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Introdução
A formação e a consolidação de um pensamento liberal foram fatores de grande destaque na consolidação da sociedade contemporânea, influenciando claramente na formação do pensamento moderno.
A História e o mundo das artes passam a estabelecer um diálogo mais próximo e as transformações do mundo refletiram-se em diferentes campos artísticos tais como a literatura e a pintura. 
O homem passa a buscar cada vez mais inspiração para o estabelecimento de um diálogo entre ele e o mundo exterior e isso aparece bastante no universo artístico.
A Arte passa a ser vista como uma representação histórica, uma voz que se constrói para além do intelectual e do político e que se distancia de interesses gerais para retratar o indivíduo em sua essência.
Dentre os vários movimentos artísticos que se formaram ao longo do período, aqui denominados de contemporâneo, destacaremos alguns muito importantes para a nossa análise. Os que aqui abordaremos representaram uma dualidade do homem que vê a modernidade e busca inserir-se nesse universo.
O primeiro movimento que compõe nossa análise é o romantismo.
Surgimento do Romantismo
O romantismo foi uma escola literária que se desenvolveu na Europa a partir dos últimos 25 anos do século XVIII(1775), espalhando-se posteriormente por outras regiões. Inicialmente, ele refletia tudo aquilo que se opunha ao clássico, com a difusão de uma arte que passou a valorizar mais o folclórico e o nacional, sendo este último elemento uma presença constante em várias obras românticas brasileiras. 
O indivíduo passa a estar no centro das atenções( ANTROPOCENTRISMO) e a refletir sobre a história a partir da sua visão de mundo e com enfoque para seus sentimentos, o que resulta em uma interpretação um tanto quanto subjetiva da realidade e faz do romantismo uma escola extremamente interessante.
É importante notarmos que o surgimento histórico do romantismo está ligado a dois acontecimentos muito importantes: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, ambas responsáveis pela formação de uma sociedade burguesa.
Temos o advento do liberalismo burguês e seus princípios, com o desaparecimento da censura absolutista e o surgimento de novas ideias políticas e literárias. Nesse contexto, há uma evolução no mundo e as artes acompanham esse processo. 
A liberdade de expressão se torna algo latente, não há mais a necessidade de prender-se a determinados valores considerados arcaicos e nem aceitar nenhum modelo estabelecido. A possibilidade de expressar-se individualmente e de forma única torna-se então uma realidade.
Assim, a arte romântica ganha às ruas, passando a fazer parte tanto do cotidiano das pessoas quanto a refletir esse próprio cotidiano em suas obras. 
O público passa a ser anônimo e já não há mais um compromisso com a nobreza, que antes financiava muitos desses trabalhos. A Literatura torna-se popular e ganha um público diversificado, onde o sentimentalismo adquire amplo espaço. 
O romantismo valorizava as emoções e os sentimentos, estabelecendo como ponto de partida a experiência individual de uma relação intuitiva com a realidade.
Romantismo na literatura Poeta Goethe na Itália.
Os anos 1800, também conhecidos como era oitocentista, foram uma fase onde o nacionalismo esteve fortemente relacionado ao romantismo artístico e literário, principalmente pelo fato de que surgiram, na Europa, Estados-nações, tais como Alemanha e Itália, nos quais o romantismo foi um dos recursos artísticos mobilizados para legitimar culturalmente a existência desses Estados. 
E não podemos nos esquecer ainda de que a Alemanha foi uma das precursoras desse movimento romântico! E viva a liberdade!
Clique na imagem para vermos mais sobre o quadro: A liberdade guiando o povo (1830), de Eugène Delacroix.
Nesse quadro percebemos a forte presença do ideal de liberdade. Uma mulher, intitulada liberdade, guia o povo por cima de corpos dos derrotados. Em suas mãos, leva a bandeira francesa e um mosquete com baioneta, simbolizando a luta e a vitória. 
Podemos analisar a imagem da mulher como a lutadora, pensando sobre as mulheres dentro da sociedade francesa e percebendo ainda as diferentes classes sociais que compuseram a luta pela revolução na França. Ela seria a guia para a mudança na sociedade francesa. 
