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15-Pellizzardo-LIVRO-Estatuto_da_OAB_comentado

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EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOVO ESTATUTO DA 
ORDEM DOS DVOGADOS 
DO BRASIL COMENTADO 
 
 
 
 
. Íntegra do Estatuto da OAB comentado (Lei nº. 8.906 , 
de 4 de julho de 1.994) 
 
 . Código de Ética e Disciplina da OAB 
 
 
 .Formulários para o Exercício de Advocacia e 
Postulação Corporativa 
 
 
 
-Edipel- 
 
 
 
 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3ª edição 2.012 
 
(BLOG do Pellizzaro) 
 
Advogado Reinaldo Assis Pellizzaro 
 
E-mail: reinaldo@pellizzaro.adv.br 
 
 
 
PELLIZZARO, Reinaldo Assis 
 
ESTATUTO DA ORDEM DOS ADVOGADOS 
DO BRASIL COMENTADO 
 
 
 
Proibida a reprodução total ou parcial, sem permissão 
expressa do autor 
 
 (Lei n° 5.988, de 14.12.73) 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Á Anadir, minha companheira de todas as horas, e aos meus filhos Fábio, 
Denise, Enzo Sander, Cleonar, André Luiz, Fernanda e Michelle 
Karine, minha gratidão pela compreensão, no exercício da profissão de 
advogado que exige horas preciosas de ausência do esposo e pai. 
 
0 Autor 
 
 
 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Minha homenagem aos profissionais do direito, que 
desbastando a pedra bruta da atividade advocatícia, 
cinzelam a imagem da justiça dando-lhe polimento e 
brilho, incomparável. 
 
O autor 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 6 
 
SUMÁRIO 
 
 
Apresentação.......................................................... 08 
 
 
TÍTULO I - DA ADVOCACIA (Arts. 1° até 43) 
 
Capítulo I - Da Atividade de Advocacia.......... 12 
Capítulo II - Dos Direitos do Advogado....... ..... 76 
Capítulo III - Da Inscrição.................................. 109 
Capítulo IV - Da Sociedade de Advogados........ 142 
Capítulo V - Do Advogado Empregado............. 160 
Capítulo VI - Dos Honorários Advocatício........ . 167 
Capítulo VII - Das Incompatibilidades e 
Impedimentos........................................................ 182 
Capítulo VIII- Da Ética do Advogado.................. 191 
Capítulo IX - Da Infrações e Sanções 
Disciplinares.......................................................... 203 
 
TÍTULO II - DA ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL ( Art.44 até 67 )PG.................................258 
 
Capítulo I - Dos Fins e Da Organização............ 276 
Capítulo II - Do Conselho Federal............. ....... 279 
Capítulo III - Do Conselho Seccional................... 300 
Capítulo IV - Da Subseção.................................. 310 
Capítulo V - Da Caixa de Assistência 
dos Advogados...................................................... 318 
Capítulo VI - Das Eleições e dos 
Mandatos.............................................................. 326 
 
 
 
 
 
 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 7 
 
TÍTULO III - DO PROCESSO NA OAB ( Art.68 até 77 
 
Capítulo I - Disposições Gerais.............................326 
Capítulo II - Do Processo Disciplinar.................... 341 
 
 
Capítulo III - Dos Recursos................ 245 
 
TÍTULO IV - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E 
TRANSITÓRIAS (Art.78/87)............................... 352 
 
FORMULÁRIOS.................................................. 430 
 
Bibliografia........................................................... 496 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 8 
 
 
 
 APRESENTAÇÃO 
 
 
Ao iniciar este trabalho, tão logo me chegou às 
mãos o primeiro estudo do anteprojeto da Lei N° 8.906/94 
agora publicada, jamais poderia imaginar que fosse de 
tamanha magnitude. 
 
Na verdade a necessidade de reforma de nossa 
vetusta e utilíssima Lei N° 4.215/63, era o clamor ouvido 
sempre que a classe dos advogados se reunia em 
congressos e conferências. 
 
A dinâmica da modernidade exigia que os 
advogados brasileiros, fossem organizados sob a égide de 
um novo ordenamento jurídico, mais consentâneo com a 
atual quadra da vida jurídica de nosso País. 
 
Desta forma como ao obreiro é necessário 
recolher o material, a ser utilizado para a construção da 
obra desejada, iniciamos nosso trabalho. 
 
A cada momento ouvíamos a advertência do 
magistrado ELIÉSER ROSA, que fez escrever ainda na 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 9 
 
capa de seu maravilhoso livro LEITURAS DE 
PROCESSO CIVIL, o pensamento do imortal 
FLAUBERT: " Nunca se escreve o livro que se quer". 
 
A par de nos entregarmos ao estudo das 
normas corporativas, resgatamos ainda que na proporção 
mínima possível, a imensa dívida que temos para com 
nossa atividade de advocacia. 
 
Após mais de três décadas de labor advocatício, 
tudo o que sou e tenho devo a minha banca de advogado, 
à exemplo de tantos outros advogados, como o imenso 
RUI BARBOSA, que deixou escrito no mármore de nossa 
história corporativa e brasileira, verbis: " Sempre limitei 
os meus projetos e sonhos, na carreira profissional que 
elegi desde a primeira mocidade, a granjear, pelo trabalho 
honesto, crédito de exercer o meu ofício, com seriedade, 
competência e zêlo". 
 
Vivendo intensamente as lides forenses, dois de 
meus filhos decidiram por seguir os passos do pai, e 
minha filha ao que parece se inclina para ser advogada... 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 10 
 
Como então, resgatar dívida tão grande, senão 
tomando nas mãos nosso Ordenamento Corporativo 
Máximo, e percorrendo palavra por palavra para comentá-
lo, com a simples e sincera afeição de quem tributa o mais 
sincero sentimento de gratidão. 
 
Este livro foi concebido para a ser a 
ferramenta útil e de uso constante, como auxiliar na 
postulação diária, colocado sobre a mesa de trabalho 
sempre à mão de todos àqueles que fazem do direito a 
mais bela e nobre das profissões. 
 
Na verdade não tem a mais mínima pretensão 
doutrinária. Como pedra bruta, deverá ainda sofrer o 
talho do cinzel da crítica construtiva, e aí sim, após 
receber os doutos e indispensáveis suplementos daqueles 
que o compulsarem, terá alcançado o desejado polimento 
de perfeição, e para quem se dispôs a comentar com 
reconhecida modéstia será justo e de extrema valia. 
 
Contendo a Lei N° 8.906/94, artigo por artigo 
sob comento, fizemos inserir em capítulo especial 
quarenta formulários, que vai desde FICHA 
CONFIDENCIAL, que representa o primeiro contato com 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 11 
 
o cliente até a PETIÇÃO INICIAL, passando pelas peças 
necessárias à postulação corporativa, não sendo outra a 
intenção senão tornar este livroo mais útil possível. 
 
Este é pois nosso contributo aos que fazem da 
ciência do direito o objetivo de suas existências, na certeza 
de que com a publicação deste livro não há limites para o 
homem que possui a capacidade de sonhar! 
 
Não é sem emoção que editamos através de 
nosso , BLOG do Pellizzaro, esta edição na esperança de que 
seja útil para todos aqueles que nos prestigiarem com suas 
visitas. 
 
O autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 12 
 
 
LEI Nº 8.906, de 04 de julho de 1994 
Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem 
dos Advogados do Brasil OAB 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e 
eu sanciono a seguinte Lei: 
 
 TÍTULO I 
 DA ADVOCACIA 
 CAPÍTULO I 
 DA ATIVIDADE DE ADVOCACIA 
 
Art. 1º - São atividades privativas de 
advocacia: 
I - a postulação a qualquer órgão do Poder 
Judiciário e aos juizados especiais; 
II - as atividades de consultoria, assessoria e 
direção jurídicas. 
§1º Não se inclui na atividade privativa de 
advocacia a impetração de habeas corpus em 
qualquer instância ou tribunal. 
§2º Os atos e contratos constitutivos de 
pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 13 
podem ser admitidos a registro, nos órgãos 
competentes, quando visados por advogados. 
§3º. É vedada a divulgação de advocacia em 
conjunto com outra atividade. 
 
