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Diversidade e multiculturalismo – A cultura de massa e a globalização
Premissa
Integramos uma sociedade cada vez mais diversificada, com valores, opções, decisões, direções cada vez mais plurais e que auxiliam na formação de várias identidades. 
 O mundo tem se mostrado mais amplo, principalmente com a aceleração no campo das comunicações e com o fator globalização, o que permite que conheçamos um pouco de cada lugar e de cada cultura.
Alguns podem se perguntar se isso é bom ou ruim. Outros se perdemos um pouco de nossas raízes quando nos deparamos com tantas opções de conhecimento diferentes. São muitos questionamentos que não nos proporemos aqui a responder, mas a analisar um pouco de forma a iniciar uma reflexão sobre o assunto.
Multiplicidade
Aqui nos propomos a pensar acerca da diversidade presente no mundo em que vivemos e percebemos que somos uma multiplicidade.
Principalmente no que diz respeito ao continente americano, formado a partir de identidades europeias e com os valores e a cultura de nossos colonizadores que acabaram por se misturar aos nossos, formando um grande emaranhado de heranças!
Características brasileiras
No que diz respeito ao Brasil, por exemplo, sua matriz cultural se deu pelo contato entre índios, negros, brancos, alemães, italianos, japoneses, árabes dentre outros. Temos um pouquinho de cada um desses grupos culturais e incorporamos gestos, palavras, costumes, alimentos.
Assim, formamos uma cultura híbrida e que tem a presença de várias influências, o que fortalece mais ainda o ideal de igualdade que tanto se busca na sociedade brasileira.
Aqui percebemos uma grande dificuldade no ato de lidar com as diferenças e na incorporação, por parte de toda a sociedade, de que somos todos pertencentes a matrizes múltiplas, com influências das mais variadas, o que nos torna também indivíduos múltiplos.
Multiculturalismo
Atualmente, vivemos a era do multiculturalismo, que pode ser definido como um tipo de hibridismo com variados tipos de diversidade sejam de caráter étnico, racial ou de qualquer outro que esteja presente em uma dada sociedade. 
 O multiculturalismo trabalha com as diversidades e, frequentemente, vemos na história a questão do choque entre culturas e como esse enfrentamento pode gerar um forte estranhamento.
Tzvetan Todorov, em seu livro, A Conquista da América, a questão do outro (2003), coloca o questionamento acerca de como devemos lidar com o outro, compreendendo seus os significados da cultura desse outro e as informações que dela podem ser extraídas.
Globalização
A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural e política dos países do globo no final do século XX e início do século XXI, através do qual o mundo passa a ser visto como uma aldeia global.
Para vários estudiosos está claro que a evolução da humanidade, em direção ao reino da liberdade, não se interrompeu no final de século XX. Para eles, a história sempre avança, sendo escrita por momentos de regressão e períodos de progresso. 
A globalização também se insere nesse contexto, vista como uma padronização dos costumes, pois a constante propaganda e a exportação de produtos acabam por influenciar as culturas fazendo com que se perca um pouco do que há de nacional em cada país.
A questão da propaganda fomenta cada vez mais a ideia de um mundo interdependente e isso está claro quando olhamos ao nosso redor e percebemos o quanto somos bombardeados com mensagens, imagens e elementos culturais plurais.
Desafio
Há um claro esforço no sentido de tornar o multiculturalismo uma realidade cada vez mais forte, mas, um dos efeitos mais claros desse tipo de proposta é a perda de identidade de grupos minoritários, com a criação de sociedades massificadas e que estranham aquilo que não lhes é conhecido.
Ocorre uma resistência em direção aos grupos que não se inserem nesse ambiente multicultural, de forma a identificar a sua cultura como não oficial, pois o oficial para todos é a pluralidade. São questões que chamam a nossa atenção e devem pautar todos os debates acerca do multiculturalismo na sociedade contemporânea.
Há que se buscar um equilíbrio entre as diferentes nuances culturais que caracterizam o mundo contemporâneo e a manutenção de valores e aspectos culturais próprios, de forma a evitar uma massificação que leve à perda de identidade, fator cada vez mais latente em um mundo globalizado.
Cultura de massa
Outro elemento que chama a atenção nas sociedades multiculturais é a questão das culturas de massa, um fator que tem despertado cada vez mais a atenção de pesquisadores e estudiosos do assunto.
 
Opiniões: Adorno, Horkheimer e Arruda
A Sociologia entende cultura como tudo o que resulta da criação humana, com elementos obtidos a partir de uma ação do homem sobre um determinado ambiente, formando assim um conjunto de ideias, crenças, valores que se tornam símbolos de sua cultura. 
Também podemos ter representações que caracterizem uma determinada cultura, sendo elas de variados tipos como religiosas, por exemplo. Anteriormente falamos sobre o estranhamento entre europeus e indígenas no encontro ocorrido quando do descobrimento da América em 1492. Esse estranhamento deveu-se, como já citado, ao não reconhecimento da cultura do outro, de seus valores e significados. 
