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Caderno de Pato Geral

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1 
Universidade Federal de Pelotas 
Faculdade de Medicina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PABLO BASTOS RODRIGUES 
ATM 2016/2 
 2 
PATOLOGIA 
Patologia é o estudo das doenças. Ela se divide em: 
 Geral: Patologia que estuda os fenômenos básicos: Lesão Celular, Alterações 
Hemodinâmicas, Alterações Inflamatórias e Neoplasias. 
 Especial: Patologia que estuda as doenças relacionadas ao determinado órgão. 
A patologia agrupa os seguintes conhecimentos em seu estudo: etiologia, patogenia, 
morfologia e quadro clínico. 
A etiologia é a causa da doença, e há duas classes principais: as causas genéticas (mutações 
herdadas e doenças associadas a variantes genéticas) e as causas adquiridas (doenças 
infecciosas, nutricionais, etc.). 
A patogenia refere-se à sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao agente 
etiológico, desde o estímulo inicial à expressão final da doença. 
A morfologia refere-se às alterações estruturais nas células ou tecidos que são 
características de uma doença ou diagnósticas de um processo etiológico. 
O quadro clínico é o resultado final das alterações genéticas, bioquímicas e estruturais 
gerando anormalidades funcionais que levam a sinais e sintomas. 
LESÃO CELULAR 
Qualquer estímulo da natureza, dependendo de sua intensidade, do tempo de ação e da 
constituição do organismo (capacidade de reagir) pode produzir uma lesão. As lesões 
celulares, em geral, resultam da interação do agente lesivo com os mecanismos de defesa 
(resposta do organismo). 
Para que ocorra uma lesão a célula passa por etapas, são elas: 
1. Homeostasia 
2. Adaptação 
3. Lesão Reversível: Tumefação celular (falha na bomba de íons da membrana 
plasmática) e degeneração gordurosa (formação de vacúolos lipídicos no citoplasma) 
são as características para reconhecer a lesão reversível. 
4. Lesão Irreversível 
5. Morte Celular 
Ainda não se sabe ao certo a transição da lesão reversível para a lesão irreversível. 
Geralmente, a perda da integridade da membrana associada com a entrada de muito cálcio 
na célula ativa enzimas que tornam a lesão irreversível. 
 3 
Princípios da Lesão Celular 
 Tipo de Estímulo: Mecânicos, químicos, isquêmicos. 
 Tipo de Célula: Por exemplo, as células mesenquimais possuem uma maior 
resistência a lesão isquêmica quando comparada aos neurônios. 
 Sistemas Bioquímicos: Deficiência no suprimento de O2, queda na produção de ATP, 
fluxo de cálcio, rompimento da membrana celular e mau funcionamento da 
mitocôndria são os principais causadores de lesões celulares. 
 Efeitos Secundários 
 Alterações Morfológicas 
Os estímulos lesivos podem ser: 
 Exógenos: Agentes físicos (trauma mecânico, radiações, corrente elétrica, variação 
de pressão, variação de temperatura), agentes químicos (depende da dose, da via, da 
absorção, do transporte, do armazenamento, da metabolização e da excreção), 
agentes biológicos (protozoários, fungos, vírus, bactérias) e desvios nutricionais. 
 Endógenos: Patrimônio genético, resposta imunológica, fatores emocionais. 
 Criptogenético ou idiopático: Causa desconhecida. 
Os tipos mais comuns de lesão celular são causados por isquemia ou hipóxia. 
Isquemia é a falta de suprimento sanguíneo, é mais grave. Hipóxia é a diminuição do 
fornecimento de O2 às células. Anóxia é a parada total do suprimento de O2. 
MORTE CELULAR 
Proveniente de uma lesão irreversível. No padrão de morte celular permanece por algum 
tempo os vestígios do acontecimento, após são dissolvidos. Durante uma morte celular 
ocorrem: 
a) Alterações Bioquímicas: Alterações das funções biológicas. 
b) Alterações Morfológicas: Ultraestrutural (microscopia eletrônica), microscopia óptica 
e macroscopia. 
Ex: Lesão Isquêmica do Miocárdio 
 Lesão Reversível: 0 a 30 minutos 
 Lesão Irreversível: 20 a 60 minutos 
 Microscopia Eletrônica: 30 minutos 
 Aumento de enzimas séricas: 2 horas 
 Microscopia Óptica: 4 a 12 horas 
 Macroscopia: 12 a 24 horas 
 4 
Obs: No fígado são necessárias 7 horas para as alterações celulares começarem a se 
desenvolver. 
HETERÓLISE: Enzimas provenientes de outros lugares matam uma célula. Ex: Células 
Inflamatórias. 
AUTÓLISE: Morte celular por enzimas próprias do organismo. Ex: Dissociação Enzimática. 
NECROSE 
É a morte celular seguida de autólise. São alterações morfológicas de morte celular no 
organismo vivo. 
FISIOPATOGENIA: Desnaturação proteica e digestão enzimática. 
MORFOLOGIA: (1) alterações citoplasmáticas perdendo a basofilia (porque perde o RNA) e 
aumenta a eosinofilia; (2) aumento da ligação da eosina com proteínas desnaturadas; (3) 
alterações nucleares que podem ser: PICNOSE que é a condensação da cromatima, ficando 
basofílica, puntiforme e contraída, CARIÓLISE que é a ativação de DNA lises que acabam por 
dissolver o DNA celular, e CARIORRÉXIS que é o núcleo com restos nucleares fragmentados 
no citoplasma. 
CAUSAS: (1) Isquemias; (2) físicas; (3) químicas; (4) biológicas; (5) imunitárias; (6) genéticas e 
(7) deficiências nutricionais. 
EVOLUÇÃO DA NECROSE 
1) Regeneração: Tecido morto sofre um processo de mitose, sendo, então, substituído. 
2) Cicatrização: Deposição do tecido conjuntivo a fim de melhorar a área de necrose. 
3) Encistamento: Quando o material necrótico não é absorvido. 
4) Eliminação: Origina uma cavidade no lugar da necrose. 
5) Calcificação: O local da necrose sofre uma calcificação distrófica. 
TIPOS DE NECROSE 
 NECROSE DE COAGULAÇÃO 
Também chamada de necrose isquêmica. Citoplasma com aspecto de substância coagulada 
com coloração esbranquiçada. Célula com aspecto de sombra que caracteriza a região 
necrótica circundada por um halo vermelho, porque a hiperemia tenta compensar a 
isquemia. O arcabouço celular mantém-se preservado, granuloso e homogêneo. 
DESNUTRIÇÃO PROTEÍCA > PROTEÓLISE 
Ex: Infarto Agudo do Miocárdio. 
 
 
 5 
 NECROSE LIQUEFATIVA 
Possui consistência mole, semifluída ou liquefeita. No locar de necrose encontram-se 
neutrófilos e piócitos (neutrófilos degenerados). É comum quando ocorrem infecções com 
bactérias pirogênicas (Staphylococos e Streptococos) que recrutam muitas células 
inflamatórias formando uma substância purulenta (ação das enzimas lisossômicas liberados 
pelos leucócitos exsudados). PROTEÓLISE > DESNATURAÇÃO PROTEÍCA. 
Ex: Furúnculo. 
 NECROSE CASEOSA 
Padrão de inflamação crônica granulomatosa com apoptose de células inflamatórias. Alguns 
fungos com a blastomicose também causam esse tipo de necrose. Aparência semelhante a 
requeijão. Macroscopicamente: material fosco, branco e seco. Microscopicamente: 
Granuloso, acidofílico, núcleos fragmentados. DESNATURAÇÃO PROTEÍCA = PROTEÓLISE. 
Ex: Tuberculose. 
 ESTEATONECROSE 
É a necrose do tecido adiposo. A célula adiposa morta libera uma substância que se liga ao 
cálcio (essa ligação pode simular malignidade, como os microtraumas com cápsula fibrosa 
nas mamas). É típica de lesão pancreática. Características: Lesão em pingo de vela e 
contorno basofílico. 
Ex: Trauma do tecido adiposo, principalmente mamas. 
 NECROSE GOMOSA 
Clássica da fase terciária da sífilis, e é classificada com uma variedade da necrose isquêmica. 
 NECROSE FIBRINÓIDE 
Clássica de doenças autoimune que envolve os vasos sanguíneos, e que tem a desnaturação 
proteíca como principal fator desencadeante da morte celular. 
GANGRENA 
É uma forma de evolução da necrose resultante da ação de agente externos sobre o tecido 
necrosado (isquemia acompanhada de putrefação e cheiro característico). 
 Gangrena Seca: Ocorre desidratação, mumificação. 
 Gangrena Úmida: Ocorre por ação de bactérias piogênicas com formaçãode pus. 
 Gangrena Gasosa: Ocorre por ação de bactérias produtoras de gás (Clostridium) com 
presença de bolhas ao corte. 
 
 6 
 
APOPTOSE 
É a morte celular programada, é um fenômeno em que a célula é estimulada a acionar os 
mecanismos que culminam com a sua morte. NÃO DESENCADEIA RESPOSTA INFLAMATÓRIA. 
Pode ser causada por irradiação. 
APOPTOSE COMO PROCESSO FISIOLÓGICO 
 Embriogênese: Órgãos involuídos durante a organogênese, como a cauda. 
 Involução Hormônio Dependente: Como a queda da concentração hormonal pós-
menopausa o que leva uma redução do ovário e endométrio. 
 Deleção em populações celulares proliferantes: Destruição de células sanguíneas, 
como hemácias e glóbulos brancos. 
 Resposta Inflamatória: Como a morte de neutrófilos após o cumprimento de seu 
papel. 
 Resposta Imune: Eliminando linfócitos potencialmente nocivos antes ou depois da 
sua maturação. 
APOPTOSE COMO PROCESSO PATOLÓGICO 
 Estímulos lesivos variados: Como a lesão ao DNA (por radiações, drogas citotóxicas 
anticâncer e a hipóxia) ou acúmulo de proteínas anormalmente dobradas. 
 Vírus. 
 Atrofia patológica. 
 Morte celular em tumores. 
 Quando acompanha a necrose celular. 
MORFOLOGIA: Primeiramente ocorre o encolhimento celular, deixando o citoplasma mais 
denso. Após a cromatina se condensa e é disposta em grumos acoplados à carioteca. Então, 
ocorre formação de corpos apoptóicos e bolhas citoplasmáticas. As células parenquimatosas 
circundantes (geralmente macrófagos) realizam a fagocitose ou endocitose das células em 
apoptose. 
Necrose de 
Coagulação (Infarto 
Esplênico) 
Necrose Liquefativa 
(Abscesso cerebral) 
Necrose Caseosa 
(Pulmão) 
 7 
 