 Vemos o ideal do romantismo fortemente presente nessa imagem com ênfase para o desenho que se mostra desafiador para os próprios padrões da época. 
Retratar uma mulher lutando com armas nas mãos e os seios desnudos é uma inovação para o momento. Essa imagem serviu ainda de inspiração para a Estátua da Liberdade, de Nova York, um presente dos franceses para os estadunidenses 50 anos após a pintura do quadro em questão. Eram os ideais de liberdade, bem ao estilo romântico e uma de suas principais características, espalhando-se pelo mundo.
Romantismo no Brasil
No Brasil, também tivemos a fase romântica nas artes e na Literatura. 
Vamos analisar as imagens a seguir e refletir acerca de como se inserem nesse momento artístico.
QUADRO DA PRIMEIRA MISSA NO BRASIL- POR VITOR MEIRELES:
Nesse quadro percebemos claramente a ideia de nacionalismo e a busca de um passado histórico baseando-se nos fatos e representações presentes na imagem. 
Vemos a reprodução por parte do pintor, Vitor Meireles, da primeira missa celebrada no Brasil onde temos todos os elementos formadores da nação brasileira e a reafirmação da fé cristã. Observe que todos estão voltados para a cruz, ponto dominante do quadro. 
Essa imagem é do ano de 1860, um momento histórico de afirmação da nacionalidade brasileira e de consolidação da construção da história do Brasil.
O quadro em questão, intitulado Independência ou Morte, também conhecido como O grito do Ipiranga, do pintor Pedro Américo, foi feito em 1888.
A pintura foi encomendada pela Família Real Brasileira para compor o futuro Museu do Ipiranga, ainda em construção e seu objetivo seria ressaltar a monarquia brasileira e suas conquistas. 
Nele, identificamos o ideal de nacionalismo, apesar da obra não retratar fielmente o que ocorreu na época. Havia que ressaltar o ideal de grandiosidade e esplendor da monarquia brasileira e isso foi pensado através dessa retratação.
Naturalismo
No século XIX, vimos surgir outro movimento artístico vinculado ao contexto histórico daquele momento, o naturalismo. Junto a estudos sobre as novas concepções do homem e sua inserção na realidade, os naturalistas começaram a analisar o comportamento social e humano, identificando problemas e apontando soluções.     
O naturalismo é considerado como a radicalização do projeto realista e com um interesse em reproduzir a realidade em seus mínimos detalhes, vendo o homem a partir de diferentes determinismos dentre eles o histórico, o do meio no qual vive, da herança e dos caracteres e da raça. A obra naturalista analisa personagens patológicos, uma determinação instintiva do homem.
No naturalismo, o sujeito passou a ser visto como mera reprodução da realidade dentro das condições exteriores que serviram de palco para a manifestação de sua subjetividade. 
O naturalismo, ao lado do cientificismo, tinha a pretensão de racionalizar a realidade, trazendo o que ela tinha em si, sem falseamentos. 
Ele enxergava o homem e a sociedade como objetos de experiências, retratando a realidade de uma forma objetiva e abordando o homem como um ser materialista e um produto biológico que passa a agir de acordo com seus instintos e guiado por vários fatores, dentre eles o meio social no qual estava inserido.
A literatura naturalista se caracterizava por diversos aspectos, dentre eles a evocação da oralidade característica da linguagem falada e o tratamento aberto de temas até então considerados tabus e que começaram a ganhar espaço nesse período, dentre eles o sexo e a infidelidade. 
Outros temas ainda abordados foram a miséria, os crimes, os problemas sociais. Havia uma demanda por analisar o indivíduo em todas as suas vertentes, fossem quaisquer,mesmo aquelas consideradas mais perigosas.
O marco do movimento naturalista foi o livro O romance experimental e o naturalismo no teatro, de Émile Zola (1880). Nele, o autor reflete seu entusiasmo pelo progresso das ciências. 
