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Online 1 - O ESTADO NAÇÃO E O NACIONALISMO : CONCEITOS E APLICAÇÕES
Introdução
Quando falamos em Estado, nossa mente projeta primeiramente o conceito de local onde vivemos, porção territorial que está inserida dentro de algum país e que, no caso do Brasil, temos a presença de 27 estados, cada qual com uma representação política dentro de nossa instituição maior, o país.
Mas, o Estado que trataremos em nossa aula nos remete a uma instituição que se formou ao longo da história e que se consolida por estar presente na vida de todos nós através de suas leis, seu poder e sua gestão.
Para que nosso conhecimento se torne mais amplo, analisaremos diferentes tipos de Estado e sua formação ao longo da história, o que nos possibilitará acompanhar um pouco da herança que cada um deixou e pensarmos como o nosso Estado brasileiro se formou. Vamos lá!
Compreender o que é o Estado e qual a sua função dentro de uma sociedade requer um conjunto de análises e definições que procurem deixar claro o papel dessa instituição. 
 Sendo assim, temos que buscar alguns conceitos que facilitem a compreensão desse elemento dentro da história e a sua importância na formação da História Contemporânea.
“Temos diferentes versões para o surgimento do Estado.”
Alguns dizem que ele sempre existiu, pois o homem sempre esteve integrado em algum tipo de organização social com poder e autoridade para comandar o grupo.
Outros afirmam que ele surgiu a partir do momento em que passamos a ter delimitações de fronteiras para determinar o espaço territorial.
São diferentes visões que se complementam e colaboram para pensarmos o desenvolvimento do Estado.
A seguir, veremos mais algumas definições que nos ajudarão a perceber como o Estado é pensado, lembrando que estamos tratando em nossa aula do Estado governo.  
O dicionário Aurélio define o Estado como um povo social, política e juridicamente organizado, dispondo de uma estrutura administrativa, de um governo próprio e que tem soberania sobre um determinado território.
Streck & Morais identificam algumas formas de Estado que enumeramos.
Estado Romano
Estado Antigo
Estado Grego
Estado Antigo
O Estado Antigo( oriental o teocrático) como sendo uma forma estatal definida entre as antigas civilizações do Oriente ou do Mediterrâneo, onde a família, a religião, o estado e a organização econômica formavam um conjunto confuso, sem diferenciação aparente.
Tinha as seguintes características:
• Não eram Estados nacionais, ou seja, o povo não estava ligado por tradições, lembranças, costumes, língua e cultura, mas produtos de guerras e conquistas; 
• Modelo social baseado na separação rígida das classes e no sistema de castas; 
 • Governos marcados pela autocracia (palavra derivada do grego auto e kratos - como uma forma de governo onde um único homem detém o poder) ou por monarquias despóticas e o caráter autoritário e teocrático( Governo de Deus) do poder político; 
• Sistema econômico (produção rural e mercantil) baseada na escravidão; 
• Profunda influência religiosa. 
Estados Grego e Romano
O Estado Grego, cujas características fundamentais podem ser elencadas como sendo: 
• Cidades-Estado, ou seja, a polis como sociedade política de maior expressão, visando ao ideal da autossuficiência;
• Uma elite (classe política), com participação intensa nas decisões do Estado nos assuntos públicos. Nas relações de caráter privado a autonomia da vontade individual é restrita. 
O Estado Romano, que se apresentava assentado em: 
• Base familiar de organização; 
• A noção de povo era restrita, compreendendo faixa estreita da população; c) magistrados como governantes superiores.
Os diferentes tipos de Estados que apresentamos, extraídos da obra de Streck & Morais, nos permitem ter uma visão bem ampla das diferentes característica que essa instituição teve ao longo de sua história, marcando claramente as diferenças entre cada um dos modelos e como o Estado que temos hoje se diferencia dos anteriores. 
 
O Estado evoluiu muito ao longo de sua história, deixando para trás alguns resquícios que hoje não se encontram mais presentes em sua formação, dentre os quais podemos citar a forte influência religiosa que caracterizou o Estado Medieval e evoluiu para consolidar o poder da Igreja Católica dentro desse período.
