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Geração Hidráulica PCH Nova Maurício

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI 
TEÓFILO OTONI – MINAS GERAIS 
BACHARELADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA 
www.ufvjm.edu.br 
 
 
INGRID NÁIRE PINHEIRO 
ISLANE SANTOS 
JULIANA GARDONI ARAUJO 
LOHANNY ARAGÃO VIANA 
PEDRO HENRIQUE GOMES FERREIRA 
SÂMILA MÁRCIA GOMES FERREIRA 
 
 
 
 
 
PROJETO DE UMA PCH: 
Estudo da implantação da PCH Nova Maurício – Leopoldina – MG. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEÓFILO OTONI – MG 
DEZEMBRO/2014 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
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INGRID NÁIRE PINHEIRO 
ISLANE SANTOS 
JULIANA GARDONI ARAUJO 
LOHANNY ARAGÃO VIANA 
PEDRO HENRIQUE GOMES FERREIRA 
SÂMILA MÁRCIA GOMES FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROJETO DE UMA PCH: 
Estudo da implantação da PCH Nova Maurício – Leopoldina – MG.
 
 
 
 
 
Projeto apresentado e entregue ao 
professor Daniel Brasil Ferreira Pinto, 
para fins avaliativos referentes à 
disciplina Geração Hidráulica, da 
Universidade Federal dos Vales do 
Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM. 
 
 
 
 
 
 
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DEZEMBRO/2014 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 04 
2. HISTORIA ............................................................................................................ 04 
3. LOCALIZAÇÃO ................................................................................................... 05 
4. FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA PCH ..................................... 06 
5. CLASSIFICAÇÃO. ............................................................................................... 07 
6. LEVANTAMENTOS DE CAMPO ...................................................................... 07 
6.1 Ambiental ........................................................................................... 07 
6.2 Geológico e Geotécnico ...................................................................... 11 
6.3 Hidrológico ......................................................................................... 13 
7. CARACTERÍCTICAS TECNICAS DO EMPREENDIMENTO ......................... 15 
8. PROJETOS DE OBRAS CIVIS E DE EQUIPAMENTOS .................................. 15 
8.1 Barragem/Reservatório ....................................................................... 15 
8.2 Vertedouro .......................................................................................... 16 
8.3Tomada de Água .................................................................................. 16 
8.4 Canal de Adução ................................................................................. 17 
8.5 Chaminé de Equilíbrio ........................................................................ 17 
8.6 Conduto Forçado ................................................................................ 17 
8.7 Casa de Força ...................................................................................... 18 
 
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8.8 Trecho de Vazão Reduzida (TVR) ..................................................... 19 
8.9 Canal de Fuga ..................................................................................... 20 
9. CÁLCULO ENERGIA EFETIVA LIVRE E POTÊNCIA ESTIMADA ............. 21 
10. CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DE TURBINA ................................................. 24 
10.1 Turbinas Francis - Turbinas e Geradores PCH Nova Mauricio ........ 25 
11. ESTUDO DE VAZÕES ...................................................................................... 26 
11.1 Vazão Máxima .................................................................................. 27 
11.2 Vazão Mínima de Referência (Q7,10) ................................................ 28 
11.3 Vazão Média ..................................................................................... 29 
11.4 Vazão Ecológica ............................................................................... 32 
12. REGRA OPERATIVA ........................................................................................ 33 
13. DADOS PLUVIOMÉTRICOS ........................................................................... 35 
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 37 
REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS ......................................................................... 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Uma fonte de energia apontada pelas Companhias de Energia como de baixo 
impacto ambiental e que possibilita a geração de emprego e renda, são as Pequenas 
Centrais Hidroelétricas (PCHs). De acordo com a resolução nº 394 - 04-12-1998 da 
ANEEL- Agência Nacional de Energia Elétrica, PCH é toda usina hidroelétrica de 
pequeno porte cuja capacidade instalada seja superior a 1 MW e inferior a 30 MW. 
Além disso, a área do reservatório deve ser inferior a 3 km². A ANEEL classifica ainda 
as usinas como Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGH) quando possui potência 
instalada inferior à 1MW e Usina Hidrelétrica de Energia (UHE) com potência instalada 
superior a 30 MW (ANEEL, 2011). 
Ainda de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 
2011), Minas Gerais é o Estado que possui o maior número de PCHs. Ao todo, já são 
102 empreendimentos consolidados, com capacidade de geração de cerca de 600 mil 
quilowatts (KW) de energia, o equivalente a 4% do total produzido em território 
mineiro. Ainda segundo informações da Aneel, existem outros 335 pontos potenciais 
para exploração de PCHs, o que poderá resultar em um incremento de 3 mil megawatts 
(MW) à disponibilidade de energia do Estado. 
Portanto, objetiva-se com esse trabalho apresentar um estudo ambiental, 
econômico e social sobre a Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Nova Maurício situada 
no município de Leopoldina – Minas Gerais. 
 
2. HISTÓRIA 
 
A PCH Nova Maurício, uma das principais PCHs de Minas Gerais em relação à 
quantidade de energia, foi construída pela Companhia Força e Luz Cataguases - 
Leopoldina em 1955 e iniciou sua operação em outubro de 1956 com apenas um 
conjunto turbina/gerador. Nos anos de 1958, 1967 e 1970 foi potencializada, quando 
 
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teve sua capacidade de geração aumentada para 29.232 KW com a instalação de outros 
três geradores, acionados pela água acumulada em um reservatório de 312 hectares de 
lâmina d’água. 
Em 1991, a usina foi adquirida pela Valesul Alumínio S.A, e encontra-se em 
operação a 58 anos (1956/2014). Todavia, é importante ressaltar que hoje a operação da 
usina está a cargo da empresa VALE S/A, por força da Resolução Autorizativa ANEEL 
Nº 3023 de 26/07/2011. 
 
3. LOCALIZAÇÃO 
 
A PCH é construída sobre o leito do Rio Novo e situada no município de 
Leopoldina/MG nas coordenadas geográficas21º 28‟ 33” de latitude sul e 42º 50‟ 39,8” 
de longitude oeste, onde o seu reservatório ocupa, também, terras dos municípios de 
Descoberto, Itamarati de Minas e São João Nepomuceno (Figura 1). 
Figura 01 – Localização da PCH Nova Maurício. Fonte: Superintendência Regional de Regularização 
Ambiental da Zona da Mata. 
O acesso ao empreendimento, a partir da capital, Belo Horizonte, se faz pela 
rodovia federal BR-040 convergindo então para a rodovia estadual MG 448 ou para a 
rodovia federal BR 265. Após o trevo de acesso a Cataguases, converge-se para a 
MG285 . 
 
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4. FLUXOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DE UMA PCH 
Figura 2: Fluxograma de Implantação de uma PCH (Fonte: ELETROBRÁS, 2000). 
 