VIA MITOCONDRIAL: Iniciada pela perda de sinais de sobrevivência da célula, após tem 
extravazamento de proteínas pró-apoptóticas para o citoplasma, que culminam na ativação 
das caspases. 
REMOÇÃO DAS CÉLULAS APOPTÓTICAS: Fosfatidilserina (passa a ser expressa no folheto 
externo da membrana) + Corpos apoptóticos (expressam glicoproteínas adesivas) = 
Reconhecimento Macrofagocitário -> FAGOCITOSE CELULAR 
ACHADOS NECROSE APOPTOSE 
Tamanho Celular Aumentado (tumefação) Reduzido (retração) 
Núcleo Picnose, Cariorrexis, 
Cariólise. 
Fragmentação 
Membrana Citoplasmática Ruptura Intacta 
Conteúdo Celular Digestão Enzimática Intacto 
Inflamação Frequente Ausente 
Ocorrência Patológica Fisiológica ou Patológica 
 
DEGENERAÇÕES 
(Deposições Intracelulares) 
São perturbações qualitativas do metabolismo celular, em geral reversíveis, cursando com 
acúmulos de substâncias no núcleo, citoplasma ou interstício. São, portanto, acumulações 
metabólicas onde há acumulo intracelular, transitório ou permanente, de substâncias 
(endógenas ou exógenas) em quantidades anormais, que podem ser inócuos ou causar 
dano. 
Os processos mais frequentes nos acúmulos celulares são: (1) velocidade de seu 
metabolismo diminuído (produz muito e elimina pouco); (2) defeitos genéticos, enzimas que 
faltam ou produzem demais; (3) fagocitose de substância exógena para dentro da célula com 
acúmulo. 
Ativação das 
CASPASES 
Enzimas que 
degradam o DNA e 
destroem as 
proteínas do 
citoesqueleto. 
VIA MITOCONDRIAL 
É a via intrínseca, 
por enzimas 
liberadas pela 
mitocôndria. 
VIA RECEPTOR DE 
MORTE 
É a via extrínseca, 
são ativados os 
fatores de necrose. 
 8 
Categorias das substâncias 
 Componentes celulares normais: Água, proteínas, carboidratos, lipídeos. 
 Substâncias anormais: Minerais, agentes infecciosos. 
 Pigmentos: Bilirrubina, hemossiderina. 
Acúmulos de origem LIPÍDICA 
Tipos de acúmulos: triglicerídeos, colesterol e fosfolipídeo. Os fosfolipídeos são 
componentes das figuras de mielina encontradas nas células necróticas. 
Coloração: Sudam III (vermelho) e IV (preto) ou Red Oil, evitar processo normal de 
parafinização, utilizar corte por congelamento. Utiliza-se o xilol sobre a faixa de tecido e 
observa-se uma enorme quantidade de vacúolos vazios, que eram antes do solvente, 
preenchidos com lipídeos. Para comprovar que há lipídeos, se pega o tecido fresco ou fixado 
em formalina aquosa e faz-se congelação, corando-se depois com Sudam III ou IV, que dará 
uma coloração alaranjada aos vacúolos. 
ESTEATOSE é a deposição de gorduras neutras (triglicerídeos) no citoplasma de células que 
normalmente não as armazenam. Ocorre principalmente no fígado, mas podem ocorrer nos 
rins, coração e músculos. 
 ESTEATOSE HEPÁTICA 
Deposição anormal de triglicerídeos no citoplasma de células parenquimatosas. Causas 
principais: toxinas (o álcool é a principal delas), anóxia ou hipóxia (provoca porque não 
consegue oxidar a gordura pelo pouco aporte de oxigênio), desnutrição proteíca (produção 
de proteínas a partir de lipídeos, com isso provoca o deslocamento da gordura periférica 
para o fígado), diabetes melito (realização de gliconeogênese a partir dos triglicerídeos), 
obesidade, anorexia, corticoterapia, infecções e congestão hepática. 
A doença provoca alterações quando o acumulo for insuportável, alguns casos de esteatose 
podem progredir para hepatite (esteatohepatite). Pode ocorrer na obesidade, diabetes, 
corticoterapia, nutrição parenteral, rececção intestinal. No alcoolismo, a persistência do 
consumo pode progredir a esteatose em 10% dos casos à fibrose hepática e mais tarde a 
cirrose hepática. 
 - Síndrome de Reye: Esteatose microvesicular na gravidez, através de um defeito 
mitocondrial na oxidação dos lipídeos no fígado. 
 
 
 
 
 9 
Morfologia Hepática 
 
 ESTEATOSE CARDÍACA 
Ocorre pela redução na utilização de ácidos graxos. Pode ser difusa na difteria por infiltração 
lipídica em faixa. A esteatose pode ter caráter “tigróide” (em listas) nas anemias graves 
causando alteração de cores. E também pode ser induzida por hipóxia, no caso das anemias 
profundas. 
 ESTEATOSE RENAL 
Coloração amarelada dos rins por acumulo de triglicerídeos em vacúolos nos túbulos 
proximais. Ocorre lipidúria (por hiperlipidemia, glomerulonefrites e glomerulopatias), 
através de captação por pinocitose nas células tubulares renais do túbulo proximal. 
LIPIDOSES é o acúmulo de colesterol e ésteres de colesterol em alguma região corporal. 
 ATEROSCLEROSE 
Acúmulo de vacúolos lipídicos contendo ésteres de colesterol no interior de macrófagos e 
músculo liso na camada íntima das paredes das artérias formando as PLACAS DE ATEROMA, 
que pode resultar em infartos e AVC. Ainda há calcificação da artéria no local do ateroma, 
com o aumento da camada média. 
 
Macroscópica: Órgão aumentado de volume, 
untoso, pouco consistente (macio), amarelado 
com bordas rombas, com aproximadamente 4 
Kg (fígado normal = 1,5 Kg). 
Microscópica: Vacúolos claros nas células 
parenquimatosas e que progressivamente 
deslocam o núcleo para a periferia. 
 10 
 XANTOMAS 
Acúmulo de colesterol em hipercolesterolemias dentro de macrófagos situados no 
conjuntivo subepitelial de pele e tendões. 
 XANTELASMAS 
São xantomas na região periorbital. 
 COLESTEROLOSE 
Acúmulo de colesterol dentro de macrófagos situados na lâmina própria da vesícula biliar 
(vesícula em morango); não é patológico e os níveis de colesterol podem estar normais. 
ESFINGOLIPIDOSES são armazenamentos de esfingomielina decorrente da falta de 
enzimas lisossomais. 
 DOENÇA DE NIEMAN-PICK 
Doença de armazenamento lisossomal de esfingomielina, resultado de uma mutação na 
enzima de transporte e produção, e que ao se acumular no intestino, fígado, rim e músculo 
estriado, principalmente, causa a doença. É uma doença autossômica recessiva que causa 
morte geralmentena infância, mas são extremamente raras. 
Acúmulos de origem GLICÍDICA 
GLICOGENOSES são depósitos intracelulares de glicogênio que parecem vacúolos 
citoplasmáticos claros. São doenças genéticas e raras que matam o individuo ainda jovem. 
As causas principais são deficiência enzimática e diabetes melito (crise hiperglicêmica). 
 DOENÇA DE VON GIERKE 
É a glicogenose mais comum, afeta os hepatócitos deixando seus citoplasmas mais claros e 
vacuolados. 
Acúmulos de origem PROTEÍCA 
AMILOIDOSES 
É uma doença resultante do processo de depósito da substância amiloide fora das células 
em vários grupos de doença (infiltração), sendo a mais comum na parede de vasos. O 
amiloide é uma junção de proteína + glicoproteína (substância P), ele é uma substância 
homogênea, eosinofílica, extracelular, PAS +. Corado com vermelho congo tem a 
biorrefringência verde na luz polarizada como patognomônico da presença de amilóide. 
O principio de depósito é a produção aumentada da fração proteíca, base do amilóide, 
combinada com o erro da proteólise local. 
 11 
Morfologia dos depósitos amiloides 
a) Rim: No mesângio glomerular, vasos peritubulares. Causas: Síndrome Nefrótica, 
Insuficiência Renal. 
b) Baço: Nos folículos e arteríola centro folicular, observa-se um baço com aspecto de 
sagu. Causa: Esplenomegalia. 
c) Fígado: Nos vasos, no espaço de Disse. Causas: Hepatomegalia, Insuficiência 
Hepática. 
d) Coração: Vasos, interfibras musculares. Causas: ICC, arritmias. 
e) Adrenal: No córtex (inicia na camada glomerular). Causas: Síndrome de Addison, 
Insuficiência Cortical. 
f) Intestinos: Vasos, lâmina própria, intermuscular. Causas: Diarréia, Síndrome da Má 
Absorção. 
g) Pâncreas: Vasos, Ilhotas de Langerhans. 
h) Demais órgãos: Sempre extracelular. 
Classificação das amiloidoses 
 Sistêmica 
a) Primária: Compromete vasos, coração, tubo digestivo, pele e nervos. Sua origem 
é das imunoglobulinas de cadeia leve fabricadas pelos plasmócitos. No mieloma 
múltiplo (plasmocitoma) em 10-15% dos casos ocorre amiloidose. Tipo de 
amilóide “AL”. 
b) Secundária: Qualquer processo inflamatório crônico ou sistêmico pode causar 
amiloidose. Causas: Tuberculose, doença de Crohn, sífilis, abscessos crônicos. Sua 
distribuição é em vasos, rins, fígado, baço, tubo digestivo e adrenal. Tipo de 
amilóide “AA”, amilóide associado ao soro, produzido pelo fígado. 
c) Hemodiálise crônica: Distribuição pelas membranas sinoviais, articulações, 
bainhas de tendões. Sua origem é a partir da B2-microglobulina (não filtrada, 
retida e formadora de amilóide). 
d) Familiar 
 
 Localizada 
a) Endócrina: Nas ilhotas de Langerhans em diabéticos, com origem a partir de um 
peptídeo da ilhota. Pode ocorrer também no estroma de carcinoma medular de 
tireóide. 
b) Senil: Na doença de Alzheimer, através de depósito de B2-globulina em vasos e 
placas “senis”. A forma cardíaca é por depósito de transtiretina (da globulina 
transportadora), de tiroxina e retinol. 
c) Tumoral: Depósito de amilóide “AL” na forma de tumores, distribuição pela pele, 
pulmão, trato urinário, pâncreas, língua e laringe. 
 