1 – Natureza do Estatuto. O termo 
ESTATUTO, é derivado do latim statutumm ou 
statuere, que significa, estabelecer, constituir ou 
fundar; em sentido amplo, significa a lei ou 
regulamento em que se estabelecem as normas 
jurídicas institucionais ou orgânicas de uma 
coletividade, corporação pública ou particular. 
A criação da Ordem dos Advogados do 
Brasil, remonta aos primeiros tempos do Segundo 
Reinado, quando foi fundado o Instituto dos 
Advogados Brasileiros, no ano de 1.843. 
Foi, todavia, á luz do Decreto Nº. 1.940 
de 18 de novembro de 1930, que foi editado para 
reorganizar a Corte de Apelação do Distrito Federal, 
que surgiu como entidade do serviço público 
brasileiro, a ORDEM DOS ADVOGADOS DO 
BRASIL. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 14 
Esta consagração, de inserção da OAB, 
no ordenamento jurídico pátrio, se deve à atuação 
do Desembargador André de Faria Ferreira e do 
Ministro da Justiça Osvaldo Aranha. 
Um ano após, pelo Decreto Nº. 2.784 de 
14 de dezembro de 1931, foi editado, o 
denominado, Regulamento da Ordem, cuja 
redação se deve ao Dr. Levi Fernandes Carneiro, 
que teve sua vigência diferida pelo Decreto Nº. 
2.266 de 28 de dezembro de 1932 para 31 de março 
de 1933. 
Quatro anos mais tarde, ou seja, em 1937 
foi editada a Lei Nº 510, que alterou o Regulamento 
dando à entidade as feições hodiernas sendo 
totalmente derrogada pela Lei Nº 4.215 de 27 de 
abril de 1963, que foi expressamente derrogada pelo 
Estatuto, o dispor expressamente que: 
Art. 87 - Revogam-se as disposições em 
contrário, especialmente a Lei Nº 4.215, de 27 
de abril de 1963; a Lei Nº 5.390, de 23 de 
fevereiro de 1968; o Decreto Nº 505 de 18 de 
março de 1969; a Lei Nº 5.681, de 20 de julho 
de 1971; a Lei Nº 5.842, de 6 de dezembro de 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 15 
1972; a Lei Nº 5.960, de 10 de dezembro de 
1973; a lei Nº 6.743, de 5 de dezembro de 
1979; a Lei Nº 6.884, de 9 de dezembro de 
1980; a Lei Nº 6.994, de 26 de maio de 1982, 
mantidos os efeitos da Lei Nº 7.346, de 22 de 
julho de 1985. 
 
Este atual Ordenamento Estatutário é o 
resultado do trabalho de uma Comissão de 
Sistematização, criada pelo Conselho Federal da 
Ordem dos Advogados do Brasil, tendo como 
Relator o Conselheiro PAULO LUIZ NETTO 
LOBO (AL), consubstanciado em 4 Títulos, 18 
Capítulos e 87 Artigos. 
2 – Da Advocacia. No primeiro Título, o 
Estatuto estabelece as normas corporativas cogentes 
que tutelam a atividade advocatícia, direitos do 
advogado, inscrição, sociedade de advogados, 
advogado empregado, honorários advocatícios, 
incompatibilidades e impedimentos, ética do 
advogado e finalmente infrações e sanções 
disciplinares. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 16 
As condições legais, para o exercício da 
advocacia como profissão, exige formação 
científica, conforme a lei estabelecer, nos termos 
dos artigos insculpidos na Carta Política Brasileira; 
notadamente, o 5º inc. XIII, que determina 
soberanamente que: “é livre o exercício de qualquer 
trabalho, ofício ou profissão, atendidas as 
qualificações profissionais que a lei estabelecer”; e 
ainda o artigo 22, inc. XVI, que dispõe ser privativo 
da União legislar sobre as “ (...) condições para o 
exercício de profissões”; e finalmente o artigo 214, 
inc. IV e V, que estabelece o plano nacional de 
educação, para a “formação do trabalho”. 
Todavia, insta observar-se que o diploma 
ou certidão de graduação em Direito, obtido em 
instituição de ensino oficialmente autorizada e 
credenciada, se constitui em, apenas um dos 
requisitos, para inscrição nos quadros da Ordem dos 
Advogados do Brasil; e, consequentemente habilitar 
para o exercício pleno da advocacia como profissão 
liberal. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 17 
Hodiernamente, vem preocupando a 
classe dos advogados, a multiplicação dos Cursos 
de Direito. Sendo necessário fazer-se uma digressão 
de forma a pôr a lume, o mecanismo que permite e 
de certa forma, facilita a criação dessas unidades de 
Ensino Superior. 
Analisando-se as normas que orientam a 
autorização de funcionamento dos Cursos Jurídicos, 
vamos encontrar no artigo 207 da Constituição 
Federal, que: “As Universidades gozam de 
autonomia didático-científica, administrativa e de 
gestão financeira e patrimonial, e obedecerão aos 
princípios da indissociabilidade entre ensino, 
pesquisa e extensão”. 
Já no ordenamento infraconstitucional 
destaca-se o Decreto Nº 105 de 25 de abril de 1991, 
que regulamentou a Lei Nº 5.540/68 e dispensou as 
Universidades de consulta prévia aos Conselhos de 
Educação dos Estados, para a criação de novos 
cursos jurídicos sob a justificativa de redistribuição 
de vagas 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 18 
Com efeito dispõe o artigo 5º do referido 
Diploma Legal, que: “Salvo no caso das 
universidades, a redistribuição de vagas entre 
cursos da mesma instituição de ensino superior 
dependerá de prévia consulta ao Ministério da 
Educação, quanto a sua compatibilidade, com as 
prioridades previstas no parágrafo primeiro do 
artigo primeiro do Decreto-Lei Nº 574 de 1969, na 
redação dada pela Lei Nº 5.850 de 1972”. 
É bem verdade, que o atual ordenamento 
estatutário estabeleceu ser de competência do 
Conselho Federal: “Colaborar com o 
aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, 
previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos 
competentes para a criação, reconhecimento ou 
credenciamento desses cursos”. ( Art. 53, inc. XV 
do EOAB). 
A busca de melhor solução será objeto do 
estudo que faremos ao analisar o artigo 8º do 
EOAB, que estabelece a obrigatoriedade do Exame 
de Ordem, e mais especificamente quando da 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISSPPEELLLLIIZZZZAARROO 19 
análise do parágrafo primeiro daquele artigo que 
estabelece ser a aprovação no Exame de Ordem, 
condição obrigatória para inscrição nos quadros da 
OAB, regulamentado agora em provimento do 
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
3 – Atividade de advocacia. Acometida 
a tarefa de elaboração da Lei Estatutária, ao 
próprio Conselho Federal da Ordem dos 
Advogados, compreende-se a imediata preocupação 
em elencar preambularmente os dispositivos que 
tutelam diretamente a atividade desenvolvida pelos 
advogados (Título I, Arts. 1º até 44); ficando para 
a Segunda parte o status juris, da entidade ( Título 
II, Arts. 45 até 65). 
Dir-se-ia que dispondo o ordenamento 
desta forma, feriu-se melhor técnica legislativa. 
Todavia nascendo no seio dos profissionais do 
Direito, este ordenamento estatutário, mesmo 
antecipando o advogado, como parte, do organismo 
a que pertence, ou seja, a organização da Ordem, 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 20 
reveste-se de perfectibilidade jurídica formal e 
material como norma jurídica perfeita. 
Destinando-se o Estatuto, aos 
profissionais do Direito, o legislador deixa bem 
evidenciada a justificada preocupação, em editar 
uma lei da máxima importância, destinada a regular 
a atividade de advocacia, que por todos os títulos 
se reviste de dignidade e nobreza. 
Chegamos a essa conclusão ao 
analisarmos etimologicamente o termo atividade, 
que significa, exercício efetivo de função ou de 
dignidade, ou seja, a qualidade de quem é digno, 
respeitável, nobre, que detém autoridade moral, 
ética e de decoro. 
Desta forma a profissão do advogado é 
ungida em nosso Texto Político Máximo, como 
sendo indispensável para a administração da 
justiça, recebendo proteção especial para o 
desempenho de sua atividade profissional, ex vi, do 
artigo 133, com a seguinte redação: “O advogado é 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 21 
indispensável à administração da justiça, sendo 
inviolável por seus atos e manifestações no 
exercício da profissão, nos limites da lei”. 
Significa que até mesmo no âmbito do 
Direito Administrativo, efetivo exercício da 
função coloca num mesmo e único plano o JUIZ 
EM ATIVIDADE, o PROMOTOR DE 
JUSTIÇA EM ATIVIDADE, e o ADVOGADO 
EM ATIVIDADE, ou seja, todos no mesmo nível, 
integrantes do quadro efetivo da administração da 
justiça. 
E mais, valendo-se do legislador da 
preposição de, ao ligar as palavras atividade de 
advocacia, (Capítulo I, Da Atividade de 
Advocacia), o legislador estatuário, deixou claro o 
sentido que deliberadamente exprimiu, a mais 
elevada importância daquela função do advogado; 
revestida de todos os predicados que lhe são 
inerentes e que culminam como sendo 
constitucionalmente indispensável à administração 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 22 
da justiça, como objetivo último da prestação 
jurisdicional do Estado. 
Com efeito José CRETELLA JR., 
apoiando o princípio constitucional que impõe a 
indispensabilidade do advogado na administração 
justiça, afirma ser: “Correta a norma constitucional 
ao ressaltar a presença ou a indispensabilidade da 
presença e a atuação do advogado, nos processos 
cíveis e penais influindo na parte técnica da 
administração da justiça”.1 
Na verdade o exercício de advocacia pode 
ser exercitado em causa própria, suscitando todavia 
atenção postulatória especial, devendo, ser ouvida a 
terrível advertência do emérito comentarista 
constitucional citado:” As partes, embora bacharéis 
em Direito, levam para as lides toda a carga de 
emotividade, em que são envolvidas. Os povos da 
língua inglesa têm famoso adágio a respeito: o 
advogado em causa própria tem como cliente um 
tolo”. Finalmente arremata asseverando 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 23 
doutrinariamente que: “A regra jurídica 
constitucional ordena a presença de advogado, nos 
feitos, quer cíveis, quer criminais, pois esta 
atuação impede que inúmeros erros de técnica 
sejam cometidos, retardando a administração da 
justiça”.2 
4 – Atividades privativas de advocacia. 
O Estatuto prevê, aqui, o exercício efetivo de função 
que somente pode conferida a advogado, ou seja, 
àqueles que estiverem regularmente inscritos nos 
quadros da Ordem. 
Essa exigência, decorre do fato de que o 
Bacharel, em qualquer profissão regulamentada, 
somente poderá exercê-la legalmente após inscrição 
no órgão de classe ao qual pertence. 
Desta forma pelo que se viu 
anteriormente, podemos sintetizar, que a Faculdade 
gradua o bacharel, que somente adquire o status da 
 
