Aula 4 Sistema Linfático Linfonodos de rotina na Inspeção e Reinspeção

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Linfonodos de rotina na Inspeção e Reinspeção
Constituição do sistema linfático 
→Linfonodos: cápsula fibrosa; tecido linfático propriamente dito (zona cortical, disposto sob forma de nódulos ou folículos e zona medular, disposto sob forma de cordões e trabéculas).  Na inspeção se corta o linfonodo para observar se sua característica está normal ou se possui alguma alteração.  Função: linfopoiética (formadores de glóbulos brancos); representa uma barreira às infecções propagadas por via linfática e a qualquer corpo estranho; são verdadeiros filtros de linfa. 
 
Linfa: é o meio circulante pelo qual o oxigênio e nutrientes são transferidos do sangue aos tecidos e retiram seus metabólitos.  Também será observado o animal com alguma alteração no movimento, aí pedir para ele ser separado para fazer o exame clínico.
  
 Importância do estudo do sistema linfático 
 
→ O tamanho, a cor e a consistência dos linfonodos acrescido do conhecimento de sua área de drenagem constituem um guia precioso na avaliação dos processos mórbidos no corpo do animal. Como o estabelecimento é obrigado a separar as carcaças, sendo apresentados ao serviço de inspeção sanitária de modo que é possível observar a musculatura, os linfonodos, vísceras. 
 
→ Não se deve somente cortar o linfonodo.  Deve-se procurar, palpar, ver a textura, ver a cor, realmente "querer achar", procurar alguma lesão, e isto deve ser passado para a equipe.  A região afetada é rejeitada, não somente  o linfonodo, já que este drena uma região do organismo. É preciso verificar e entender que o enfartamento, alteração de textura, e tamanho, etc. do linfonodo pode estar indicando um processo inflamatório de uma região. A apreciação da área de drenagem dos nodos linfáticos é valiosa no julgamento das infecções. É importante que o mesmo veterinário inspecione o animal ante e post mortem. Sempre analisar os dois lados. 
 
 Interpretação das lesões 
 
São linfonodos da rotina, que devem ser feita em todos o animais
→ Natureza das lesões:
  
Hipertrofia – Adenite: aumento do linfonodo. Por vezes ele está hiperemico, duro, firme. Apresentada sob meias carcaças esfoladas, na fase preparatória.
Abcesso (caseificação) - Acúmulo de leucócitos inativados e a formação de focos purulentos mais ou menos extenso. 
Calcificação (mineralização) - Outra forma de defesa orgânica. Consiste na formação de depósitos calcários, de acordo com a idade e capacidade imunológica. - Nesse caso poderia rejeitar apenas a parte afetada (linfonodo) e liberar o resto para o consumo, pois entende-se que o organismo já se recuperou de uma possível infecção. Porém fazer uma verificação mais minuciosa.  
Ex: tuberculose, cisticercose 
Em virtude da ligação existente entre vários nodos, por intermédio dos vasos linfáticos, as alterações de determinados nodos são acompanhadas, muitas vezes, de fenômenos análogos nos nodos vizinhos 
O número de nodos alterados, sua localização e a natureza das lesões encontradas muito orientam o Inspetor na interpretação do trajeto da infecção, determinação de sua origem e verificação do seu estado.  
Essas informações reunidas no momento do exame, acrescidas do conhecimento da área de drenagem do linfonodo muito importam na conduta do Inspetor para formular o critério de julgamento a ser adotado. Deve-se garantir a inocuidade, mas deve-se dar a carcaça o melhor aproveitamento, se possível. Algumas situações é possível o aproveitamento.
  