 
 12 
HIALINIZAÇÃO 
Alterações nas células ou espaço extracelular de aparência homogênea, vítrea e rósea 
quando corado com HE (acidófilo). Fazem parte do processo de hialinização acúmulos de 
proteínas intracelulares (Corpúsculo de Russel -> acúmulo em plasmócitos na inflamação, 
Corpúsculos de Mallory -> acumulo em hepatócitos de alcoólatras, Corpúsculos de 
Councilman -> acúmulo nos hepatócitos em apoptose na hepatite). 
Em indivíduos com proteinúria é encontrada degeneração hialina por endocitose. A 
hialinização arteriolar é típica de diabetes melitos. 
MUCINOSES 
Refere-se ao acúmulo de mucina citoplasmática, tratando-se de mucina epitelial 
(mucopolissacarídeos neutros, PAS +). 
Células típicas: São as células em “sinete” = “anel de grau”, possui citoplasma amplo com 
mucina basofílica, núcleo atípico e marginal. 
Causas: Hiperprodução por estímulo inflamatório sobre as mucosas mucosecretantes 
(brônquica, gástrica, colônica, endocervical); Produção de mucina por carcinomas mucinosas 
(gástrica, colônica, outras). 
MIXOMATÓIDES 
Refere-se ao acúmulo de mucina no interstício (tecido conjuntivo). 
Causas: Doenças reumáticas (artrite reumatoide); colagenoses (esclerodermia, lúpus); cisto 
sinovial; mixedema (hipotireoidismo); média “necrose” idiopática da aorta (degeneração 
mucóide da aorta ligada ao aneurisma dissecante); tumores no estroma (miomas, 
condromas, fibromas, osteomas, lipomas, mixomas). 
QUERATINOSES 
Tem sua ocorrência normal na pele, líquido amniótico (lamelas córneas em número 
crescente com o avanço da gravidez). 
 HIPERCERATOSE 
Produção excessiva de queratina pura, com hipergranulose e com ocorrência exclusiva na 
pele. Causas: Calosidade, doenças congênitas (ictiose), papilomas cutâneos, algumas 
dermatites e dermatoses. Pode ser fisiológica (calosidades) ou patológica. 
 PARACERATOSE 
Produção excessiva de queratina com restos de núcleos no seu interior; é uma 
queratinização imperfeita. Ex: Psoríase. 
 13 
 DISCERATOSE 
Produção excessiva e anômala de queratina no interior da célula; queratinização 
citoplasmática abortiva (eosinofílica), pérolas córneas (forma de cebola). 
Original: Pele, lábio, esôfago, ânus. Adquirida (por metaplasia escamosa): brônquios, colo 
uterino, vesícula biliar. 
PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA 
PIGMENTO designa qualquer substância de origem, composição química e significados 
biológicos diversos que tem cor própria. São encontradas amplamente na natureza, nas 
células animais e vegetais. 
PIGMENTAÇÃO é o processo de formação ou acúmulo, normal ou patológico, desses 
pigmentos. 
PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA: Pode ser o resultado de alterações bioquímicas 
pronunciadas, representando o acúmulo ou a redução de determinados pigmentos, sendo 
um dos aspectos mais marcantes em várias doenças. 
 
Acúmulos de PIGMENTOS ENDÓGENOS 
HEMOGLOBÍNICOS (Originados da lise do sangue) 
BILIRRUBINA 
Formada a partir da fração heme da hemoglobina, fração que contém o ferro. 
As causas do acúmulo de bilirrubina podem ter três vertentes: 
a) Pré-Hepática: Devido à alta taxa de hemólise (bilirrubinemia indireta). 
b) Hepática: Não consegue se conjugar. (Ocorre na cirrose e na hepatite). 
c) Pós-Hepática: Em doenças obstrutivas que não conseguem transformar a bilirrubina 
(bilirrubinemia direta). 
OBS: Se o paciente tiver uma hiperbilirrubinemia direta, indiretamente também terá uma 
hiperbilirrubinemia indireta. 
Sinal de Acúmulo: ICTERÍCIA, deposição de bilirrubina sob a pele, mucosas, fígado, rins, etc. 
O metabolismo da bilirrubina segue os seguintes passos: 
 14 
 
1) Hiperbilirrubinemias indiretas em recém-nascidos podem implicar em KERNICTERUS, 
que é o acúmulo de bilirrubina nos núcleos da base causando deficiência motora. 
2) Hiperbilirrubinemia elevada, tanto conjugada ou não conjugada, resulta em icterícia, 
com prurido. 
3) Excesso de eliminação de bilirrubina pelo sistema canalicular biliar pode resultar em 
cálculos biliares (bilirrubinato de cálcio). 
HEMOSSIDERINA 
Resulta da degradação da hemoglobina, na presença de O2, e contém ferro (na forma 
intracelular do ferro), sendo considerado um pigmento agregado de micelas de ferritina. 
Portanto, HEMOSSIDEROSE é o acúmulo de hemossiderina nos tecidos podendo acontecer 
por (1) absorção aumentada de ferro alimentar, (2) anemias hemolíticas nas quais 
quantidades anormais de ferro são liberadas dos eritrócitos, (3) transfusões repetidas 
porque os eritrócitos transfundidos constituem uma carga exógena de ferro. A 
hemossiderose pode ser de doistipos: 
a) Local: Deposita-se no interior de macrófagos em locais de sangramento (equimoses). 
b) Sistêmica: Deposição difusa em quadros de anemia hemolítica e multitransfusões 
sanguíneas. Principais locais de acúmulo: macrófagos, fígado, baço, medula óssea, 
linfonodos, derme, pâncreas e rim. 
 
 HEMOCROMATOSE (Tríade: Diabetes, Cirrose e coloração brônzea da pele) 
Doença genética rara, autossômica recessiva, com característica de ter a capacidade maior 
de absorver o ferro dietético. Aparece por volta dos 40/50 anos e o tratamento é com 
sangria periódica. Os principais locais de acúmulo são o fígado (causando fibrose -> cirrose), 
pâncreas (fibrose -> diabetes) e coração (arritmias). Para verificação dessa impregnação de 
ferro, realiza-se a coloração de Perls (ferro numa coloração azulada corada com Azul da 
Prússia). 
Hemólise 
LIberação do grupamento 
globina + heme 
A porção heme é então 
quebrada em biliverdina + 
Ferro 
A biliverdina é oxidada pela 
biliverdina oxidase até 
BILIRRUBINA NÃO 
CONJUGADA , que se liga à 
albumina 
No fígado a bilirrubina se 
combina com o ácido 
glucurônico e se 
transforma em 
BILIRRUBINA CONJUGADA 
No intestino delgado, por 
ação de bactérias, ela é 
transformada em 
urobilinogênio. 
O urobilinogênio formado 
tem sua maior parte 
absorvida no íleo terminal. 
A porção não absorvida de 
urobilinogênio da 
coloração a urina e fezes 
 15 
Sintomas: Perda de cabelo, vertigem, diabetes, artrite, pele escura, cirrose hepática, 
cardiopatia, atrofia testicular. 
HEMOZOÍNA 
É um pigmento malárico, inerte e não tóxico. Resulta da degradação da hemoglobina pelos 
parasitas da malária (Plasmodium falciparum), com lise das hemácias afetadas. Esse 
pigmento induz a liberação de monócitos (macrófagos e pirógenos), o que pode ser a causa 
das crises de febre da malária. 
 
MELANINA 
Pigmento castanho enegrecido sintetizado pelos melanócitos (células derivadas da crista 
neural) e localizados sob a derme, base dos pêlos, íris, na substância negra do mesencéfalo, 
meninges e na mucosa intestinal. Ela tem dois tipos: EUMELANINA de coloração mais escura 
sendo encontrada mais frequente, e FEOMELANINA de coloração alaranjada, presente em 
ruivos e loiros. 
 
 
Plasmodium 
falciparum entra 
na hemácia 
Hemólise 
Hemozoína 
é liberada 
Os monócitos 
fagocitam a 
hemozoína, 
porque ela induz 
a quimiotaxia 
dessas células. 
Fenilalanina 
Tirosina 
•Através da enzima 
TIROSINASE 
Melanina 
 16 
1) Hiperpigmentação de Melanina 
 Aumento da quantidade de melanócitos por ação hormonal (principalmente 
estrogênio). Ex: Cloasma gravídico é reversível e acontece na região malar e 
buço. 
 Neoplasma dos melanócitos. Ex: Nevos, melanomas (irreversíveis). 
 Aumento da melanogênese por não produção hormonal da adrenal ou por 
aumento de ACTH (estimulador dos melanócitos) pela hipófise. Ex: Doença de 
Addison. 
 
2) Hipopigmentação de Melanina 
 Migração errátil dos melanócitos causando manchas hipopigmentadas. 
 Diminuição da enzima tirosinase. Ex: Albinismo, eles tem melanócitos, mas 
não consegue produzir a melanina. 
 Diminuição da transferência para os queratinócitos. Ex: Lesão Cicatricial. 
 Destruição dos melanócitos. Ex: Parkinson (destruição dos melanócitos da 
substância negra do mesencéfalo) e Vitiligo (destruição definitiva dos 
melanócitos pelo sistema imune). 
Obs.: HALO NEVO: Ataque do sistema imune a um nevo com destruição provisória dos 
melanócitos da região. Pode evoluir ou involuir. 
ÁCIDO HOMOGENTÍSICO 
Pigmento granular vermelho enegrecido formado pela conversão da TIROSINA em ÁCIDO 
HOMOGENTÍSICO, e que aparece na vigência de ocronose. 
 OCRONOSE 
Doença genética rara, autossômica recessiva. Ocorrem por depósito de ácido homogentísico 
dando uma coloração azulada nas cartilagens, extremidades dos dedos, na pele do dorso da 
mão. Pode causar ALCEPTONÚRIA -> Urina baseidificada e negra por causa do acúmulo desse 
pigmento. Pode levar a artrites graves. 
LIPOFUCSINA 
Pigmento de desgaste ou envelhecimento das membranas celulares. Deposita-se em 
neurônios, miocárdio e fígado, e por si só não indica patologia. A lipofucsina é um 
fosfolipídeo derivado das membranas celulares que se acumulam na deficiência de 
antioxidantes, como na deficiência de vitamina E ou em uma atrofia celular por desnutrição. 
 Pigmento insolúvel, pseudo-amarelado, fluorescente, PAS+, constituído por grânulos 
delicados intracitoplasmáticos por processos de destruição e envelhecimento celular. 
 Cora-se com Sudam e Azul do Nilo. 
 Sinônimos: Lipocromo, cromolípideo, ceróide. 
Laura
Realce
 17 
Acúmulos de PIGMENTOS EXÓGENOS 
 ANTRACOSE 
Acúmulo de carvão principalmente nos pulmões (alvéolos e linfáticos), deixando-os pétreos. 
Quem fuma tem no espaço subpleural acúmulo de poluentes, e esses pigmentos entram no 
sistema linfático e não conseguem ser eliminados. Causas: Fumo ou poluição ambiental. 
 ARGIRIA 
Acúmulo de sais de prata (normal 1mg / Argiria 40mg) por terapêutica inadequada. O 
paciente fica com aspecto de “SMURF”, mas é parcialmente reversível. 
 CRISÍASE 
Acúmulo de sais de ouro por medicamentos como os da artrite reumatoide. A pigmentação 
atinge as extremidades na pele, deixando em tom dourado. Não tem grande repercussão 
sistêmica, apenas dano estético. 
 SATURNISMO 
Intoxicação por sais de chumbo, e é reversível. 
 CAROTENODERMIA 
Não é uma pigmentação patológica, é caracterizada por quantidades supranormais de 
caroteno que se deposita na pele. 
 