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5. CLASSIFICAÇÃO DA PCH 
 
As PCHs quanto à capacidade de regularização do reservatório, podem ser 
classificadas de três formas distintas: A fio d’agua, de acumulação com regularização 
diária do reservatório, e de acumulação com regularização mensal do reservatório. 
A operação do empreendimento é por modulação diária de ponta e fora de ponta, 
com o reservatório usado para regular a vazão no horário de ponta visando obter a 
potência máxima instalada. Esse tipo de regularização é empregada quando as vazões de 
estiagem do rio são inferiores à necessária para fornecer a potência para suprir a 
demanda máxima do mercado consumidor e ocorrem com risco superior ao adotado no 
projeto (ELETROBRÁS, 2000). Em palavras mais simples pode-se dizer que ocorre 
quando ao longo do dia o nível do rio varia significativamente. 
Nesse caso, o reservatório fornecerá o adicional necessário de vazão regularizada. 
 
6. LEVANTAMENTOS DE CAMPO NECESSÁRIOS PARA 
IMPLANTAÇÃO DA PCH 
 
6.1 AMBIENTAL 
 
A área de influência do empreendimento é definida pelos estudos ambientais de 
acordo com a relação de causalidade (direta ou indireta) entre o empreendimento e os 
impactos previstos, ou seja, se os impactos previstos para uma determinada área são 
diretos ou indiretos. 
 
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Figura 3: Mapa representando a área de influência da PCH. (Fonte: Vale S.A). 
Dentro desta linha, os estudos ambientais definem as seguintes categorias de Área 
de Influência, descritas a seguir: 
Área Diretamente Afetada – ADA: abrange todos os locais a serem diretamente 
atingidos pelo empreendimento, correspondendo aos seguintes setores principais: área 
de construção do eixo do barramento; área a ser ocupada pelo reservatório; área 
ocupada pelos canteiros de obras; área ocupada pela casa de força; área ocupada pela 
subestação; Área de Preservação Permanente (APP). 
Conforme processo de licenciamento COPAM nº 26940/2010/001/2011, 
analisado pela SUPRAM Zona da Mata, em face do significativo impacto ambiental o 
empreendimento recebeu condicionante de compensação ambiental prevista na Lei 
9.985/00, na Revalidação da Licença de Operação Corretiva - nº 0727/2013, em 
Reunião da URC Zona da Mata no dia 26 
 
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Resumidamente a caracterização da flora foi baseada em levantamentos de campo 
focalizando os remanescentes florestais ocorrentes na área de influência da PCH – Nova 
Maurício, portanto, sob o ponto de vista fitogeográfico, a região estudada pertence a 
uma área de transição do antigo complexo da Mata Atlântica para o cerrado. A 
cobertura vegetal é constituída por formações secundárias da Floresta Estacional 
Semidecidual e a campestre por formações antrópicas. 
A vegetação atual da região de entorno do reservatório está incluída no domínio 
do Bioma Mata Atlântica e abrange fragmentos da Floresta Estacional Semidecidual, 
tipologia claramente identificada nos topos dos morros e matas ciliares no entrono do 
reservatório, bem como áreas de agricultura de subsistência indicando grandes 
modificações pelas atividades antrópicas, além de formações antropizadas, como 
extensas áreas de pastagem e monoculturas de eucalipto (Eucalipto sp.). 
Os levantamentos da flora mostraram que as matas secundárias apresentam 
indivíduos arbóreos de porte até 15 metros de altura e diâmetro médio de tronco de 10 a 
20 centímetros, com fustes finos, múltiplos e esgalhados, onde foram levantados cerca 
de 50 espécies, cujos nomes comuns e científicos encontram-se catalogados nos estudos 
ambientais (EIA/RIMA), entre elas, o jacarandá-caviúna (Dalbergia nigra) e palmiteiro 
(Euterpe edulis), raro e encontrado somente em locais de difícil acesso próximo ao rio. 
O interior da mata é bastante sombreado, onde podem ser encontrados nos grotões 
úmidos, bananeiras, samabaiuçús, capins de sombra, moitas de Bromeliaceae, gravatá, 
capim navalha, bambuzinho taboca, entre outras. 
Cabe ressaltar que a empresa, deste a aquisição da usina hidrelétrica de Nova 
Maurício, mantém um programa de revegetação contínuo das áreas de influência direta 
(Figura 4), especificamente o entorno do reservatório e mantém um viveiro e uma 
equipe para executar a operação de plantio e manutenção permanente. 
 
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Figura 4 – Programa de Revegetação da PCH (Fonte: Vale S.A) 
O estudo da fauna, além do levantamento de campo, envolveu captur as 
(Armadilhas de insetos, redes de pesca), censo por observação através de registro visual, 
bem como, o registro de sinais (tocas, ninhos, rastros, penas, pêlos, odor e fezes), cujos 
dados contendo a lista das espécies da região com seus respectivos nomes comuns e 
científicos estão detalhados nos estudos ambientais (EIA/RIMA). 
Para a mastofauna, foram registradas cerca de 20 espécies de mamíferos, dentre 
elas a lontra (Lontra longicaudis) e o lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) são as duas 
espécies que sofrem grau de ameaça ou quase ameaça nas listas consultadas. Para 
herpetofauna 13 espécies, sendo 10 espécies de anfíbios anuros, duas espécies de 
serpentes e uma espécie de lagarto e para avifauna foram registradas 29 espécies, onde 
nenhuma delas sofre ameaça de extinção. 
O empreendimento possui uma área total de 380,6162 hectares, onde as faixas de 
APP, considerando os 30 metros ocupa uma área de 30,3282 hectares, sendo 9,2882 
hectares de APP do rio Novo e de 21,04 hectares de APP do reservatório. As estruturas 
edificadas da usina estão assentadas sobre uma área de 0,2954 hectares, conforme 
 
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Figura 3 a seguir e devem ter sua permanência regularizadas junto ao órgão ambiental, 
onde o pedido de ocupação antrópica consolidada se faz viável, haja em vista que a 
instalação do empreendimento ocorreu no período de 1955 a 1956, ou seja, há cerca de 
57 anos. Assim, a APP das terras pertencentes à empresa foi considerada de 30 metros, 
e hoje, encontra-se bem conservadas e totalmente recompostas. 
 Figura 5: Relação das estruturas do empreendimento localizadas em APP. (Fonte: Vale 
S.A). 
 
