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EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 2 NOVO ESTATUTO DA ORDEM DOS DVOGADOS DO BRASIL COMENTADO . Íntegra do Estatuto da OAB comentado (Lei nº. 8.906 , de 4 de julho de 1.994) . Código de Ética e Disciplina da OAB .Formulários para o Exercício de Advocacia e Postulação Corporativa -Edipel- RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 3 3ª edição 2.012 (BLOG do Pellizzaro) Advogado Reinaldo Assis Pellizzaro E-mail: reinaldo@pellizzaro.adv.br PELLIZZARO, Reinaldo Assis ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL COMENTADO Proibida a reprodução total ou parcial, sem permissão expressa do autor (Lei n° 5.988, de 14.12.73) EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 4 Á Anadir, minha companheira de todas as horas, e aos meus filhos Fábio, Denise, Enzo Sander, Cleonar, André Luiz, Fernanda e Michelle Karine, minha gratidão pela compreensão, no exercício da profissão de advogado que exige horas preciosas de ausência do esposo e pai. 0 Autor RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 5 Minha homenagem aos profissionais do direito, que desbastando a pedra bruta da atividade advocatícia, cinzelam a imagem da justiça dando-lhe polimento e brilho, incomparável. O autor EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 6 SUMÁRIO Apresentação.......................................................... 08 TÍTULO I - DA ADVOCACIA (Arts. 1° até 43) Capítulo I - Da Atividade de Advocacia.......... 12 Capítulo II - Dos Direitos do Advogado....... ..... 76 Capítulo III - Da Inscrição.................................. 109 Capítulo IV - Da Sociedade de Advogados........ 142 Capítulo V - Do Advogado Empregado............. 160 Capítulo VI - Dos Honorários Advocatício........ . 167 Capítulo VII - Das Incompatibilidades e Impedimentos........................................................ 182 Capítulo VIII- Da Ética do Advogado.................. 191 Capítulo IX - Da Infrações e Sanções Disciplinares.......................................................... 203 TÍTULO II - DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL ( Art.44 até 67 )PG.................................258 Capítulo I - Dos Fins e Da Organização............ 276 Capítulo II - Do Conselho Federal............. ....... 279 Capítulo III - Do Conselho Seccional................... 300 Capítulo IV - Da Subseção.................................. 310 Capítulo V - Da Caixa de Assistência dos Advogados...................................................... 318 Capítulo VI - Das Eleições e dos Mandatos.............................................................. 326 RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 7 TÍTULO III - DO PROCESSO NA OAB ( Art.68 até 77 Capítulo I - Disposições Gerais.............................326 Capítulo II - Do Processo Disciplinar.................... 341 Capítulo III - Dos Recursos................ 245 TÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS (Art.78/87)............................... 352 FORMULÁRIOS.................................................. 430 Bibliografia........................................................... 496 EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 8 APRESENTAÇÃO Ao iniciar este trabalho, tão logo me chegou às mãos o primeiro estudo do anteprojeto da Lei N° 8.906/94 agora publicada, jamais poderia imaginar que fosse de tamanha magnitude. Na verdade a necessidade de reforma de nossa vetusta e utilíssima Lei N° 4.215/63, era o clamor ouvido sempre que a classe dos advogados se reunia em congressos e conferências. A dinâmica da modernidade exigia que os advogados brasileiros, fossem organizados sob a égide de um novo ordenamento jurídico, mais consentâneo com a atual quadra da vida jurídica de nosso País. Desta forma como ao obreiro é necessário recolher o material, a ser utilizado para a construção da obra desejada, iniciamos nosso trabalho. A cada momento ouvíamos a advertência do magistrado ELIÉSER ROSA, que fez escrever ainda na RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 9 capa de seu maravilhoso livro LEITURAS DE PROCESSO CIVIL, o pensamento do imortal FLAUBERT: " Nunca se escreve o livro que se quer". A par de nos entregarmos ao estudo das normas corporativas, resgatamos ainda que na proporção mínima possível, a imensa dívida que temos para com nossa atividade de advocacia. Após mais de três décadas de labor advocatício, tudo o que sou e tenho devo a minha banca de advogado, à exemplo de tantos outros advogados, como o imenso RUI BARBOSA, que deixou escrito no mármore de nossa história corporativa e brasileira, verbis: " Sempre limitei os meus projetos e sonhos, na carreira profissional que elegi desde a primeira mocidade, a granjear, pelo trabalho honesto, crédito de exercer o meu ofício, com seriedade, competência e zêlo". Vivendo intensamente as lides forenses, dois de meus filhos decidiram por seguir os passos do pai, e minha filha ao que parece se inclina para ser advogada... EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 10 Como então, resgatar dívida tão grande, senão tomando nas mãos nosso Ordenamento Corporativo Máximo, e percorrendo palavra por palavra para comentá- lo, com a simples e sincera afeição de quem tributa o mais sincero sentimento de gratidão. Este livro foi concebido para a ser a ferramenta útil e de uso constante, como auxiliar na postulação diária, colocado sobre a mesa de trabalho sempre à mão de todos àqueles que fazem do direito a mais bela e nobre das profissões. Na verdade não tem a mais mínima pretensão doutrinária. Como pedra bruta, deverá ainda sofrer o talho do cinzel da crítica construtiva, e aí sim, após receber os doutos e indispensáveis suplementos daqueles que o compulsarem, terá alcançado o desejado polimento de perfeição, e para quem se dispôs a comentar com reconhecida modéstia será justo e de extrema valia. Contendo a Lei N° 8.906/94, artigo por artigo sob comento, fizemos inserir em capítulo especial quarenta formulários, que vai desde FICHA CONFIDENCIAL, que representa o primeiro contato com RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 11 o cliente até a PETIÇÃO INICIAL, passando pelas peças necessárias à postulação corporativa, não sendo outra a intenção senão tornar este livroo mais útil possível. Este é pois nosso contributo aos que fazem da ciência do direito o objetivo de suas existências, na certeza de que com a publicação deste livro não há limites para o homem que possui a capacidade de sonhar! Não é sem emoção que editamos através de nosso , BLOG do Pellizzaro, esta edição na esperança de que seja útil para todos aqueles que nos prestigiarem com suas visitas. O autor EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 12 LEI Nº 8.906, de 04 de julho de 1994 Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil OAB O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DA ADVOCACIA CAPÍTULO I DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA Art. 1º - São atividades privativas de advocacia: I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. §1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal. §2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 13 podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. §3º. É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. 