CALCIFICAÇÕES 
É o processo de saturação tecidual com sais de carbonato de cálcio e hidroxiapatita por 
alteração no metabolismo do cálcio. Nosso corpo possui em torno de 1-2 kg de Ca++, sendo 
90% na forma de hidroxiapatita. 
A absorção de cálcio ocorre no duodeno por transporte ativo com papel fundamental da 
vitamina D. 
Nas calcificações ou mineralizações patológicas os sais de cálcio são depositados em tecidos 
frouxos não osteóides, enrijecendo-os. Usualmente isso ocorre em áreas de necrose e 
degenerações, pois os sais de cálcio são tampões, portanto eles vão tentar tamponar a lesão. 
 
 
 
 18 
TIPOS 
 CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA 
Afeta tecidos previamente lesados, independente dos níveis séricos de cálcio e de alterações 
no metabolismo desse elemento. É o tipo mais focal e mais frequente, e a lesão tecidual é 
necessária, que com o tempo forma osso heterotópico. Os sítios mais usuais desse tipo de 
calcificação são: 
 Tecido conjuntivo hialinizado de lesões antigas (cicatrizações); 
 Paredes de vasos, como na aterosclerose; 
 Tendões; 
 Válvulas cardíacas envelhecidas ou danificadas; 
 Tumores, como nos leiomiomas uterinos, meningiomas, câncer de mama, 
câncer papilar de tireóide, câncer de ovário. 
 Infartos antigos; 
 Ao redor de parasitas, como na cisticercose cerebral; 
 Na necrose enzimática, principalmente do pâncreas; 
 Trombos venosos crônicos; 
 Órgãos tubulares; 
 Tecidos necrosados. 
Obs: O cálcio tende a induzir crise epiléptica por conduzir corrente elétrica. 
 CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA 
Afeta os tecidos por precipitação resultante da hipercalcemia, sendo o tecido conjuntivo o 
mais frequente. É uma calcificação generalizada e menos frequente, mas acometem 
principalmente tecidos intersticiais da mucosa gástrica, rins, pulmões artérias sistêmicas e 
veias pulmonares. Chama-se CALCINOSE a calcificação metastática extensa. 
PATOGENIA DA CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA
 
1 - Absorção aumentada de cálcio 
no tubo disgestivo por excesso de 
vitamina D.2 - Mobilização do aumento de 
cálcio nos ossos por uma imolização 
prolongada. 
3 - Osteólise, como ocorre no 
mieloma e nas metástases ósseas. 
4 - Hiperparatireoidismo primário, 
que com o aumento desse 
hormônio, o cálcio é liberado dos 
ossos para o sangue em maior 
quantidade. 
5 - Insuficiência Renal Crônica, 
porque retém fostato, com isso 
aumenta a ação do paratormônio 
(hiperpatireoidismo secundário) 
que coloca mais cálcio no sangue. 
6 - Aumento da ingesta de cálcio. 
 19 
Obs: O ASPECTO DO DEPÓSITO DE CÁLCIO É SIMILAR NAS DUAS FORMAS DE 
CALCIFICAÇÃO. 
HEMORRAGIA 
É a saída de sangue do espaço vascular para o compartimento extravascular (cavidades ou 
interstício) ou para fora do organismo. Sempre que as hemácias chegam ao interstício 
causam irritação aos tecidos promovendo uma resposta inflamatória. 
CLASSIFICAÇÃO TOPOGRÁFICA 
 Hemorragia Externa: Saída de sangue para o meio externo, independente de este ser 
visualizado ou não. 
 Hemorragia Interna: Sangramento para órgãos ou cavidades fechadas. 
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA 
 HEMORRAGIA POR REXE (Ruptura): Sangramento consecutivo à ruptura da parede 
vascular ou do coração que pode ser identificado. 
Causas: Traumatismos, enfraquecimento da parede vascular. 
Fisiopatogenia: (1) Por lesão do próprio vaso como nas vasculites; (2) por lesão de estruturas 
adjacentes como na tuberculose, úlcera péptica e neoplasias malignas, e (3) por aumento da 
pressão sanguínea como na hipertensão arterial. 
 HEMORRAGIA POR DIAPEDESE: Sangramento sem ou com diminuta solução de 
continuidade vascular resultante da diapedese das hemácias entre as células 
endoteliais (microlesões, afastamento do endotélio). 
Causas: Anóxia (aumento da concentração de CO2 que é um vasodilatador), embolia 
gordurosa (os êmbolos de gordura consomem os agregantes do sangue, com isso as 
hemácias conseguem sair do vaso), septicemia por meningococos, alergia à drogas. 
Evolução: Hemácias extravasadas -> Lise ou fagocitose (20 dias) -> Hemoglobina -> 
Biliverdina -> Bilirrubina -> Hemossiderina = Estas modificações contemplam o Espectro 
Equimótico de Grand Du Sale. 
CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA 
 PETÉQUIA: Hemorragia intersticial puntiforme infiltrada entre os tecidos, com até 2 
mm no maior eixo, é vista por transparência da pele, da mucosa ou da serosa. São 
provocadas por diapedese. Estão associadas à aumento da pressão intravascular, 
plaquetopenia (trombocitopenia) ou defeitos nas funções plaquetárias. 
 
 20 
 PÚRPURA: Hemorragia intersticial infiltrada entre os tecidos maior que a petéquia 
(de 2 mm à 2 cm), é um conjunto de várias lesões petequiais. Pode ocorrer pelas 
mesmas causas que a petéquia, e ainda podem ser secundárias como em traumas, 
vasculite e aumento da fragilidade vascular (amiloidose). 
 
 EQUIMOSES: Hemorragia intersticial infiltrada entre os tecidos maior que 2 cm, a 
qual pode passar por diferentes fases (colorações -> Espectro Equimótico). (1) 
Vibices: equimoses longitudinais; (2) Sugilação: equimoses em forma pontilhada; (3) 
Sufusão: equimoses em mucosa. 
 
 HEMATOMA: Acúmulo de sangue em uma cavidade, o sangue acaba por exercer uma 
pressão suficiente para afastar os tecidos e formar uma cavidade. 
 
 SÍNDROME DE WATERHOUSE-FREDERIHKSEN 
É caracterizado por uma hemorragia de diapedese por sepse de meningococos, o que faz o 
consumo dos elementos de coagulação sanguínea. Observam-se púrpuras tegumentares e 
hemorragia de suprarrenais. 
Obs: Hemorragia Intracavitária = hemotórax, hemopericárdio, hemoperitônio, hemartrose 
(em articulações). 
Obs: Hiposfagma = Hemorragia subconjuntival. 
Obs: Pacientes com hemorragia excessiva podem desenvolver icterícia pela destruição 
intensa das hemácias e da hemoglobina. 
COMPLICAÇÕES DA HEMORRAGIA 
1. Choque hipovolêmico quando abaixo de 20% do volume total de sangue. 
2. Anemia ferropriva quando ocorre sangramento crônico repetitivo. 
3. Asfixia por um sangramento pulmonar intra-alveolar. 
4. Tamponamento cardíaco por uma quantidade exagerada de fluído dentro da 
cavidade pericárdico, com isso o coração não consegue realizar a diástole (porque 
não consegue se expandir), entra em choque cardiogênico e possível morte. 
5. Hemorragia intracraniana causando um choque neurogênico. 
DIÁTESE HEMORRÁGICA 
É um sangramento desproporcional à causa, é um grupo de doenças que geram 
hemorragias. Causas: 
a) Por alterações vasculares: 
o Doença de Osler: Telangectasia hereditária hemorrágica -> mecanismos de 
telangectasias múltiplas, manifestações de epixtase, sangramento por rexe na 
pele e mucosas (principalmente gengiva). 
 21 
 
o Escorbuto: O mecanismo é um defeito na membrana basal dos vasos, com 
manifestações de petéquias e/ou sangramento por rexe. 
 
o Púrpura Senil: O mecanismo é um defeito na síntese do colágeno e elastina em 
idosos. Geram manifestações purpúricas e equimóticas. 
 
b) Por alterações plaquetárias: 
o Aplasia de Medula Óssea: Ocorre hemorragia por redução da produção de 
plaquetas, e manifesta-se por petéquias, epixtase, sangramento gengival e 
menorragia. 
 
o Choque: Ocorre hemorragia por consumo de plaquetas nos microtrombos. 
Manifestações: Petéquias, epixtase, sangramento gengival e menorragia. 
 
c) Por alterações dos fatores de coagulação: 
o Hemofilia A: Ocorre hemorragia por diminuição da atividade do fator VIII da 
cascata de coagulação. Aparecem equimoses, hematomas espontâneos em 
tecidos moles e articulações. 
 
o Doença de Von Willebrand: Ocorre hemorragia por diminuição do fator Von 
Willebrand e da atividade do fator VIII. Manifesta-se com epixtase. 
 