Para ele, o romancista deveria se ater mais ao universo que o rodeia, estando vigilante ao progresso científico que se tornava cada vez mais latente, buscando estabelecer uma sociedade melhor.
Outra obra muito interessante de Zola foi o livro Germinal, lançado em 1881, onde o autor buscava retratar a realidade dos trabalhadores das minas de carvão francesas. 
Para isso, o autor passou um tempo vivendo como eles viviam, identificando suas principais necessidades e anseios e, inclusive, acompanhou de perto movimentos grevistas nas minas e por isso sua obra é considerada tão impactante na literatura e na própria história da época.
Como representante da pintura naturalista, podemos citar Vincent Van Gogh. 
Em sua obra Os comedores de batatas (1885), vemos uma análise muito próxima dos mineiros oprimidos do livro Germinal, de Zola.
A literatura naturalista no Brasil
Aluísio Azevedo
No Brasil, a literatura naturalista, com forte influência da obra de Zola, foi retratada nas obras de diferentes artistas, vamos ver agora algumas das obras de Aluízio Azevedo.
Aluízio Azevedo – autor de O Mulato, de 1881. Esse livro marca o início do naturalismo no Brasil. 
Ambientado no Maranhão, retrata a sociedade da época, a corrupção do clero e o forte preconceito racial existente naquela sociedade.
Nesse romance, aparece claramente uma forte preocupação com as classes marginalizadas pela sociedade da época e uma intensa crítica ao conservadorismo então dominante.
Do mesmo autor temos outra obra naturalista muito conhecida, o livro O Cortiço, nele, são abordados temas vinculados ao momento cientificista que o mundo então vivia e destacam-se as bases do determinismo e do darwinismo com a teoria evolucionista. 
As pessoas retratadas presenciam as misérias dos outros e, alheios a isso, querem mais e mais apenas para si. É o reforço do individualismo, fator latente nas sociedades contemporâneas.
Aluízio Azevedo descreve o universo do coletivo e como o homem se insere nele, muitas vezes até de forma animal em sua essência.
Impressionismo
O século XIX foi caracterizado por inúmeras transformações, avanços técnicos em diferentes áreas tais como nas comunicações e nos transportes. Essas modificações influenciaram fortemente a vida dos indivíduos, tendo como resultado uma intensa dinamização na vida urbana, acompanhada de um claro crescimento cultural.  
Diante disso surgiu o impressionismo, movimento que resistiu às padronizações características da elite europeia e se caracterizava por tentar captar os aspectos mais elementares e despretensiosos da vida, muitas vezes retratando ambientes rurais, atendo-se às cores do local, seus reflexos e sua realidade, sem as ambições do romantismo.
As Amapolas, Monet, Museu do Impressionismo, Paris.
Claude Monet (1840-1926) foi um dos principais representantes desse movimento. Sua pintura procurava retratar a realidade do jeito que ela era, principalmente, a questão do contato com a natureza.  
Outro famoso pintor impressionista foi Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), cujas obras também se destacam pela reprodução da natureza e das pessoas em sua forma mais simples, em ações diárias e sem uma preocupação romântica.
Na Literatura, o impressionismo se destaca nas obras de Charles Baudelaire (1821-1867) principalmente em seu livro de poesias As flores do mal, publicado em 1857 e que lhe causou grandes embaraços, dentre eles um processo judicial e uma multa por atentar contra a moral e aos bons costumes. 
A obra de Baudelaire foi ainda hostilizada por ser considerada uma deturpação do romantismo. Outras obras suas são Pequenos poemas em poesia e prosa, Princípio poético (1871), Paraísos artificiais, ópio e haxixe (1860).
Finalizando
Como vimos, ao longo dessa aula, as artes refletiram as mudanças históricas e os novos tempos que então se anunciavam. 
A realidade passou a ser vista de forma mais latente e o homem se inseriu dentro de um universo mais intenso e forte, que transitou desde o romantismo e sua visão de mundo até o impressionismo e suas críticas à sociedade existente, passando pelo naturalismo e deixando um intenso legado para as artes no século posterior.

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