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Aula 3 Deficiencia de Iodo, Zinco e Selênio

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CLÍNICA MÉDICA DE ANIMAIS DE PRODUÇÃO II
Universidade Federal Rural Do Rio De Janeiro – Campus Seropédica
Medicina Veterinária - Jeferson Bruno Da Silva – Matrícula: 201406074-4
Iodo, Zinco, Selênio/Vitamina E
1) Iodo: A maior fonte de iodo que nós temos na natureza, são algas marinhas. Mais ou menos na década de 50, começaram a fazer leis que preconizavam a adição de iodo ao sal, isso tanto para a alimentação dos humanos, como na dos animais. Só que na década de 50, eles adicionaram 50-100 ppm de iodo no sal, e a partir dessa década, a quantidade de casos de bócio foi diminuindo gradativamente. Até que o bócio começa a aparecer de novo na década de 90, só que não tão grave quanto na década de 50. Foi descoberto então, que tanto o excesso quanto a falta de iodo, causam problemas. Dessa forma, a partir da década de 90, começaram a adicionar 20-40 ppm de iodo no sal. E a partir dos anos 2.000, essa quantidade foi reduzida mais ainda, para menos de 20 ppm. 
OBS: Os animais sofrem menos problemas pela ausência de iodo do que os seres humanos. 
 Substâncias bociogênicas: Substâncias que mesmo que haja aporte suficiente de iodo, elas vão alterar alguma parte do metabolismo dele. As principais substâncias bociogênicas estão em:
Plantas crucíferas (couve, couve-flor, nabo, rabanete, brócolis). As vacas aqui no Brasil não comem isso, porém fora do país, as vacas ficam num galpão durante o inverno e ai quando são soltas na primavera, podem ingerir bastante quantidade dessas plantas e ter problemas alguns dias após essa ingestão. 
Plantas tiocianetos (farelo de algodão, milho, soja, trevo branco). 
Leucena: É uma planta que na maioria das vezes é toxica (vai depender da quantidade que for ingerida pelo animal). É uma excelente forrageiras de regiões áridas ou semiáridas. A Embrapa dessas regiões diz que até 30% da MS fornecida para os caprinos, pode conter folha de leucena (essa é uma quantidade não tóxica para os animais). É uma planta que cresce bem em locais secos. 
Cálcio e Ferro: Interferem na absorção do iodo.
Para que o iodo serve no mamífero? Para a produção de hormônios tireoidianos. Como a planta não possui tireoide, então ele não possui importância para ela, somente para os mamíferos. Então se tem carência de iodo na pastagem, não é possível visualizar, já que planta não utiliza iodo para ela (ou seja, não apresentando “sintomas” de carência). 
Ex: Deficiência de fósforo já é possível de se observar no pasto, pois ele não cresce bonito, as folhas não ficam tão verdes. Se houver deficiência de zinco na pastagem, observa-se folas verdes com o miolo dela mais escurecido (processo oxidativo). 
 Hipotireoidismo: Quando o animal ingere iodo, cerca de 80% dele é absorvido pelo rúmen em transporte passivo e o restante vai para o abomaso e intestino delgado. Esse iodo absorvido no rúmen, tem que chegar na tireoide (principal local de armazenamento dele, junto com glândulas salivares, etc). Então esse iodo é absorvido passivamente, vai cair na circulação via enterócito, chegando na tireoide. Ele é absorvido na sua forma reduzida (através de um transporte ativo pela bomba de iodeto), para a célula do folículo tireoidiano. 
OBS: Então tem iodo sendo absorvido a nível intestinal, tem iodo em concentrações normais nos vasos sanguíneos, o iodo junto com os hormônios tireoidianos faz feedback negativo com o TSH. O que o TSH identifica? Eu tenho muito iodo no sangue, está tudo normal e ai não produz hormônio. 
Então ele entra na célula como iodo reduzido, e lá dentro vai ser oxidado por peroxidases que são inibidas também pelo excesso de tiosianeto. Essa forma do iodo vai se ligar a tireoglobulina que está no coloide (isso a gente chama de iodação da tireoglobulina – é inibida por sulfas, salicilatos (que tem em pastagens), perclorato (tem em algumas plantas) e nitrato (é utilizado como acelerador de desenvolvimento na alimentação dos ruminantes)).
A partir do momento que foi iodada a tireoglobulina, se entrar um iodo forma um monoiodotirolina – MIT (são precursores dos hormônios tireoidianos). Se entrarem 2 iodos na formação da tireoglobulina, forma o diiodotirolina – DIT. Se eu juntar um MIT com um DIT, forma o T3 e se eu juntar dois DITS forma o T4. 