1 – Natureza do Estatuto. O termo ESTATUTO, é derivado do latim statutumm ou statuere, que significa, estabelecer, constituir ou fundar; em sentido amplo, significa a lei ou regulamento em que se estabelecem as normas jurídicas institucionais ou orgânicas de uma coletividade, corporação pública ou particular. A criação da Ordem dos Advogados do Brasil, remonta aos primeiros tempos do Segundo Reinado, quando foi fundado o Instituto dos Advogados Brasileiros, no ano de 1.843. Foi, todavia, á luz do Decreto Nº. 1.940 de 18 de novembro de 1930, que foi editado para reorganizar a Corte de Apelação do Distrito Federal, que surgiu como entidade do serviço público brasileiro, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 14 Esta consagração, de inserção da OAB, no ordenamento jurídico pátrio, se deve à atuação do Desembargador André de Faria Ferreira e do Ministro da Justiça Osvaldo Aranha. Um ano após, pelo Decreto Nº. 2.784 de 14 de dezembro de 1931, foi editado, o denominado, Regulamento da Ordem, cuja redação se deve ao Dr. Levi Fernandes Carneiro, que teve sua vigência diferida pelo Decreto Nº. 2.266 de 28 de dezembro de 1932 para 31 de março de 1933. Quatro anos mais tarde, ou seja, em 1937 foi editada a Lei Nº 510, que alterou o Regulamento dando à entidade as feições hodiernas sendo totalmente derrogada pela Lei Nº 4.215 de 27 de abril de 1963, que foi expressamente derrogada pelo Estatuto, o dispor expressamente que: Art. 87 - Revogam-se as disposições em contrário, especialmente a Lei Nº 4.215, de 27 de abril de 1963; a Lei Nº 5.390, de 23 de fevereiro de 1968; o Decreto Nº 505 de 18 de março de 1969; a Lei Nº 5.681, de 20 de julho de 1971; a Lei Nº 5.842, de 6 de dezembro de RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 15 1972; a Lei Nº 5.960, de 10 de dezembro de 1973; a lei Nº 6.743, de 5 de dezembro de 1979; a Lei Nº 6.884, de 9 de dezembro de 1980; a Lei Nº 6.994, de 26 de maio de 1982, mantidos os efeitos da Lei Nº 7.346, de 22 de julho de 1985. Este atual Ordenamento Estatutário é o resultado do trabalho de uma Comissão de Sistematização, criada pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, tendo como Relator o Conselheiro PAULO LUIZ NETTO LOBO (AL), consubstanciado em 4 Títulos, 18 Capítulos e 87 Artigos. 2 – Da Advocacia. No primeiro Título, o Estatuto estabelece as normas corporativas cogentes que tutelam a atividade advocatícia, direitos do advogado, inscrição, sociedade de advogados, advogado empregado, honorários advocatícios, incompatibilidades e impedimentos, ética do advogado e finalmente infrações e sanções disciplinares. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 16 As condições legais, para o exercício da advocacia como profissão, exige formação científica, conforme a lei estabelecer, nos termos dos artigos insculpidos na Carta Política Brasileira; notadamente, o 5º inc. XIII, que determina soberanamente que: “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer”; e ainda o artigo 22, inc. XVI, que dispõe ser privativo da União legislar sobre as “ (...) condições para o exercício de profissões”; e finalmente o artigo 214, inc. IV e V, que estabelece o plano nacional de educação, para a “formação do trabalho”. Todavia, insta observar-se que o diploma ou certidão de graduação em Direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada, se constitui em, apenas um dos requisitos, para inscrição nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil; e, consequentemente habilitar para o exercício pleno da advocacia como profissão liberal. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 17 Hodiernamente, vem preocupando a classe dos advogados, a multiplicação dos Cursos de Direito. Sendo necessário fazer-se uma digressão de forma a pôr a lume, o mecanismo que permite e de certa forma, facilita a criação dessas unidades de Ensino Superior. Analisando-se as normas que orientam a autorização de funcionamento dos Cursos Jurídicos, vamos encontrar no artigo 207 da Constituição Federal, que: “As Universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos princípios da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. Já no ordenamento infraconstitucional destaca-se o Decreto Nº 105 de 25 de abril de 1991, que regulamentou a Lei Nº 5.540/68 e dispensou as Universidades de consulta prévia aos Conselhos de Educação dos Estados, para a criação de novos cursos jurídicos sob a justificativa de redistribuição de vagas EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 18 Com efeito dispõe o artigo 5º do referido Diploma Legal, que: “Salvo no caso das universidades, a redistribuição de vagas entre cursos da mesma instituição de ensino superior dependerá de prévia consulta ao Ministério da Educação, quanto a sua compatibilidade, com as prioridades previstas no parágrafo primeiro do artigo primeiro do Decreto-Lei Nº 574 de 1969, na redação dada pela Lei Nº 5.850 de 1972”. É bem verdade, que o atual ordenamento estatutário estabeleceu ser de competência do Conselho Federal: “Colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para a criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos”. ( Art. 53, inc. XV do EOAB). A busca de melhor solução será objeto do estudo que faremos ao analisar o artigo 8º do EOAB, que estabelece a obrigatoriedade do Exame de Ordem, e mais especificamente quando da RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISSPPEELLLLIIZZZZAARROO 19 análise do parágrafo primeiro daquele artigo que estabelece ser a aprovação no Exame de Ordem, condição obrigatória para inscrição nos quadros da OAB, regulamentado agora em provimento do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. 3 – Atividade de advocacia. Acometida a tarefa de elaboração da Lei Estatutária, ao próprio Conselho Federal da Ordem dos Advogados, compreende-se a imediata preocupação em elencar preambularmente os dispositivos que tutelam diretamente a atividade desenvolvida pelos advogados (Título I, Arts. 1º até 44); ficando para a Segunda parte o status juris, da entidade ( Título II, Arts. 45 até 65). Dir-se-ia que dispondo o ordenamento desta forma, feriu-se melhor técnica legislativa. Todavia nascendo no seio dos profissionais do Direito, este ordenamento estatutário, mesmo antecipando o advogado, como parte, do organismo a que pertence, ou seja, a organização da Ordem, EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 20 reveste-se de perfectibilidade jurídica formal e material como norma jurídica perfeita. Destinando-se o Estatuto, aos profissionais do Direito, o legislador deixa bem evidenciada a justificada preocupação, em editar uma lei da máxima importância, destinada a regular a atividade de advocacia, que por todos os títulos se reviste de dignidade e nobreza. Chegamos a essa conclusão ao analisarmos etimologicamente o termo atividade, que significa, exercício efetivo de função ou de dignidade, ou seja, a qualidade de quem é digno, respeitável, nobre, que detém autoridade moral, ética e de decoro. Desta forma a profissão do advogado é ungida em nosso Texto Político Máximo, como sendo indispensável para a administração da justiça, recebendo proteção especial para o desempenho de sua atividade profissional, ex vi, do artigo 133, com a seguinte redação: “O advogado é RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 21 indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. Significa que até mesmo no âmbito do Direito Administrativo, efetivo exercício da função coloca num mesmo e único plano o JUIZ EM ATIVIDADE, o PROMOTOR DE JUSTIÇA EM ATIVIDADE, e o ADVOGADO EM ATIVIDADE, ou seja, todos no mesmo nível, integrantes do quadro efetivo da administração da justiça. E mais, valendo-se do legislador da preposição de, ao ligar as palavras atividade de advocacia, (Capítulo I, Da Atividade de Advocacia), o legislador estatuário, deixou claro o sentido que deliberadamente exprimiu, a mais elevada importância daquela função do advogado; revestida de todos os predicados que lhe são inerentes e que culminam como sendo constitucionalmente indispensável à administração EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 22 da justiça, como objetivo último da prestação jurisdicional do Estado. Com efeito José CRETELLA JR., apoiando o princípio constitucional que impõe a indispensabilidade do advogado na administração justiça, afirma ser: “Correta a norma constitucional ao ressaltar a presença ou a indispensabilidade da presença e a atuação do advogado, nos processos cíveis e penais influindo na parte técnica da administração da justiça”.1 Na verdade o exercício de advocacia pode ser exercitado em causa própria, suscitando todavia atenção postulatória especial, devendo, ser ouvida a terrível advertência do emérito comentarista constitucional citado:” As partes, embora bacharéis em Direito, levam para as lides toda a carga de emotividade, em que são envolvidas. Os povos da língua inglesa têm famoso adágio a respeito: o advogado em causa própria tem como cliente um tolo”. Finalmente arremata asseverando RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 23 doutrinariamente que: “A regra jurídica constitucional ordena a presença de advogado, nos feitos, quer cíveis, quer criminais, pois esta atuação impede que inúmeros erros de técnica sejam cometidos, retardando a administração da justiça”.2 4 – Atividades privativas de advocacia. O Estatuto prevê, aqui, o exercício efetivo de função que somente pode conferida a advogado, ou seja, àqueles que estiverem regularmente inscritos nos quadros da Ordem. Essa exigência, decorre do fato de que o Bacharel, em qualquer profissão regulamentada, somente poderá exercê-la legalmente após inscrição no órgão de classe ao qual pertence. Desta forma pelo que se viu anteriormente, podemos sintetizar, que a Faculdade gradua o bacharel, que somente adquire o status da 1 CRETLLA JR., José. Comentários à Constituição de 1988. Rio de Janeiro. Editora Forense 2 CRETELLA JR., José. Obra. Cit. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 24 profissionalidade, após sua inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. É de observar-se que constitui infração disciplinar o exercício das atividades privativas dos advogados, quando por estes exercidas estando impedidos ou não, se estiverem regularmente inscritos nos quadros da OAB (Art. 35, inc. I). Nesse sentido é taxativo o Código de Processo Civil, ao determinar em seu artigo 36, que: “A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado”. Estabelecendo ainda que a falta de advogado constitui irregularidade de representação das partes, cuja verificação impõe ao juiz a suspensão do processo, e a determinação de regularização, penalizando severamente o desatendimento da imposição instrumental. É de ser admitido, que com implantação dos Juizados Especiais e de Pequenas Causas, sob a justificação da democratização e facilitação da RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 25 prestação jurisdicional pelo Estado, tem sido admitido a postulação sem a obrigatória presença de advogado. Todavia esta situação especial se constitui em exceção, posto que mesmo nos casos em que a lei faculta a dispensa de advogado, sua ausência, admita-se, em nada contribui para a igualdade postulatória das partes no exercício do contraditório e para a necessária distribuição da justiça. Daí porque, o Estatuto estabelecer ser atividade privativa de advocacia, portanto exercitada por advogado, “a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais”. (Art. 1º , inc. I, EOAB). 5 – A postulação privativa pelos advogados. Ao elencar os atos que somente poderão validamente geral efeitos legais, o legislador valendo-se do termo postulação, fora de EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 26 dúvida, tencionou dar uma dimensão que excede ao ato de peticionar, em juízo. Entendendo-se como peticionar, a elaboração da petição inicial (Art. 282, CPC) ou, contestação (Art. 300, CPC), vale dizer, o ato jurídico formal, assinado por advogado, dirigido ao órgão jurisdicional competente, objetivando a prestação da tutela jurisdicional nos casos e formas legais (Art. 2º do CPC), bem como a todos os órgãos da administração pública direta, indireta e fundacional. Desta forma, por força de lei, tanto a petição quanto a postulação têm sua validade e aceitação sujeitas à representaçãoobrigatória e personalíssima por advogado, quer como procurador da parte, ou mesmo agindo em causa própria. A lei estatutária estabeleceu, com precisão, a área de postulação exclusiva dos advogados, abrangendo todos os órgãos do Poder Judiciário, ou seja: Supremo Tribunal Federal, RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 27 Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Militares, Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (Art. 92 CF). Fazendo a lei inclusão expressa das disposições contidas no artigo 98 da Constituição Federal, os Tribunais da Justiça Comum e especializada, a exclusividade de postulação por advogados se estende às comarcas, varas e órgãos, que através de leis de organização judiciária, estrutura o funcionamento do Poder Judiciário, em primeiro grau de jurisdição judicial ou voluntária. Esta postulação exclusiva, inclui até mesmo, os denominados Juizados Especiais, e respectivas Turmas de Recursos. 6 – Atividades de consultoria. Consultoria, se constitui na atividade privativa da advocacia e pode ser caracterizada como a contratação de advogado, por particulares ou pelo Poder Público para orientação profissional de EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 28 caráter permanente; quer compulsando autos a fim de prestar esclarecimentos técnicos, ou ainda, opinar sobre determinadas situações de direito ou de fato. Assessoria, se caracteriza como a permanente presença do advogado ao lado dos interessados, para orientação jurídica na condução das causas até o julgamento final, assim como a orientação em assunto ou prestação de serviço profissional junto à autoridade com o fim de aconselhamento e orientação técnica. Direção jurídica, tipifica a posição de comando pelo advogado na condução de empresa particular ou mesmo pública, conduzindo-as na área jurídica de sua especialidade profissional. Analisando-se as três condições de atuação profissional, torna-se clara a intenção do legislador em atribuir ao advogado todas as atividades inerentes ao pleno exercício da sua profissão e ao seu ministério. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 29 O que proporciona segurança às partes interessadas, ampliando e privatizando a área natural de atuação laborativa dos profissionais do Direito. A importância da atividade de advocacia desempenhada pelos advogados na sociedade em vivemos, pode ser avaliada nas palavras do imenso Rui Barbosa, citado por Rubem NOGUEIRA: Advogado, afeito a não ver na minha banca o balcão do mercenário, considero-me obrigado a honrar a minha profissão como um órgão subsidiário da justiça, como um instrumento espontâneo das grandes reivindicações do direito, quando os atentados contra ele ferirem diretamente, através do indivíduo, os interesses gerais da coletividade. (Rui, O estado de sítio, sua natureza, seus efeitos, seus limites, Capital Federal 1892, pág. 70/1, discurso no Superior Tribunal Federal na Sessão Plenária de 23.04.92). 3 7 – Exclusão do habeas corpus. A legislação codificada exclui da área de atuação privativa do advogado o remédio constitucional que garante proteção àqueles que na dicção da nossa Carta Política: “ conceder-se-á habeas corpus, sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de 3 NOGUEIRA Rubem. O Advogado Rui Barbosa. Editora Gráfica Olímpica. 1.949. Rio de Janeiro. P.19 EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 30 locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. ( Art. 5º, inc. LXVIII CF); sendo nesse mesmo sentido o disposto pelo artigo 654 do Código de Processo Penal Brasileiro. Expressivamente conclusiva a justificação do legislador estatutário, para a exclusão, quando do envio da matéria à Câmara dos Deputados: “O artigo 133 da Constituição elevou à sede constitucional o preceito do Art. 68 da Lei Nº. 4.215, considerando o advogado como elemento indispensável à administração da justiça. Dessa indispensabilidade o projeto excepciona apenas o habeas corpus, porque, desde suas origens históricas configura garantia plena da cidadania, para cujo exercício não se pode exigir mediação obrigatória de profissional. O próprio juiz pode (ou deve) concedê-lo de ofício, sem qualquer pedido formal”. Importante assinalar as normas procedimentais extremamente liberalizantes do habeas corpus, conforme disposto pelo artigo 654 da Lei Adjetiva Penal: “O habeas corpus poderá RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 31 ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor ou de outrem, bem como pelo Ministério Público”; sendo que no parágrafo primeiro desse artigo, são enumerados os itens que devem compor o pedido: a) – nome da pessoa que sofre violência, coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) - declaração da espécie de constrangimento ou em caso de simples ameaça de coação, as razões em que funda o seu temor; c) a assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências. Dada a sua importância dispõe o parágrafo segundo, que: Os juízes e tribunais têm competência para expedi a ordem de habeas corpus, quando no curso do processo verificar-se EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 32 alguém sofre ou está na eminência de sofrer coação ilegal’. O legislado constitucional, por seu turno, fez insculpir no Texto Supremo, o princípio de que : “São gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e na forma da lei, os atos necessário ao exercício da cidadania”. 