6.2 GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS 
 
Comrelação ao aspecto geológico, segundo o diagnóstico ambiental apresentado 
no RCA a sub-bacia do rio Novo, na área de inserção da PCH - Nova Maurício integra 
parte do Complexo Juiz de Fora e Gnaisse Piedade que corresponde a uma sequência de 
rochas que se distribuem numa faixa contínua de direção NNE, iniciando-se nas 
proximidades de Juiz de Fora e indo até o vale do Rio Jequitinhonha. 
Os tipos de rochas que compõem esta unidade são: charnockitos, granulitos, 
anfibolitos, dioritos, gabros, piroxenitos, migmatitos e quartzitos diversos. Os minerais 
 
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constituintes desses tipos de rocha são principalmente: quartzo, feldspato, hipertstênio, 
mica, sillimanita, olivina, anfibolito, piroxênio, zirconita e apatita. 
Sob o ponto de vista geomorfológico a PCH – Nova Maurício, está localizada 
próximo aos limites da sede municipal da cidade de Leopoldina, as altitudes variam de 
500 metros a 1.000 metros de altitude, na sub-bacia do rio Pomba no limite da Região 
Geomorfológica do Planalto Centro Sul de (planalto dos campos das vertentes) com a 
Região do Vale do Paraíba do Sul (depressão escalonada dos rios Pomba - Muriaé), com 
relevo forte ondulado e montanhoso. 
No que se refere ao aspecto pedológico, a ADA , a região de inserção da PCH – 
Nova Maurício, é composta basicamente por solos oriundos da ação do intemperismo, 
resultando em solos das classes dos Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, de 
moderada textura argilosa. Nos terraços aluvionares depositados pelo rio Pomba 
ocorrem os Neossolos Flúvicos sob topografia plana. No entorno da área de influência 
direta da PCH Nova Maurício, estes solos são utilizados para pastagens e agricultura. 
Para melhor avaliar o uso e ocupação do solo na área de inserção da PCH – Nova 
Maurício foi realizada uma vistoria técnica, ocasião em que foi observado que os solos 
da região são propensos à erosão, em decorrência de um relevo inclinado e da supressão 
da vegetação nativa pela ocupação do passado, mostrando-se um ambiente já bastante 
modificado, onde o processo de erosão foi bastante agravado pelo manejo inadequado 
com as atividades agrícolas e pecuárias. Já se faz notar, em alguns trechos da área 
diretamente afetada, processos de erosão, principalmente a erosão laminar, nas encostas 
de ambas as margens do reservatório. 
A região está sob o domínio de “Mata Atlântica”, mas atualmente são 
encontrados, apenas pequenos remanescentes florestais nos topos dos morros e 
pequenos fragmentos ciliares, encontrando-se uma paisagem totalmente modificada, 
composta por pastagens com alguns resquícios de matas mais preservadas nos altos de 
morros ou próximos às áreas que margeiam o reservatório, principalmente as que são de 
propriedade da VALESUL ALUMÍNIO. 
 
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Nas partes baixas da paisagem, são encontrados os solos com maior 
potencialidade para uso agrícola, todavia a pecuária se constitui no uso mais intenso dos 
solos, e sua ocupação vai desde as margens do reservatório até o topo das encostas, com 
trechos de pastagens plantadas. 
 
6.3 HIDROLÓGICOS 
 
A PCH Nova Mauricio está inserida na sub-bacia do Rio Novo, bacia do rio 
Pomba, macro bacia do rio Paraíba do sul. O Rio Novo onde se insere o 
empreendimento também é conhecido como Piau, é o principal afluente na margem 
direita do Rio Pomba e, portanto, subafluente do Rio Paraíba do Sul. Nasce na Serra da 
Mantiqueira no município de Antônio Carlos com o nome de Rio do Pinho, banha o 
município de Santos Dumont, e, após um percurso de 169 km de extensão, desagua no 
Rio Pomba, no município de Cataguases. A região possui clima tropical já a 
precipitação média anual é em torno de 1300mm. As maiores precipitações são 
registradas no período de outubro a março, sendo os meses de inverno marcados pela 
estiagem. Na média julho é o mês mais seco, quando ocorrem precipitações abaixo de 
20 mm, e dezembro o mês mais chuvoso, cuja média fica acima de 270 mm. ( Estação 
“Usina Mauricio”-2142006). 
Figura 6: Posicionamento do empreendimento na bacia (Fonte: IGAM) 
 
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A qualidade das águas é um indicativo da qualidade ambiental de uma bacia 
hidrográfica sendo altamente influenciada pelas atividades humanas, principalmente ao 
despejar os esgotos domésticos e urbanos no leito do rio. 
Assim para avaliar a qualidade das águas do rio Novo, numa fase atual, após 50 
anos de operação da PCH – Nova Maurício foi realizado um amplo levantamento 
envolvendo os aspectos físico, químico, bacteriológico e limnológico envolvendo as 
comunidades aquáticas, tendo como base a Resolução CONAMA 357/2005 e DN 
COPAM 01/2008. 
A qualidade da água, de acordo com os resultados obtidos para o IQA, indicam 
águas de boa qualidade para o trecho monitorado, apresentando somente um resultado 
classificado como médio e três momentos de excelência. 
As cianobactérias, grupo importante do fito plâncton (algas), ocorreram nas 
campanhas de março, setembro e dezembro de 2010; no entanto, em nenhuma 
ocorrência foi ultrapassado o limite de células estabelecido pela legislação. 
Para a comunidade bentônica, organismos que vive no leito do rio, foram 
observados resultados diversificados, com variação numérica de indivíduos do ponto 
NM-01 à NM-05. O fato de maior relevância nestas campanhas foi o registro do gênero 
Biomphalaria sp. e do Corbicula sp., sendo o primeiro hospedeiro do Shistosoma 
mansoni, causador da xistose e o segundo considerado organismo invasor; entretanto, os 
registros foram pouco significativos numericamente. 
Assim, concluímos que os valores encontrados tanto para os aspectos físico-
químicos, bacteriológicos e limnológicos são a princípio satisfatórios no trecho 
amostrado, indicando uma água de qualidade variando de média à ótima (segundo 
valores de IQA) no trecho da bacia do rio Novo, curso em que está inserida a PCH 
Nova Maurício. 
 
 
 
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7. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO EMPREENDIMENTO 
 
O arranjo geral da PCH – Nova Maurício é composta pelo reservatório, barragem, 
trecho de vazão reduzida, tomada d’água, chaminé de equilíbrio, conduto forçado, 
estrutura de extravasamento de fundo, casa de força, canal de descarga e estação 
transformadora. A área total inundada é de 312 hectares (ou 3,12 km²), e mesmo sendo 
um pouco maior que o permitido para uma PCH, a sua energia gerada é abaixo de 30 
MW, o que a classifica dessa forma. 
 