O T3 na forma ativa, gira em torno de 30%. Ele fica circulando, entrando nas células e desempenhando suas funções. Já o T4, fica na forma inativa e fica circulando como reserva, em torno de 70%. 
Esses hormônios são transportados por proteínas (normalmente a albumina e proteínas específicas) que são chamadas de “proteínas transportadoras de tiroxina”. Essas proteínas também são inibidas pelos salicilatos (quando em excesso na pastagem) e são estimuladas por hormônios esteroidais (que no caso dos animais não tem tanto problema). 
E a partir dai, o que que acontece? Eles estão sendo transportados até entrarem na célula. 
Uma das formas de produção de calor, é via hormônios tireoidianos. Então o organismo pega essa reserva de T4 e transforma em T3. Nessa transformação existe uma enzima que tem selênio (selenioenzima) na sua composição (sinergismo entre minerais, pois o selênio em quantidades normais no organismo facilita a conversão de T4 em T3). 
Essas iodotironinas passam de T4 para T3 se precisar de reserva metabólica, da mesma forma que a selenioenzima pode fazer também T3 reverso, ficando na corrente circulatória, volta para a glândula tireoide, para ser desmontado e ser reaproveitado. 
E o que que os hormônios tireoidianos fazem? A selenoenzima transforma T4 em T3 e ai o T3 entra no núcleo da célula passivamente, e ai o T3 vai regular o metabolismo de proteínas, com o metabolismo de lipídios e com o metabolismo de carboidratos. 
Na questão de proteínas, vai atuar principalmente na transcrição no núcleo da célula, originando diversos componentes que estarão envolvidos com funções. Quais funções? Vão melhorar o aproveitamento da energia pelas células, vão aumentar a produção de ATP, e essas reações que acontecem no interior da célula geram calor. 
No metabolismo de lipídio, o que que eles fazem? Vão aumentar a mobilização de AG, tanto da parte absortiva intestinal jogando e fazendo reservas, quanto na movimentação do adipócito para a geração de energia. Ou seja, no hipotireoidismo não há absorção de lipídios, deixando eles soltos pelo sangue, pois as células não conseguem capta-los e nem metaboliza-los. Então ao mesmo tempo que tenho adipócitos armazenando TG, se eu fizer um exercício e se os hormônios tireoidianos não estiverem atuando, os TG não vão sair da célula. E ai o que vai acontecer? Cansaço! 
No metabolismo de carboidratos, ocorre mobilização de glicose (absorção de glicose intestinal nos herbívoros, e no caso dos ruminantes, a absorção é pelo rúmen). Então ela vai para o fígado, e pode tanto ser formada (gliconeogênese) como quebrada (glicogenólise). Quem estimula essas mobilizações é o T3. 
Sinais clínicos gerais de hipotireoidismo:
 O animal sente frio em altas temperaturas (enquanto a maioria das vacas ficam procurando sombra, a vaca que tem hipotireoidismo via estar no sol)
 Cansaço/apatia/letargia
 Lipidograma alterado: Se for problema no metabolismo dos lipídios (não vai ter energia reserva). 
 Alteração de glicose: Se o problema for no metabolismo do carboidrato. A insulina fica em níveis normais e a glicose vai estar aumentada. Por que a insulina tenta jogar a glicose para dentro das células, mas o T3 não vai estar funcionando corretamente. Em filhotes pode haver o aumento de insulina, nos adultos isso não é comum de acontecer. 
 Animais de baixo peso
 Problema de desenvolvimento
 Em relação ao SNC, na fase fetal: Não vai haver mielinização correta na vida fetal, por causa de problema na metabolização de lipídio. Ex: Jovens com baixo desenvolvimento intelectual. Em ruminantes podemos perceber isso quando o filhote não responde bem ao meio ambiente (a mãe “chama” o filhote e ele não vai, fica “viajando”). E em relação a fase adulta: Vai haver problema de cognição. 
 BaixaFC e FR. Na fase fetal, em relação a respiração, os hormônios tireoidianos são responsáveis pela produção de surfactante. Então o animal nasce e quando ele dá a primeira puxada de ar, não consegue respirar (animal natimorto). 
 Musculatura frágil: Não chega a ser atrofiada, mas é uma musculatura mais delgada, mais fraca. 
 Bócio: O que regula a formação do hormônio tireoidiano? O iodo, T3 e o T4. Se tem isso em condições normais, vai ter o feedback com o hormônio TSH. Ele vai fazer tanto o ingurgitamento da célula do folículo tireoidiano e hoje sabe-se que um ou outro folículo, tem além da hipertrofia tem o aumento da quantidade de células. Se não há iodo ou se tem iodo com substâncias bociogênicas, vai haver o aumento de TSH (ocorrendo um feedback negativo). 
