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Desindustrialização: conceituação, causas, efeitos e o caso brasileiro O artigo inicia com uma breve explicação sobre o conceito “clássico” de desindustrialização, definido por Tregenna: “é uma situação na qual tanto o emprego industrial como o valor adicionado da indústria se reduzem como proporção do emprego total e do PIB, respectivamente”. Posteriormente, Oreiro apresenta as causas da desindustrialização: os fatores internos que seriam uma mudança na relação entre a elasticidade renda da demanda por produtos manufaturados e serviços e o crescimento mais rápido da produtividade na indústria do que no setor de serviços; e os fatores externos, que em função da comercialização internacional e globalização, acarretaria uma especialização nos países e consequentemente um processo de redução de empregos. Segundo o autor, a desindustrialização impacta negativamente o potencial de crescimento a longo prazo, diminuindo o ritmo de progresso técnico e aumentando a restrição externa ao crescimento. No Brasil, segundo Marquetti apud Oreiro (2009) ocorreu desindustrialização na década de 1990. Entretanto, alguns autores, como Nassif (2006) divergem da afirmativa alegando que não ocorreu um processo generalizado de mudança na realocação de recursos. Entretanto, Oreiro apresenta dados comprovando a ocorrência do processo de desindustrialização na economia brasileira, considerando o conceito clássico, e a interpretação de que o processo é fruto da “doença holandesa”. As relações econômicas internacionais do Brasil nos anos 1950 e 80 O autor inicia o artigo explicando que as relações econômicas internacionais conceitualmente são definidas como fluxos que se estabelecem entre as economias nacionais atuando de forma interdependente no plano mundial. Posteriormente, a partir do livro Princípios de Economia Monetária, de Gudin (1947), são expostas as características brasileiras válidas para as décadas de 50 e início de 60, como as importações rígidas, a inelasticidade na oferta de produtos e a baixa diversidade exportadora. Com o fim da 2ª Guerra Mundial, o Brasil aderiu a todas as organizações criadas para ordenar a expansão econômica, porém manteve um perfil discreto nos processos decisórios, devido à reduzida diversificação de sua economia. O grande impulso na industrialização brasileira acabou ocorrendo no Governo JK, com o plano de metas, entretanto, também cresceram a inflação e a dívida externa. Após JK, Jânio Quadros também não conseguiu reverter a situação macroeconômica. Em 1964 o regime militar assume e começa a fazer mudanças importantes na política econômica obtendo uma breve estabilização. Contudo, durante as décadas de 1970 e 1980, a economia piora e a ditadura militar termina com uma atmosfera de graves turbulências políticas e econômicas. Vulnerabilidade externa e restrição ao crescimento da economia brasileira: do real ao governo Lula Vasconcelos inicia o artigo apontando o sucesso do Plano Real em combater a inflação e os pilares que levaram o plano ao sucesso que segundo o mesmo, foram: o cambial, o monetário e o salarial. Lembrando que o Brasil já passava por um processo de abertura comercial nos governos Sarney e Collor, o autor ressalta que com FHC essa política continuou, entretanto, a economia brasileira permaneceu vulnerável, o que causou profundos desequilíbrios nas contas externas. O crescimento da parcela privada da dívida externa está associado à crescente necessidade de rolagem da dívida pública interna e os constrangimentos causados pela dívida externa ocasionaram os desajustes nas contas públicas. Após a análise de dados apresentados no texto, o autor conclui que, embora a economia comece a dar sinais de recuperação em 2004, após um processo de privatizações nos anos anteriores, a manutenção da política de juros elevados, parece indicar que o governo não está disposto a implementar políticas ativas de crescimento capazes de diminuir as elevadas taxas de desemprego vigentes e incorporar a população jovem que ingressa na população economicamente ativa.
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