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Eletroterapia Introdução e História A aplicação de correntes elétricas com fins terapêuticos oferece uma história intensa: No Egito em 2750 a.C a descarga elétrica do peixe elétrico foi utilizado para aliviar a dor. No início do século XIX o anatomista Luigi Galvani através de um gerador eletrostático rotatório causava a contração dos músculos na perna de um sapo, tanto ao aplicar a carga no músculo quanto no nervo. Introdução e História Duchene (1806 – 1875) descobriu os pontos motores – localização sobre a pele onde a estimulação elétrica causa contração muscular mais efetiva. Faraday em 1830 descobriu que correntes elétricas bidirecionais produziam contração muscular. Lapicque em 1905 desenvolveu a “lei de excitação” – relacionado a intensidade e duração do estimulo para promover a contração muscular. Introdução e História O uso de correntes elétricas para controle da dor é derivado da teoria das comportas de percepção da dor desenvolvida por Melzack e Wall em 1960. Introdução e História A estimulação elétrica tem uma ampla gama de aplicações: Fortalecimento e reeducação muscular; Controle da dor; Facilitação da cicatrização de feridas; Resolução de edema e reações inflamatórias (pós-lesão ou cirurgia) Intensificação da distribuição transdérmica de drogas. Variáveis Físicas Para que se tenha a compreensão dos efeitos fisiológicos e terapêuticos da estimulação elétrica por estimuladores externos, que distribuem a corrente transcutaneamente via eletrodos de superfície aplicados na pele é importante o domínio das variáveis físicas que envolve a eletroterapia com frequências baixas e médias ( corrente Galvânica, Tens, Diadinâmicas, Russa, Interferencial) etc. Eletricidade É a parte da física que estuda as manifestações elétricas divide-se em: Eletrostática. Eletrodinâmica. Eletrostática É a parte da eletricidade que estuda os corpos elétricos em repouso. Toda matéria é constituída por átomos que são formados por: Elétrons (possuem cargas negativas) Prótons (possuem carga positivas) Nêutrons (Não possuem cargas elétricas) Átomo Eletrodinâmica É a parte da física que estuda os corpos elétricos em movimento. Para que os elétrons possam se deslocar de um lado para outro, é necessário que uma “força” os impulsione. Corrente elétrica é um fluxo ordenado de elétrons , que se produz quando existe uma diferença de potencial (ddp) entre os extremos de um condutor. Eletrodinâmica Condutores Elétricos Condutor sólido – caracterizado pelos metais, pois tem uma quantidade de elétrons livres muito grande. A condução elétrica é feita pelos elétrons – EX: cobre Condutor liquido – Soluções iônicas, onde a condução elétrica é feita pelos íons – EX: Tecidos biológicos Isolante - São os materiais que possuem altos valores de resistência elétrica e por isso não permitem a livre circulação de cargas elétricas – EX: borracha Íon Um íon é uma espécie química eletricamente carregada, geralmente um átomo ou molécula que perdeu ou ganhou um ou mais elétrons. Íons carregados negativamente são conhecidos como ânions ,(que são atraídos para ânodos ou eletrodo positivo), enquanto íons com carga positiva são denominados cátions (que são atraídos por cátodos ou eletrodo negativo). Condutor Isolante Condutor X Isolante Corrente Elétrica Condutividade elétrica corporal O organismo humano é um condutor de segunda ordem (não admite elevada intensidade elétrica). Os íons presentes nas dissoluções coloidais, transmitem a energia aplicada. As células comportam-se como condutores por constituírem um sistema aquoso e salino, possibilitando a realização de um trabalho elétrico. Condutividade elétrica corporal A condutividade elétrica dos tecidos vai depender do maior ou menor conteúdo de água: Pouco Condutores – osso, gordura, pele seca e pelos Medianamente condutores – pele úmida, tendões, fáscias e cartilagens. Bons condutores – sangue, a linfa, os líquidos intra e extracelulares, os tecidos musculares e o tecido nervoso. Despolarização do Nervo A maioria dos efeitos clínicos das correntes elétricas é resultado de uma corrente estimulando a produção de um potencial de ação no nervo. Potencial de ação é a rápida sequência de despolarização e repolarização de um nervo que ocorre em resposta a um estímulo e transmitido ao longo do axônio. Ocorre entrada e saída de Na+ e K+ pela membrana