 Problemas de pele: Hiperqueratose, falhas de pelo, diarreia em relação as células do intestino e imunossupressão. 
 Diminuição de libido
 Diminuição da produção de espermatozoides
Outro problema comum no hipotireoidismo é o em relação a pele. 
Quais são os tecidos que estão em constante crescimento? Pelo, intestino (a mucosa vai descamando e produção de novas células), sangue (sistema imune). Se ele trabalha na transcrição de proteínas em células em substratos para desenvolvimento, tecidos e estruturas de grande renovação ficam prejudicadas como pelo, células intestinais, sistema imune, etc. Ocorre então hiperqueratose, diarreia em relação as células do intestino e imunossupressão.
OBS: Os níveis normais de TSH é de até 5mg, tanto para os bovinos como os humanos. 
Diagnóstico: 
 Pensando em rebanho, faz um diagnóstico experimental (separa em dois grupos, suplementa um e deixa o outro sem suplementação).
 Se tiver sinais graves de deficiência de iodo: O diagnóstico via ser através dos sinais clínicos, como por exemplo bócio, feto natimorto, falhas na cobertura do pelo em filhotes, etc.
 Se tiver sinais subclínicas: Em relação ao rebanho, seleciona-se alguns animais (se o rebanho for grande, seleciona 6% dos animais para coletar sangue e se o rebanho for pequeno, seleciona 20% dos animais) e mensuro o TSH (tiroxina). Existem exceções: O animal pode ter hipotireoidismo, mas está ingerindo iodo, então pode ser por causa das substancias bociogênicas. 
 Intoxicação por iodo, podendo ser a forma aguda (é mais raro de acontecer – apresentando aumento da FC, aumento da FR, salivação intensa) e na forma crônica (associado a problemas intestinais e tireotite inflamatória).
OBS: Não pode deixar de usar luva para manipular iodeto, pois possuem pequenas absorções pelo dedo/pele. 
2) Zinco: É essencial para as plantas, sua ausência nelas causa um processo de oxidação (as folhas ficam verdes com o miolo delas mais escurecido). Pouco tempo depois foi descoberto que os animais também precisavam de zinco na sua alimentação. 
A Anidrase Carbônica foi a primeira enzima descoberta que levava zinco na sua composição. E o que a anidrase carbônica faz? Tenho CO2 (dióxido de carbono) + H2O (água) = H2CO3 (formando ácido carbônico que é dissociado em) – H+ (hidrogênio) HCO3 (bicarbonato).
Então o zinco, via anidrase carbônica, é responsável pela regulação do processo ácido-basico do plasma. E a partir dai então, foram feitos mais estudos e chegaram na enzima “super-oxido desmutase” (SOD). O zinco então, é absorvido em todas as espécies no ID, pelos enterócitos. No enterócito ele se liga a uma enzima chamada “metalo-tiomeina”. Se tiver um processo de destruição intestinal, ocorre uma diminuição da absorção de zinco, pois há perda da metalo-tiomeina. Essa enzima mtalo-tiomeina, possui 4 ligantes, se ligando ao zinco, ao cobre, ao mercúrio e ao cádmio. Significa que se tem muito cobre, tem pouco zinco. Se tiver muito mercúrio, menos zinco, se tiver mais cádmio, menos zinco. Ou seja, acontece um antagonismo. 
Para o zinco entrar no enterócito, ele precisa de quelantes (alguma coisa precisa se ligar a ele para facilitar sua passagem para o enterócito). Um dos quelantes principais é a lactose Filhote numa maneira geral, não possui problema de zinco. Então o leite é o melhor carreador de zinco que a gente tem na natureza. 
O zinco para quem vai mexer com outras espécies, como os cavalos, tem problemas com fitatos, pois eles impedem que o zinco seja absorvido (o fitato se liga ao zinco). Nos ruminantes, os microorganismos do rúmen destroem esses fitatos. Dessa forma, os cavalos precisam de mais zinco na alimentação do que os ruminantes, pois perdem grande quantidade de zinco para os fitatos. 
Então o zinco é absorvido, se liga a metalo-tiomeina e essa enzima faz com que ele entre na célula. Isso vai propiciar que esse zinco seja distribuído para outras enzimas zinco-dependentes. Principais locais dependentes de zinco: Plasma (por causa da anidrase carbônica), retina (vitamina A/retinol precisa ser convertida em aldeído para chegar na retina, e quem faz isso é uma enzima zinco-dependente chamada de álcool desidrogenase), etc. 