1 CRETLLA JR., José. Comentários à Constituição de 1988. Rio de 
Janeiro. Editora Forense 
2 CRETELLA JR., José. Obra. Cit. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 24 
profissionalidade, após sua inscrição na Ordem dos 
Advogados do Brasil. 
É de observar-se que constitui infração 
disciplinar o exercício das atividades privativas dos 
advogados, quando por estes exercidas estando 
impedidos ou não, se estiverem regularmente 
inscritos nos quadros da OAB (Art. 35, inc. I). 
Nesse sentido é taxativo o Código de 
Processo Civil, ao determinar em seu artigo 36, que: 
“A parte será representada em juízo por advogado 
legalmente habilitado”. 
Estabelecendo ainda que a falta de 
advogado constitui irregularidade de 
representação das partes, cuja verificação impõe 
ao juiz a suspensão do processo, e a determinação 
de regularização, penalizando severamente o 
desatendimento da imposição instrumental. 
É de ser admitido, que com implantação 
dos Juizados Especiais e de Pequenas Causas, sob a 
justificação da democratização e facilitação da 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 25 
prestação jurisdicional pelo Estado, tem sido 
admitido a postulação sem a obrigatória presença de 
advogado. 
Todavia esta situação especial se constitui 
em exceção, posto que mesmo nos casos em que a 
lei faculta a dispensa de advogado, sua ausência, 
admita-se, em nada contribui para a igualdade 
postulatória das partes no exercício do contraditório 
e para a necessária distribuição da justiça. 
Daí porque, o Estatuto estabelecer ser 
atividade privativa de advocacia, portanto 
exercitada por advogado, “a postulação a qualquer 
órgão do Poder Judiciário e aos juizados 
especiais”. (Art. 1º , inc. I, EOAB). 
 
5 – A postulação privativa pelos 
advogados. Ao elencar os atos que somente 
poderão validamente geral efeitos legais, o 
legislador valendo-se do termo postulação, fora de 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 26 
dúvida, tencionou dar uma dimensão que excede ao 
ato de peticionar, em juízo. 
Entendendo-se como peticionar, a 
elaboração da petição inicial (Art. 282, CPC) ou, 
contestação (Art. 300, CPC), vale dizer, o ato 
jurídico formal, assinado por advogado, dirigido ao 
órgão jurisdicional competente, objetivando a 
prestação da tutela jurisdicional nos casos e formas 
legais (Art. 2º do CPC), bem como a todos os 
órgãos da administração pública direta, indireta e 
fundacional. 
Desta forma, por força de lei, tanto a 
petição quanto a postulação têm sua validade e 
aceitação sujeitas à representaçãoobrigatória e 
personalíssima por advogado, quer como procurador 
da parte, ou mesmo agindo em causa própria. 
A lei estatutária estabeleceu, com 
precisão, a área de postulação exclusiva dos 
advogados, abrangendo todos os órgãos do Poder 
Judiciário, ou seja: Supremo Tribunal Federal, 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 27 
Superior Tribunal de Justiça; Tribunais Militares, 
Tribunais dos Estados e do Distrito Federal (Art. 92 
CF). 
Fazendo a lei inclusão expressa das 
disposições contidas no artigo 98 da Constituição 
Federal, os Tribunais da Justiça Comum e 
especializada, a exclusividade de postulação por 
advogados se estende às comarcas, varas e órgãos, 
que através de leis de organização judiciária, 
estrutura o funcionamento do Poder Judiciário, em 
primeiro grau de jurisdição judicial ou voluntária. 
Esta postulação exclusiva, inclui até mesmo, os 
denominados Juizados Especiais, e respectivas 
Turmas de Recursos. 
 
6 – Atividades de consultoria. 
Consultoria, se constitui na atividade privativa da 
advocacia e pode ser caracterizada como a 
contratação de advogado, por particulares ou pelo 
Poder Público para orientação profissional de 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 28 
caráter permanente; quer compulsando autos a fim 
de prestar esclarecimentos técnicos, ou ainda, opinar 
sobre determinadas situações de direito ou de fato. 
Assessoria, se caracteriza como a 
permanente presença do advogado ao lado dos 
interessados, para orientação jurídica na condução 
das causas até o julgamento final, assim como a 
orientação em assunto ou prestação de serviço 
profissional junto à autoridade com o fim de 
aconselhamento e orientação técnica. 
Direção jurídica, tipifica a posição de 
comando pelo advogado na condução de empresa 
particular ou mesmo pública, conduzindo-as na área 
jurídica de sua especialidade profissional. 
Analisando-se as três condições de 
atuação profissional, torna-se clara a intenção do 
legislador em atribuir ao advogado todas as 
atividades inerentes ao pleno exercício da sua 
profissão e ao seu ministério. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 29 
O que proporciona segurança às partes 
interessadas, ampliando e privatizando a área 
natural de atuação laborativa dos profissionais do 
Direito. 
A importância da atividade de advocacia 
desempenhada pelos advogados na sociedade em 
vivemos, pode ser avaliada nas palavras do imenso 
Rui Barbosa, citado por Rubem NOGUEIRA: 
Advogado, afeito a não ver na minha banca o 
balcão do mercenário, considero-me obrigado a 
honrar a minha profissão como um órgão 
subsidiário da justiça, como um instrumento 
espontâneo das grandes reivindicações do 
direito, quando os atentados contra ele ferirem 
diretamente, através do indivíduo, os interesses 
gerais da coletividade. (Rui, O estado de sítio, 
sua natureza, seus efeitos, seus limites, Capital 
Federal 1892, pág. 70/1, discurso no Superior 
Tribunal Federal na Sessão Plenária de 
23.04.92).
3
 
 
7 – Exclusão do habeas corpus. A legislação 
codificada exclui da área de atuação privativa do 
advogado o remédio constitucional que garante 
proteção àqueles que na dicção da nossa Carta 
Política: “ conceder-se-á habeas corpus, sempre 
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua liberdade de 
 
3 NOGUEIRA Rubem. O Advogado Rui Barbosa. Editora Gráfica 
Olímpica. 1.949. Rio de Janeiro. P.19 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 30 
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. ( 
Art. 5º, inc. LXVIII CF); sendo nesse mesmo 
sentido o disposto pelo artigo 654 do Código de 
Processo Penal Brasileiro. 
Expressivamente conclusiva a justificação 
do legislador estatutário, para a exclusão, quando do 
envio da matéria à Câmara dos Deputados: “O 
artigo 133 da Constituição elevou à sede 
constitucional o preceito do Art. 68 da Lei Nº. 
4.215, considerando o advogado como elemento 
indispensável à administração da justiça. Dessa 
indispensabilidade o projeto excepciona apenas o 
habeas corpus, porque, desde suas origens 
históricas configura garantia plena da cidadania, 
para cujo exercício não se pode exigir mediação 
obrigatória de profissional. O próprio juiz pode (ou 
deve) concedê-lo de ofício, sem qualquer pedido 
formal”. 
Importante assinalar as normas 
procedimentais extremamente liberalizantes do 
habeas corpus, conforme disposto pelo artigo 654 
da Lei Adjetiva Penal: “O habeas corpus poderá 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 31 
ser impetrado por qualquer pessoa, em seu favor 
ou de outrem, bem como pelo Ministério Público”; 
sendo que no parágrafo primeiro desse artigo, são 
enumerados os itens que devem compor o pedido: 
a) – nome da pessoa que sofre violência, 
coação e o de quem exercer a 
violência, coação ou ameaça; 
b) - declaração da espécie de 
constrangimento ou em caso de 
simples ameaça de coação, as razões 
em que funda o seu temor; 
c) a assinatura do impetrante, ou de 
alguém a seu rogo, quando não 
souber ou não puder escrever, e a 
designação das respectivas 
residências. 
Dada a sua importância dispõe o 
parágrafo segundo, que: Os juízes e tribunais têm 
competência para expedi a ordem de habeas 
corpus, quando no curso do processo verificar-se 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 32 
alguém sofre ou está na eminência de sofrer 
coação ilegal’. 
O legislado constitucional, por seu turno, 
fez insculpir no Texto Supremo, o princípio de que 
: “São gratuitas as ações de habeas corpus e 
habeas data, e na forma da lei, os atos necessário 
ao exercício da cidadania”. 
 