o Hipoavitaminose K: Ocorre hemorragia por redução da síntese dos fatores II, 
VII, IX e X, e também se manifesta com a epixtase. 
CHOQUE 
É a hipoperfusão sistêmica secundária a redução do volume sanguíneo ou do débito 
cardíaco, resultando em hipotensão, hipoperfusão de células e tecidos e hipóxia celular. É 
OBRIGADO OCORRER HIPOTENSÃO (PA < 100/60 mmHg ou PAM < 800mmHg). 
TIPOS DE CHOQUE 
1. CARDIOGÊNICO 
Mecanismo: Falha da bomba miocárdica por motivo “intrínseco” (infarto), compressão 
extrínseca (tamponamento cardíaco) ou por obstrução do fluxo (embolia pulmonar), com 
perda pequena e brusca de sangue na circulação sanguínea. 
Causas: IAM (infarto tem que ser extenso), ruptura cardíaca, arritmias (fibrilação 
ventricular), tamponamento cardíaco (acumulo rápido de sangue no pericárdio impedindo a 
diástole) e embolia pulmonar. 
 22 
2. HIPOVOLÊMICO 
Mecanismo: Volume inadequado de sangue ou plasma, geralmente com perda acentuada do 
volume sanguíneo total. 
Causas: Hemorragias severas e desidratação (vômitos, diarréia, queimaduras). 
3. SÉPTICO 
Mecanismo: Proliferação de germes na corrente sanguínea as quais formam microêmbolos. 
Ocorre vasodilatação periférica e coagulação intravascular disseminada com ativação das 
cascatas de citocinas e da lesão endotelial, e inicialmente a pele não apresenta palidez e 
sudorese pegajosa. 
Patogenia: Vários fatores contribuem para o choque séptico, são eles: (1) mediadores 
inflamatórios; (2) ativação de células endoteliais e lesão; (3) anormalidades metabólicas; (4) 
supressão imune e (5) disfunção do órgão. 
Causas: Infecções bacterianas disseminadas (septicemia). 
4. NEUROGÊNICO 
Mecanismo: Vasodilatação periférica por perda do tônus muscular. 
Causas: TCE, aumento da pressão intracraniana, anestesia geral, lesão de medula espinhal. 
Obs: O CHOQUE ANAFILÁTICO significa uma vasodilatação sistêmica e um aumento da 
permeabilidade vascular causados por uma reação de hipersensibilidade mediada por IgE. 
ESTÁGIOS DO CHOQUE1º PRECOCE: Estágio compensado, o organismo através do 
sistema nervoso central tenta conter a hipotensão já 
instalada. Características: Descarga do sistema simpático, 
queda da pressão arterial, pulsação forte, palidez, diminuição 
da temperatura da pele, sede e sudorese pegajosa. 
2º PROGRESSIVO: Estágio descompensado, os mecanismos 
do estágio 1 já não conseguem realizar mais suas funções. É 
a fase crítica pois ainda há chance de reversão de quadro. 
Características: hipoperfusão tecidual, agravamento 
circulatório e desequilíbrio metabólico (acidose). 
3º IRREVERSÍVEL: Estágio final, com lesões teciduais 
francas que acabam em necrose. 
 23 
REAÇÃO DO CHOQUE NOS ÓRGÃOS 
 INTESTINO: Necroses da mucosa, podendo atingir a muscular (enterocolopatia 
hemorrágica por hipoperfusão esplâncnica). O local mais comum de acontecer é no 
cólon esquerdo e ângulo esplênico – cólon transverso com o cólon esquerdo – pois é 
a área de suprimento vascular pobre (encontro de vasos: artéria cólica esquerda e 
artéria cólica média). 
 
 RINS: Pode resultar em necrose tubular aguda. É dividido em duas fases: (1) fase de 
oligúria por causa da necrose e provavelmente terá edema junto; e (2) fase diurética 
por causa da regeneração do epitélio tubular, recuperando-se do choque. 
Obs: o rim possui um baixo hematócrito, por isso sente qualquer alteração na 
pressão sanguínea sistêmica. 
 
 FÍGADO: Pode ter áreas “geográficas” de necrose isquêmica, porém é difícil de 
acontecer por causa da circulação dupla. O sítio mais afetado é a região 
pericentrolobular, onde a concentração de oxigênio é mais baixa, portanto, mais 
afastados do suprimento arterial. 
 
 ADRENAIS: Ocorre por esgotamento lipídico (depleção) e necrose cortical. 
Problemas: Doença de Addison e hiperpigmentação. 
 
 HIPÓFISE: Necrose isquêmica da adenohipófise. Consequência: Insuficiência 
Hipofisiária (Síndrome de Sheehan). 
 
 PULMÕES: É mais resistente a isquemia por causa da circulação dupla. Um choque 
pode causar a Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto com membranas 
hialinas e edema septal/alveolar. 
 
 CORAÇÃO: Causada por hemorragias subendocárdicas, subepicárdicas (os miócitos 
subendocárdicos são os primeiros a sentir a hipotensão). Podem ocorrer também 
necroses focais de fibras como na endocardite verrucosa. 
 
 CÉREBRO: É a lesão mais rápida de se instalar. Causa encefalopatia isquêmica por 
causa da hipóxia. 
EDEMA 
É o acúmulo de líquido no interstício ou nas cavidades celômicas. Cerca de 60% do peso 
corporal é água, destes 2/3 pertence ao LIC e 1/3 ao LEC. Apenas 5% da água total do 
organismo encontram-se no plasma sanguíneo. O edema ocorre por alterações nas pressões 
e/ou na integridade da célula endotelial. 
 24 
Obs: Edemas localizados: Hidrotórax (Derrame Pleural), Hidroperitônio (Ascite) e 
Hidropericárdio (Derrame Pericárdico); Edema Generalizado = Anasarca. 
EXSUDATO: Saída de grandes moléculas, densidade alta (rico em proteínas). Ocorre em 
processos inflamatórios por alteração da permeabilidade vascular. PUS é um exsudato rico 
em células necróticas, piócitos, etc. 
TRANSUDATO: Ultrafiltrado do plasma, de densidade baixa (pobre em proteínas). Originado 
do aumenta da pressão hidrostática do vaso. Para ser transudato é necessária uma barreira 
endotelial íntegra. Geralmente é gerado pelo aumento da pressão hidrostática ou por 
redução das proteínas plasmáticas. 
MORFOLOGIA 
Ocorre aumento do tamanho, peso, aumento do volume, palidez ou vermelhidão. Pode ser 
ou não depressível (formação de cacifo). 
 Subcutâneo: Pode ser difuso ou concentrado. Compressão sobre uma superfície 
óssea com difusão do líquido para áreas vizinhas e formação do cacifo. O edema 
subcutâneo sinaliza doenças mais graves como cardíacas ou renais. 
 Pulmonar: O edema pulmonar impede a difusão de oxigênio e facilita a infecção 
bacteriana. Ocorre edema na ICE, SARA, infecções ou reações de hipersensibilidade. 
 Cerebral: Pode ser localizado ou generalizado dependendo da natureza e da extensão 
da lesão. Ocorre edema em abscessos, neoplasias, encefalite, crises hipertensivas ou 
obstrução do fluxo venoso. 
FISIOPATOLOGIA 
 Aumento da pressão hidrostática. 
 Diminuição da pressão das proteínas plasmáticas (oncótica). 
 Através de obstrução linfática ou diminuição do número de linfáticos. 
 Retenção de sódio. 
 Reação inflamatória por alteração da permeabilidade capilar e por deixar passar mais 
líquido para o interstício. 
EDEMA POR AUMENTO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA 
1. Vazamento maior de líquido em decorrência do aumento da pressão no vaso e na 
parede vascular. 
2. Em gestantes porque o retorno venoso é diminuído. O sangue venoso estagnado no 
sistema venoso faz aumentar a pressão no lado arteriolar, o que aumenta a PH 
causando o edema localizado (membros inferiores, principalmente). 
3. Nas veias varicosas ocorre por aumento do volume de sangue nos membros 
inferiores. Geralmente tem congestão, aumento da pressão hidrostática, aumenta da 
pressão interna do vaso favorecendo o edema. 
 25 
4. Na insuficiência cardíaca, o coração não mantém o débito cardíaco, o sangue fica 
acumulado no sistema venoso, ocorrendo extravasamento de sangue devido o 
aumento da pressão. 
5. No edema pulmonar aumenta a distância da parede do vaso e do alvéolo, 
dificultando as trocas gasosas, o sangue se desloca para o alvéolo ou para o septo 
alveolar. A árvore respiratória fica, portanto, ocupada por líquido, o pulmão se torna 
bolhoso e os alvéolos ficam encharcados de líquido de edema. 
6. Por obstrução do retorno venoso, devido a formação de trombos, compressão 
extrínseca (neoplasias, torniquetes), imobilização (falta da bomba muscular de 
retorno) e gravidade (pela posição ortostática). 
EDEMA POR DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO ONCÓTICA 
1. Diminuição da albumina e outras proteínas dos vasos (edema sistêmico). 
2. Na glomerulonefrite (síndrome nefrótica) ocorre proteinúria, o que faz diminuir a 
concentração plasmática proteíca. 
3. Na cirrose ou na desnutrição proteíca por causa da diminuição da síntese proteíca. 
4. Nas doenças gastrointestinais por absorção inadequada fazendo uma alta perda de 
proteínas. 
5. Acontecem edemas localizados em regiões mais frouxas como a periorbital (edema 
característica de uma doença renal grave). 
EDEMA POR RETENÇÃO DE SÓDIO 
1. Excessiva ingestão de sal em pacientes com insuficiência renal. 
2. Aumento da reabsorção tubular devido à hipoperfusão renal (ICC) e/ou aumento da 
secreção de renina-angiotensina-aldosterona (que aumenta a retenção de sódio e 
consequentemente água, e com isso provoca o aumento da pressão hidrostática -> 
expansão do LEC). 
EDEMA POR OBSTRUÇÃO LINFÁTICA 
1. Por diminuição ou ausência de linfáticos, como em retirada de linfáticos no câncer 
de mama e em doenças inflamatórias do sistema linfático. 
2. Fibrose linfática por radioterapia. 
3. Filaríose. 
4. Neoplasias em linfonodos. 
5. O edema causado por obstrução linfática chama-se LINFEDEMA. 
EDEMA POR AUMENTO DA PERMEABILIDADE VASCULAR 
1. Característico da reação inflamatória. 
 
 26 
CONGESTÃO 
É o aumento do volume de sangue em determinado órgão ou tecido. A congestão também 
pode ser chamada de hiperemia passiva por acontecer através de um processo passivo que 
decorre de uma diminuição do retorno venoso acumulando sangue pobre em O2, o local fica 
com coloração vermelho-azulada (cianótica), fria e edemaciada. CURSA COM EDEMA por 
aumento da pressão hidrostática. A congestão pode ser aguda (fígado, pulmão, órgão 
aumentado de tamanho) e crônica. 
Causas: Força da gravidade, trombose de veia, embolia de veia, garrote (compressão de umvaso). 
Consequências: Edema, infarto, trombose, embolia, hemorragia por diapedese. 
CONGESTÃO CRÔNICA 
 CONGESTÃO PULMONAR: Hemácias deixam o vaso e vão para o interstício 
desencadeando o processo inflamatório. Os macrófagos tentam eliminar a 
inflamação e formam hemossiderina (e passam a ser chamados de células da 
insuficiência cardíaca) que entra no alvéolo. A hemossiderina no septo alveolar gera 
na célula uma formação de bolhas (líquidos nos alvéolos). 
 
 CONGESTÃO HEPÁTICA: Ocorre na região central do lóbulo por uma veia centro 
lobular congesta, as células vão sofrer isquemia, atrofia e necrose com tonalidade 
escura no centro do lóbulo, além de uma área depressiva (processo ocorre na região 
da veia centro lobular). Na área periférica fica com tonalidade amarelada, com 
degeneração gordurosa. Fígado em aspecto de noz-moscada. 
 