Outra enzima que utiliza zinco é a fosfatase alcalina (serve para ver função hepática e óssea). Além disso, a colagenase é outra enzima que depende de zinco e que está presente nos cicatrizantes. O colágeno tanto ajuda no processo cicatricial, como em grande quantidade ele atrapalha, pois segura partículas com corpos estranhos na ferida, atrapalhando o processo de cicatrização. A colagenase destrói o colágeno em excesso e facilita que menos corpos estranhos fiquem na ferida. O zinco na sua forma de “óxido de zinco” é utilizado em cicatrizantes, pois ele também entra no núcleo da célula e faz a transcrição para aminoácidos envolvidos no crescimento (e a ferida precisa de tecido em crescimento). 
E a super-oxido desmutase vai ser um antioxidante. Existe um processo de oxidação constante na utilização do oxigênio pelas células. Quando entra um microorganismo na corrente circulatória e um neutrófilo identifica que tem algo errado, ele vai lá, fagocita e explode. Quando ele explode, ocorre a liberação de várias substancias reativas de oxigênio. Porém tem que haver equilíbrio entre agente oxidante e agente anti-oxidante. 
Sinais clínicos da deficiência de zinco: 
 Cegueira noturna (retina)
 Se não tem zinco em condições normais, a pele começa a ficar “confusa”, perdendo seus núcleos e ficando mais achatada, levando a uma paraqueratose (engrossamento de pele).
 Diarreia e síndromes de má absorção
 Imunossupressão
 Diminuição da produção de espermatozoides
 Diminuição do tamanho do testículo 
 Problema de crescimento de cascos e chifres. Os cascos ficam irregulares com crescimento anormal. 
 Doença de Adema (nos bovinos)
 Em quadros de intoxicação, leva a diarreia e síndrome de má absorção (tanto a falta quando o excesso, e ai tem que saber o histórico e fazer uma boa anamnese para descobrir)
OBS: Deficiência de iodo leva a hiperqueratose e deficiência de zinco leva a paraqueratose. A diferença só iremos ver fazendo biópsia. 
OBS: Doença de adema, acontece por uma mutação genética, que faz com que alguns animais HOLANDESES PUROS tenham dificuldade na absorção do zinco. São animais que vão nascer com uma reserva de zinco normal, porque o fígado da mãe joga zinco para o fígado do bezerro. O feto com uma reserva normal de zinco, então os 2/3 primeiros meses o animal fica normal por causa dessa reserva hepática, porém depois desse tempo o filhote começa a apresentar sinais clínicos, pois não consegue absorver o zinco vindo da dieta. Em casos dessa doença, o animal tem que ser eutanasiado, pois ele não vai poder reproduzir e não conseguem se desenvolver direito, tendo problemas a vida inteira. 
OBS: Em cães, pode surgir 2 tipos de dermatites responsivas ao zinco. Uma delas está responsável a raças que crescem muito rápido. Então o que que acontece, o animal cresce tão rápido e ai não conseguem absorver zinco o suficiente para o seu desenvolvimento, apresentando paraqueratose, etc. E uma outra dermatite responsiva está relacionado a problemas genéticos, como se fosse a doença de adema do ruminante,que impede a absorção de zinco. 
Diagnóstico: 
 Experimental: É o que se faz normalmente. Dá zinco por via oral e ai se o animal melhorar, fecha o diagnóstico.
 Se for grave, através dos sinais clínicos.
 Se for subclínico, pode-se pesquisar zinco, embora ele não seja um mineral tão fácil pois ele é mobilizado rapidamente de suas reservas. 
3) Selênio: Doenças pela deficiência – Blind Sttagers (forma aguda) e Alcali disease (forma crônica): Doenças relacionadas a pastos de áreas temperadas. Estão relacionadas a plantas que acumulavam muito selênio dessas regiões. Ai começou-se a pesquisar e descobriram três tipos de plantas: 
Estritamente acumuladoras/acumuladoras obrigatórias: Acumulam acima de 1.000 ppm de selênio. Essas pastagens não podem ser utilizadas em hipótese alguma!
Acumulam entre 100-1.000 ppm
E as nossas plantas que acumulam menos de 100 ppm de selênio. 
Então antigamente o selênio causava intoxicações, com sinais neurológicos como convulsões, tremores, etc. Na forma aguda há cegueira, e na forma crônica há constantes convulsões e tremores. Só que ai, em 1973 alguém descobriu a enzima “glutationa peroxidase”. 
