse processo o antropólogo é aquele que faz a “teoria nativa” da sociedade que estu-da, ou seja, que busca explicá-la em seus próprios termos. Isso exige desde a compreen-são da especificidade de cada cultura, já posta pelo culturalismo, como também a com-preensão das partes que compõe uma dada cultura em termos de um todo integrado de que fala o funcionalismo.
Para essa corrente teórica, as necessidades de um grupo ou sociedade, bem como as res-postas que estes dão a tais necessidades, decorrem da cultura. Será a cultura o elemento básico que possibilitará a originalidade e a especificidade de um grupo ou sociedade diante de outros grupos e sociedades. Contudo, nessa abordagem, os conceitos que pre-valecem são os de sociedade e estrutura. 
A noção de cultura será entendida como um sistema de elementos interdependentes, que não podem ser compreendidos em separado. CUCHE (1999, p. 71), “não é que tal traço (cultural) esteja presente aqui ou lá, mas que ele exerça, na totalidade de uma dada cul-tura, uma função precisa”. A função ou as funções a que se destina: suprir necessidades individuais e colectivas através de instituições sociais que ordenam e organizam a soci-edade; entre estas, a escola.
A antropologia seguiu os desafios de cada momento histórico, preocupada em explicar a diversidade social humana a partir das singularidades e particularidades que revestem diferentes grupos e sociedades. Entre um século e outro, privilegiou o campo das dife-renças e caminhou em sentido do reconhecimento das diversidades socioculturais de seu tempo. Atrelada aos universais humanos, a educação chegou ao final do século XX co-locando, para a pedagogia, o desafio de ter que admitir as diferenças e de estabelecer um modo de dialogar com elas, mas que ainda não encontrou sua plena realização.
Corrente Funcionalista
O funcionalismo opõe se ao evolucionismo e ao difusionismo privilegiando, já não uma abordagem diacrónica (ao longo do tempo), mas sim uma abordagem sincrónica. Para isso o conhecimento da sua história pode ser útil, mas não necessário. Para compreender como funciona uma língua, estudasse a gramática, a fonética, a fonologia, etc. Mas não e necessário estudar a história das palavras. Dois são os pólos mais salientes do funcio-nalismo: funcionalismo de Bronislaw e o funcionalismo de Radcliffe Brown.
Funcionalismo de Bronislaw Malinowski
Bronislaw Malinowski foi um dos expoentes da antropologia funcionalista britânica da primeira metade do século XX. Para ele, devido a influência de wilhelm Wundt, cada sociedade deveria ser estudada como um "todo", como um organismo possuidor de uma lógica interna e singular subdivido através de uma complexa rede de relações entre os indivíduos. Ele acreditava que a analise antropológica deveria se realizar de forma sin-crónica imediata e levando em conta os factores sócias, psicológicos e biológicos dos nativos.
Para compreender a complexidade social das diferentes sociedades o funcionalismo de Malinowski, conhecido como biopsicológico, defende que as instituições sócias têm como função satisfazer as necessidades biológicas individuais. Ou seja segundo a defi-nição de Laplantine (2003), cada pessoa possui um conjunto de precisões, cabendo a cultura desenvolver diferentes maniras de resolver essas necessidades, de forma colecti-va através das instituições.
No livro uma teoria científica da cultura, Malinowski (1970) afirma que a cultura repre-senta a totalidade social, a conjunta de todas as instituições, um ambiente artificial, uma forma de resolver as necessidades humanas. o mesmo define função como uma acção colectiva responsável por satisfazer uma necessidade ( fome, procriação ,etc.). Mas para que isso aconteça e preciso que haja cooperação entre os indivíduos. A organização por sua vez, precisa de um arranjo, de uma estrutura bem definida, a qual se chama de insti-tuição.
Para que uma instituição possa existir, um conjunto de valores tradicionais que dizem respeito a essa instituição necessita ser aceite pela colectividade, bem como e necessário que haja uma relação entre as pessoas e com o ambiente físico e com a cultura. 
Características de uma instituição. 
Para o autor há um conjunto de elementos que caracterizam a instituição a saber:
O pessoal: toda instituição funciona graças aos indivíduos que compõem cada um dos quais realiza uma determinada função.
O estatuto: e para o autor a posição que cada individuo ocupa na instituição e em função da qual esmoera um certo reconhecimento por parte dos integrantes da instituição.
Função: é justamente o papel que cada individuo ira desempenhar na instituição, isso e o conjunto de expectativas que os membros da instituição tem para com cada um dos seus membros.
As normas e Sanções: Malinowski observa que qualquer instituição só compre o pro-pósito para as quais foi criada se cada membro do grupo cumpri as funções, isto e se obedecem as normas da instituição. Observa ainda que fazer cumprir essas funções, o grupo institui um conjunto de sanções ou de recompensas que orientam as actuações dos membros.
A satisfação das necessidades: Malinowski observa que qualquer instituição só compre o propósito para as quais foi criada se cada membro do grupo cumpriu as funções, isto e se obedecem as normas da instituição. Observa ainda que fazer cumprir essas funções, o grupo institui um conjunto de sanções ou de recompensas que orientam as actuações dos membros.
O pesquisador da área da antropologia, na visão de Malinowski, dentro da perspectiva funcionalista, deve observar cada detalhe da cultura estudada, por mais simples que pos-sa parecer, a fim de reconstruir de forma precisa a lógica daquela. Por isso e importante a observação participante, uma metodologia desenvolvida por Malinowski, resultante do aperfeiçoamento do trabalho de campo, onde o observador convive durante um longo período com a colectividade por ela estudada, partindo de todas as actividades, do dia-a-dia, no intuito de aprender toda a complexidade da cultura.
O funcionalismo de Radcliffe Brown.
Alfred Reginald Radcliffe Brown (1881 a 1995), foi discípulo de Malinowski nos seus estudos centram-se nos conceito de estrutura e função em que a pela para a analogia com os organismos vivos. A estrutura deve ser entendida como uma série de relações de entidades. Assim, como a estrutura da célula realizada um sem-número de relações entre moléculas complexas, a uma estrutura da sociedade também o faz em relação as varias partes que a compõem cada uma das quais cumprindo uma função especifica. Radcliffe Brown fundou uma abordagem teórica – antropológica conhecida como estruturo-funcionalismo. Cada sociedade estudada era considerada como uma "totalidade", como um organismo cujas partes eram integradas e funcionavam de um modo mecânico para manter a estabilidade social. Como estruturo-funcionalista, as preocupações de Radcliffe Brown estavam ligadas a descobertas de princípios comuns entre as diversas estruturas sociais, os significados dos rituais, tabus, e mitos e as suas funções exercidas na ma-nutenção da sociedade. Radcliffe Brown introduziu dois conceitos básicos na literatura antropológica: significado e função social.
 Segundo o autor para compreender um determinado ritual e necessário, inicialmente encontrar seu significado isto é, os sentimentos que ele expressa e as razoes que os nati-vos apontam para em seguida identificar sua função social naquilo que e importante para a segurar a coesão social necessário para a subsistência do grupo.
 O sistema do parentesco a um fundamento da sua análise. Considerava-o o mesmo co-mo elementos fundamentais para compreensão da organização social em sociedades de pequenas escalas, já que expressava um sistema jurídico de normas e regras que compõe direitose deveres.

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