 
 Linfonodos de rotina na Inspeção Sanitária de bovinos 
 
→Cabeça: Parotídeo - Parotideano ou Pré-parotídeo . Localização: Próximo à base da orelha, abaixo da articulação têmporo-mandibular, parcialmente encoberto pela glândula parótida, em sua porção posterior. 
→ Língua: Retrofaríngeos (interno e/ou externo) e sublinguais ou submaxilares . Localização:  
Retrofaríngeos: Ao lado da linha média da região faringiana, na face posterior da faringe. 
Sublinguais ou submaxilares: Próximo à raiz da língua, ao nível do ângulo formado pelos ramos inferior e ascendente da mandíbula. 
 → Pulmões:  Apical; Esofagianos ou mediastinais médios; Traqueobrônquico esquerdo; Mediastínicos ou mediastinais posteriores. Localização:  
Apical: Origem do brônquio acessório do lobo apical; 
Esofagianos: Sobre o arco aórtico e o segmento esofagiano adjacente 
Traqueobrônquico: Lado esquerdo da bifurcação da traqueia 
Mediastínicos: Entre os segmentos da aorta e do esôfago na região mediastínica. 
→ Linfonodo alterado em uma cavidade o critério de julgamento é diferente caso fosse nas duas cavidades. 
→Fígado:  Cadeia hepática; Retro-hepático; Pancreático ou Supra-hepático; Periportais. Localização: ao redor do hilo hepático. 
 
→ Estômagos: Cadeia gástrica; Reticulares; Omasais; Abomásicos. Localização: Sulcos divisores dos respectivos compartimentos gástricos. 
 → Intestinos: 
Cadeia mesentérica: Duodenais; Jejunais; Ileais; Cólicos; Cecais. Localização: Entre os dois folhetos do mesentério, no segmento intestinal adjacente, formando uma cadeia quase ininterrupta. Deve-se verificar pelo menos 10 segmentos da cadeia mesentérica. 
→ Quarto dianteiro: Pré-escapular; Pré- peitorais (geralmente não é inspecionado na rotina, só se for encontrado algum problema anterior). Localização: Pré-escapular: Sob os músculos bráquiocefálico e omotransverso, à frente da paleta; Pré-peitorais: Na metade do comprimento do 1˚ par de costelas, em sua face externa 
→ Quarto traseiro: Pré-crural ou pré-femural; Inguinais superficiais: Retromamários (nas fêmeas) / Escrotais ou inguinais (nos machos). Localização: Pré-crural: Sob o músculo tensor da fáscia lata, anteriormente; Retromamários: Partes látero-posteriores da base do úbere; Escrotais ou inguinais: Ao lado do colo do escroto ou na gordura de capadura.
→ Ilíacos laterais (externos): Localização: Sob o osso ilíaco, na bifurcação da artéria circunflexa ilíaca interna 
→ Ilíacos mediais (internos): Localização: Sobre a origem das artérias circunflexas ilíacas interna e externa. Abaixo dos externos (laterais).  
→ Isquiático: Localização: Face lateral do ligamento sacrotuberal, coberto pelos músculos glúteos médios e sobre o trajeto da artéria isquiática.  
OBSERVAR, PALPAR E FAZER INCISÕES. 
 
 Linfonodos de rotina na Reinspeção Sanitária de bovinos 
 
→ A reinpeção ocorre quando já ocorreu a inspeção e o inspetor e sua equipe olha novamente. Carcaças que apresentaram durante a linha de inspeção algumas alterações, são desviadas para um local chamado DIF (departamento de inspeção final – dentro da sala de matança corresponde a 6% da área e acesso exclusivo). É uma área exclusiva do SIF para que possa seja refeitos os serviços de inspeção, e serão verificados todos os linfonodos observados nas linhas de inspeção e os descritos abaixo. 
→ Quarto dianteiro: Costo-cervical (gânglio do inspetor); Supra-esternal (de Van Hersten); Sub-escapulares ou axilares. Localização: Costo-cervical: Ao nível do 1˚ par de costelas, na articulação com a coluna vertebral  Supra-esternal: Fosseta da 1ª esternébra; Sub-escapulares ou axilares: Face medial da escápula, ao nível do 3˚ par de costelas. 
 
 → Quarto traseiro: Poplíteos. Localização: Profundamente, entre os músculos semi-tendinoso e bíceps femoral, sobre o gastrocnêmio.