HIPEREMIA 
É o processo decorrente de uma vasodilatação secundária e abertura de novos vasos. É um 
processo ativo que ocorre em território arterial. 
A coloração é mais viva (pois o sangue é rico em oxigênio), libera substâncias ativas que 
causam a vasodilatação. Têm maior aporte de sangue, vermelhidão (eritema), calor e rubor. 
Pode ocorrer edema. 
Causas: Inflamação, reflexos neurogênicos. 
Consequências: Aumenta o metabolismo, podendo levar a diversos processos progressivos 
como hiperplasias, hipertrofias, metaplasias. 
 
 27 
ISQUEMIA 
Sofrimento celular à custa de hipóxia causada por insuficiência circulatória, onde os sinais e 
sintomas decorrem de um desequilíbrio onde a oferta de oxigênio é menor que a sua 
demanda. A isquemia altera todo o funcionamento da célula. 
FISIOPATOGENIA 
 
 
INFARTO E INFARTAMENTO 
INFARTO é uma área localizada de NECROSE ISQUÊMICA em um órgão ou tecido, 
resultante da interrupção de seu suprimento arterial ou drenagem venosa insuficiente. 
O infarto pode ser causado por oclusão arterial ou oclusão venosa. A oclusão vascular é 
normalmente causada por trombose e/ou embolia (corpo estranho em movimento), 
contudo, nem sempre estes fenômenos produzirão necrose isquêmica. O infarto leva oito 
horas para ser visível macroscopicamente, o que muitas vezes já causou a morte do 
individuo, e ainda a cicatriz do infarto retrai, o que nos diz que a área afetada é maior que a 
cicatriz. 
 
 
Diminuição de O2 (Oxidação da membrana 
celular, oxidação de proteínas plasmáticas, 
podendo levar a morte) 
Glicólise aeróbica acaba e 
passa a ser realizada a 
glicólise anaeróbica 
Acúmulo de ácido 
lático e outros 
catabólitos (espécies 
reativas do 
metabolismo do O2, 
íons ferro, lesões 
oxidativas, estresses 
oxidativos) que irão 
induzir a dor e o 
desequilíbrio celular 
Queda na 
produção de 
ATP 
DANO CELULAR (Perioxidação lipídica das 
membranas; modificação oxidativa das 
proteínas e lesão do DNA). 
 28 
TIPOS DE INFARTO 
a) Quanto à coloração: 
 INFARTO BRANCO (OU ANÊMICO): É encontrado na oclusão arterial de 
tecidos sólidos. Em áreas de vascularização terminal, a isquemia provoca a 
destruição do parênquima e dos capilares, porém quando o tecido é sólido há 
mínima fluência de sangue para a área destruída, resultando no aspecto 
pálido (com orla hiperêmica) desta lesão. Ex: Órgãos com vascularização 
dicotômica -> Rim, baço, fígado, coração. 
 
 INFARTO VERMELHO (OU HEMORRÁGICO): Característico das oclusões 
venosas, dos tecidos frouxos ou de dupla circulação. O pulmão é 
particularmente sujeito a este infarto por ter tecido frouxo e possuir dupla 
circulação, resultando em área infartada congesta de sangue. Ex: Pulmão, que 
é vascularizado pela artéria pulmonar e artéria brônquica que quando uma 
entope a outra continua mandando sangue para o local; e no intestino 
delgado. 
 
 INFARTAMENTO (OU INFARTO VENOSO): Ocorre quando há oclusão total 
da drenagem venosa, resultando na seguinte sequência de eventos: Edema 
grave -> Congestão -> Hemorragia -> Pressão Tissular -> Obstrução Vascular -
> INFARTO. Observa-se que os infartos venosos são sempre do tipo 
hemorrágico e mais lento que o arterial. Ex: Estrangulamento e torção de 
pedículo vascular (no testículo e no ovário por terem apenas uma veia 
eferente). 
 
b) Quanto ao aspecto: 
 INFARTOS SÉPTICOS OU ASSÉPTICOS: Baseia-se na presença ou ausência 
de infecção na área de necrose, sendo que nos infartos sépticos há presença 
de lesão bacteriana secundária no tecido necrosado. Os infartos sépticos 
ocorrem quando se originam de isquemia por trombo micótico (êmbolo 
infectado) ou quando a infecção atinge a área necrótica por outras vias (sepse 
ou contiguidade). A infecção bacteriana secundária converte a necrose para a 
forma liquefativa ou para gangrena úmida (infarto isquêmico com bactéria 
patogênica piorando o quadro). 
 
c) Quando a densidade: 
 A consistência do infarto depende da constituição do tecido infartado, e eles 
podem ser INFARTO SÓLIDO ou INFARTO LIQUEFEITO (coagulação do 
tecido). Os infartos liquefeitos ocorrem quando a parte interna do infarto é 
absorvida, o que forma um “buraco” dando aspecto liquefeito, isso ocorre no 
tecido cerebral. 
 29 
MORFOLOGIA DO INFARTO 
Tendem a ter formato de cunha (triangular) com ápice voltado para a zona de oclusão 
vascular (vascularização término-terminal). Esta morfologia resulta da divisão dicotômica 
dos vasos nos órgãos. No cérebro e no miocárdio a forma do infarto é irregular, visto que há 
presença de complexa vascularização colateral. Os infartos agudos são mal definidos e 
levemente hemorrágicos. 
O rim é o órgão mais clássico do formato em cunha, a área da base fica “colada” a cápsula, 
assim como a causa do infarto normalmente está no ápice. 
EVOLUÇÃO DO INFARTO 
 
Obs: No encéfalo na área cistificada (vácuo) ocorre a gliose por astrócitos (gliose é o 
processo de organização de astrócitos ao redor do vácuo), em aproximadamente três meses 
fica uma cavidade oca no cérebro ainda com estas células na parede da cavidade. No sistema 
nervoso central não ocorre multiplicação, logo não ocorre cicatrização, com isso o tecido fica 
amolecido. 
A tendência do infarto é a cicatrização, resultante da resposta de morte celular, já a 
calcificação é resultante da cicatrização. Se houver infecção na área infartada provavelmente 
terá área com amolecimento. 
FATORES CONDICIONANTES DO GRAU DA LESÃO VASCULAR 
 Estado geral do sangue e sistema cardiovascular. Ex: Anemia, hipóxia, choque. 
 Padrão anatômico do suprimento arterial. Ex: Suprimento vascular único, duplo ou 
triplo (por exemplo, o infarto é pior no rim do que no pulmão). 
 Velocidade de desenvolvimento da oclusão. Ex: Quanto mais lento for a oclusão 
melhor, porque se formam anastomoses no local (angiogênese). 
 Vulnerabilidade do tecido à isquemia. Ex: O cérebro (porque não tem reserva de 
glicogênio) e o rim são mais suscetíveis, os ossos são mais resistentes. 
 Idade. Ex: Infartos em idosos são menos letais por causa da vascularização 
anastomótica do decorrer da vida. 
 
 
 
 
INFARTO 
Área vísivel 
macroscopicamente 
Margem 
hiperêmica 
Heterólise 
Reparação 
fibroblástica 
Cicatrização 
(organização) 
 30 
ADAPTAÇÕES CELULARES 
(Alterações do Crescimento) 
É um dos mecanismos de homeostasia que são mediados por alterações que influenciam a 
nossa adaptação normal ou patológica. São modificações tróficas das células, um fino ajuste 
para se preservar viva. 
CICLO CELULAR 
o Células Lábeis 
o Células Troncos 
o Células de Reserva: São células tronco unipotentes. Quando estas células entram em 
mitose elas dão origem a uma célula de reserva e uma célula especializada. Esse 
processomitótico é estimulado por fatores de crescimento: ciclinas e CDK4. 
TIPOS DE ADAPTAÇÕES CELULARES 
1. De VOLUME: Ocorre com o aumento do tamanho celular. Ex: Hipertrofia e 
Hipotrofia (Atrofia). 
2. De TAXA DE DIVISÃO: Ocorre com o aumento da divisão mitótico, que culmina com o 
aumento do número de células. Ex: Hiperplasia e Hipoplasia (a hipoplasia sempre 
ocorre por problemas embriogênicos ou por problemas de morte celular, morte > 
divisão mitótica). 
3. De DIFERENCIAÇÃO: Quando as células em divisão se diferenciam em outras células, 
entretanto são células da mesma linhagem embriológica. Ex: Metaplasia. 
4. De PROLIFERAÇÃO E DIFERENCIAÇÃO: Quando ocorre um aumento do número de 
células, além de uma disfunção das mesmas. Ex: Displasia (É sempre patológico). 
TERMOS IMPORTANTES 
a) PLASIA: Sufixo de multiplicação celular. 
b) AGENESIA: O tecido ou órgão não se desenvolveu. 
c) ATRESIA: É uma agenesia em órgãos tubulares. 
d) DISTROFIA: É uma desorganização tecidual, que resulta de processos degenerativos. 
e) ECTOPIAS OU HETEROTOPIA: Tecido normal em outra topografia do organismo. 
f) HEMARTIAS (HEMARTOMAS): Tecidos que focalmente se desenvolvem, mas não 
apresentam formato organizado. 
g) CORISTIAS (CORISTOMAS): Presença de um tecido onde não deveria estar, porém 
pertence ao mesmo órgão. 
 
 
 31 
ATROFIA 
É uma redução volumétrica adquirida de um órgão ou tecido à custa da redução do volume 
celular. Não retrai por ausência de células. Diferencia-se da hipoplasia, pois esta o órgão 
menor nunca cresceu, nunca se desenvolveu mais. A atrofia pode ter causas patológicas ou 
fisiológicas (envelhecimento, retração do útero após o parto). 
CAUSAS DA ATROFIA 
1. Diminuição da carga de trabalho (Atrofia de Desuso) 
Ex: Membro gessado ou com tala: Atrofia Muscular, pois diminui o gasto energético, 
diminui o número de proteínas, RER e mitocôndrias na musculatura lisa. 
Ex: Idosos: Ocorre atrofia testicular por diminuição da espermatogênese, e atrofia 
cerebral verificado pelo aumento do ventrículo lateral e espaçamento dos sulcos do 
crânio. 
 
2. Perda da inervação (Atrofia por Desnervação) 
Ex: Na poliomielite: Falta de tônus, que gera atrofia muscular e lipomatose (tecido 
adiposo se deposita nos espaços formados pela atrofia). 
Ex: Na neuropatia diabética e vasculopatia diabética: Atrofia muscular + lipomatose 
pélvica e de membros inferiores. 
 
3. Diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia) 
Ex: Aterosclerose da Carótida: Atrofia cerebral. 
Ex: Aterosclerose de Art. Renais: Atrofia Renal. 
 
4. Nutrição Inadequada 
Ex: Menor oferta alimentar: Atrofiam-se por inanição (falta de substrato proteíco-
calórico profundo = MARASMO), primeiramente o tecido adiposo, seguido pelo 
tecido muscular, tecido linfóide, pele, tecido glandular, tecido ósseo, tecido 
pulmonar, tecido cardíaco e tecido cerebral -> CAQUEXIA. 
 