8. PROJETOS DE OBRAS CIVIS E DE EQUIPAMENTOS 
 
8.1 BARRAGEM/RESERVATÓRIO: 
 
Uma barragem é uma barreira artificial, feita em cursos de água para a retenção de 
grandes quantidades de água. A barragem da PCH Nova Maurício é toda construída a 
base de concreto, com 110 metros de extensão, 23 metros de altura máxima e crista de 4 
metros de largura. A estrutura de escoamento de fundo, assentada sobre uma cota de 
elevação de 178,8 metros possui um canal fechado com 6 metros de comprimento, 1,80 
metros de largura e 2 metros de altura. Este canal contém duas comportas do tipo vagão 
de acionamento mecânico. As comportas hidráulicas são importantes componentes de 
reservatórios, pois são utilizadas como equipamentos de segurança e controlede vazão. 
O reservatório da PCH Nova Maurício possui uma lâmina d’água de 312 ha (3,12 
km²) com perímetro de 19968 metros e largura média de 386 metros, atingindo a cota 
máxima de 199 metros de nível d’água e cota mínima de 194 metros, permitindo assim 
uma diminuição máxima de até 5 metros nos seu modo operacional. 
 
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8.2 VERTEDOURO: 
 
Em barragens, o excesso de água deve ser descarregado para jusante de forma 
segura. Isto pode ser feito de diferentes formas, sendo a principal delas com o uso de 
vertedouros que consiste num orifício sem a parte superior. O vertedouro da PCH Nova 
Maurício é composto por cinco comportas do tipo setor, de 8,10m x 4m cada, com uma 
capacidade máxima de 200 m³/s por comporta. 
Características hidráulicas do Vertedouro 
• Sobrelevação para cheia centenária - 1,0 m 
• Sobrelevação para cheia milenar - 2,0 m 
A operação no vertedouro é feita exclusivamente no período úmido, quando as 
vazões afluentes elevadas provocam a elevação do NA do reservatório, de modo a 
regular esse NA entre 194m e 198,50m. 
 
8.3 TOMADA DE ÁGUA: 
 
É nada mais que uma estrutura para a captação dá água do reservatório. É 
geralmente construída de concreto. A tomada d’água, situada à direita do reservatório a 
cerca de 600 metros antes da barragem, possuindo uma estrutura composta de um único 
vão com 12 metros de comprimento total, 14 metros de largura e 17,5 metros de altura, 
com cota de soleira na elevação de 185,5 metros. É dotada de uma comporta de controle 
da adução, de controle eletromecânico, com acesso aos circuitos de baixa e alta pressão 
por onde escoa as águas até as unidades geradoras. O bloco da estrutura da tomada 
d’água possui também grade de acionamento mecânico em sua entrada, cuja função é 
reter detritos e outros objetos submersos arrastados pelas águas, evitando assim 
possíveis danos ás turbinas. 
 
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8.4 SISTEMA DE ADUÇÃO: 
 
Serve para conduzir a água do reservatório da tomada d'água à câmara de carga. 
Segue uma mesma curva de nível (praticamente não tem queda). O circuito hidráulico 
de adução da PCH é localizado na margem direita do reservatório, é composto pela 
tomada d’água acoplada a um circuito de baixa pressão com canal adutor fechado (0,40 
mm) até a chaminé de equilíbrio com 300 metros de comprimento. 
 
8.5 CHAMINÉ DE EQUILÍBRIO: 
 
As chaminés de equilíbrio são dispositivos que atuam, ao mesmo tempo, na 
proteção contra as depressões e contra as sobrepressões, visto que possibilitam a 
oscilação em massa da água entre a chaminé e o reservatório de descarga, evitando-se, 
neste trecho, a ocorrência de variações elevadas de pressões. Na PCH a chaminé é do 
tipo Alívio e formada por uma seção cilíndrica com uma entrada e quatro saídas e 
possui altura de 22,65 metros e área da seção de 6 m². 
 
8.6 CONDUTOS FORÇADOS: 
Sua função é a de conduzir a água sob pressão no trecho mais inclinado, até a casa 
de máquinas, onde irá ser turbinada. É composta por um circuito de baixa pressão com 
04 tubulações metálicas de 200 metros que conduzem a água até as turbinas na casa de 
força. 
 
 
 
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18 
 
 Figura 7: Conduto Forçado PCH Nova Maurício. (Fonte: Estudo de Impacto Ambiental 
VALESUL/2011) 
 
8.7 CASA DE FORÇA: 
 
Esta tem por função abrigar os grupos geradores (turbina e gerador elétrico) e os 
equipamentos de controle e, por vezes, pode também abrigar os equipamentos elétricos 
de transmissão. Portanto, deverão ser previstas nas suas dependências, as áreas 
destinadas aos equipamentos definidos em cada projeto. 
A casa de força em Nova Maurício, é do tipo abrigada (central externa), está 
assentada a cerca de 600 metros abaixo da barragem, gerando um trecho de vazão 
reduzida. 
Possui uma estrutura convencional e com as seguintes dimensões: 32 metros de 
comprimento, 12 metros de largura e um bloco de montagem de 7 metros de 
comprimento que hoje abriga quatro unidades geradoras. 
 
 
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19 
 
. Figura 8: Casa de Força PCH Nova Maurício. (Fonte: Estudo de Impacto Ambiental 
VALESUL S.A. 2011) 
 
8.8 TRECHO DE VAZÃO REDUZIDA (TVR) 
 
Com a instalação do empreendimento foi gerado um Trecho de Vazão Reduzida 
(TVR) de 4,55 km de extensão com relevo acidentado e rochoso onde não foi destinada 
nenhuma vazão remanescente para este trecho, uma vez que barragem da PCH Nova 
Mauricio não dispõe de dispositivo para a manutenção de vazão sanitária no TVR. 
 
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20 
 
Assim a vazão remanescente existente neste trecho é resultante do volume de 
percolação da água do reservatório através da barragem e suas ombreiras, frestas dos 
vertedouros, bem como, de quatro pequenos tributários existentes que deságuam no 
próprio TVR, sendo que alguns intermitentes, que matem o trecho com uma pequena 
vazão durante quase todo ano (Figura 9). 
 
Figura 9 – Trecho de Vazão Reduzida (Fonte: Vale S.A.). 
 
8.9 CANAL DE FUGA: 
 
Devolve ao leito do rio a vazão de água que passou pela turbina e gerou energia. 
Na Nova Maurício, possui uma extensão de cerca de 630 metros, sendo que após esta 
distância encontra com o ribeirão Jatobá que percorre 2,5 Km aproximadamente até 
sofrer confluência com o ponto final do TVR, sendo este ponto caracterizado como 
ponto de restituição do Rio Novo. 
 
