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Atividade IV- Sociologia Organizacional De acordo com Rosangela Pereira e Sidinei Rocha, na idade média os trabalhadores se organizavam em associações denominadas Corporações de Ofício que regulamentavam e controlavam o processo produtivo artesanal nas cidades, agregavam pessoas que exerciam o mesmo ofício e eram responsáveis por determinar preços, qualidade, quantidade de produtos, margem de lucro, aprendizado e hierarquia de trabalho. Nessas corporações o domínio dos saberes estava centrado apenas em uma pessoa (mestre artesão) e a continuidade era garantida pelos seus aprendizes. Porém à medida que o capitalismo foi se consolidando, essa relação laboral foi desaparecendo. A produção artesanal começou a se opor aos interesses da burguesia comercial, pois, os proprietários dos meios de produção, começaram a enxergar que o controle do trabalhador sobre a tarefa limitava a produtividade e tornava-se um empecilho ao desenvolvimento pleno das organizações. Desta forma, começaram as tentativas de controlar o processo de trabalho como forma de aumento de produção, e por consequência, a apropriação do saber do trabalhador. Nesta linha, surge o método de “organização científica do trabalho” proposto por Frederick Taylor, baseado no “Estudo de Tempos e Movimentos” elaborado pelo mesmo através de observação pessoal durante o tempo que foi aprendiz numa fábrica, de que a capacidade produtiva de um trabalhador de experiência média era sempre maior que a sua produção real na empresa. Seu estudo visava a racionalização do trabalho de forma a acabar com os “tempos mortos” do processo produtivo. Seu método seguia as premissas de que: - A concepção, o planejamento e a gestão do funcionamento do processo de trabalho deveria ser centralizado nos gestores e nos quadros técnicos e a execução das tarefas focadas no processo de produção direta de mercadorias ficaria a cargo do operariado. - A seleção dos trabalhadores deveria ser pautada por uma escolha “científica” baseada em critérios de força, disposição e responsabilidade com o trabalho e o treinamento individualizado permitiria encontrar o trabalhador mais adequado para cada função. - A seleção e treinamento adequados obteria um trabalhador mais produtivo e que poderia ser melhor remunerado por sua produção. - O controle direto efetuado por supervisores sobre a execução das atividades garantiria a manutenção das atividades de acordo com as regras prescritas. Portanto, o controle é o elemento central da proposta de Taylor. Dividindo-se as tarefas de planejamento e execução, separa-se o controle da propriedade e o controle do trabalhador do processo de trabalho, reduzindo desta forma, a utilização de suas capacidades, em termos de habilidade e perícia profissional. Henry Ford, dá prosseguimento a essa tendência de divisão social e técnica do trabalho ao introduzir a esteira rolante em sua fábrica de automóveis em Detroit, fazendo com que o ritmo de trabalho seja determinado pela cadência da máquina não sendo mais necessário que os trabalhadores interajam de forma livre e espontânea com seu “saber-fazer”. Ford também percebeu que a produção em série com homogeneidade e uniformização dos produtos aumentaria as margens de lucro. E isso poderia ser obtido com o uso da força de trabalho em grandes quantidades e com salários que possibilitassem o acesso ao consumo. Mas, para isso, os trabalhadores também deveriam “saber” gastar seu dinheiro. Desta forma, as empresas começaram a “controlar” a vida íntima e familiar dos trabalhadores como forma de estabilização do novo método de trabalho. Neste sentido, o “Fordismo” vai além da fábrica, constituindo-se num modo de vida que se baseia na produção e no consumo em larga escala. Entretanto, nem todos recebiam os benefícios do fordismo. As desigualdades, principalmente, com relação à raça, gênero e origem étnica, que determinavam quem tinha acesso ao emprego privilegiado, causaram muitas insatisfações. Com isso, no final dos anos 60, esse modelo começou a entrar em crise. No Brasil, apenas a partir da metade dos anos 50, ocorreu a implementação do modelo fordista na organização e gestão do trabalho. Entretanto, no Brasil, o fordismo não chegou a se concretizar plenamente, ficando restrito a determinadas regiões apenas. Atualmente, o debate em torno do taylorismo e do fordismo, versam pela ruptura ou continuidade do modelo. Os defensores da ruptura afirmam que os mercados não aceitam a padronização da produção característica do fordismo, exigindo produtos diferenciados de acordo com as demandas de diferentes segmentos sociais. Os defensores da continuidade, afirmam que não seria possível o rompimento com os princípios básicos, principalmente a separação entre a concepção e execução. Outros estudiosos, defendem que estamos num processo de transição do trabalho taylorista/fordista para formas mais flexíveis de relações do trabalho. Portanto, neste início do século XXI, apesar das transformações recentes, os princípios tayloristas continuam a ser total, ou parcialmente aplicados em todos os setores produtivos. Bibliografia: PEREIRA, Rosangela Maria; OLIVEIRA, Sidnei Rocha de. Taylorismo e fordismo: A racionalidade técnica na organização. Sociologia e Administração. [S.l.: s.n.] [19--] Cap. 13. Pg. 238-256.
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