Entre a época que o selênio causava intoxicação e a descoberta da glutationa peroxidase, as pessoas começaram a perceber (principalmente em animais de laboratório e em algumas criações) que quando se tinha selênio na alimentação, os animais não apresentavam algumas doenças de explicação ainda desconhecida. Uma delas era a diátese hemorrágica (principalmente em aves e suínos). Ela tem a ver com processos oxidativo dos grandes vasos em desequilíbrio (mais comum na aorta), que se rompiam e o animal vinha a óbito. 
Também começaram a observar que algumas doenças musculares (distrofia muscular com presença de fibras brancas) eram corrigidas pelo selênio. Então a glutationa peroxidase é um antioxidante que junto com a super oxido desmutase, vão prevenir em cima do estresse oxidativo, principalmente no musculo. O selênio junto com a vitamina E, previnem principalmente nos ruminantes, a doença do musculo branco. Essa doença está relacionada com esse processo oxidativo intenso, que faz uma necrose de calcificação na musculatura. 
Então pode ter a forma aguda da doença do musculo branco, que está relacionada diretamente a alterações no musculo cardíaco. O animal pode ficar poucos dias cambaleantes e vem a óbito por uma falência cardíaca, ai quando se faz a necropsia se observa áreas esbranquiçadas no miocárdio. E na forma crônica que o animal vai começando a claudicar, fica com fraqueza muscular (fica maior tempo deitado) e quando o animal vem a óbito observa-se que a musculatura estriada está esbranquiçada – necrose de calcificação.
O selênio vai ser tóxico dependendo da quantidade. Só que nos nossos solos não temos essas plantas que são seleníferas obrigatórias, então a gente tem outro problema: Nossos solos são ácidos, com o pH muito baixo por causa de erosão, de temperismo, etc. 
E o que que acontece? Da mesma forma que o Fe3+ é reduzido para Fe2+ (óxido ferroso) devido a acidez do solo, com o selênio isso não será diferente. Sendo assim, o selênio que fica depositado no solo é o Se3+ e com a acidez do solo ele passa a ser reduzido, ficando Se2+. Diferentemente do ferro, essa forma reduzida do selênio é MENOS absorvida nos ruminantes. Então se eu tenho Se2+ e plantas que não acumulam selênio, teremos animais com deficiência desse mineral no organismo. No Brasil, os rebanhos possuem deficiência crônica de selênio subclínico. 
Resumindo: 
Principal função? Agente oxidante. 
Principal doença? Alterações musculares (musculo branco), distrofia nutricional. 
Uma outra enzima também, a seleno-cisteína que é eficiente em casos de intoxicação, principalmente em solos que possuem muito chumbo e cádmio. Isso significa se tem muito chumbo e muito cádmio e se tem selênio em quantidade normal, significa que os animais desse pasto têm uma resistência maior a intoxicações por metais tóxicos. 
E tem uma seleno-proteína que atua na reprodução. Na reprodução, o principal problema é a retenção de placenta. Vacas com muita retenção de placenta, quando descarta as causas infecciosas e passa a pensar nas causas nutricionais, a gente pensa no selênio, também relacionada a causa oxidativa. Ocorre um processo de estresse oxidativo nos placentômeros e ai eles fibrosam. 
Sinais clínicos na deficiência de selênio:
 Incoordenação
 Fraqueza muscular
 Problemas reprodutivos
 Intoxicação
Diagnóstico:
 Experimental 
 Se for grave, utiliza-se os sinais clínicos como diagnostico.
 Se for subclínica, costuma-se fazer a mensuração de selênio no plasma + diagnóstico experimental. 
4) Vitamina E: As pastagens são pobres. É uma vitamina lipossolúvel (relacionada a gordura), então o maior problema que temos hoje é a questão de picar o capim. Porque a gordura oxida e a vitamina E fica acumulada no que for lipídio tanto no animal quanto na planta. Então quando você corta o capim em vários pedaços, aumenta-se a área que entra em contato com o oxigênio, oxidando o lipídio e havendo uma perda. E o que acontece? Mesmo que eu suplemente vitamina E corretamente, se o animal não tiver um aporte regular de selênio, não vai adiantar de nada, pois os dois atuam juntos (são sinérgicos). Além disso, os dois também trabalham junto com a super-oxido desmutase do zinco. Então nesse processo de envelhecimento celular, zinco, selênio e vitamina E estão sempre juntos. 
OBS: Os ruminantes produzem quase todas as vitaminas no rúmen, principalmente as do complexo B. Mas no caso da vitamina E não, eles precisam ingeri-la das pastagens.

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