8 – Atos e contratos constitutivos de 
pessoa jurídica. A determinação de que os atos e 
contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob 
pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, 
nos órgãos competentes, quando visados por 
advogados, é uma conquista da classe dos 
advogados. 
Importante se fazer referência ao termo 
visar, encontrado no texto estatutário, ou seja, o ato 
privativo do advogado de, após ler e analisar o 
contrato ou ato destinado constituir uma pessoa 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 33 
jurídica, assinalar ou chancelar apondo sua 
assinatura e numero de inscrição na OAB. 
A aposição da assinatura pelo advogado 
de forma alguma transgride o disposto pelo artigo 
35, inc. V, que o proíbe de “assinar qualquer 
escrito destinado a processo judicial ou 
extrajudicial que não tenha feito, ou em que não 
tenha colaborado”, pois aqui, não sendo o contrato 
ou ato de autoria do advogado ou mesmo que não 
tenha colaborado na sua elaboração, ao visa-los, 
estará cumprindo determinação estatutária expressa; 
alem do que, o ato de ler, visar, e validar seus 
efeitos jurídicos, já implica ter colaborado. 
Na verdade o dispositivo dilargou o que já 
estava consignado no Estatuto derrogado (Lei Nº. 
4.215/63), que restringia essa exigência aos 
estatutos das sociedades civis e comerciais, 
submetidos a registro e arquivamento nas 
repartições competentes. 
Todavia como está escrito na lei, é 
derrogada a exclusão dessa exigência pelo disposto 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 34 
no artigo 3º Parág. 9ºda Lei 6.939 de 9.9.1981, que 
instituiu o regime sumário de registro e 
arquivamento no Registro do Comércio, que fazia 
referência expressa ao disposto pelo Parág. 4º do 
artigo 71 da Lei 4.215/63 ao dispor que: “Não se 
aplica ao regime sumário, previsto neste artigo, o 
disposto no Parag. 4º do Art. 49 do Conselho 
Federal da Ordem dos Advogados do Brasil”, ao 
limitar a participação obrigatória de advogado aos 
atos de registro. 
Registre-se finalmente que, a exigência 
legal é no sentido do advogado visar, tais contratos 
e atos, vale dizer, examinar atentamente os 
pressupostos de validade jurídica, para imprimir o 
selo de aprovação instrumental. 
A exigência vale para os atos 
condominiais, ou seja, o visto, nos atos que de 
criação da pessoa jurídica do condomínio edilício, é 
necessário para a sua validade. 
Poderá, todavia, manter-se o impedimento 
para visar tais contratos e atos, aos advogados que 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 35 
mantenham vínculo laboral ou sejam funcionários 
das Juntas Comerciais ou de qualquer outro Órgão 
da Administração Pública, cujo óbice decorra de 
subordinação empregatícia. 
 
9 – Vedada divulgação de advocacia 
com outra atividade. A proibição de divulgação de 
advocacia com outra atividade, visa proteger e 
dignificar a atividade da advocacia, evitando 
vulgarizá-la, ao anunciar seu exercício com outra 
atividades de somenos importância. 
É necessário, todavia, exigir-se com 
extremo rigor a observância desta determinação 
legal, eis que proliferam as mal elaboradas 
inscrições nos domicílios profissionais de 
advogados e escritórios “técnico-jurídicos”, e ainda 
nos malsinados impressos utilizados por esses 
escritórios de serviços burocráticos gerais. 
A vedação não alcança todavia a 
publicidade de titulação que leva ao destaque 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 36 
científico de especialização numa das tantas e 
abrangentes áreas do direito. 
 
Art. 2º O advogado é indispensável à 
administração da justiça. 
§ 1º No seu ministério privado, o advogado 
presta serviço público e exerce função social. 
§ 2º No processo judicial, o advogado 
contribui, na postulação de decisão favorável 
ao seu constituinte, ao convencimento do 
julgador, e seus atos constituem múnus 
público. 
§ 3º No exercício da profissão, o advogado é 
inviolável por seus atos e manifestações, nos 
limites desta Lei. 
 
1 – O advogado é indispensável à 
administração da Justiça. O dispositivo é 
colocado no Texto Estatutário, como pedra angular 
onde o legislador alicerça o ordenamento jurídico 
que sustenta a corporação. 
Reedita aqui o princípio constitucional 
insculpido no Texto Supremo. com a soberana 
dicção: “O advogado é indispensável à 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 37 
administração da justiça, sendo inviolável por seus 
atos e manifestações no exercício da profissão, nos 
limites da lei”. ( Art.133 CF) 
É função essencial, e privativa do Estado 
administrar a justiça através dos órgãos que 
integram o Poder Judiciário, elencados no artigo 
92 da Constituição Federal, com vistas a proteger os 
direitos inerentes a cidadania, enumerados no 
Preâmbulo da Carta Política Brasileira. 
Essa proteção se torna efetiva, pela 
prestação da tutela, requerida pela parte, ou seu 
interessado, nos casos e formas legais, ou seja, 
atendimento das normas procedimentais ditadas pelo 
artigo 2º do Código de Processo Civil, sendo a 
presença do advogado obrigatória, por imposição do 
que é estabelecido pelo artigo 36 do mesmo 
Diploma Adjetivo: “A parte será representada em 
juízo por advogado legalmente habilitado. Ser-lhe-
á lícito, no entanto, postular em causa própria, 
quando tiver habilitação legal, ou não a tendo, no 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 38 
caso de falta de advogado no lugar ou recusa ou 
impedimento dos que houver”. 
 Convém observar-se que a permissão 
para que a parte mesmo sem habilitação profissional 
postule em juízo, como previsto na parte final do 
dispositivo acima, foi derrogado em face do 
disposto pelo artigo 133 da Constituição Federal. 
Em face da disposição contida no artigo 
133 de nossa Carta Política, restou derrogado o 
disposto pelo artigo 93, inc. IX do próprio Texto 
Constitucional, ao limitar a presença do advogado 
sempre que o interesse público exigir: “(...), em 
determinados atos, as próprias partes e a seus 
advogados ou somente a estes; isto porque, onde 
estiver presente o interesse público, com maior 
vigor será exigida a presença de advogado. 
 Justifica-se todavia a dispensa de 
advogado na impetração de habeas corpus, como 
visto anteriormente, inobstante abrangência do 
disposto, pelo citado artigo 133 da Carta Política 
Brasileira. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 39 
2 – Exercício da profissão de advogado. 
A profissão de advogado se define como a atividade 
de trabalho especializado, de advocacia, pelo qual a 
pessoa física graduada aufere recursos necessários a 
sua própria subsistência e de seus dependentes. 
No exercício da profissão advocatícia, 
podemos distinguir duas grandes classes de 
advogados: 
a) – A primeira é constituída por aqueles 
profissionais que exercitam atividade decorrente de 
qualificação profissional e intelectual com 
independência plena, auferindo honorários 
exclusivamente da profissão de advogado. 
b) - A Segunda é composta por 
advogados que inobstante dedicando-se 
preferencialmente à sua banca advocatícia, exercem 
cumulativamente outras atividades paralelas ligadas 
à advocacia. Tendo todas um forte liame, ou seja, o 
exercício efetivo da profissão de advogado 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 40 
devidamente inscrito na Ordem dos Advogados do 
Brasil. 
Insta fazer-se a necessária distinção entre 
o Bacharel em Direito, ou seja, aquele que é 
detentor do grau acadêmico em Ciências Jurídicas e 
Sociais, que é conferido por Faculdade de Direito; e 
o Advogado, identificado como aquele que é 
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
A titulação de Bacharel, é consequência 
da conclusão do currículo mínimo estabelecido para 
colação de grau pela Faculdade de Direito, 
habilitando o titulado a ter acesso aos cargos, 
empregos e funções públicas vias concurso público 
e especialmente inscrever-se no quadro de 
advogados da Ordem dos Advogados do Brasil. 
Donde se conclui que a condição de 
Bacharel, ou seja, portador de diploma de 
graduação em direito, obtido por aprovação junto a 
Instituição de Ensino Oficialmente Reconhecida, é 
uma as condições para obtenção do título de 
Advogado. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 41 
Portanto, os bacharéis, podem mediante 
concurso, integrar a Magistratura, Promotoria de 
Justiça, Delegacia de Polícia, investirem-se portanto 
em funções públicas, que não exijam o exercício por 
tempo mínimo da atividade advocatícia; os 
Advogados, sem embargo, não lhes seja vedado 
acesso àquelas funções públicas, podem ainda por 
força da inscrição exercer atividade advocatícia com 
independência em todos os setores da sociedade, 
conforme expressiva disposição inserida no 
Provimento Nº. 66 de 20.12.1988 do Conselho 
Federal da OAB: 
Art. 1
º
 - A advocacia compreende, além da 
representação, em qualquer Juízo,Tribunal ou 
repartição, o procuratório extrajudicial, assim 
como trabalhos jurídicos de Consultoria e 
Assessoria e as funções de Diretoria Jurídica. 
Parágrafo único. A função de Diretoria Jurídica 
em qualquer empresa pública, privada ou 
paraestatal, é privativa do Advogado, não 
podendo ser exercida por quem não se encontre 
inscrito regularmente na Ordem. 
Art. 2
º
 - É privativo dos advogados legalmente 
inscritos nos quadros da Ordem o 
assessoramento jurídico nas transações 
imobiliárias e na redação de contratos e 
estatutos de sociedades civis e comerciais, e a 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 42 
elaboração e defesas, escritas e orais, perante 
quaisquer Tribunais e repartições. 
Art. 3
º
 - A elaboração de memoriais do âmbito 
da Lei do Condomínio no que concerne, 
estritamente, à sua fundamentação jurídica, 
também é privativa dos advogados legalmente 
inscritos nos quadros da Ordem. 
Art. 4
º
 - É vedado aos advogados prestar 
serviços de assessoria e consultoria jurídica para 
terceiros, através de sociedades de prestação de 
serviços, inclusive de cobrança de títulos ou 
atividades financeiras de qualquer espécie, se 
essas entidades não puderem ser inscritas na 
Ordem dos Advogados do Brasil. 
Art. 5
º
 - A prática dos atos previstos no art. 71, 
da Lei nr. 4215/63, por profissionais e 
sociedades não inscritos na Ordem dos 
Advogados do Brasil, constitui exercício ilegal 
da profissão, a ser punido na forma da lei penal. 
 