8 – Atos e contratos constitutivos de pessoa jurídica. A determinação de que os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados, é uma conquista da classe dos advogados. Importante se fazer referência ao termo visar, encontrado no texto estatutário, ou seja, o ato privativo do advogado de, após ler e analisar o contrato ou ato destinado constituir uma pessoa RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 33 jurídica, assinalar ou chancelar apondo sua assinatura e numero de inscrição na OAB. A aposição da assinatura pelo advogado de forma alguma transgride o disposto pelo artigo 35, inc. V, que o proíbe de “assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado”, pois aqui, não sendo o contrato ou ato de autoria do advogado ou mesmo que não tenha colaborado na sua elaboração, ao visa-los, estará cumprindo determinação estatutária expressa; alem do que, o ato de ler, visar, e validar seus efeitos jurídicos, já implica ter colaborado. Na verdade o dispositivo dilargou o que já estava consignado no Estatuto derrogado (Lei Nº. 4.215/63), que restringia essa exigência aos estatutos das sociedades civis e comerciais, submetidos a registro e arquivamento nas repartições competentes. Todavia como está escrito na lei, é derrogada a exclusão dessa exigência pelo disposto EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 34 no artigo 3º Parág. 9ºda Lei 6.939 de 9.9.1981, que instituiu o regime sumário de registro e arquivamento no Registro do Comércio, que fazia referência expressa ao disposto pelo Parág. 4º do artigo 71 da Lei 4.215/63 ao dispor que: “Não se aplica ao regime sumário, previsto neste artigo, o disposto no Parag. 4º do Art. 49 do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil”, ao limitar a participação obrigatória de advogado aos atos de registro. Registre-se finalmente que, a exigência legal é no sentido do advogado visar, tais contratos e atos, vale dizer, examinar atentamente os pressupostos de validade jurídica, para imprimir o selo de aprovação instrumental. A exigência vale para os atos condominiais, ou seja, o visto, nos atos que de criação da pessoa jurídica do condomínio edilício, é necessário para a sua validade. Poderá, todavia, manter-se o impedimento para visar tais contratos e atos, aos advogados que RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 35 mantenham vínculo laboral ou sejam funcionários das Juntas Comerciais ou de qualquer outro Órgão da Administração Pública, cujo óbice decorra de subordinação empregatícia. 9 – Vedada divulgação de advocacia com outra atividade. A proibição de divulgação de advocacia com outra atividade, visa proteger e dignificar a atividade da advocacia, evitando vulgarizá-la, ao anunciar seu exercício com outra atividades de somenos importância. É necessário, todavia, exigir-se com extremo rigor a observância desta determinação legal, eis que proliferam as mal elaboradas inscrições nos domicílios profissionais de advogados e escritórios “técnico-jurídicos”, e ainda nos malsinados impressos utilizados por esses escritórios de serviços burocráticos gerais. A vedação não alcança todavia a publicidade de titulação que leva ao destaque EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 36 científico de especialização numa das tantas e abrangentes áreas do direito. Art. 2º O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função social. § 2º No processo judicial, o advogado contribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus público. § 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta Lei. 1 – O advogado é indispensável à administração da Justiça. O dispositivo é colocado no Texto Estatutário, como pedra angular onde o legislador alicerça o ordenamento jurídico que sustenta a corporação. Reedita aqui o princípio constitucional insculpido no Texto Supremo. com a soberana dicção: “O advogado é indispensável à RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 37 administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”. ( Art.133 CF) É função essencial, e privativa do Estado administrar a justiça através dos órgãos que integram o Poder Judiciário, elencados no artigo 92 da Constituição Federal, com vistas a proteger os direitos inerentes a cidadania, enumerados no Preâmbulo da Carta Política Brasileira. Essa proteção se torna efetiva, pela prestação da tutela, requerida pela parte, ou seu interessado, nos casos e formas legais, ou seja, atendimento das normas procedimentais ditadas pelo artigo 2º do Código de Processo Civil, sendo a presença do advogado obrigatória, por imposição do que é estabelecido pelo artigo 36 do mesmo Diploma Adjetivo: “A parte será representada em juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe- á lícito, no entanto, postular em causa própria, quando tiver habilitação legal, ou não a tendo, no EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 38 caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou impedimento dos que houver”. Convém observar-se que a permissão para que a parte mesmo sem habilitação profissional postule em juízo, como previsto na parte final do dispositivo acima, foi derrogado em face do disposto pelo artigo 133 da Constituição Federal. Em face da disposição contida no artigo 133 de nossa Carta Política, restou derrogado o disposto pelo artigo 93, inc. IX do próprio Texto Constitucional, ao limitar a presença do advogado sempre que o interesse público exigir: “(...), em determinados atos, as próprias partes e a seus advogados ou somente a estes; isto porque, onde estiver presente o interesse público, com maior vigor será exigida a presença de advogado. Justifica-se todavia a dispensa de advogado na impetração de habeas corpus, como visto anteriormente, inobstante abrangência do disposto, pelo citado artigo 133 da Carta Política Brasileira. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 39 2 – Exercício da profissão de advogado. A profissão de advogado se define como a atividade de trabalho especializado, de advocacia, pelo qual a pessoa física graduada aufere recursos necessários a sua própria subsistência e de seus dependentes. No exercício da profissão advocatícia, podemos distinguir duas grandes classes de advogados: a) – A primeira é constituída por aqueles profissionais que exercitam atividade decorrente de qualificação profissional e intelectual com independência plena, auferindo honorários exclusivamente da profissão de advogado. b) - A Segunda é composta por advogados que inobstante dedicando-se preferencialmente à sua banca advocatícia, exercem cumulativamente outras atividades paralelas ligadas à advocacia. Tendo todas um forte liame, ou seja, o exercício efetivo da profissão de advogado EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 40 devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Insta fazer-se a necessária distinção entre o Bacharel em Direito, ou seja, aquele que é detentor do grau acadêmico em Ciências Jurídicas e Sociais, que é conferido por Faculdade de Direito; e o Advogado, identificado como aquele que é inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. A titulação de Bacharel, é consequência da conclusão do currículo mínimo estabelecido para colação de grau pela Faculdade de Direito, habilitando o titulado a ter acesso aos cargos, empregos e funções públicas vias concurso público e especialmente inscrever-se no quadro de advogados da Ordem dos Advogados do Brasil. Donde se conclui que a condição de Bacharel, ou seja, portador de diploma de graduação em direito, obtido por aprovação junto a Instituição de Ensino Oficialmente Reconhecida, é uma as condições para obtenção do título de Advogado. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 41 Portanto, os bacharéis, podem mediante concurso, integrar a Magistratura, Promotoria de Justiça, Delegacia de Polícia, investirem-se portanto em funções públicas, que não exijam o exercício por tempo mínimo da atividade advocatícia; os Advogados, sem embargo, não lhes seja vedado acesso àquelas funções públicas, podem ainda por força da inscrição exercer atividade advocatícia com independência em todos os setores da sociedade, conforme expressiva disposição inserida no Provimento Nº. 66 de 20.12.1988 do Conselho Federal da OAB: Art. 1 º - A advocacia compreende, além da representação, em qualquer Juízo,Tribunal ou repartição, o procuratório extrajudicial, assim como trabalhos jurídicos de Consultoria e Assessoria e as funções de Diretoria Jurídica. Parágrafo único. A função de Diretoria Jurídica em qualquer empresa pública, privada ou paraestatal, é privativa do Advogado, não podendo ser exercida por quem não se encontre inscrito regularmente na Ordem. Art. 2 º - É privativo dos advogados legalmente inscritos nos quadros da Ordem o assessoramento jurídico nas transações imobiliárias e na redação de contratos e estatutos de sociedades civis e comerciais, e a EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 42 elaboração e defesas, escritas e orais, perante quaisquer Tribunais e repartições. Art. 3 º - A elaboração de memoriais do âmbito da Lei do Condomínio no que concerne, estritamente, à sua fundamentação jurídica, também é privativa dos advogados legalmente inscritos nos quadros da Ordem. Art. 4 º - É vedado aos advogados prestar serviços de assessoria e consultoria jurídica para terceiros, através de sociedades de prestação de serviços, inclusive de cobrança de títulos ou atividades financeiras de qualquer espécie, se essas entidades não puderem ser inscritas na Ordem dos Advogados do Brasil. Art. 5 º - A prática dos atos previstos no art. 71, da Lei nr. 4215/63, por profissionais e sociedades não inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil, constitui exercício ilegal da profissão, a ser punido na forma da lei penal. Esta abrangente área de atividade, inobstante disposta por provimento erigido sob a égide da vetusta Lei Nº 4.215/63, derrogada, encontra prefeita consonância com o Estatuto vigente. 3 – Ministério privado do advogado. Dispõe o Estatuto que no seu ministério privado, o RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 43 advogado presta serviço público e exerce função social; analisando-se exegeticamente o dispositivo, conclui-se que ministério privado do advogado, deve ser entendido, como sendo o advogado órgão que integra a ordem jurídica do Estado, indispensável a consecução de seus objetivos de manter a ordem social e política. Vale dizer, que o advogado inobstante ser considerado como órgão do Estado, exerce sua atividade profissional com liberdade, desvinculado do Poder Público, não estando sujeito hierarquicamente a qualquer entidade ou pessoa. 4 - O advogado presta serviço público. O advogado no exercício de seu ministério privado, presta serviço público, pois se dedica no atendimento das necessidades gerais e essenciais da sociedade, para que esta possa subsistir e desenvolver-se. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 44 Deve-se todavia observar que constitui serviço público aquele que o Estado diretamente presta aos cidadãos; via de regra, tais serviços são privativos da administração pública. Dado seu caráter de essencialidade somente o Estado deve prestar o serviço público, sem delegação a terceiros que não sejam funcionários públicos devidamente investidos na função administrativa, mesmo porque exigem atos de império e medidas compulsórias, em relação aos administrados. Todavia, dada importância da atividade exercida pelo advogado, adquire status de serviço público, pois excede em muito a utilidade pública, tais como, concessionários, permissionários ou autorizatórios de serviço público. Portanto, o advogado se caracteriza no livre exercício de sua atividade profissional como órgão que efetivamente integra a ordem jurídica de caracter privado, indispensável ao atendimento das RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 45 necessidades essenciais da sociedade, sendo inviolável por seus atos e manifestações nos limites da lei. 5 – O advogado exerce função social. Efetivamente o advogado exerce função social, ao prestar relevante serviço para a organização e o desenvolvimento da sociedade, e o faz, em tal grau de importância e imprescindibilidade que não encontra outra profissão a que se equipare; prova disso é o compromisso de atendimento gratuito àqueles que não têm recursos para pagamento de despesas processuais e consequentemente de honorários profissionais. Com efeito constitui-se em infração disciplinar recusar o advogado, sem justo motivo prestar assistência advocatícia em virtude de ausência ou deficiência da Defensoria Pública ( Art. 35, XII do Estatuto). Nesta ordem de abordagem, sendo o advogado o primeiro a manter contato com as partes litigiosas, tornam-se verdadeiros conciliadores e EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 46 defensores públicos, ouvindo e aconselhando pacientemente, a todos aqueles que no recinto sigiloso de sua banca, atende profissionalmente a todos, numa verdadeira prestação de serviço publico. 6 – Atuação profissional do advogado no processo judicial. O Estatuto estabelece a linha de conduta profissional do advogado, no processo judicial, cujos atos são praticados sob a forma de premissas: primeira, contribuir na postulação de decisão favorável ao seu constituinte; segunda, contribuir para o convencimento do julgador; terceira em, conclusão, resulta que, seus atos constituem múnus público. Como processo judicial, deve ser entendido o instrumento da atividade advocatícia que busca a obtenção da prestação jurisdicional, acolhendo, ou não, a pretensão das partes litigantes, ou seja, o Autor formulando o pedido e o Réu oferecendo oposição, ex vi, do disposto pelo artigo 5º, inc. LV da Constituição Federal. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 47 A contribuição do advogado, conforme colocado, tem dois momentos bem distintos: Primeiro é buscar uma decisão favorável para o seu constituinte e o segundo é levar ao julgador elementos que o conduzam a verdade real, e que esta seja efetivamente favorável ao seu cliente. Constitui-se numa verdade incontestável que o advogado é o primeiro julgador dos fatos expostos no processo para o convencimento do juiz; este é o momento crucial da vida profissional do advogado, que deve ter conhecimento técnico- jurídico que o habilite a postular corretamente e antever o julgamento favorável ao seu cliente; e postura ética para somente iniciar o processo judicial e formular o pedido se atender aos preceitos do direito e da moral. Em ambos os momentos, há que se ter presente os deveres éticos de lealdade e boa fé, conforme ditados pelo Código de Processo Civil, com a seguinte redação: EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 48 Art. 14 – Compete às partes e aos seus procuradores: I – Expor os fatos em juízo conforme a verdade; II - proceder com lealdade e boa-fé; III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; IV - não produzir provas, nem praticar tos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito. Ainda neste sentido pode-se afirmar que o advogado na busca da decisão favorável, atendidos os pressupostos de observância ao direito e a moral, pode e deve ser absolutamente parcial. Assim foi o luminar Rui Barbosa, que como advogado da parte que em processo judicial, suprimia certos ângulos da equação jurídica, para evidenciar outros que melhoratendiam a tese defendida. Prova dessa conduta, é o registro histórico de sua atuação profissional no famoso caso de anistia inversa, que ao confrontar-se no processo RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 49 judicial com o não menos formidável advogado Medeiros de Albuquerque, foi por este acusado de mutilar no corpo das alegações finais certa citação inglesa, ao que Rui Barbosa, teria respondido: “Se que me houvesse proposto a escrever trabalho didático sobre a anistia, a teoria completa sobre o assunto, comprometendo-me a desempenhar uma tarefa científica, o meu dever seria, então, ventilar imparcialmente a doutrina sobre todos os lados. No meu papel de advogado, porém, a parcialidade era uma atitude natural”. 4 7 – Os atos praticados por advogado constitui-se munus publico. A atividade advocactícia por sua importância se constitui em encargo que transcende a atividade privada, pois tem como escopo o bem comum, tamanha a 4 NOGUEIRA Rubem. Obr. Cit.p.29 EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 50 grandeza e magnitude como se desenvolve na sociedade. 