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Avaliação Cinético Funcional - Diferença entre diagnóstico clínico e cinético

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Professor: Rafael Barreto – Avaliação Cinético-Funcional. 
 
 Diferença entre diagnóstico clínico e cinético-funcional 
Segundo o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional a RESOLUÇÃO 
Nº. 80, DE 9 DE MAIO DE 1987 (D.O.U nº. 093 - de 21/05/87, Seção I, Págs. 7609) cujo 
Artigo 1º é transcrito a seguir: É competência do FISIOTERAPEUTA, elaborar o 
diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação físico-funcional, sendo 
esta, um processo pelo qual, através de metodologias e técnicas fisioterapêuticas, são 
analisados e estudados os desvios físico-funcionais intercorrentes, na sua estrutura e 
no seu funcionamento, com a finalidade de detectar e parametrar as alterações 
apresentadas, considerados os desvios dos graus de normalidade para os de 
anormalidade; prescrever, baseado no constatado na avaliação físico-funcional as 
técnicas próprias da Fisioterapia, qualificando-as e quantificando-as; dar ordenação ao 
processo terapêutico baseando-se nas técnicas fisioterapêuticas indicadas; induzir o 
processo terapêutico no paciente; dar altas nos serviços de Fisioterapia, utilizando o 
critério de reavaliações sucessivas que demonstrem não haver alterações que 
indiquem necessidade de continuidade destas práticas terapêuticas. 
O diagnóstico fisioterapêutico vem sendo debatido nas publicações 
especializadas e em encontros que estão sendo realizados nos Estados Unidos, mas 
que influencia a Fisioterapia do mundo inteiro, porque a Fisioterapia é uma ciência em 
mudança. O diagnóstico fisioterapêutico é fundamental para garantir o acesso direto 
com segurança aos nossos pacientes sem a necessidade de ter sido referenciado por 
outro profissional. 
O diagnóstico médico é tradicionalmente definido como o reconhecimento da 
doença. Existe uma diferença entre o diagnóstico médico e o diagnóstico 
fisioterapêutico. Não no processo em si – é o mesmo em ambos os casos – mas nos 
fenômenos que estão sendo observados e classificados. O fisioterapeuta não identifica 
a doença no sentido da patologia básica, mas grupos de sinais e sintomas relacionados 
a comportamentos motores e limitações funcionais físicas do paciente. Desta forma, o 
diagnóstico médico encaminhado ao fisioterapeuta não fornece esclarecimentos 
suficientes para fundamentar o processo de tratamento. A essência da fisioterapia é a 
 
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restauração da função do movimento e da postura e a natureza dos fenômenos 
envolvidos na disfunção do movimento e da postura é que constitui o foco da 
intervenção do fisioterapeuta e o esquema de classificação diagnóstica. Enquanto o 
médico trata de uma questão patológica básica fundamental e primária, o diagnóstico 
do fisioterapeuta está ligado à função. 
O Fisioterapeuta vê o diagnóstico como a oportunidade de agrupar os dados 
colhidos dos exames de uma avaliação inicial e categorizar esses dados de acordo com 
certo tipo de princípios. O diagnóstico justamente dá a condição de categorizar e 
direcionar a intervenção, ou seja, define como será conduzida a assistência 
fisioterapêutica. Se isto traz responsabilidade, também traz a segurança na condução 
do processo. Em outras palavras, o diagnóstico dá a capacidade de fazer o prognóstico 
e com ele, a intervenção mais adequada. Vejamos a seguir alguns exemplos de 
diagnóstico cinético-funcional. 
EX1 Paciente com dor no ombro, produzido por uma bursite. Essa é a 
patologia principal (diagnóstico médico). A progressão da bursite leva o 
paciente a apresentar os seguintes distúrbios: dificuldade de amplitude 
articular, atrofia por desuso, fraqueza muscular (observados pelo 
Fisioterapeuta). Quando este não consegue mais mover o braço, apresenta 
uma limitação funcional (diagnóstico cinético-funcional), com uma série de 
problemas psicológicos e sociais que vão advir dessa situação de limitação 
funcional, até uma fase final de incapacidade. 
 
EX2 Paciente é encaminhado para a fisioterapia com o diagnóstico de, por 
exemplo, dor lombar, o Fisioterapeuta examina e vê esse paciente de outra 
forma (arco de movimento diminuído, musculatura hipertônica, força 
muscular diminuída, coordenação alterada, sensação, percepção e equilíbrio 
alterados, edema etc.) São dados que “dor lombar” não traz para o profissional 
fisioterapeuta. Ao fazer a avaliação, certamente o fisioterapeuta escreverá algo 
como: paciente com dor lombar, indicando limitação funcional dos movimentos 
 
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de flexão e rotação, dor no final do movimento, dor na metade do arco em 
movimento entre 30 e 40º’. 
 
EX3 Diferença entre a Visão do Médico e do Fisioterapeuta na avaliação e 
tratamento da Asma Brônquica. 
 
 Médico - Asma Brônquica - tratamento farmacológico, combate 
distúrbio imunológico, o edema de mucosa e o broncoespasmo. 
 Fisioterapeuta - Discinesia muscular respiratória associada ao conjunto 
de distúrbios mecânicos identificados como "limitação do fluxo aéreo", 
envolvendo os músculos respiratórios e o comprometimento da 
biomecânica tóraco-abdominal. 
 
EX4 Paciente do sexo masculino dez anos de idade, com queixa de lombalgia 
há 15 dias. Portador de discite com abscesso epidural foi submetido à 
discectomia e biópsia aberta. No ato cirúrgico, o disco intervertebral L4-L5 
estava abaulado e com secção do ânulo fibroso, ocorrendo saída de secreção 
purulenta. Após tratamento cirúrgico foi encaminhado para avaliação e 
tratamento fisioterapêutico sendo diagnosticado: Limitação da amplitude de 
movimento da coluna para flexão e retificação da lordose lombar.

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