Com o advento das monarquias absolutistas, o Estado Medieval, fortemente influenciado pela religião, deixa de existir e dá lugar ao Estado Centralizado, que tem em Nicolau Maquiavel um de seus mais árduos defensores.
Maquiavel foi um dos primeiros teóricos a utilizar essa denominação em sua obra clássica O Príncipe. Ele afirmava a necessidade de um Estado forte, com uma liderança que unificasse os diferentes reinos e repúblicas italianas que guerreavam entre si, o que lhes permitiria adquirir estabilidade tanto no âmbito político quanto no econômico.
Definição de Estado-nação
O Estado-nação é caracterizado por ser uma determinada região com delimitações próprias, fronteiras que as separam de outras regiões; uma população que tenha identificações comuns dentro daquela localidade; um governante com poder supremo reconhecido dentro do território; uma moeda própria e um exército preparado para agir em qualquer circunstância pelo seu Estado.
Preparamos esse arquivo com o texto sobre o Estado-nação na íntegra! Nele, você terá detalhes históricos e filosóficos da relação do Estado com o indivíduo. ( VER FOLHAS)
Dentro dessa comunidade, o indivíduo passa a ter uma referência própria e surge, com isso, o sentimento de pertencer àquela localidade, o que será de fundamental importância para o desenvolvimento do nacionalismo, que veremos mais detalhadamente adiante.
Agora, vamos analisar o nacionalismo, seu desenvolvimento e seus desdobramentos tanto de direita quando de esquerda.
O conceito de nacionalismo é algo muito amplo e que assume diferentes posições ao longo da história. Ele pode ser analisado a partir de diferentes autores, que fornecerão variadas interpretações. 
Clique nas imagens para ler as opiniões do cientista político Benedict Anderson e do antropólogo (e filósofo) Ernest Gellner.
De acordo com Ernest Gellner (1983), nacionalismo é a ligação entre o Estado e uma cultura nacionalmente definida.
Benedict Anderson (1989) define nação como uma comunidade política imaginada e implicitamente limitada e soberana. Ainda de acordo com o autor, ela é imaginada(A nação é imaginada como limitada porque, apesar de sua extensão, ela possui fronteiras específicas e além delas se encontram outras nações.) porque nem os membros das menores nações jamais conhecerão a maioria de seus compatriotas e nem ouvirão falar deles.
Reflexão
Normalmente, vemos os países ao nosso redor como independentes e dotados de autonomia para todas as suas decisões, mas você já parou para pensar quando esses países se formaram?
Sabemos do nosso pelo processo de independência, ocorrido em 1822 através da figura de D. Pedro I e que culminou na formação do Estado Brasileiro, independente e com suas fronteiras estabelecidas. E nossos vizinhos?
Tivemos, no século XIX, a formação dos Estados Nacionais na América Latina, com o processo de independência de praticamente todas as ex-colônias espanholas e a independência da colônia portuguesa, como já falado anteriormente. 
Abaixo, confira uma linha do tempo comparativa entre os países da América Latina e seus anos de início da independência.
1801- Haiti
1810- Chile, Colômbia e México.
1811- Paraguai
1816- Argentina
1821- Peru
1822- Brasil e Equador
1825- Equador
1898- Cuba
1966- Guiana
Repare que alguns países se tornaram independentes recentemente, o que nos mostra que a região ainda era alvo de dominações estrangeiras.
Relação do Estado e nacionalismo
Para pensarmos Estado e nacionalismo, vamos juntos analisar a ideia de Estado-nação, entendida aqui a partir da análise de Châtelet (1985). 
 Para ele,o Estado-Nação é entendido:
“enquanto representação política que implica o fato de que as populações que constituem uma sociedade no mesmo território reconhecem-se como pertencentes essencialmente a um poder soberano que emana delas e que as expressa”. (p.85)
Nacionalismo
O nacionalismo torna-se um elemento muito importante na formação dos Estados e pode assumir diferentes características. ( O sentimento de amor à pátria, que identifica nacionalismo e patriotismo, de identificação de interesses comuns dentro do mesmo grupo, identificação com a nação e de luta por ideais que possam trazer benefícios para os membros do grupo são algumas das características presentes no nacionalismo, mas a forma como esse sentimento se apresenta pode assumir diferentes características.) 