 
 
 
 
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21 
 
9. CÁLCULO DA ENERGIA EFETIVA LIVRE E POTÊNCIA ESTIMADA 
 
Para a avaliação da atratividade energético-econômica do local selecionado, 
deverá ser estimada a energia firme (EFe) e assim a potência estimada a ser instalada no 
aproveitamento (Pot), utilizando-se as seguintes fórmulas, que foram apresentadas 
durante as aulas de Geração Hidráulica: 
EFe = 	
μ	. 9,81	. Q	. H���	. ∆t
1000
 
Sendo: 
• Gravidade 9,81 m/s²; 
• � = Rendimento do conjunto turbina-gerador; 
• EFe = Energia Firme Estimada (MW); 
• Q = Vazão média mínima de 7 dias consecutivos com período de retorno de 
10 anos (Q7, 10); 
• ∆� = Intervalo de tempo (s); 
• Hliq = Queda líquida final (m.c.a); 
��� =
���
��
 
Sendo: 
• Pot = Potência estimada a ser instalada (MW); 
• Fc = Fator de capacidade; 
O rendimento do conjunto turbina-gerador geralmente é disponibilizado pelos 
seus fabricantes, em caso de ausência do mesmo, a ANEEL recomenda uso de 85% 
(0,85) como o valor do rendimento. 
 
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22 
 
A vazão a qual se refere a formula é a Q7, 10 vazão média mínima de 7 dias 
consecutivos com período de retorno de 10 anos em m³/s. Atualmente a ANEEL 
recomenda utilizar 50% da Q7, 10 (valor outorgável), para os cálculos. No entanto, ainstalação da PCH Nova Mauricio ocorreu em 1955 quando era permitida a utilização 
de 70% da Q7, 10 sendo esse o valor utilizado para os cálculos. 
Hliq refere-se à queda líquida, dada em metro de coluna d’água. É encontrada 
através da queda bruta (Hebreu), subtraindo a perda de carga. Segundo o Estudo de 
Impacto Ambiental (EIA), a queda bruta é de 93,334 m e a queda liquida é de 90 m. De 
acordo com a ANEEL deve-se subtrair da queda bruta 5% referente à perda de carga 
nos condutos (livres/forçados) e 3% a perda na casa de força o que fornece uma queda 
liquida de 85,8673m. 
∆� diz respeito ao intervalo de tempo, o qual foi considerado 1s e o fator de 
capacidade (Fc) é disponibilizado pela ANEEL e citado no EIA como sendo 55% 
(0.55). 
Os cálculos a seguir foram feitos tanto com o valor da queda liquida de 90m 
disponibilizada no EIA, quanto para a queda liquida de 85,8673m que considera as 
perdas de carga de acordo com a ANELL. 
I. Utilizando o Hliq. do Estudo de Impacto Ambiental (EIA): 
��� =
[0,85 ∗ 9,81 ∗ �0,70 ∗ 7,47" ∗ 90 ∗ 1]
1000
 
$%& = ', ()*)	+, 
Assim, substituindo o valor de EFe temos a potência estimada dada por: 
��� =
3,9242
0,55
 
��� = 7,1349	/0 
Como existem 4 turbinas na PCH Nova Maurício: 
 
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123 = * ∗ 4, 5'*( 
123 = )6, 7'(7+, 
II. Utilizando o Hliq. considerando as perdas de carga segundo a ANEEL: 
��� =
{0,85 ∗ 9,81 ∗ �0,70 ∗ 7,47" ∗ [93,334 − �93,334 ∗ 0,03" − �93,334 ∗ 0, ] ∗ 1}
1000
 
$%& = ', 4***	+, 
Assim, substituindo o valor de EFe temos a potência estimada dada por: 
��� =
3,7444
0,55
 
��� = 6,8073	/0 
Como existem 4 turbinas na PCH Nova Maurício: 
123 = * ∗ <, 6=4' 
123 = )4, ))()+, 
Na PCH Nova Maurício, segundo o EIA a potência instalada em 1955 era de 
29,232 MW. A diferença entre os valores reais e os valores encontrados pode ser devido 
à variação entre o rendimento real das turbinas e o valor sugerido pela ANEEL, 
lembrando que segundo o parecer técnico a PCH possui 4 turbinas Francis de potências 
diferentes, consideradas iguais apenas para os cálculos. 
 Outra justificativa é uma possível variação nas normas dos órgãos responsáveis, 
ao longo dos anos. 
 
 
 
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10. CRITÉRIO PARA SELEÇÃO DE TURBINA 
 
Segundo a Eletrobrás (2000), a escolha da turbina se dá pela análise da queda 
líquida (metros) e a vazão de projeto por turbina (m³/s), que são os parâmetros 
utilizados para a escolha preliminar. O gráfico da Figura 10 permite determinar a 
turbina ideal para o aproveitamento através desses dois parâmetros. 
Dados PCH Nova Mauricio segundo o Estudo de Impacto Ambiental: 
• Queda liquida: 90m/s; 
• Vazão turbinada total: 42,34 m³/s; 
• 4 turbinas; 
 Assim observando o gráfico abaixo é possível afirmar que a turbina ideal para uma 
PCH com as características da “Nova Mauricio” é do tipo Francis, o que de fato é 
comprovado segundo o parecer técnico. 
Figura 10 – Gráfico de Seleção de Turbinas analisando Vazão e Queda (Fonte: ELETROBRÁS, 
2000). 
 
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10.1TURBINAS FRANCIS – TURBINAS E GERADORES DA PCH NOVA 
MAURICIO 
 
As turbinas do tipo Francis surgiram em princípios do século XIX, no ano de 
1833 quando o engenheiro francês Fournetron inventou a turbina que ficou, 
inicialmente, com seu nome, e que funcionava sempre submersa. Henschel e Jonval 
introduziram o tubo de aspiração, mas foi o engenheiro americano Francis, que em 
1849, inventou a turbina mista que leva universalmente o seu nome (BASSETTI, 
2008,33). 
 De acordo com Bassetti (2008,34) existem duas espécies de turbinas Francis: 
• Francis caixa aberta: recomendáveis para aproveitamentos hidroelétricos com 
queda até 10m. O rotor, o distribuidor, o tubo de aspiração e parte do eixo 
ficam situados dentro de uma câmara em comunicação direta com a câmara de 
carga e abaixo do nível mínimo de montante. O eixo pode ser horizontal ou 
vertical. 
• Francis caixa espiral: Para quedas acima de 10m é utilizada em minicentrais o 
eixo fica disposto horizontalmente, devido às facilidades de instalação e 
manutenção. 
Segundo a VALESUL a PCH Nova Maurício atualmente abriga quatro turbinas 
do tipo Francis com regulador mecânico/hidráulico e válvula borboleta, com vazão 
nominal de 42,34m³. 
 De acordo com o parecer técnico são quatro geradores com diferentes potências: 
• 2 com potência nominal unitária de 4,936 MW; 
• 1 com potência nominal unitária de 8,00 MW; 
• 1 com potência unitária 11.360 MW; 
Possuem frequências e rotações nominais de 60Hz e 520rpm respectivamente, 
operando sob uma queda líquida de 90 m e queda bruta de 93,334m. Levando em 
 
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consideração a queda liquida de 90m e as definições das espécies de turbinas Francis 
conforme Bassetti pode-se supor que a PCH Nova Mauricio possui turbina Francis 
caixa espiral 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Água após passar pelas turbinas. (Fonte: Estudo de Impacto Ambiental VALESUL S.A. 
2011). 
 