O mundo contemporâneo fomenta cada vez mais a formação de uma cultura de massa, que é fortemente influenciada pela existência de uma indústria cultural de massa. Cabe ressaltar que essa indústria cultural ganhou muito espaço ao longo do século XIX com o advento da industrialização. 
Fez-se necessária a constituição de uma sociedade de consumo cada vez mais identificada com os valores capitalistas e que fomentassem um mercado que necessita de compradores. Assim, formou-se uma cultura de massa que estaria sujeita as regras e leis do mercado e fortalecida pelo fetiche da mercadoria. 
Nesse sentido, dois pensadores muito importantes, Theodore Adorno e Max Horkheimer, veem na arte uma perda de sentido, pois ela passa a ser vista não mais como tal, mas imbuída de uma característica mercadológica. No texto, A indústria cultural. Iluminismo como mistificação de massa, presente no livro Teoria da Cultura de Massa (2000), ambos afirmam que: 
“Os produtos da indústria cultural podem estar certos de serem jovialmente consumidos, mesmo em estado de distração. Mas cada um destes é um modelo do gigantesco mecanismo econômico que desde o início mantém tudo sob pressão tanto no trabalho quanto no lazer que lhe é semelhante. De cada filme sonoro, de cada transmissão radiofônica, pode-se deduzir aquilo que não se poderia atribuir como efeito de cada um em particular, mas só de todos em conjunto na sociedade. Infalivelmente, cada manifestação particular da indústria cultural reproduz os homens como aquilo que já foi produzido por toda a indústria cultural. E, no sentido de impedir que a simples reprodução do espírito não conduza a sua ampliação, vigiam todos os seus agentes, desde o produtor até as associações femininas”. 
Na questão do cinema, Theodore Adorno o vê como algo que nos afasta da realidade, nos tornando desejosos de viver um mundo diferente do nosso, alienante, pois nos distancia do mundo real e faz com que muitos indivíduos queiram viver a vida de seus personagens, interagindo com eles, dialogando e se envolvendo com eles. Ele vê o cinema norte-americano, na década de 1930, como um fator de distração, utilizado como portador de uma comunicação de massa capaz de desviar o foco dos problemas sociais decorrentes da crise capitalista ocorrida em 1929. 
Acerca do cinema e a crise capitalista de 1929, Arruda (2003, p. 32 e 33), afirma que: 
“Em meio ao caos que levou de roldão todas as ilusões e esperanças de uma prosperidade infinita, a indústria cinematográfica continuava a prosperar, exatamente por ser uma das raras atividades que poderia nutrir-se da própria crise. Adaptando-se aos novos tempos, suas mensagens mudaram de tom. Em temposdifíceis era oportuno e encorajador reavivar valores consagrados, tais como temperança, equilíbrio, bom senso, espírito democrático, valores estes que foram sintetizados em astros e estrelas do celuloide, a exemplo de Gary Cooper.”
Há uma forte preocupação em fortalecer a indústria cultural em todos os lugares do mundo e, nesse sentido, a globalização, aqui já discutida, torna-se uma excelente aliada, pois dissemina modelos culturais e forja valores que direcionam os indivíduos rumo à modernidade, taxando de antiquados àqueles que não se integram ao mundo moderno e consumista. 
Filmes, novelas, músicas, aparelhos eletrônicos, todos esses elementos que caracterizam a sociedade contemporânea estão imbuídos de signos e significados que fortalecem cada vez mais a cultura de massa, tornando os indivíduos integrados e isolados ao mesmo tempo.
Quando vemos programas que têm estreia mundial, percebemos o quanto a cultura de massa está mais presente.
A proposta é manter todos os indivíduos conectados ao mesmo tempo, ávidos por fazerem parte de um universo em constante mutação, rumo à modernidade. Isso fomenta uma sociedade cada vez mais decidida a inserir-se em um universo global, a assumir como seus valores considerados universais e a interagirem com todas as partes do mundo, cada vez mais dependentes da comunicação e, muitas vezes, isolando-se do convívio pessoal.
Conclusão?
Vivemos uma sociedade que pode ser caracterizada como cada vez mais excludente, com a presença de elementos voláteis( que evaporam) e isso torna muitos de seus membros volúveis( que está sempre mudando) e influenciáveis. O que é interessante e curioso hoje já não o é amanhã. É a aceleração do tempo que se torna cada vez mais constante e presente.
Agora que analisamos o multiculturalismo, a globalização e a cultura de massa, devemos refletir sobre como nos inserimos dentro desse universo e somos bombardeados com elementos culturais que visam nos aproximar de uma modernidade cada vez mais aprisionadora. “O que somos” e “quem somos” dentro desse universo que se construiu a partir do final do século XIX, consolidou-se no século XX e iniciou o século XXI fortalecendo cada vez mais o conceito de mundo interligado. Vamos pensar sobre o assunto e debater!

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