Ele moldou as sociedades contemporâneas e adquiriu diferentes formas ao longo dos últimos séculos, fortalecendo a ideia de que pessoas com as mesmas origens, com o mesmo idioma e as mesmas aspirações políticas deveriam pertencer ao mesmo território, o que é denominado por alguns teóricos como nacionalismo patriótico.( Como exemplos desse tipo de nacionalismo, podemos citar o fascismo italiano e o nazismo alemão. No caso da Alemanha, o nacionalismo foi cada vez mais fortalecido, tornando-se extremamente exacerbado.  Apresentou características de valorização da pátria e ódio ao elemento estrangeiro, direcionado quase que exclusivamente aos judeus, fomentando o desprezo e a falta de importância pela vida do outro. Havia ainda a ideia de escravização de todos os outros povos, incluindo-se os latino-americanos.)
É importante destacarmos que esse tipo de nacionalismo pode levar à ocorrência de guerras e conflitos e temos que ter muito cuidado ao lidarmos com isso. Tudo o que debatemos nesta aula auxilia na formação de um pensamento contemporâneo que norteou as sociedades e que dialoga claramente com diferentes áreas do conhecimento.
A superioridade racial ariana era refletida nas artes e a valorização do corpo perfeito também era reflexo da mentalidade da época. Todos os que não tivessem sua saúde perfeita não estavam aptos a fazerem parte da Alemanha e deveriam ser eliminados. A xenofobia era utilizada para reforçar a aversão dos alemães por tudo o que era diferente, levando ao máximo a ideia de “estranhamento”.
Independência marcante
Um dos mais importantes processos de independência da região do continente americano e que se constituiu como um marco na história contemporânea foi a independência das 13 colônias inglesas da América do Norte, que se transformaram no que conhecemos como os Estados Unidos da América. (Em 04 de julho de 1776, publicaram a sua declaração de independência, onde ressaltavam valores que consideravam fundamentais para a constituição da nova nação que surgia e que serviram de inspiração para outros processos de independência que ocorreram na região.)
Seu desejo por independência decorreu principalmente do intenso aumento na cobrança de impostos efetuada por sua metrópole, a Inglaterra, o que gerou nos colonos um fortíssimo desejo de buscar a sua autonomia. Não podemos deixar de mencionar que esse processo teve forte influência do Iluminismo e de conceitos aplicados dentro da própria metrópole.
A concepção dos direitos naturais dos indivíduos de levantarem-se contra um governo que não agisse no intuito de preservar seus cidadãos, o que garantia o direito legal de insurgência, foi aplicado pelas colônias, gerando uma espécie de nacionalismo institucional.
 Foi a primeira experiência democrática na América e teve uma dimensão intensa na história por ter sido o processo de independência de colônias, que se levantaram contra a sua metrópole e, posteriormente, se consolidaram como um grande país.
Revolução francesa
Outro importante processo de mudança na ótica governamental ocorreu com a Revolução Francesa, 13 anos após o processo ocorrido em terras americanas e que sofreu forte influência dos acontecimentos de 1776. 
A ideia de união dos indivíduos a partir de algo que liga a vontade de uns à dos outros, a ideia de dificuldades e aspirações comuns faz com que se queira constituir um poder nacional que lhes dê representatividade enquanto indivíduos.
Isso é o cerne da formação da nação francesa a partir da revolução, que é a luta pela liberdade e pela igualdade contra a política de privilégios e usurpações que até então existia. Há a substituição do poder emanado do rei pela representação a partir de corpos instituídos e que atuarão no sentido de representar o povo. O poder centrado na figura do rei deixa de existir.
Nessa revolução, temos a vontade do povo e suas aspirações passando a ter representatividade, com a unidade sendo forjada em todos os lugares. Há o desenvolvimento de que a ideia de República é mais viável, pois encarnaria as aspirações do povo de uma forma mais concreta.
Defender o povo e seus ideais é defender e administrar seu território”. (Châtelet: 1985)
A partir da Revolução Francesa, do momento em que a burguesia afirma que o poder deve emanar do povo e da nação, o que contradiz a ideia de direito divino, a concepção de nacionalismo ganha força e se expande pela Europa e pelo mundo.

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