11. ESTUDO DE VAZÕES 
 
Para estimar as vazões máximas, mínimas, médias e ecológica onde está instalada 
a PCH – Nova Maurício partiu-se dos dados da estação base. Porém sabe-se que o valor 
deveria ser corrigido com base na diferença das áreas de drenagens. Assim, 
considerando a área da estação da base como A1 = 1770 km² e a área de drenagem local 
de inserção do empreendimento A2 = 1760 km², ambas no Rio Novo, chegou-se ao 
fator de correção, através da relação a seguir. 
Fator de Correção = A2 / A1 = 1760/1770 = 0,99435. 
Logo, com este fator de correção é possível estimar os valores para o local exato 
da PCH Nova Maurício, e esse foi o procedimento utilizado nos cálculos a seguir. 
 
 
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11.1 VAZÕES MÁXIMAS: 
 
As vazões de cheia foram determinadas por meio da série de vazões médias 
diárias da estação de Usina Maurício, disponibilizado pela ANA, considerando o 
período de maio/1967 a junho de 2010. 
Após a pesquisa dos dados de vazões máximas diárias ocorridas em cada ano, 
procedeu-se à análise estatística desses dados. Foi ajustada a distribuição log-normal à 
série de vazões médias diárias máximas anuais, bem como avaliada sua adequação à 
distribuição empírica. A tabela abaixo indica os valores de vazões máximas obtidos, 
associados a diversos tempos de recorrência (TR) para a estação de Usina Maurício, 
bem como as estimativas efetuadas para o local da PCH Nova Maurício. 
 
TR (anos) 
Vazão (m3/s) – Estação 
Usina Maurício 
Vazão (m3/s) – PCH 
Nova Maurício 
(estimativa) 
5 272,11 258,28 
10 337,28 320,13 
15 375,40 356,31 
20 402,44 381,98 
25 423,42 401,89 
30 440,56 418,16 
40 455,06 431,92 
50 467,61 443,83 
 
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100 553,76 525,60 
200 618,92587,45 
500 705,07 669,22 
1000 770,23 731,07 
Figura 12 – Tabela de Vazões médias diárias máximas anuais. (Fonte: Autor Próprio). 
 
11.2 VAZÃO MÍNIMA DE REFERÊNCIA (Q7,10) 
 
Os valores de vazão mínima (Q7, 10) no local da Usina foram determinados pela 
metodologia regional descrita na publicação “Deflúvios Superficiais no Estado de 
Minas Gerais” (HIDROSISTEMAS/COPASA 1993) que utiliza como base a vazão 
Q30,10 (vazão média mensal com 10 anos de retorno). À referida vazão, é aplicado um 
fator de ponderação (FTD), obtido em função da tipologia regional característica do 
ponto em estudo, permitindo, desta forma, a determinação da Q7,10, vazão média diária 
de 7 dias de duração e 10 anos de tempo de retorno, referência para os estudos de 
outorga. 
Ainda de acordo com a publicação da HIDROSISTEMAS/COPASA, citada 
anteriormente, constata-se que a região do empreendimento está localizada 
predominantemente numa área cuja a tipologia homogênea é referenciada pelo código 
211 que se caracteriza por: 
(i) Pluviosidade anual entre 1000 mm e 1500 mm; 
(ii) Predominância de relevo forte ondulado a montanhoso; 
(iii) Predominância de terrenos com baixa capacidade de infiltração. 
São áreas com médias ou altas contribuições específicas e variação intra-anual 
intensa em cheias e estiagens pronunciadas. 
 
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29 
 
Para essa tipologia, o fator de ponderação da Q7,10 é aproximadamente 0,889 
(FTD) e o rendimento específico mínimo é de duração mensal e recorrência decenal é 
cerca de 5 L/s/Km2. Assim, tem-se: 
>?,@A 	= 	B&'=, 5=	C	%DE	C	FG, sendo: 
Q7,10 = Vazão mínima com 7 dias de duração e 10 anos de período de recorrência; 
Re30,10 = Rendimento específico médio mensal com 10 anos de período de 
recorrência (L/s/Km2); 
Ad = Área de drenagem; 
Então: 
 >?,@A 	= 	0,889	H	�5/1000"	H	1680 
>?,@A 	= 	4, *4	J
'/K. 
Logo, obteve-se o valor de 7,47 m3/s para a vazão Q7,10 no local da PCH Nova 
Maurício. 
 
11.3 VAZÕES MÉDIAS 
 
A série de vazões médias mensais de longo termo (QMMLT) no local de inserção 
da usina, como nos casos anteriores, também foi obtida por transferência a partir da 
estação base fluviométrica base pela proporcionalidade entre as respectivas áreas de 
drenagem. 
 
 
 
 
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Os dados obtidos foram os seguintes: 
Figura 13 – Tabela de vazões médias mensais no longo termo. (Fonte: Autor Próprio). 
Conforme os dados apresentados na figura acima, no decorrer do ano, ocorrem 
entre os meses de maio e outubro, as menores vazões médias no local de inserção da 
usina, sendo agosto e setembro os mais críticos, registrando a menor vazão média de 16 
m3/s no mês de agosto. O gráfico abaixo dá outra ilustração dos resultados: 
Figura 14: Gráfico de Curva de variação da QMLT nos meses do ano. (Fonte: Autor Próprio). 
Podemos verificar a partir da análise da tabela acima e do gráfico acima que as 
vazões médias mensais conseguiram mantar funcionando, durante todo o ano, pelo 
 
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31 
 
menos uma entre as quatro turbinas da usina acima do mínimo operacional que é 4,74 
m3/s, que somada a vazão mínima no trecho de vazão reduzida (TVR) de 3,4 m3/s 
recomendada pela SUPRAM-ZM, chegaria a 8,14 m3/s. Assim, mesmo com a vazão 
mínima registrada no mês de agosto da ordem de 16 m3/s, ainda é possível turbinar 
outras 7,86 m3/s totalizando 12,6 m3/s, valor este superior a vazão mínima operacional 
de 4,74 m3/s. 
Na figura a seguir, são apresentados os dados de vazões médias e a respectiva 
curva de permanência para o local onde está implantada a usina. 
 