8 – Inviolabilidade do advogado. A inviolabilidade do advogado é prerrogativa legal, conferida pelo Estatuto, para assegurar o pleno desempenho da atividade advocatícia. Esta prerrogativas, que representam a necessária proteção decorrem do fato de que, o profissional do direito milita em área de notória turbulência social, intermediando o interesse conflitante das partes, justificando-se por isso a proteção especial prevista pela norma estatutária. A inviolabilidade por atos e manifestações, ocorre internamente ou seja no âmbito dos processos e tribunais bem como externamente em seu local de trabalho ou onde quer que esteja desempenhando sua atividade profissional. Do ponto de vista doutrinário não pode ser confundido inviolabilidade, que significa, a RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 51 exclusão da punibilidade em face do cometimento de certos atos, com imunidade, que é própria dos parlamentares, que somente respondem a processo criminal mediante prévia autorização do parlamento que integram no exercício do mandato. Por conseguinte a inviolabilidade exclui o crime, enquanto que a imunidade parlamentar impede o processo, enquanto não autorizado pelo Parlamento. A inviolabilidade, exclui os crimes de difamação e de injúria que são capitulados pelos artigos 139 e 1490 do Código Penal Brasileiro, cometidos pelo advogado no exercício da profissão quer seja por atos ou por palavras. Sendo que esta disposição amplia a proteção prevista pelo artigo 142 do Código Penal, que dispõe: “Não constituem injúria ou difamação punível: I – a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou seu procurador”. A jurisprudência pacificou entendimento, no sentido de ampliar a área da proteção agora EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 52 transformada em lei, sendo expressivos os arestos no sentido de que: “Não há difamação, se o ânimo foi tão só o de narrar fatos indispensáveis à fundamentação da ação cível proposta (TACrSP, RC. 228407, in RT.541/385); ainda, “cabe imunidade (= inviolabilidade), se há nexo, ainda que remoto, entre o litígio e a ofensa (TACrSP, AC 263/335, Julgados 67/120 e RT 552/322); sendo que a exclusão alcança qualquer espécie de causa ou forma de processo (TAMG, RC 677, 263/335), e finalmente, exclui a tipificação quando praticada a transgressão no bojo dos autos, no exercício da atividade advocatícia (TACrSP, HC. 92096, in, RT.530/340). Sendo que tal garantia de atuação encontra limites ditados pela própria lei estatutária, quando estabelece os deveres dos advogados e prevê punição por infrações disciplinares. Sem embargo, o advogado goza de imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis quaisquer RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 53 manifestações de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções a que esta sujeito perante a Ordem dos Advogados pelos excessos que cometer (Art. 7º Parág. 2º EOAB). Os tribunais vêm se mantendo reticentes, tratando com certo rigor condenatório, as ofensas irrogadas contra juízes. Todavia oportuno assinalar-se que o próprio Supremo Tribunal Federal assevera que o “magistrado deve ser tolerante com excesso de crítica dos advogados”. (STF, RHC 56490, RTJ 87/854), aliás, este entendimento melhor atende a amplitude da exclusão encontrada no Código Penal, Celso DELMANTO 5 coloca o juiz no processo na condição de parte CPP. Art. 95, inc. I e CPC Art. 312), cujo entendimento veio agora consagrar-se no novo ordenamento corporativo. 5 DELMANTO Celso. Código Penal Comentado. Editora Renovar 1986. p.241. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 54 Art.3 º - O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). § 1 º . Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, alem do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas entidades de administração indireta e fundacional. § 2 º . O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no artigo 1° na forma do Regulamento Geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste. 1. Exercício da atividade e denominação privativa dos advogados. Da inscrição regular nos quadros da Ordem decorrem duas consequências de máxima importância, ou seja, o exercício privativo da atividade postulatória e o uso da denominação de advogado em todo o território nacional. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 55 O inicio da classe dos advogados remonta à data do Reinado de Afonso V, quando surgiram as Ordenações Affonsinas, organizadas em Portugal por João Mendes e outros luminares. Quando as Ordenações e Leis de Portugal, por determinação do Rei Dom Felipe foram recompiladas, exigia-se para os advogados oito anos de estudos na Universidade de Coimbra , de Direito Canônico ou Direito Civil e que o advogado possuísse o livro das Ordenações não podendo "requerer ou aconselhar contra elas". Todavia registra a História Universal que foi em Roma que a advocacia teve seu traço mais marcante, sendo que aos cidadãos romanos era permitido constituir mandatário ad litem o gognitor que representava a parte interessada na sorte da quaestio. Já ao tempo da República haviam duas espécies de advogado, o patronus ou causidicus que oralmente defendia no pretório o direito de seus constituintes e finalmente o advocatus cuja função era assessorar a parte ou seu patrono. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 56 Este trabalho eminentemente intelectual exigia estudossomente encontrados no silencio de seus gabinetes, que os foi afastando de lugares públicos, transformando-os em jurisconsultos que iluminaram o mundo com suas obras. A advocacia como profissão liberal, exige dois requisitos imprescindíveis, sendo o primeiro de ordem legal e o segundo de ordem pessoal. Aquele se assenta no atendimento ao principio constitucional que garante a liberdade do exercício da profissão " atendidas as qualificações profissional que a lei, (ou seja, o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil) estabelecer ". A Lei Corporativa Federal impondo-se a observância em todo o território nacional, estabelece em seu artigo 8°, as condições mínimas necessárias para a inscrição. Já as condições pessoais dizem respeito aos requisitos de ordem física especialmente mentais e acima de tudo morais, e neste passo se deve ter presente a terrível advertência do insigne advogado Rui Barbosa, citado por Rubem RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 57 NOGUEIRA: “uma das primeiras necessidades de qualquer causa é a integridade moral de seu patrono, o prestigio de sua sinceridade".6 Assim como as Nações de primeiro mundo se colocam no topo do desenvolvimento econômico alcançando o mais alto nível de riqueza e bem estar de seu povo, porque eliminaram o vírus da corrupção há mais de uma década; também a Ordem dos Advogados deve valer-se de mecanismos poderosos para evitar o retorno ao tempo em que o advogado, sendo leigo, servia aos interesses dos particulares, que de mandavam entre si quedando-se o Estado como mero espectador. Naquela malsinada quadra da nossa história o triunfo era inexoravelmente alcançado pelo mais forte, pelo mais astuto, pelo mais esperto, pelo chicaneiro. Todavia com a evolução da sociedade , assumindo o Estado sua superior função de julgar com vistas a aplicação de leis igualitárias na defesa 6 NOGUEIRA, Rubem. O Advogado Rui Barbosa Editora Olímpica l949. p.428 EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 58 do direito e obtenção da justiça, a atuação do advogado passou a exigir padrões de moralidade ditada por normas éticas que justificam o privativa denominação de advogado e o consequente exercício da atividade de advocacia. 2. Exercem atividade de advocacia...O Estatuto, faz integrar o Quadro da Ordem, exigindo sua inscrição e observância das determinações corporativas os advogados que atuarem em áreas criadas por lei. Quer diretamente vinculadas ao poder publico central ou quaisquer outras entidades de administração direta ou fundacional da União, Estados e Municípios. A lei estabelece a esses advogados os impedimentos legais, conforme se verá no estudo do Art. 28 e seguintes, sendo que aqui o objetivo é claro no sentido, de impor a esses profissionais as normas desta Lei. O que implica em não se fazer distinção entre os profissionais independentes e aqueles RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 59 vinculados a órgãos da administração, estando nesta situação os advogados que integrarem a Advocacia Geral da União, Procuradoria Geral da União, Procuradoria da Fazenda Nacional, Defensoria Pública, Consultorias Jurídicas das entidades de direito público. 