celular, trasmitindo um impulso elétrico. Despolarização do Nervo Variáveis físicas Os parâmetros da estimulação elétrica podem influenciar os limiares sensitivos e motor dos pacientes, podendo afetar diretamente o efeito terapêutico. Neste contexto é importante o domínio total das variáveis físicas que envolvem a eletroterapia. Intensidade (Amplitude do pulso) A velocidade de fornecimento dos elétrons, denominada fluxo de corrente, é dada pela amplitude do pulso, que nos traduz a intensidade da corrente aplicada (quantidade de fluxo de elétrons através de um condutor). A intensidade é medida em ampéres (A). Na prática Fisioterapêutica, utilizamos aparelhos com seus submúltiplos – o miliampére (mA) ou microampére (µA). Intensidade (Amplitude do pulso) A excitação sensitiva sempre precede a motora independente da forma de onda utilizada e do local em que se executa a estimulação elétrica. Os nervos motores necessitam de uma maior intensidade de estimulação para que ocorra a sua despolarização, quando comparados aos sensitivos. Com relação à contração muscular quanto maior a intensidade, maior será o número de fibras recrutadas, e assim, maior será a força. Intensidade (Amplitude do pulso) Frequência A frequência é definida como o numero de ciclos emitidos por segundo. A sua unidade é o Hertz (Hz). Ela refere-se à freqüência com que os elétrons passam na corrente ou o número de pulsos existentes durante um segundo. Na eletroterapia a freqüência se divide em: Baixa freqüência – na faixa de 1 Hz a 1.000 Hz Média freqüência – na faixa de 1.000 Hz a 100.000 Hz Alta freqüência – de 100.000 Hz em diante. Frequência A frequência também interfere no limiar sensitivo, sendo que freqüências maiores desencadeiam percepções menores, uma vez que altas freqüências apresentam resistências menores à passagem da corrente elétrica. OBS: Altas frequências não desencadeiam efeitos excitomotor. Só calor devido ao efeito Joule. Frequência Frequência Largura do Pulso A largura da fase do pulso é graduada em microssegundos (µs) ou milissegundos (ms), e nos indica o tempo de duração da fase, ou seja, tempo em que a corrente passa agindo no organismo. A estimulação percutânea ativa os receptores sensitivos na pele quando aplicamos um estimulo elétrico, que pode gerar desconforto e dor, restringindo a eficácia da estimulação aplicada. Largura do Pulso O aumento da largura de pulso é importante, pois conseguimos uma queda drástica nos valores da intensidade, pois o produto da intensidade pela largura do pulso nos dá a quantidade de energia transportada. Utilizamos correntes com largura de pulsos grandes, pois com isso conseguimos obter o mesmo efeito fisiológico com intensidades menores (o que provoca menos incômodono paciente). Largura do Pulso Amplitude X Duração do Pulso CORRENTE CONTÍNUA X CORRENTE ALTERNADA CLASSIFICAÇÃO DA CORRENTE ELÉTRICA Corrente contínua Corrente Contínua – quando a corrente é unidirecional, ou seja, seus elétrons se deslocam numa única direção (isto ocorre quando um gerador pode manter os extremos de um circuito carregados negativo e outro positivo); seu gráfico possui apenas uma fase (positiva ou negativa), e possui efeitos polares. Corrente contínua Corrente alternada Corrente Alternada – quando a corrente é bidirecional, ou seja, seus elétrons ora se deslocam numa direção ora em outra (isto acontece quando um gerador de corrente alternada origina uma troca contínua de polaridade nos extremos de um circuito); seu gráfico possui duas fases (positiva e negativa), e não possui efeitos polares. Corrente alternada Eletrodos A estimulação elétrica por meio de eletrodos cutâneos é um procedimento terapêutico não invasivo e de grande aplicação clínica, e tem sido utilizada freqüentemente na reabilitação de diversas patologias. A técnica visa à estimulação tanto dos nervos sensitivos quanto dos nervos motores de diferentes partes do corpo. Eletrodos de borracha siliconada Eletrodos de metal Eletrodo Autoadesivo Tamanho dos eletrodos Tamanho dos eletrodos Tamanho dos eletrodos Fixação dos Eletrodos Fixação dos Eletrodos Cronaxia e Reobase Reobase – É a intensidade mínima de corrente de baixa e média frequência, capaz de desencadear uma resposta muscular. Cronaxia – É o tempo que o músculo leva para responder a menor intensidade de corrente de baixa e média frequência.
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