Esta abrangente área de atividade, 
inobstante disposta por provimento erigido sob a 
égide da vetusta Lei Nº 4.215/63, derrogada, 
encontra prefeita consonância com o Estatuto 
vigente. 
 
3 – Ministério privado do advogado. 
Dispõe o Estatuto que no seu ministério privado, o 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 43 
advogado presta serviço público e exerce função 
social; analisando-se exegeticamente o dispositivo, 
conclui-se que ministério privado do advogado, 
deve ser entendido, como sendo o advogado órgão 
que integra a ordem jurídica do Estado, 
indispensável a consecução de seus objetivos de 
manter a ordem social e política. 
Vale dizer, que o advogado inobstante ser 
considerado como órgão do Estado, exerce sua 
atividade profissional com liberdade, desvinculado 
do Poder Público, não estando sujeito 
hierarquicamente a qualquer entidade ou pessoa. 
 
4 - O advogado presta serviço público. 
O advogado no exercício de seu ministério privado, 
presta serviço público, pois se dedica no 
atendimento das necessidades gerais e essenciais da 
sociedade, para que esta possa subsistir e 
desenvolver-se. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 44 
Deve-se todavia observar que constitui 
serviço público aquele que o Estado diretamente 
presta aos cidadãos; via de regra, tais serviços são 
privativos da administração pública. 
Dado seu caráter de essencialidade 
somente o Estado deve prestar o serviço público, 
sem delegação a terceiros que não sejam 
funcionários públicos devidamente investidos na 
função administrativa, mesmo porque exigem atos 
de império e medidas compulsórias, em relação 
aos administrados. 
Todavia, dada importância da atividade 
exercida pelo advogado, adquire status de serviço 
público, pois excede em muito a utilidade pública, 
tais como, concessionários, permissionários ou 
autorizatórios de serviço público. 
Portanto, o advogado se caracteriza no 
livre exercício de sua atividade profissional como 
órgão que efetivamente integra a ordem jurídica de 
caracter privado, indispensável ao atendimento das 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 45 
necessidades essenciais da sociedade, sendo 
inviolável por seus atos e manifestações nos limites 
da lei. 
5 – O advogado exerce função social. 
Efetivamente o advogado exerce função social, ao 
prestar relevante serviço para a organização e o 
desenvolvimento da sociedade, e o faz, em tal grau 
de importância e imprescindibilidade que não 
encontra outra profissão a que se equipare; prova 
disso é o compromisso de atendimento gratuito 
àqueles que não têm recursos para pagamento de 
despesas processuais e consequentemente de 
honorários profissionais. 
Com efeito constitui-se em infração 
disciplinar recusar o advogado, sem justo motivo 
prestar assistência advocatícia em virtude de 
ausência ou deficiência da Defensoria Pública ( Art. 
35, XII do Estatuto). 
Nesta ordem de abordagem, sendo o 
advogado o primeiro a manter contato com as partes 
litigiosas, tornam-se verdadeiros conciliadores e 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 46 
defensores públicos, ouvindo e aconselhando 
pacientemente, a todos aqueles que no recinto 
sigiloso de sua banca, atende profissionalmente a 
todos, numa verdadeira prestação de serviço 
publico. 
6 – Atuação profissional do advogado 
no processo judicial. O Estatuto estabelece a linha 
de conduta profissional do advogado, no processo 
judicial, cujos atos são praticados sob a forma de 
premissas: primeira, contribuir na postulação de 
decisão favorável ao seu constituinte; segunda, 
contribuir para o convencimento do julgador; 
terceira em, conclusão, resulta que, seus atos 
constituem múnus público. 
Como processo judicial, deve ser 
entendido o instrumento da atividade advocatícia 
que busca a obtenção da prestação jurisdicional, 
acolhendo, ou não, a pretensão das partes litigantes, 
ou seja, o Autor formulando o pedido e o Réu 
oferecendo oposição, ex vi, do disposto pelo artigo 
5º, inc. LV da Constituição Federal. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 47 
A contribuição do advogado, conforme 
colocado, tem dois momentos bem distintos: 
Primeiro é buscar uma decisão favorável para o seu 
constituinte e o segundo é levar ao julgador 
elementos que o conduzam a verdade real, e que 
esta seja efetivamente favorável ao seu cliente. 
Constitui-se numa verdade incontestável 
que o advogado é o primeiro julgador dos fatos 
expostos no processo para o convencimento do juiz; 
este é o momento crucial da vida profissional do 
advogado, que deve ter conhecimento técnico-
jurídico que o habilite a postular corretamente e 
antever o julgamento favorável ao seu cliente; e 
postura ética para somente iniciar o processo 
judicial e formular o pedido se atender aos preceitos 
do direito e da moral. 
Em ambos os momentos, há que se ter 
presente os deveres éticos de lealdade e boa fé, 
conforme ditados pelo Código de Processo Civil, 
com a seguinte redação: 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 48 
Art. 14 – Compete às partes e aos seus 
procuradores: 
I – Expor os fatos em juízo conforme a verdade; 
II - proceder com lealdade e boa-fé; 
III - não formular pretensões, nem alegar 
defesa, cientes de que são destituídas de 
fundamento; 
 IV - não produzir provas, nem praticar tos 
inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa 
do direito. 
 
Ainda neste sentido pode-se afirmar que o 
advogado na busca da decisão favorável, atendidos 
os pressupostos de observância ao direito e a moral, 
pode e deve ser absolutamente parcial. 
Assim foi o luminar Rui Barbosa, que 
como advogado da parte que em processo judicial, 
suprimia certos ângulos da equação jurídica, para 
evidenciar outros que melhoratendiam a tese 
defendida. 
Prova dessa conduta, é o registro histórico 
de sua atuação profissional no famoso caso de 
anistia inversa, que ao confrontar-se no processo 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 49 
judicial com o não menos formidável advogado 
Medeiros de Albuquerque, foi por este acusado de 
mutilar no corpo das alegações finais certa citação 
inglesa, ao que Rui Barbosa, teria respondido: “Se 
que me houvesse proposto a escrever trabalho 
didático sobre a anistia, a teoria completa sobre o 
assunto, comprometendo-me a desempenhar uma 
tarefa científica, o meu dever seria, então, ventilar 
imparcialmente a doutrina sobre todos os lados. No 
meu papel de advogado, porém, a parcialidade era 
uma atitude natural”. 4 
 
7 – Os atos praticados por advogado 
constitui-se munus publico. A atividade 
advocactícia por sua importância se constitui em 
encargo que transcende a atividade privada, pois 
tem como escopo o bem comum, tamanha a 
 