3 - Situação dos estagiários. Estagiário se identifica como aquela pessoa que estiver freqüentando os últimos anos do curso jurídico e se exercite regularmente sobre técnica de postulação. Este aprendizado de ordem prática pode ser mantido pelas próprias instituições de ensino superior, por escritórios de advocacia credenciados pela Ordem dos Advogados sendo obrigatório o estudo do Estatuto e do Código de Ética e disciplina.. Como se verá quando no estudo do Capítulo III, que cuida da inscrição nos Quadros da Ordem, para o deferimento de inscrição do estagiário são exigidos requisitos mínimos iguais ao EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 60 advogado, excepcionado o diploma de graduação em direito. 4 - Pratica de atos conforme Regulamento Geral. Os atos afeitos aos estagiários são aqueles elencados no artigo 2°, subordinado todavia a condição da presença de advogado e sob responsabilidade deste. Note-se que constitui infração disciplinar o advogado que assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado (Art. 35, V), vale dizer que o termo em conjunto encontrado na lei, significa que o advogado deve colaborar efetivamente dos atos referendados. Não se pode todavia confundir o ato de assinar escrito destinado a processo judicial de autoria de terceiro com o simples visto em contrato social, sendo este ultimo permitido e até exigido pelo Estatuto. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 61 Por fim há que destacar-se a necessidade de elaboração do que o legislador denomina de Regulamento Geral que deverá estabelecer a forma de atuação do estagiário, que se faz necessário ser de certa amplitude eis que regularmente inscrito nos Quadros da Ordem. Art.4° - São nulos os atos privativos de advogado praticado por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas. Parágrafo único - São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia. 1 - Nulidade dos atos praticados por pessoa não inscrita na OAB. O Estatuto defende com extremo rigor, a pratica dos atos privativos dos profissionais regulamente inscritos nos Quadros da Ordem, advogados e estagiários. A nulidade, está prevista no artigo 145 do Código Civil, que estabelece em seu inciso V que a EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 62 lei retira o efeito jurídico do ato," quando a lei taxativamente o declarar nulo ou lhe negar efeito". Sendo que o mesmo pergaminho substantivo estabelece no seu artigo 145, que tais nulidades podem ser alegadas por qualquer interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe couber intervir. Todavia " Devem ser pronunciadas pelo juiz, quando conhecer do ato ou de seus efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo permitido supri-las, ainda a requerimento das partes" (Art.146 CC, parágrafo único). Por seu turno o Código de Processo Civil, impõe as partes a obrigatoriedade de alegar a nulidade dos atos na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos sob pena de preclusão; não se aplicando todavia esta exigência legal "às nulidades que o juiz deva decretar de ofício" (Art. 245, parágrafo único do C.P.C.). Tratando-se pelos termos autoaplicáveis da lei de nulidade absoluta, estamos cuidando de RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 63 atos que nunca geram efeito ab ovo, não sendo passível de ratificação ou qualquer forma de convalidação. Desta forma o advogado deve fazer constar quando de sua qualificação, imprescindivelmente na procuração, e mesmo na inicial ou contestação, as expressões:...,regularmente inscrito na OAB Seccional de ( sigla da unidade da federação ) sob N°...; Não sendoobedecida esta exigência legal, fica sujeito a declaração de nulidade dos atos processuais praticados. Dentre as preliminares possíveis de serem suscitadas exsurge agora com a entrada em vigor deste Estatuto, a decretação nulidade dos atos praticados por advogado por falta de indicação de inscrição na OAB, que sendo nulos não ensejam ratificação á guisa de convalidação. Tão importante é esta exigência legal que desde logo oferecemos proposta de redação para a prefacial ( Art. 301 CPC ), ou mesmo para EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 64 requerimento a ser feito pelo Autor ( Art.5°, LV da CF usque 398 CPC ) na impugnação... " I - DAS PRELIMINARES 1.1 - Tendo o ilustre Procurador do A. omitido sua inscrição regular na OAB, requer prefacialmente seja reconhecida a nulidade dos atos por ele praticados no processo, a teor do disposto pelo art.4° da Lei N° 8.906/94 (Estatuto da OAB), e decretada a extinção do processo." 2 - Sem prejuízo das sanções civis. Em face da nulidade dos atos praticados por pessoa não inscrita nos Quadros da Ordem, obriga-se aquele que os praticou a indenizar a titulo de perdas e danos os prejuízos causados pela transgressão da norma legal. Exponenciais tratadistas, oferecem preciosos estudos sobre a responsabilidade civil do advogado, destacando que ela decorre da aplicação das normas do Código Civil, do Código de Processo Civil, do Estatuto da Ordem dos RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 65 Advogados e finalmente do Código de Ética e Disciplina. Como mandatário da parte o advogado responde por danos causados ao mandante por força do vínculo contratual decorrente da procuração (Art. 1.300 do Código Civil). Destarte, objetivamente a sanção civil decorre do vínculo obrigacional da representação decorre da prática de atos sabidamente nulos que ocasionem danos ao mandante. 3 - Sanções penais. Com efeito dispõe o Código Penal, Decreto-Lei N° 2.848 de 7 de dezembro de 1.940 em seu Título IV, Parte Final: “Art.205 - Exercer atividade de que está impedido por decisão administrativa: Pena detenção de três meses a dois anos ou multa”. Já a Lei das Contravenções Penais, Decreto-Lei Nº. 3.608 de 3 de outubro de 1941, estabelece: "Art.47 - Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que exerce sem preencher EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 66 as condições a que por lei está subordinado o exercício: Pena: Prisão simples, de quinze dias a três meses ou multa." Resulta pois claro, que a lei menor pune como contravenção aquele que praticar atos privativos de advogados sem preencher as condições legais, ou seja inscrição na Ordem dos Advogados, enquanto que a lei penal tipifica como crime a pratica destes mesmos atos. 4. Sem prejuízo ainda, das sanções administrativas. Estas sanções escapam do âmbito da Ordem dos Advogados, sendo esta restrita aos advogados inscritos não há como punir-se. Todavia esta situação de transgressão as normas internas da corporação poderão constar de registro especial, como óbice ao deferimento de pedido de inscrição do transgressor. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 67 5. São também nulos os atos praticados por advogado impedido. O legislador estatutário impede que aqueles profissionais do direito mesmo inscritos nos Quadros da Ordem, pratiquem atos privativos de advogados no âmbito do impedimento. Com efeito o impedimento se caracteriza como a proibição parcial do exercício da advocacia, sendo de natureza objetiva nos casos e formas expressamente consignados na lei, ex vi do Art. 29 deste Estatuto. 