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aula 4 alegações finais por memoriais

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO.
PROCESSO nº. ...
FÁTIMA, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos do processo-crime, que lhe move o MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL com fulcro no artigo 403, § 3º, do Código de Processo Penal, para apresentar suas
ALEGAÇÕES FINAIS POR MEMORIAIS
pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
Evidente está a prescrição da pretensão punitiva, eis que entre a data do fato, qual seja, início de 2005, até a data da denúncia, já passaram-se mais de 5 anos, bem como a ré possuía à época dos fatos que lhe são imputados a idade de 20 anos de idade, logo a prescrição nos termos dos arts. 109, IV, c/c 155 do CP, uma vez que a pena máxima para o delito previsto no art. 126 é de 4 anos.
  Inicialmente a denúncia é inepta pois não narra devidamente a conduta de Fátima, bem como não capitula a infração, violando o art. 41 do CPP.
O namorado de Leila, Joel, a princípio violou a privacidade de Leila ao vasculhar suas gavetas e retirar do envelope um exame. Poder-se-ia alegar que tais provas ao serem encaminhadas à autoridade policial, seriam ilícitas por derivação.
  A ré em momento algum afirmou que fornecera remédio abortivo pra Leila, portanto, não se pode confirmar a autoria do delito de aborto, seja qual for a tipificação, pois a ré alega que fornecera o remédio acreditando que a amiga sofria de úlcera. Além do mais,
não há exame confirmando que o feto tinha vida. ?na falta da certeza da gravidez, por inexistir exame histológico para se aferir se o
feto tinha vida, absolve-se?. (TJ/SP, RT 697/286) Código Penal Comentado, Celso Delmanto, 8ª ed. 2010.
  Não se configura crime de aborto sem prova segura de que tenha sido provocado. Código Penal Comentado, Celso Delmanto, 8ª ed.2010, Aborto éum crime que deixa vestígios, portanto, requer perícia para comprovação da materialidade. O laudo pericial acostado aos autos afirma ter ocorrido aborto, porém não é conclusivo quanto ao aborto provocado ou espontâneo, logo não resta comprovada a materialidade do suposto crime.
 Se o laudo pericial é inconcludente quanto ao poder abortivo do medicamento ingerido, devem ser impronunciados os acusados?
Código Penal Comentado, Celso Delmanto, 8ª ed. 2010.
 
Em suas alegações finais, o Ministério Público pede a condenação do réu nos termos propostos na exordial.
PEDIDOS
Requer a absolvição sumária, 415, IV do CPP, pela extinção da punibilidade pela prescrição; Absolvição sumária, com fulcro no art. 415, III do CPP alegando erro de tipo, pois a ré acreditava que a vítima sofria de úlcera. E subsidiariamente requerer a IMPRONÚNCIA, tendo em vista a ausência de indícios suficientes da autoria e prova da materialidade, de acordo com o art. 798,p. 1º e 5º do CPP, bem como as súmulas 310 e 710 do STF.
Local e data
ADVOGADO
OAB

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