4 NOGUEIRA Rubem. Obr. Cit.p.29 
 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 50 
grandeza e magnitude como se desenvolve na 
sociedade. 
8 – Inviolabilidade do advogado. A 
inviolabilidade do advogado é prerrogativa legal, 
conferida pelo Estatuto, para assegurar o pleno 
desempenho da atividade advocatícia. 
Esta prerrogativas, que representam a 
necessária proteção decorrem do fato de que, o 
profissional do direito milita em área de notória 
turbulência social, intermediando o interesse 
conflitante das partes, justificando-se por isso a 
proteção especial prevista pela norma estatutária. 
A inviolabilidade por atos e 
manifestações, ocorre internamente ou seja no 
âmbito dos processos e tribunais bem como 
externamente em seu local de trabalho ou onde quer 
que esteja desempenhando sua atividade 
profissional. 
Do ponto de vista doutrinário não pode 
ser confundido inviolabilidade, que significa, a 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 51 
exclusão da punibilidade em face do cometimento 
de certos atos, com imunidade, que é própria dos 
parlamentares, que somente respondem a processo 
criminal mediante prévia autorização do parlamento 
que integram no exercício do mandato. 
Por conseguinte a inviolabilidade exclui 
o crime, enquanto que a imunidade parlamentar 
impede o processo, enquanto não autorizado pelo 
Parlamento. A inviolabilidade, exclui os crimes de 
difamação e de injúria que são capitulados pelos 
artigos 139 e 1490 do Código Penal Brasileiro, 
cometidos pelo advogado no exercício da profissão 
quer seja por atos ou por palavras. 
Sendo que esta disposição amplia a 
proteção prevista pelo artigo 142 do Código Penal, 
que dispõe: “Não constituem injúria ou difamação 
punível: I – a ofensa irrogada em juízo, na 
discussão da causa, pela parte ou seu procurador”. 
A jurisprudência pacificou entendimento, 
no sentido de ampliar a área da proteção agora 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 52 
transformada em lei, sendo expressivos os arestos 
no sentido de que: “Não há difamação, se o ânimo 
foi tão só o de narrar fatos indispensáveis à 
fundamentação da ação cível proposta (TACrSP, 
RC. 228407, in RT.541/385); ainda, “cabe 
imunidade (= inviolabilidade), se há nexo, ainda 
que remoto, entre o litígio e a ofensa (TACrSP, AC 
263/335, Julgados 67/120 e RT 552/322); sendo 
que a exclusão alcança qualquer espécie de causa ou 
forma de processo (TAMG, RC 677, 263/335), e 
finalmente, exclui a tipificação quando praticada a 
transgressão no bojo dos autos, no exercício da 
atividade advocatícia (TACrSP, HC. 92096, in, 
RT.530/340). 
Sendo que tal garantia de atuação 
encontra limites ditados pela própria lei estatutária, 
quando estabelece os deveres dos advogados e 
prevê punição por infrações disciplinares. 
Sem embargo, o advogado goza de 
imunidade profissional, não constituindo injúria, 
difamação ou desacato puníveis quaisquer 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 53 
manifestações de sua parte, no exercício de sua 
atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das 
sanções a que esta sujeito perante a Ordem dos 
Advogados pelos excessos que cometer (Art. 7º 
Parág. 2º EOAB). 
Os tribunais vêm se mantendo reticentes, 
tratando com certo rigor condenatório, as ofensas 
irrogadas contra juízes. 
Todavia oportuno assinalar-se que o 
próprio Supremo Tribunal Federal assevera que o 
“magistrado deve ser tolerante com excesso de 
crítica dos advogados”. (STF, RHC 56490, RTJ 
87/854), aliás, este entendimento melhor atende a 
amplitude da exclusão encontrada no Código Penal, 
Celso DELMANTO 5 coloca o juiz no processo na 
condição de parte CPP. Art. 95, inc. I e CPC Art. 
312), cujo entendimento veio agora consagrar-se no 
novo ordenamento corporativo. 
 
 
 
5 DELMANTO Celso. Código Penal Comentado. Editora Renovar 
1986. p.241. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 54 
Art.3
º
 - O exercício da atividade de advocacia 
no território brasileiro e a denominação de 
advogado são privativos dos inscritos na 
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). 
 
§ 1
º
. Exercem atividade de advocacia, 
sujeitando-se ao regime desta lei, alem do 
regime próprio a que se subordinem, os 
integrantes da Advocacia Geral da União, da 
Procuradoria da Fazenda Nacional, da 
Defensoria Pública e das Procuradorias e 
Consultorias Jurídicas dos Estados, do 
Distrito Federal, dos Municípios e de suas 
respectivas entidades de administração 
indireta e fundacional. 
 
§ 2
º
. O estagiário de advocacia, regularmente 
inscrito, pode praticar os atos previstos no 
artigo 1° na forma do Regulamento Geral, em 
conjunto com advogado e sob 
responsabilidade deste. 
 
 
1. Exercício da atividade e 
denominação privativa dos advogados. Da 
inscrição regular nos quadros da Ordem decorrem 
duas consequências de máxima importância, ou 
seja, o exercício privativo da atividade 
postulatória e o uso da denominação de advogado 
em todo o território nacional. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 55 
O inicio da classe dos advogados 
remonta à data do Reinado de Afonso V, quando 
surgiram as Ordenações Affonsinas, organizadas 
em Portugal por João Mendes e outros luminares. 
Quando as Ordenações e Leis de 
Portugal, por determinação do Rei Dom Felipe 
foram recompiladas, exigia-se para os advogados 
oito anos de estudos na Universidade de Coimbra , 
de Direito Canônico ou Direito Civil e que o 
advogado possuísse o livro das Ordenações não 
podendo "requerer ou aconselhar contra elas". 
Todavia registra a História Universal que 
foi em Roma que a advocacia teve seu traço mais 
marcante, sendo que aos cidadãos romanos era 
permitido constituir mandatário ad litem o gognitor 
que representava a parte interessada na sorte da 
quaestio. 
Já ao tempo da República haviam duas 
espécies de advogado, o patronus ou causidicus 
que oralmente defendia no pretório o direito de seus 
constituintes e finalmente o advocatus cuja função 
era assessorar a parte ou seu patrono. 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 56 
Este trabalho eminentemente intelectual 
exigia estudossomente encontrados no silencio de 
seus gabinetes, que os foi afastando de lugares 
públicos, transformando-os em jurisconsultos que 
iluminaram o mundo com suas obras. 
A advocacia como profissão liberal, exige 
dois requisitos imprescindíveis, sendo o primeiro 
de ordem legal e o segundo de ordem pessoal. 
Aquele se assenta no atendimento ao 
principio constitucional que garante a liberdade do 
exercício da profissão " atendidas as qualificações 
profissional que a lei, (ou seja, o Estatuto da 
Ordem dos Advogados do Brasil) estabelecer ". 
A Lei Corporativa Federal impondo-se a 
observância em todo o território nacional, estabelece 
em seu artigo 8°, as condições mínimas necessárias 
para a inscrição. 
Já as condições pessoais dizem respeito 
aos requisitos de ordem física especialmente 
mentais e acima de tudo morais, e neste passo se 
deve ter presente a terrível advertência do insigne 
advogado Rui Barbosa, citado por Rubem 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 57 
NOGUEIRA: “uma das primeiras necessidades de 
qualquer causa é a integridade moral de seu 
patrono, o prestigio de sua sinceridade".6 
Assim como as Nações de primeiro 
mundo se colocam no topo do desenvolvimento 
econômico alcançando o mais alto nível de riqueza 
e bem estar de seu povo, porque eliminaram o vírus 
da corrupção há mais de uma década; também a 
Ordem dos Advogados deve valer-se de 
mecanismos poderosos para evitar o retorno ao 
tempo em que o advogado, sendo leigo, servia aos 
interesses dos particulares, que de mandavam entre 
si quedando-se o Estado como mero espectador. 
Naquela malsinada quadra da nossa 
história o triunfo era inexoravelmente alcançado 
pelo mais forte, pelo mais astuto, pelo mais 
esperto, pelo chicaneiro. 
Todavia com a evolução da sociedade , 
assumindo o Estado sua superior função de julgar 
com vistas a aplicação de leis igualitárias na defesa 
 
6 NOGUEIRA, Rubem. O Advogado Rui Barbosa Editora Olímpica 
l949. p.428 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 58 
do direito e obtenção da justiça, a atuação do 
advogado passou a exigir padrões de moralidade 
ditada por normas éticas que justificam o privativa 
denominação de advogado e o consequente 
exercício da atividade de advocacia. 
 
2. Exercem atividade de advocacia...O 
Estatuto, faz integrar o Quadro da Ordem, exigindo 
sua inscrição e observância das determinações 
corporativas os advogados que atuarem em áreas 
criadas por lei. 
Quer diretamente vinculadas ao poder 
publico central ou quaisquer outras entidades de 
administração direta ou fundacional da União, 
Estados e Municípios. 
A lei estabelece a esses advogados os 
impedimentos legais, conforme se verá no estudo do 
Art. 28 e seguintes, sendo que aqui o objetivo é 
claro no sentido, de impor a esses profissionais as 
normas desta Lei. 
O que implica em não se fazer distinção 
entre os profissionais independentes e aqueles 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 59 
vinculados a órgãos da administração, estando nesta 
situação os advogados que integrarem a Advocacia 
Geral da União, Procuradoria Geral da União, 
Procuradoria da Fazenda Nacional, Defensoria 
Pública, Consultorias Jurídicas das entidades de 
direito público. 
 
3 - Situação dos estagiários. Estagiário 
se identifica como aquela pessoa que estiver 
freqüentando os últimos anos do curso jurídico e se 
exercite regularmente sobre técnica de postulação. 
Este aprendizado de ordem prática pode 
ser mantido pelas próprias instituições de ensino 
superior, por escritórios de advocacia credenciados 
pela Ordem dos Advogados sendo obrigatório o 
estudo do Estatuto e do Código de Ética e 
disciplina.. 
Como se verá quando no estudo do 
Capítulo III, que cuida da inscrição nos Quadros da 
Ordem, para o deferimento de inscrição do 
estagiário são exigidos requisitos mínimos iguais ao 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 60 
advogado, excepcionado o diploma de graduação 
em direito. 
 