6 - Advogados suspensos, licenciados ou que exerçam atividade incompatíveis com a advocacia. Há que se fazer uma distinção entre as condições inibidoras do livre exercício da profissão dos advogados, ou seja, advogados suspensos, licenciados, e que exercem atividades incompatíveis. Os advogados, suspensos, são aqueles que submetidos a processo contraditório EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 68 corporativo forem apenados por infração disciplinar, prevista pelo artigo 38 do Estatuto; por cometimento de transgressões tais como, fraude postulatória, ou ainda, imputação de crime sem autorização do constituinte. A lei pune com a pena de nulidade dos atos praticados aqueles que mostrarem contumácia nas transgressões disciplinares que ficarão sujeitos a aplicação da pena de suspensão a teor do Art.38 inc. II do Estatuto. Já licenciado, identifica o advogado, que requerer por motivo justificado a paralisação temporária do exercício da profissão; ou que, transitoriamente passar a exercer atividade incompatível com o exercício da advocacia; ou mesmo for acometido de doença mental considerada curável. (Art.12 do Estatuto) Importante observar-se que em se tratando de ato praticado por advogado licenciado pertencente a sociedade de advogados a pena de nulidade será relevada se firmado por sócio RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 69 legalmente desimpedido. ex vi do Art. 16, $ 2. do Estatuto). Finalmente, atividades incompatíveis, são aquelas expressamente referidas pelo Estatuto e que impedem o deferimento da inscrição conforme exigências necessárias preconizadas pelo legislador no artigo 8° desta Lei. Art. 5° - O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato. § 1° - O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração , obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período. § 2° - A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais. § 3 º - O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 70 1 - O advogado postula fazendo prova do mandato. O termo postula deixa evidente a intenção do legislador estatutário em dar a atividade advocacia a maior amplitude possível. E referindo- se a postulação em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato, como contrato originado do direito romano, onde denominava-se mandatum. A atividade exercida pelo advogado em juízo implica na prova do mandato geral para o foro, sob a égide do direito adjetivo (Art. 38 do Código de Processo Civil), já aquele recebido para atividades extrajudiciais, deve atender as regras do direito substantivo (Art. 1.288 do Código Civil). A prova do mandato, é exigência legal e a sua não apresentação no prazo implica na inexistência dos atos praticados pelo advogado que se sujeita a responder por perdas e danos. 2 - O advogado afirmando urgência pode postular sem mandato. O mandato define-se como o ato jurídico pelo qual o mandante se faz RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 71 representar pelo mandatário para praticar atos ou administrar interesses (Art. 1.288Código Civil). O mandato se prova pelo instrumento de procuração que é poderá ser dispensada ao advogado que afirmar urgência para a pratica dos atos de representação. Ficou pois garantida, a postulação cuja aceitação é uma imposição do status de advogado, sem se submeter ao arbítrio da autoridade a qual se dirige. Fazendo reviver-se a figura do mandato verbal, que tem sua existência até o término do prazo concedido a apresentação do instrumento de procuração como se verá. O prazo para o advogado fazer a prova do mandato é de quinze dias prorrogável por igual período. Resta pois, saber-se se esta prorrogação, se opera sem requerimento formal pelo advogado interessado na dilatação do prazo. Entendemos que a regularização da representação postulatória objetiva a prestação da EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 72 tutela jurisdicional; como tal implica na iniciativa da parte interessada requerer, ex vi do disposto pelo artigo 2º. do Código de Processo Civil, sem que todavia se lhe imponha a necessidade de justificar justo impedimento pois seu direito a prorrogação decorre de lei, expressis verbis. Sujeitando-se todavia o advogado a ratificar os atos praticados, sob pena de serem havidos como inexistentes respondendo o advogado por despesas e perdas e danos. 3 - Amplitude dos poderes da procuração geral para o foro. O Estatuto segue a linha da legislação adjetiva civil, ao abandonar a vetusta denominação ad judicia, para estabelecer a forma genérica de outorga de poderes para a postulação em qualquer juízo ou instância, sob a denominação de procuração geral para o foro (Art. 38 CPC). Poderes especiais, são elencados pelo ordenamento instrumental civil: receber a citação RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 73 inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso. Mesmo postulando fora do Juízo, a procuração deverá especificar os poderes expressos para a pratica de atos que excedam a simples administração. Importa asseverar-se que tanto na procuração geral para o foro como aquela outorgada pela parte ao advogado para praticar atos extrajudiciais, guardam alguns traços comuns bem claros: a) - A confiança é pressuposto imprescindível para a existência do mandato; b) - dependendo da natureza da representação pode ser outorgado por instrumento publico ou particular; c) - independem de testemunhas instrumentais e autorização conjugal; EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 74 d) - para validade se exige o reconhecimento da firma do mandatário. 4 - Renúncia do mandato. O Estatuto, repete orientação de ordem mandamental adjetiva e substantiva, (Art. 45 CPC e 1.320 do CC). Devendo o mandante ser notificado da renúncia prosseguindo o advogado na representação pelo prazo de dez dias afim de evitar prejuízo. Cessando todavia a representação em decorrência da outorga pelo mandante de procuração a novo procurador judicial. Insta anotar-se que a superposição de procuração, implica na revogação da procuração outorgada ao procurador anterior. Todavia não implica em renúncia, sujeitando o mandante ao pagamento dos honorários contratados ou aqueles que forem arbitrados em ação especial pelo procurador prejudicado. Sem prejuízo da verificação da transgressão ética cometida pelo novo procurador. RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 75 Releva anotar-se que o substabelecimento de mandato sem reserva de poderes, importa em renúncia, devendo o mandatário atentar para duas situações: 1ª. Notificação do substabelecimento ao mandante, ou seja, o mandatário deverá notificar o mandante da ocorrência do substabelecimento, eis que ocorreu ato equivalente a renúncia de poderes, continuando na representação por dez dias. 2ª. Anuência do mandante no substabelecimento, ou seja, o mandatário que substabelecer fará com que o mandante assine no ato de substabelecimento concordando com a substituição do procurador. EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 76 CAPÍTULO II DOS DIREITOS DO ADVOGADO ART. 6° - Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo-se todos consideração respeito recíprocos. Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho. 1 - Direitos do advogado. O termo direito, deve ser analisado no seu significado jurídico, como o conjunto de normas dotadas de coatividade que tem por objetivo, assegurar a RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 77 atividade do profissional devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. Aqui vamos encontrar o direito, como tradicionalmente, considerado pelos civilistas ou seja norma agendi, ou ainda, a regra jurídica escrita: a lei, elaborada pelo legislador no cumprimento do mandato, outorgado pelo povo, como expressão do exercício de cidadania. E ainda como facultas agendi ou seja, a garantia da faculdade de agir de aqueles que estando inscritos nos Quadros da Ordem, poderem se dedicar a advocacia profissionalmente. Insta registrar-se que dos direitos do advogado elencados pelo Legislador Federal Estatutário, à luz dos preceitos constitucionais que circunscreve a matéria, deixa evidente que atribuiu- se aos advogados, a exponencial tarefa de guardiães dos Direitos e Garantias Fundamentais, insculpidos no Capítulo I, artigo 5º da Constituição Federal. Eis que o Estatuto, ao cuidar dos direitos do advogado, reedita aqueles direitos EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 78 constitucionais, que se constitui em apanágio de conquista da sociedade hodierna, onde pontifica o advogado como seu mais lídimo defensor. 2 - Tratamento a ser dispensado aos advogados. O legislador estabelece a forma de relacionamento do advogado com autoridades e servidores conforme exige a dignidade da profissão advocatícia. Neste sentido, divide a maneira de atuação profissional, em dois planos: no primeiro é colocado o relacionamento pessoal, exigindo tratamento compatível com o que denomina de dignidade da advocacia; enquanto que no segundo, prescreve as condições de trabalho adequadas ao desempenho profissional. Art. 7° - São direitos do advogado: I - exercer, com liberdade a profissão em todo território nacional; RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 79 II - ter respeitada em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspondência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca e apreensão determinada por magistrado e acompanhada de representante da OAB;
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