5. Perda da estimulação endócrina. 
Ex: Hipofisiária (central): Atrofia de órgãos alvo (tireóide, adrenais, gônadas), como 
na Doença de Sheehan. 
Ex: Ovariana: Após a menopausa ocorre diminuição da liberação de estrogênios, com 
isso culmina em atrofia de mamas, útero e genitália externa. 
 
6. Envelhecimento 
Ex: Atrofia Senil: Por redução volumétrica orgânica e sanguínea, no cérebro, ossos, 
coração e mucosas. 
Ex: Atrofia Parda: Acúmulo do pigmento lipofucsina atingindo principalmente 
coração e fígado. 
 32 
 
7. Compressão mecânica ou vascular sobre um tecido ou órgão. 
Ex: Hidrocefalia: Atrofia cerebral pelo aumento da pressão intracraniana. 
Ex: Cálculos na vesícula: Atrofia da parede da vesícula biliar. 
Ex: Fecaloma no cólon: Atrofia a parede do cólon por dilatação causada pelo 
fecaloma. 
Ex: Pé de Gueixa: Atrofia do pé por compressão mecânica, através do uso dos mini 
sapatos. 
A atrofia resulta da diminuição da síntese proteíca e do aumento da degradação das 
proteínas das células, principalmente pela via ubiquitina-proteossoma. A síntese diminui 
pela atividade metabólica celular estar reduzida. Em muitos casos, a atrofia também é 
acompanhada por autofagia, com aumento do número de vacúolos autofágicos. 
HIPERTROFIA 
Aumento do volume de um tecido ou órgão à custa do aumento do volume celular, e não do 
aumento do número de células. Para que isso ocorra é necessário um aumento do 
suprimento sanguíneo, de saturação de oxigênio e do nível de glicose, ou também pelo 
aumento da estimulação de hormônios e fatores de crescimento. As células hipertróficas 
sintetizam mais proteínas e o número de miofilamentos. Pode ser fisiológica ou patológica. A 
hipertrofia comumente cursa com hiperplasia. 
Ex1) Braço de Ferreiro: Hipertrofia unilateral do músculo trabalhado. É uma hipertrofia 
fisiológica. 
Ex2) Hipertrofia Cardíaca Ventricular Esquerda: Uma hipertensão gera uma sobrecarga 
ventricular esquerda de até 500g, sendo que o normal é de 350g, o que diminui a cavidade 
ventricular, e gera uma insuficiência cardíaca. É uma hipertrofia patológica. 
Ex3) Hipertrofia Compensadora (Vicariante): Com a perda de um órgão o outro análogo 
hipertrofia-se para tentar compensar, característico do rim. Não acontece em todos os 
órgãos pares. É uma hipertrofia fisiológica, que ocorre após um processo patológico de 
perda de um órgão. 
As duas principais vias que estão envolvidas no mecanismo da hipertrofia são: fosfoinositídio 
3-cinase/Akt (mais importante na hipertrofia fisiológica do exercício) e a de sinalização em 
cascata da proteína G ligada a receptores (induzida por fatores de crescimento e substâncias 
vasoativos, mais importantes na hipertrofia patológica). 
Uso de barbitúricos: Geram hipertrofia REL dos hepatócitos, e aumenta a quantidade de 
enzimas disponíveis para desintoxicar as drogas. E com o decorrer do tempo os pacientes 
respondem menos às drogas por causa dessa adaptação. 
 
 33 
HIPERPLASIA 
É o aumento do volume de um órgão ou tecido à custa do aumento do número de células. O 
tecido muscular pode sofrer hiperplasia. 
a) Hiperplasia Fisiológica 
1. Hiperplasia Hormonal: Aumenta a capacidade funcional de um tecido quando 
necessário. Ex: Ocorre no útero e nas mamas durante a gravidez. 
2. Hiperplasia Compensatória: Aumenta a massa do tecido após lesão ou ressecção 
parcial. Ex: Regeneração hepática após um transplante. 
 
b) Hiperplasia Patológica 
A maioria das formas é causada por excesso de hormônios ou fatores de crescimento 
atuando em células-alvos. 
Pode ocorrer na endometriose (pólipos no útero, causada por indução hormonal, que 
causam sangramento menstrual anormal), uma hiperplasia de próstata benigna 
(multiplicação de glândulas e estroma), hiperplasia de gânglios linfáticos aumentados nas 
zonas de drenagem das inflamações (“íngua”). 
A hiperplasia patológica também pode ser resposta a certas infecções virais, como o 
papilomavírus que causam verrugas cutâneas e várias lesões de mucosa compostas por 
massas de epitélio hiperplásico, é estimulado por fatores de crescimento. 
METAPLASIA 
É a transformação de um tipo celular maduro (mais especializado e menos resistente) em 
outro tecido, também maduro, e de mesma linhagem embriológica, ou seja, é um tecido 
normal causado por uma anormalidade no tecido verdadeiro. 
A metaplasia pode ser reversível quando o estimulo para a formação do novo tecido cessa. 
Se a metaplasia vier de uma agressão celular ela é patológica. 
A agressão mecânica pode ser um desencadeante da metaplasia, como por exemplo, 
irritação pelo calor (como chimarrão e chá quente), irritação química ou inflamação crônica. 
LEUCOPLASIA: É uma metaplasia em mucosas. 
São exemplos de metaplasia: 
a) Transformação do epitélio pseudo-estratificadociliado brônquico em epitélio 
escamoso devido ao fumo excessivo. A deficiência de vitamina A (ácido retinóico) 
também estimula a metaplasia escamosa no epitélio respiratório. 
b) Transformação do epitélio colunar do colo do útero para epitélio escamoso em 
inflamações como vaginites ou vaginoses. 
 34 
c) Transformação do epitélio escamoso do esôfago em epitélio glandular na doença do 
refluxo gastroesofágico. Formação do EPITÉLIO DE BARRET, um epitélio precursor de 
um carcinoma (adenocarcinoma), que está no terço distal do esôfago e tem uma alta 
probabilidade de transformar-se em uma neoplasia, ou se tornar uma região 
ulcerosa. 
d) Formação de tecido conjuntivo (cartilagem, ossos ou tecido adiposo) em tecidos que 
normalmente não contem esses elementos, como na miosite ossificante que é a 
formação de osso no tecido muscular, que pode ocorrer depois de uma hemorragia 
intramuscular. 
DISPLASIA 
É um crescimento desordenado do tecido. A displasia é uma lesão pré-cancerosa (maior 
potencial agressivo), porém nem sempre ela é progressiva (geralmente é), e o que 
determina essa progressão é o ERRO CELULAR. Elas podem ser reversíveis (com ou sem 
tratamento) e costumam preceder certas neoplasias malignas. 
a) Displasia de Baixo Grau: Células displásicas na base. Pode demorar cinco anos para 
tornar-se uma neoplasia. 
b) Displasia de Alto Grau: Células displásicas em todas as camadas do epitélio, 
próximo da evolução em carcinoma in situ (câncer sem capacidade de metástase 
porque não têm vasos, 100% curável quando se retira toda a lesão, entretanto pode 
ser maligno). 
Caracteriza-se por uma constelação de transformações celulares, que incluem: 
1. Perda da uniformidade celular individual; 
2. Perda da sua orientação arquitetural; 
3. Pleomorfismo considerável; 
4. Sem uniformidade normal do tecido. 
a) Núcleos hipercromáticos, com concentração de cromatina. 
b) Núcleos com aumento do volume -> Cariomegalia (aumento da carioteca). 
c) Mitoses mais frequentes e anormais (patológicas). 
Características das Células Displásicas 
 Aumento conspícuo da razão núcleo/citoplasma; 
 Anisocoriose: Células com diferentes formas e diferentes tamanhos dos núcleos; 
 Hipercromasia Nuclear: Por aumento do material genético. 
 Espessamento da membrana nuclear: Visto opticamente. 
 Concentração da cromatina: Tendem a formar grumos, não deixando um aspecto 
uniforme. 
 Presença eventual de binucleação, e nucléolos visíveis. 
 35 
INFLAMAÇÃO 
É um mecanismo de defesa (efeito benéfico) que tenta neutralizar, diminuir ou excluir 
qualquer organismo ou lesão alheia do organismo. É desencadeada pelos mesmos eventos 
que desencadeiam uma lesão celular. A inflamação é uma reação complexa em tecidos que 
consiste principalmente nas respostas dos vasos sanguíneos (proteínas plasmáticas) e 
leucócitos. 
A inflamação é uma reação local na área lesada na forma de fenômenos irritativos, 
vasculares e exsudativos, podendo acompanhar-se de manifestações regionais ou 
sistêmicas. 
A inflamação é, portanto, uma reação dos tecidos vascularizados à lesão, e esta reação se 
desenvolve na microcirculação, com diferenciação dessa vascularização sanguínea da região. 
Os tecidos não vascularizados agem de uma forma secundária a inflamação. 
A inflamação esta intimamente ligada ao reparo tecidual, que começa com a destruição do 
agente lesivo e começa na fase aguda (fase ativa). 
Obs.: Os leucócitos (um dos principais mediadores da inflamação) agem sobre diferentes 
agentes flogísticos. E muitas vezes a reação inflamatória se dá de maneira exagerada, por 
isso usa-se tratamento com antiflamatório. 
 