Figura 15 – Permanência de vazões médias mensais. (Fonte: Autor Próprio). 
Verifica-se na figura anterior que em 90% do tempo ocorrem vazões superiores a 
8,14 m3/s, que é um valor referente à soma da vazão mínima necessária para manter o 
funcionamento do pelo menos uma turbina com a vazão mínima de 4,74 m3/s e da vazão 
a ser mantida no TVR de 3,4 m3/s. 
Entretanto, é relatado nos estudos apresentados para outorga, que no período de 
2006 a 2010, a menor vazão turbinada foi superior a 11 m3/s, o que possibilitou a 
manutenção de uma vazão à jusante superior a 5,2 m3/s, ou seja, maior que vazão 
recomendada pela SUPRAM-ZM, de 3,4 m3/s, definida nos cálculos. 
 
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32 
 
11.4 VAZÃO ECOLÓGICA 
 
Sabe-se que um valor único de vazão mínima não é suficiente para manter as 
condições naturais pré-existentes e as variabilidades naturais dos sistemas hídricos são 
muito importantes para o desenvolvimento das comunidades aquáticas. 
A vazão mínima ecológica ou ambiental pode ser definida como sendo a vazão 
que se deve garantir a jusante de uma estrutura de armazenagem (barragem) ou captação 
(tomada de água) para que se mantenham as condições ecológicas naturais de um rio 
depois de retiradas para atender usos externos como abastecimento público, industrial, 
irrigação, energia elétrica, etc. Dessa forma, os usuários de água devem assegurar 
vazões mínimas para a manutenção dos ecossistemas aquáticos. O importante que se 
tenha o conhecimento de que a permanência prolongada de valores de vazão inferiores 
aos naturalmente verificados pode ocasionar impacto ao ecossistema existe no trecho do 
curso d’água que será influenciado por esta vazão reduzida. 
Para a PCH Nova Maurício, no período mais crítico de estiagem, a vazão 
turbinada será regida de tal forma a garantir sempre, no mínimo, a vazão sanitária no 
trecho vazão reduzida (TVR), que conforme recomendação da SUPRAM-ZM, será 3,4 
m3/s, ou seja, aproximadamente 45% da Q7,10. 
 
Figura 16: Curva de vazões da PCH Nova Maurício. (Fonte: Autor Próprio) 
 
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33 
 
Conforme mostra a figura acima, a proposta da SUPRAM-ZM, de 3,4 m³/s a ser 
mantida no TVR, embora não acompanhe a dinâmica hidrológica natural do Rio Novo, 
foram verificados valores inferiores a este no período hidrológico (1967 / 2010). 
 
12. REGRA OPERATIVA 
 
O regime de operação do empreendimento é por modulação diária de ponta. Usa-
se o reservatório no horário de ponta visando obter potência máxima instalada (29,232 
MW) quando é necessário turbinar a vazão nominal de 42,43 m³/s (vazão de 
engolimento) para operação das quatro unidades geradoras, todavia a vazão mínima 
turbinada é da ordem de 4,74 m³/s, onde apenas uma das turbinas funcionará. Isso 
ocorre geralmente em período de estiagem. 
Tanto no período úmido (novembro – abril) quanto no seco (maio – outubro) a 
PCH Nova Maurício opera normalmente, sem a necessidade da parada total das 
máquinas para recuperação do NA do reservatório. Pode-se comprovar isso comparando 
os dados da sequência histórica de vazões afluentes médias com os dados de 
engolimento das turbinas. 
No período úmido é mais fácil promover o equilíbrio entre as vazões afluentes, 
turbinada e o nível do reservatório, possibilitando uma geração mais regular, mesmo 
que não esteja no horário de ponta. Ressalta-se que a vazão turbinada é de 42,34 m³/s. 
Já no períodoseco, as médias históricas de vazão mostram que a operação da 
usina tem que ser feita com vazões afluentes abaixo da capacidade plena de geração das 
quatro turbinas, não sendo suficiente para se manter o equilíbrio entre o nível do 
reservatório, a geração fora de ponta e a geração na ponta. 
Desta forma, a única maneira de se operar a usina é por intermédio de uma 
geração fora de ponta reduzida com apenas uma máquina de menor potência em 
funcionamento, para garantir a geração nominal durante as três horas do horário de 
 
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34 
 
ponta. Ressalta-se que a vazão nominal turbinada é de 4,74m³/s, havendo ainda a 
necessidade de se manter uma vazão de 3,4 m³/s ao longo do trecho de vazão reduzida 
de aproximadamente 4,3 km. 
A recuperação do nível do reservatório se dará durante as 21 horas que a usina 
funcionará no regime fora de ponta com consequente redução da geração durante o dia e 
a geração em plena potência é praticada durante o horário de ponta, em três horas 
noturnas, visando atender as necessidades do sistema elétrico. 
Operando da forma descrita, haverá um deplecionamento diário no reservatório de 
cerca de 2 metros e, muitas vezes, não se consegue recuperá-lo em função de que a 
vazão afluente diária passa a ser menor que a vazão defluente ao longo do dia. Diante 
disso, opera-se a usina, então, dentro de um programa que evita que o deplecionamento 
atinja o limite do nível mínimo de operação, o que faria com que o NA caísse abaixo 
dos 194 m, nível mínimo operacional para a usina. 
Figura 17: Relação entre as vazões da PCH Nova Maurício. (Fonte: Autor Próprio) 
 
 
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35 
 
A vazão excedente em casa mês foi calculada pela fórmula: 
>�H��L�M��	 = 	>NéLPQ	–	�>�STUPMQLQ	 + 	>���WóYP�Q". 
Pela Figura acima, é possível observar que a vazão a ser desviada para o circuito 
de geração da usina é de 42,34 m³/s para a produção máxima de energia. No entanto, 
durante o período de estiagem, sobretudo nos meses entre julho e setembro, o volume 
de água a ser derivado para a geração de energia será reduzido, acompanhando o regime 
hidrológico do corpo hídrico. 
Assim, para manter apenas a vazão ecológica de 3,4 m³/s no TVR, a menor vazão 
a ser turbinada de 12,6 m³/s ocorre no mês de agosto, bem acima da vazão mínima 
necessária para manter pelo menos uma turbina em funcionamento que é de 4,74 m³/s. 
 
13. DADOS PLUVIOMÉTRICOS 
 
A pluviometria foi avaliada com base nos dados meteorológicos da estação Usina 
Maurício, da Agência Nacional das Águas (ANA), localizada no município de Itamarati 
de Minas. Nos dados inclui-se observações disponíveis de janeiro de 1944 até dezembro 
de 2010. 
A tabela a seguir apresenta os valores pluviométricos mensais da Usina Maurício 
no período citado, como suas médias mensal e anual, e ainda o valor pluviométrico total 
registrado por ano 
 
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Figura 18: Tabela de totais Pluviométricos Mensais – Estação Usina Nova Maurício. (Fonte: Agência 
Nacional das Aguas – ANA, adaptado). 
 