4 - Pratica de atos conforme 
Regulamento Geral. Os atos afeitos aos estagiários 
são aqueles elencados no artigo 2°, subordinado 
todavia a condição da presença de advogado e sob 
responsabilidade deste. 
Note-se que constitui infração disciplinar 
o advogado que assinar qualquer escrito destinado a 
processo judicial ou para fim extrajudicial 
que não tenha feito, ou em que não tenha 
colaborado (Art. 35, V), vale dizer que o termo em 
conjunto encontrado na lei, significa que o 
advogado deve colaborar efetivamente dos atos 
referendados. 
Não se pode todavia confundir o ato de 
assinar escrito destinado a processo judicial de 
autoria de terceiro com o simples visto em contrato 
social, sendo este ultimo permitido e até exigido 
pelo Estatuto. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 61 
Por fim há que destacar-se a necessidade 
de elaboração do que o legislador denomina de 
Regulamento Geral que deverá estabelecer a forma 
de atuação do estagiário, que se faz necessário ser 
de certa amplitude eis que regularmente inscrito nos 
Quadros da Ordem. 
 
 
Art.4° - São nulos os atos privativos de 
advogado praticado por pessoa não inscrita 
na OAB, sem prejuízo das sanções civis, 
penais e administrativas. 
 
Parágrafo único - São também nulos os atos 
praticados por advogado impedido - no 
âmbito do impedimento - suspenso, licenciado 
ou que passar a exercer atividade 
incompatível com a advocacia. 
 
 
1 - Nulidade dos atos praticados por 
pessoa não inscrita na OAB. O Estatuto defende 
com extremo rigor, a pratica dos atos privativos dos 
profissionais regulamente inscritos nos Quadros da 
Ordem, advogados e estagiários. 
A nulidade, está prevista no artigo 145 do 
Código Civil, que estabelece em seu inciso V que a 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 62 
lei retira o efeito jurídico do ato," quando a lei 
taxativamente o declarar nulo ou lhe negar 
efeito". 
Sendo que o mesmo pergaminho 
substantivo estabelece no seu artigo 145, que tais 
nulidades podem ser alegadas por qualquer 
interessado, ou pelo Ministério Público, quando lhe 
couber intervir. 
 Todavia " Devem ser pronunciadas 
pelo juiz, quando conhecer do ato ou de seus 
efeitos e as encontrar provadas, não lhe sendo 
permitido supri-las, ainda a requerimento das 
partes" (Art.146 CC, parágrafo único). 
Por seu turno o Código de Processo Civil, 
impõe as partes a obrigatoriedade de alegar a 
nulidade dos atos na primeira oportunidade em que 
lhe couber falar nos autos sob pena de preclusão; 
não se aplicando todavia esta exigência legal "às 
nulidades que o juiz deva decretar de ofício" 
(Art. 245, parágrafo único do C.P.C.). 
Tratando-se pelos termos autoaplicáveis 
da lei de nulidade absoluta, estamos cuidando de 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 63 
atos que nunca geram efeito ab ovo, não sendo 
passível de ratificação ou qualquer forma de 
convalidação. 
Desta forma o advogado deve fazer 
constar quando de sua qualificação, 
imprescindivelmente na procuração, e mesmo na 
inicial ou contestação, as 
expressões:...,regularmente inscrito na OAB 
Seccional de ( sigla da unidade da federação ) sob 
N°...; Não sendoobedecida esta exigência legal, 
fica sujeito a declaração de nulidade dos atos 
processuais praticados. 
Dentre as preliminares possíveis de 
serem suscitadas exsurge agora com a entrada em 
vigor deste Estatuto, a decretação nulidade dos atos 
praticados por advogado por falta de indicação de 
inscrição na OAB, que sendo nulos não ensejam 
ratificação á guisa de convalidação. 
Tão importante é esta exigência legal que 
desde logo oferecemos proposta de redação para a 
prefacial ( Art. 301 CPC ), ou mesmo para 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 64 
requerimento a ser feito pelo Autor ( Art.5°, LV da 
CF usque 398 CPC ) na impugnação... 
 
 
" I - DAS PRELIMINARES 
 
1.1 - Tendo o ilustre Procurador do A. 
omitido sua inscrição regular na OAB, 
requer prefacialmente seja reconhecida a 
nulidade dos atos por ele praticados no 
processo, a teor do disposto pelo art.4° 
da Lei N° 8.906/94 (Estatuto da OAB), e 
decretada a extinção do processo." 
 
 
2 - Sem prejuízo das sanções civis. Em 
face da nulidade dos atos praticados por pessoa não 
inscrita nos Quadros da Ordem, obriga-se aquele 
que os praticou a indenizar a titulo de perdas e 
danos os prejuízos causados pela transgressão da 
norma legal. 
Exponenciais tratadistas, oferecem 
preciosos estudos sobre a responsabilidade civil do 
advogado, destacando que ela decorre da aplicação 
das normas do Código Civil, do Código de 
Processo Civil, do Estatuto da Ordem dos 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 65 
Advogados e finalmente do Código de Ética e 
Disciplina. 
Como mandatário da parte o advogado 
responde por danos causados ao mandante por força 
do vínculo contratual decorrente da procuração 
(Art. 1.300 do Código Civil). 
Destarte, objetivamente a sanção civil 
decorre do vínculo obrigacional da representação 
decorre da prática de atos sabidamente nulos que 
ocasionem danos ao mandante. 
 
 
3 - Sanções penais. Com efeito dispõe o 
Código Penal, Decreto-Lei N° 2.848 de 7 de 
dezembro de 1.940 em seu Título IV, Parte Final: 
“Art.205 - Exercer atividade de que está impedido 
por decisão administrativa: Pena detenção de 
três meses a dois anos ou multa”. 
Já a Lei das Contravenções Penais, 
Decreto-Lei Nº. 3.608 de 3 de outubro de 1941, 
estabelece: "Art.47 - Exercer profissão ou atividade 
econômica ou anunciar que exerce sem preencher 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 66 
as condições a que por lei está subordinado o 
exercício: Pena: Prisão simples, de quinze dias a 
três meses ou multa." 
Resulta pois claro, que a lei menor pune 
como contravenção aquele que praticar atos 
privativos de advogados sem preencher as 
condições legais, ou seja inscrição na Ordem dos 
Advogados, enquanto que a lei penal tipifica como 
crime a pratica destes mesmos atos. 
 
 
4. Sem prejuízo ainda, das sanções 
administrativas. Estas sanções escapam do âmbito 
da Ordem dos Advogados, sendo esta restrita aos 
advogados inscritos não há como punir-se. 
Todavia esta situação de transgressão as 
normas internas da corporação poderão constar de 
registro especial, como óbice ao deferimento de 
pedido de inscrição do transgressor. 
 
 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 67 
5. São também nulos os atos praticados 
por advogado impedido. O legislador estatutário 
impede que aqueles profissionais do direito mesmo 
inscritos nos Quadros da Ordem, pratiquem atos 
privativos de advogados no âmbito do impedimento. 
Com efeito o impedimento se caracteriza 
como a proibição parcial do exercício da 
advocacia, sendo de natureza objetiva nos casos e 
formas expressamente consignados na lei, ex vi do 
Art. 29 deste Estatuto. 
 
 
6 - Advogados suspensos, licenciados ou 
que exerçam atividade incompatíveis com a 
advocacia. 
Há que se fazer uma distinção entre as 
condições inibidoras do livre exercício da profissão 
dos advogados, ou seja, advogados suspensos, 
licenciados, e que exercem atividades 
incompatíveis. 
Os advogados, suspensos, são aqueles 
que submetidos a processo contraditório 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 68 
corporativo forem apenados por infração 
disciplinar, prevista pelo artigo 38 do Estatuto; por 
cometimento de transgressões tais como, fraude 
postulatória, ou ainda, imputação de crime sem 
autorização do constituinte. 
A lei pune com a pena de nulidade dos 
atos praticados aqueles que mostrarem contumácia 
nas transgressões disciplinares que ficarão sujeitos 
a aplicação da pena de suspensão a teor do Art.38 
inc. II do Estatuto. 
Já licenciado, identifica o advogado, que 
requerer por motivo justificado a paralisação 
temporária do exercício da profissão; ou que, 
transitoriamente passar a exercer atividade 
incompatível com o exercício da advocacia; ou 
mesmo for acometido de doença mental considerada 
curável. (Art.12 do Estatuto) 
Importante observar-se que em se 
tratando de ato praticado por advogado licenciado 
pertencente a sociedade de advogados a pena de 
nulidade será relevada se firmado por sócio 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 69 
legalmente desimpedido. ex vi do Art. 16, $ 2. do 
Estatuto). 
Finalmente, atividades incompatíveis, 
são aquelas expressamente referidas pelo Estatuto e 
que impedem o deferimento da inscrição conforme 
exigências necessárias preconizadas pelo legislador 
no artigo 8° desta Lei. 
 