SINAIS DE CELSUS: DOR, CALOR, RUBOR E TUMOR. 
São os quatro sinais cardinais do maior afluxo de sangue decorrente do processo de 
inflamação, mais encontrado na forma aguda do que na forma crônica. Tumor é qualquer 
aumento localizado de volume. 
Mais adiante, Virchow nomeia o 5º sinal cardinal da inflamação: PERDA DA FUNÇÃO. E 
Lewis descobre sobre os mediadores químicos da inflamação, que são aqueles que 
modulam a reação inflamatória. Hunter viu que a inflamação não é doença, mas uma 
resposta inespecífica do organismo. Metchinokoff verificou o processo de fagocitose na 
inflamação. 
 EXSUDATO: É característico da inflamação. Tem densidade alta devido as proteínas. É 
resultado da luta entre os fatores agressivos e os fatores de defesa do organismo. 
 TRANSUDATO: Pouco comum, tem baixa densidade, pois a parede vascular esta 
íntegra. 
 EDEMA: Pode ser causada por exsudato ou transudato. 
 PUS: Exsudato rico em neutrófilos e piócitos, por causa de restos celulares 
parenquimatosos. 
 36 
INFLAMAÇÃO AGUDA 
A inflamação aguda é de curta duração (24-48h) e de rápida instalação, ela geralmente 
segue os cinco sinais cardinais. É estereotipada, pois os eventos iniciais da inflamação se 
desenvolvem geralmente da mesma forma, têm edema por fenômenos vasculares 
exsudativos devido à vasodilatação realizada após a lesão. 
Os neutrófilos (polimorfonucleados) são as primeiras células a chegar ao local da lesão 
celular para iniciar o processo de formação da inflamação. 
As reações inflamatórias agudas podem ser disparadas por uma variedade de estímulos: 
a) Infecções: Bacteriana, viral, fúngica, parasítica e toxinas microbianas. Os principais 
receptores de microrganismos são os do tipo Toll (TLRs). 
b) Necrose Tecidual: Isquemia, trauma, injúria física ou química. 
c) Corpos Estranhos: Começam a inflamação porque causam injúria tecidual traumática 
ou transportam micróbios. 
d) Reações Imunes: Pode ser uma doença autoimune ou uma reação excessiva contra 
uma substância agressora. 
O objetivo da inflamação é colocar proteínas plasmáticas e células circulantes para fora da 
circulação com dever de combater a inflamação, formando um exsudato. 
1. ALTERAÇÕES VASCULARES 
Aumenta o calibre dos vasos e o fluxo sanguíneo. As alterações vasculares seguem, 
geralmente, uma sequência: 
 
Ocorre, primeiramente, uma vasocontrição das arteríolas pela ação da 
endotelina. Então, o fenômeno característico da inflamação (VASODILATAÇÃO) 
ocorre pela ação da histamina e óxido nítrico. 
A vasodilatação permite um aumento da pressão hidrostática do sangue, um 
aumento do fluxo sanguíneo (causa do calor e vermelhidão), uma contração 
do citoesqueleto endotelial e um aumento dos poros do endotélio 
(EXSUDAÇÃO). 
Ocorre uma transudação rápida, com saída para o plasma, o que diminui a 
concentração dos elementos celulares, de sódio e de proteínas. Mas logo essa 
transudação dá origem a uma exsudação pelo espassamento do endotélio. 
O fluxo sanguíneo sofre uma estase (fluxo lento -> pequenos vasos repletos de 
hemácias -> empilhamento de hemácias -> viscosidade aumentada). E com 
essa diminuição do fluxo ocorre marginação leucocitária (posição periférica), 
o que deixa as hemácias menores se deslocar mais rápido no centro do vaso. 
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2. Aumento da Permeabilidade Vascular 
O principal fator para aumento da permeabilidade vascular é a contração da célula 
endotelial resultando em espaços interendoteliais aumentados, realizado pela histamina, 
bradicinina, óxido nítrico, leucotrienos, substância P e outros mediadores químicos na 
chamada resposta transitória imediata. A contração das células endoteliais ocorrer mais nas 
vênulas. Além disso, ocorre uma reorganização do citoesqueleto (a célula permanece 
inalterada, só muda a sua forma). 
 Lesão Endotelial Direta: Encontrado em injúrias graves (queimaduras e algumas 
toxinas microbianas), permite a saída de líquido rico em proteínas-> EXSUDATO. 
 Injúria Vascular: É a lesão endotelial mediada por leucócitos (marginação 
leucocitária). Associada com estágios tardios da inflamação. 
 Transcitose: É o transporte aumentado de fluídos e proteínas. Dá um arranjo 
ordenado das vesículas leucocitárias no citoplasma, formando vacúolos e, 
posteriormente, formando canais (VEFG). São fenômenos celulares que ajudam na 
instalação do EDEMA por EXSUDATO. 
 
3. Eventos Celulares 
 
1. Marginação 
Leucocitária: 
Configuração 
periférica que os 
leucócitos assumem 
durante o processo 
inflamatório. 
2. Aderência: Os leucócitos 
após chegarem na periferia do 
vaso aderem-se as celulas 
endoteliais, após realizarem o 
rolamento por ação das 
selectinas. A firme adesão é 
realizada pelas integrinas. 
3. Migração: As células 
endoteliais biologicamente 
mais ativas passam a 
apresentar receptores na 
superfície, e com isso os 
leucócitos atravessam 
realizando a diapedese. 
4. Quimiotaxia: Migração 
ordenada das células por um 
fator de atração que podem 
ser exógenos (produtos 
bacterianos) ou endógenos 
(C5a, leucotrieno B4, 
citocinas -> quimiocinas). 
5. Fagocitose: Reconhecimento e adesão de partícula 
estranha (opsonização, opsoninas, IgG, C3b). Ocorrem 
naturalmente e tem a capacidade de reconhecer e fazer o 
englobamento da partícula estranha (regurgitação e lançamento 
de muitas enzimas lisossomais). Após isso ocorre degradação da 
partícula estranha. 
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Obs: Macrófagos clássicos: disparam o processo de inflamação. Macrófagos 
alternativamente ativados: funcionam para limitar as reações inflamatórias. 
Obs: Reconhecimento dos microrganismos e tecidos mortos pelos leucócitos: receptores 
do tipo Toll, receptores acoplados a proteínas G, receptores para opsoninas e receptores 
para citocinas. 
Obs: Lesão Celular Induzida por Leucócitos: Produtos leucocitários agem não somente no 
fagolisossomo, mas também no espaço extracelular, promovendo dano celular. 
Defeitos nas funções dos leucócitos 
1. Defeitos herdados na adesão dos leucócitos: Deficiência na adesão de leucócitos tipo 
I têm um defeito na biossíntese da cadeia β2 compartilhada pelas integrinas LFA-1 e 
Mac-1. Deficiência na adesão de leucócitos tipo II consequente a mutações na fucosil-
transferase requerida para a síntese de oligossacarídeos sialilados (ligante para as 
selectinas). Principal problema: Infecções microbianas recorrentes. 
2. Defeitos herdados na função do fagolisossoma: Síndrome de Chédiak-Higashi, 
condição autossômica recessiva caracterizada pela fusão defeituosa do fagossomo 
com o lisossomo. 
3. Defeitos herdados na atividade microbicida: Doença Granulomatosa Crônica que é 
caracterizada por defeitos na morte microbiana, tornando suscetíveis a infecções 
recorrentes. Problema no gene fagócito-oxidase. 
4. Deficiências adquiridas: Supressão da Medula Óssea que leva a redução na produção 
de leucócitos. 
MEDIADORES QUÍMICOS DA INFLAMAÇÃO 
Os mediadores químicos são gerados a partir de células (sequestrados em grânulos 
intracelulares e secretados por exocitose) ou de proteínas plasmáticas (produzidas 
principalmente no fígado e presentes na circulação na forma inativa). Esses mediadores 
químicos são produzidos em resposta a vários estímulos, e um mediador pode estimular a 
liberação de outros mediadores da inflamação. 
Os mediadores químicos variam os seus alcances de alvos celulares (seletividade celular) e 
uma vez ativados e liberados da célula, a maioria desses mediadores tem curta meia-vida. 
MEDIADORES DERIVADOS DE CÉLULAS 
1. AMINAS VASOATIVAS: HISTAMINA E SEROTONINA. 
Estão entre os primeiros mediadores a serem liberados na inflamação. As fontes mais ricas 
de histamina são os mastócitos (liberada através da desgranulação dos mastócitos), também 
sendo encontrada nos basófilos e plaquetas. A serotonina está presente nas plaquetas e em 
certas células neuroendócrinas. 
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A HISTAMINA causa dilatação arteriolar e aumenta a permeabilidade das vênulas, é 
considerado o principal mediador da fase transitória imediata. 
A SEROTONINA é liberada quando as plaquetas se agregam após o contato com colágeno, 
trombina, ADP, e complexos anticorpo-antígeno. Ela aumenta a permeabilidade vascular. 
2. METABÓLITOS DO ÁCIDO ARAQUIDÔNICO (AA): PROSTAGLANDINAS, 
LEUCOTRIENOS E LIPOXINAS. 
O ÁCIDO ARAQUIDÔNICO é um ácido graxo poli-insaturado com 20 carbonos. Estímulos 
liberam o AA da membrana fosfolipídica através da ação de fosfolipases celulares, 
principalmente a A2, que aumentam o cálcio citoplasmático e ativam várias cinases. As ciclo-
oxigenases dão origem às prostaglandinas e as lipoxigenases dão origem aos leucotrienos e 
lipoxinas. 
As PROSTAGLANDINAS são produzidas por mastócitos, macrófagos, células endoteliais, 
entre outros, através da ação da COX1 (responsável pela produção de prostaglandinas de 
função inflamatória e hemostática) e da COX2 (responsável pela produção de 
prostaglandinas com função apenas inflamatória, sua inibição inclina para a produção de 
tromboxano -> trombose vascular). O tromboxano, um tipo de prostaglandina, é um 
importante agente agregante plaquetário e vasoconstritor é um mediador instável que logo 
retorna a sua forma inativa. Já a prostaciclina é formada no endotélio vascular, é 
vasodilatadora, potente inibidor plaquetário, e potencializa o aumento na permeabilidade 
vascular e os efeitos quimiotáticos de outros mediadores. A PGD2 é a principal 
prostaglandina produzida pelos mastócitos, causa vasodilatação e aumenta a 
permeabilidade vascular, ajudando na formação do edema. Além disso, as prostaglandinas 
estão envolvidas na patogenia da dor e da febre durante a inflamação. 
Os LEUCOTRIENOS são secretados principalmente pelos leucócitos, sendo quimioatraentes 
para estas células. O leucotrieno B4 é um potente agente quimiotático, causa agregação e 
adesão das células ao endotélio vascular, geração de ERO (espécie reativa de oxigênio) e 
liberação de enzimas lisossômicas. O leucotrienos C4, D4 e E4 são vasoconstritores, 
broncoespasmáticos e aumenta a permeabilidade vascular (restrito às vênulas, e são muito 
mais potentes que a histamina). 
As LIPOXINAS são inibidoras da inflamação, inibindo o recrutamento de leucócitos e os 
componentes celulares da inflamação (inibindo a quimiotaxia e a adesão dos neutrófilos ao 
endotélio). É produzida pela ação conjunta entre leucócitos e plaquetas. 
3. FATOR ATIVADOR DE PLAQUETAS (PAF) 
Derivado de fosfolipídeo, o PAF é produzido por plaquetas, basófilos, mastócitos, entre 
outros. O PAF realiza agregação plaquetária, vasoconstrição e broncoconstrição, entretanto 
em concentrações baixas realiza vasodilatação e aumento na permeabilidade venular com 
uma potência muito maior que da histamina. 
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O PAF também causa aumento na adesão de leucócitos ao endotélio (através da integrina), 
quimiotaxia, desgranulação (para liberação de prostaglandinas) e explosão oxidativa. 
4. ESPÉCIES REATIVAS DE OXIGÊNIO 
A produção é dependente do NADPH oxidase. O ânion superóxido (O2-), o peróxido de 
hidrogênio (H2O2) e a radical hidroxila (OH-) são as principais espécies produzidas dentro da 
célula. E o O2- se combina com o NO para formar as

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