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Segundo a tabela da figura 18, o maior total pluviométrico anual é de 2434,5 mm 
registrado em 1952 e o menor de 763 mm, em 1959. 
O gráfico abaixo apresenta a precipitação média em cada mês. 
Figura 19 – Gráfico da Precipitação média mensal – Estação Usina Nova Maurício. (Fonte: Autor 
Próprio). 
 
De acordo com o gráfico da figura acima, observa-se que o regime pluviométrico 
da região estudada apresenta uma distribuição unimodal (descontínua), com verão 
chuvoso e inverno seco. Do ponto de vista da variação mensal, as maiores precipitações 
se concentram de novembro a janeiro e as menores de junho a agosto. Para se ter base 
do tamanho da descontinuidade da precipitação, os meses de outubro a março somam 
mais de 83% do total pluviométrico anual, enquanto o período de maio a agosto, o mais 
seco, participam com apenas 6,8%. 
 
14. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Em relação ao estudo de vazões e conforme o parecer técnico os dados existentes 
indicaram que a vazão mínima a ser turbinada é de 4,74m³/s, quanto às vazões diárias 
observam-se valores superiores a 8,14 m³/s, vazão mínima para produção de energia, 
 
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que é suficiente para manter a vazão mínima para o funcionamento da turbina (4,74 
m³/s) acrescida da vazão ecológica (3,4 m³/s). 
Observa-se também que a vazão média mensal (fig. 13, fig.14) varia entre 16 m³/s 
e 62,6 m³/s, sendo o mês de agosto, período no qual o Rio Novo apresenta menor vazão 
média (16 m³/s), e neste caso a vazão máxima a ser turbinada será de 12,6 m³/s, uma vez 
que o restante (3,4 m³/s) será liberada no rio como vazão ecológica. 
A vazão nominal de 42,3m³/s ,solicitada pra o funcionamento das 4 turbinas com 
potências máximas, só é possível de dezembro a março. Conforme a VALESUL e já 
citado anteriormente a maior parte do tempo o regime operacional adotado será o de 
ponta e fora de ponta, quando a usina deverá funcionar por 3 horas diárias para a 
produção máxima de energia de 29 MW usando a vazão total solicitada, de 42,34 m³/s, 
fato este que provoca uma depleção no reservatório da ordem de 2 metros. Nas outras 
21horas a geração será reduzida a fim de recompor o nível de agua do reservatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
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SISTEMAS DE INFORMAÇÕES HIDROLÓGICAS. Disponível em: 
http://www.hidroweb.ana.gov.br/HidroWeb 
[2] AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (Brasil) (ANEEL). Banco de 
Informações de Geração: BIG. Disponível em: http://www.aneel.gov.br/15.htm 
[3] ANDRADE, J.S.O. Pequenas Centrais Hidrelétricas: Análise das causas que 
impedem a rápida expansão de um programa de PCH no Brasil. 2006. 88 p. Dissertação 
(Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia. Universidade de Salvador, 
Salvador, 2006. Disponível em: 
http://tede.unifacs.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=126 
[4] BASSETI B. L. Estudo e Projeto Básico de uma Pequena Central Hidrelétrica. 
2008. Monografia apresentada ao Departamento de Engenharia Elétrica do Centro 
Tecnológico da Universidade Federal do Espírito Santo. Disponível em: 
http://www2.ele.ufes.br/~projgrad/documentos/PG2008_2/brunolorenzonibassetti.pdf 
[5] BRASIL. Decreto nº 4.970, de 30 de janeiro de 2004. Dá nova redação ao art.1º do 
Decreto nº 4.932, de 23 de dezembro de 2003 e define o índice de atualização monetária 
das quotas de que trata o §1º do art.13 da Lei nº 10.438, de 26 de abril de 2002. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 2004c. 
[6] CENTRAIS ELÉTRICAS BRASILEIRAS S.A. ELETROBRÁS. MINISTÉRIO 
DAS MINAS E ENERGIA. Diretrizes para Estudo de Pequenas Centrais. 1. ed., 
2000. 
[7] CLEMENTE, L. Seleção de potência instalada ótima no de PCHs no contextode 
mercados competitivos. 2001. 270 p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal 
do Paraná, Curitiba, 2001. Disponível em: 
 
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[8] ELETROBRÁS. Diretrizes para Estudo de Projetos de Pequenas Centrais 
Hidrelétricas, 2000. 
[9] ELETROBRÁS. Metodologia para Regionalização de Vazões. 1985. 
[10] GARCIA, L.V. ANDREAZZA, A M.P. Estabelecimento de vazões ambientais 
efluentes de barragens: Sugestão metodológica. Revista Brasileira de Recursos 
Hídricos. v. 9, n.3, 2004. 
[11] SIAM, Sistema Integrado de Informação Ambiental. Disponível em: 
http://www.siam.mg.gov.br/siam/processo/processo_emprto_emprdor.jsp?pageheadernu
ll&num_pt&ano_pt&nome_empreendedor&cpf_cnpj_emprdor&num_fob=851376anof
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emp&tipoProcesso&num_apefoutorga&cod_empreendimento&ano_apefoutorga. 
[12] SIAM, Parecer Único Item 7.1 Vale S.A. Disponível em: 
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0CQ
FjAA&url=http%3A%2F%2F200.198.22.171%2Fdown.asp%3Fx_caminho%3Drenioes
%2Fsistema%2Farquivos%2Fmaterial%2F%26x_nome%3DItem_7.1_Vale_S.A._%22
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CNEYxKEIVZU9hntNm_YUawR3nFBfQ&sig2=WLc7cQJ9qMIBiYuwoEz7Vw&bm
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[13] VALESUL ALUMINIO S.A – Estudo de Impacto Ambiental, Empreendimento 
PCH Nova Maurício Dezembro/2011. Disponível em: 
http://www.siam.mg.gov.br/siam/lc/2011/2694020100012011/9223362011.pdf. 
[14] VALESUL ALUMINIO S.A – Parecer Técnico - Água Superficial. Disponível 
em http://www.siam.mg.gov.br/siam/outorga/2011/190682011/7426752012.pdf. 
 
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[15] VALESUL ALUMINIO S.A – Plano de Controle Ambiental, Empreendimento 
PCH Nova Maurício Dezembro/2011. Disponível em: 
http://www.siam.mg.gov.br/siam/lc/2011/2694020100012011/9223382011.pdf. 
[16] VALESUL ALUMINIO S.A – Relatório Técnico Simplificado para o 
Requerimento de Outorga de Direito de Uso dos Recursos Hídricos para PCH 
Nova Maurício (2011). Disponível em: 
http://www.siam.mg.gov.br/siam/outorga/2011/190682011/9223552011.pdf

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