 
Art. 5° - O advogado postula, em juízo ou 
fora dele, fazendo prova do mandato. 
 
§ 1° - O advogado, afirmando urgência, 
pode atuar sem procuração , obrigando-se a 
apresentá-la no prazo de quinze dias, 
prorrogável por igual período. 
 
§ 2° - A procuração para o foro em geral 
habilita o advogado a praticar todos os atos 
judiciais, em qualquer juízo ou instância, 
salvo os que exijam poderes especiais. 
 
§ 3
º
 - O advogado que renunciar ao mandato 
continuará, durante os dez dias seguintes à 
notificação da renúncia, a representar o 
mandante, salvo se for substituído antes do 
término desse prazo. 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 70 
1 - O advogado postula fazendo prova 
do mandato. O termo postula deixa evidente a 
intenção do legislador estatutário em dar a atividade 
advocacia a maior amplitude possível. E referindo-
se a postulação em juízo ou fora dele, fazendo 
prova do mandato, como contrato originado do 
direito romano, onde denominava-se mandatum. 
 
A atividade exercida pelo advogado em 
juízo implica na prova do mandato geral para o 
foro, sob a égide do direito adjetivo (Art. 38 do 
Código de Processo Civil), já aquele recebido para 
atividades extrajudiciais, deve atender as regras 
do direito substantivo (Art. 1.288 do Código Civil). 
A prova do mandato, é exigência legal e 
a sua não apresentação no prazo implica na 
inexistência dos atos praticados pelo advogado que 
se sujeita a responder por perdas e danos. 
 
2 - O advogado afirmando urgência 
pode postular sem mandato. O mandato define-se 
como o ato jurídico pelo qual o mandante se faz 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 71 
representar pelo mandatário para praticar atos ou 
administrar interesses (Art. 1.288Código Civil). 
O mandato se prova pelo instrumento de 
procuração que é poderá ser dispensada ao 
advogado que afirmar urgência para a pratica dos 
atos de representação. 
 Ficou pois garantida, a postulação cuja 
aceitação é uma imposição do status de advogado, 
sem se submeter ao arbítrio da autoridade a qual se 
dirige. 
Fazendo reviver-se a figura do mandato 
verbal, que tem sua existência até o término do 
prazo concedido a apresentação do instrumento de 
procuração como se verá. 
O prazo para o advogado fazer a prova 
do mandato é de quinze dias prorrogável por igual 
período. 
Resta pois, saber-se se esta prorrogação, 
se opera sem requerimento formal pelo advogado 
interessado na dilatação do prazo. 
Entendemos que a regularização da 
representação postulatória objetiva a prestação da 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 72 
tutela jurisdicional; como tal implica na iniciativa 
da parte interessada requerer, ex vi do disposto pelo 
artigo 2º. do Código de Processo Civil, sem que 
todavia se lhe imponha a necessidade de justificar 
justo impedimento pois seu direito a prorrogação 
decorre de lei, expressis verbis. 
Sujeitando-se todavia o advogado a 
ratificar os atos praticados, sob pena de serem 
havidos como inexistentes respondendo o advogado 
por despesas e perdas e danos. 
 
 
3 - Amplitude dos poderes da 
procuração geral para o foro. O Estatuto segue a 
linha da legislação adjetiva civil, ao abandonar a 
vetusta denominação ad judicia, para estabelecer a 
forma genérica de outorga de poderes para a 
postulação em qualquer juízo ou instância, sob a 
denominação de procuração geral para o foro 
(Art. 38 CPC). 
Poderes especiais, são elencados pelo 
ordenamento instrumental civil: receber a citação 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 73 
inicial, confessar, reconhecer a procedência do 
pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito 
sobre que se funda a ação, receber, dar quitação 
e firmar compromisso. 
Mesmo postulando fora do Juízo, a 
procuração deverá especificar os poderes expressos 
para a pratica de atos que excedam a simples 
administração. 
Importa asseverar-se que tanto na 
procuração geral para o foro como aquela 
outorgada pela parte ao advogado para praticar atos 
extrajudiciais, guardam alguns traços comuns bem 
claros: 
 
a) - A confiança é pressuposto 
imprescindível para a existência do mandato; 
 
b) - dependendo da natureza da 
representação pode ser outorgado por instrumento 
publico ou particular; 
 
c) - independem de testemunhas 
instrumentais e autorização conjugal; 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 74 
d) - para validade se exige o 
reconhecimento da firma do mandatário. 
4 - Renúncia do mandato. O Estatuto, 
repete orientação de ordem mandamental adjetiva e 
substantiva, (Art. 45 CPC e 1.320 do CC). 
Devendo o mandante ser notificado da 
renúncia prosseguindo o advogado na 
representação pelo prazo de dez dias afim de evitar 
prejuízo. 
Cessando todavia a representação em 
decorrência da outorga pelo mandante de 
procuração a novo procurador judicial. 
Insta anotar-se que a superposição de 
procuração, implica na revogação da procuração 
outorgada ao procurador anterior. 
Todavia não implica em renúncia, 
sujeitando o mandante ao pagamento dos honorários 
contratados ou aqueles que forem arbitrados em 
ação especial pelo procurador prejudicado. 
Sem prejuízo da verificação da 
transgressão ética cometida pelo novo procurador. 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 75 
Releva anotar-se que o substabelecimento 
de mandato sem reserva de poderes, importa em 
renúncia, devendo o mandatário atentar para duas 
situações: 
 
1ª. Notificação do substabelecimento ao 
mandante, ou seja, o mandatário deverá notificar o 
mandante da ocorrência do substabelecimento, eis 
que ocorreu ato equivalente a renúncia de poderes, 
continuando na representação por dez dias. 
 
2ª. Anuência do mandante no 
substabelecimento, ou seja, o mandatário que 
substabelecer fará com que o mandante assine no 
ato de substabelecimento concordando com a 
substituição do procurador. 
 
 
 
 
 
 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 76 
 
 
 
 CAPÍTULO II 
 DOS DIREITOS DO ADVOGADO 
 
ART. 6° - Não há hierarquia nem 
subordinação entre advogados, magistrados e 
membros do Ministério Público, devendo-se 
todos consideração respeito recíprocos. 
 
Parágrafo único. As autoridades, os 
servidores públicos e os serventuários da 
justiça devem dispensar ao advogado, no 
exercício da profissão, tratamento compatível 
com a dignidade da advocacia e condições 
adequadas a seu desempenho. 
 
1 - Direitos do advogado. O termo 
direito, deve ser analisado no seu significado 
jurídico, como o conjunto de normas dotadas de 
coatividade que tem por objetivo, assegurar a 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 77 
atividade do profissional devidamente inscrito na 
Ordem dos Advogados do Brasil. 
Aqui vamos encontrar o direito, como 
tradicionalmente, considerado pelos civilistas ou 
seja norma agendi, ou ainda, a regra jurídica 
escrita: a lei, elaborada pelo legislador no 
cumprimento do mandato, outorgado pelo povo, 
como expressão do exercício de cidadania. 
E ainda como facultas agendi ou seja, a 
garantia da faculdade de agir de aqueles que 
estando inscritos nos Quadros da Ordem, poderem 
se dedicar a advocacia profissionalmente. 
Insta registrar-se que dos direitos do 
advogado elencados pelo Legislador Federal 
Estatutário, à luz dos preceitos constitucionais que 
circunscreve a matéria, deixa evidente que atribuiu-
se aos advogados, a exponencial tarefa de 
guardiães dos Direitos e Garantias 
Fundamentais, insculpidos no Capítulo I, artigo 5º 
da Constituição Federal. 
Eis que o Estatuto, ao cuidar dos direitos 
do advogado, reedita aqueles direitos 
EESSTTAATTUUTTOO DDAA OORRDDEEMM DDOOSS AADDVVOOGGAADDOOSS DDOO BBRRAASSIILL CCOOMMEENNTTAADDOO 78 
constitucionais, que se constitui em apanágio de 
conquista da sociedade hodierna, onde pontifica o 
advogado como seu mais lídimo defensor. 
 
 
2 - Tratamento a ser dispensado aos 
advogados. O legislador estabelece a forma de 
relacionamento do advogado com autoridades e 
servidores conforme exige a dignidade da profissão 
advocatícia. 
Neste sentido, divide a maneira de 
atuação profissional, em dois planos: no primeiro é 
colocado o relacionamento pessoal, exigindo 
tratamento compatível com o que denomina de 
dignidade da advocacia; enquanto que no segundo, 
prescreve as condições de trabalho adequadas ao 
desempenho profissional. 
 
 
Art. 7° - São direitos do advogado: 
 
I - exercer, com liberdade a profissão em todo 
território nacional; 
 
RREEIINNAALLDDOO AASSSSIISS PPEELLLLIIZZZZAARROO 79 
II - ter respeitada em nome da liberdade de 
defesa e do sigilo profissional, a 
inviolabilidade de seu escritório ou local de 
trabalho, de seus arquivos e dados, de sua 
correspondência e de suas comunicações, 
inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de 
busca e apreensão determinada por 
magistrado e acompanhada de representante 
da OAB;

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