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Determinação da Capacidade Calorífica dos Metais

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Capacidade calorífica de alguns metais 
Carlos Augusto H. Candido, Laís Cristina P. Ferreira, Vitor G. Bigelli, Vitor S. Fiorin. 
Engenharia de Materiais – Universidade Tecnológica Federal do Paraná 
– Londrina – Paraná - Brasil 
e-mail: vitorbigelli@hotmail.com 
 
Resumo. Este relatório tem como principal objetivo determinar o calor específico de diferentes 
materiais. Para a realização de tal feito, partiu-se do conceito de quantidade de calor e 
principalmente das definições da lei zero da termodinâmica disponível na literatura. 
 
Palavras chave: Calor específico, lei zero, termodinâmica. 
 
Introdução 
As medições de temperatura possuem como 
alicerce a lei zero da termodinâmica. Esta 
estabelece que “quando dois corpos tem igualdade 
de temperatura com um terceiro corpo, eles terão 
igualdade de temperatura entre si.”[1] 
Tem-se por definição que calor é um fluxo de 
energia, ou energia em trânsito, que se manifesta 
quando existem dois ou mais sistemas com 
temperaturas diferentes e que flui, 
espontaneamente, dos corpos mais quentes para os 
mais frios, até que se atinja o equilíbrio térmico ou 
que a interação entre eles seja desfeita. [2] 
Partindo de um levantamento prévio sobre os 
objetivos do experimento proposto, buscou-se 
trabalhar os conceitos adquiridos em sala de aula e 
os obtidos por levantamento da melhor forma 
possível, para que não houvesse diferenças muito 
discrepantes entre os resultados experimentais e os 
resultados teóricos do calor específico dos materiais 
fornecidos pelo professor. 
Procedimento Experimental 
Materiais Utilizados 
1. Calorímetro; 
2. 02 Termômetros; 
3. Balança semi analítica; 
4. Agitador magnético; 
5. Béquer; 
6. Pinça; 
7. Água destilada; 
8. Amostras de cobre, alumínio e aço. 
Procedimento 
 Em um calorímetro de capacidade térmica 
conhecida, adicionou-se cerca de 30g de água 
destilada. O calorímetro foi tampado e esperou-se 
até que seu interior atingisse um equilíbrio térmico. 
Anotou-se a temperatura mostrada pelo 
termômetro. 
Em seguida, adicionou-se aproximadamente 
100ml de água a um béquer e a amostra, 
previamente pesada, de um dos metais foi colocada 
dentro do mesmo. Posicionou-se o béquer sobre o 
agitador magnético e iniciou-se o aquecimento do 
mesmo com um termômetro em contato com o 
material submerso, até que a temperatura chegasse 
nas proximidades de 90ºC. 
Quando a temperatura atingida foi próxima de 
90ºC, anotou-se a mesma e, com o auxílio da pinça 
transferiu-se a amostra metálica para o interior do 
calorímetro. 
O mesmo foi tampado e esperou-se até que a 
temperatura atingisse um equilíbrio. Anotou-se a 
temperatura final. 
O processo foi repetido para as outras duas 
amostras metálicas. 
Resultados e Discussão 
Sabendo-se previamente que as amostras 
metálicas era de cobre, aço e alumínio. Calculou-se 
o calor específico a partir da equação I, onde sabe-
se que o calor específico da água é de 4,18J/ºC 
sabia-se, em experimento realizado anteriormente, 
que a capacidade calorífica do calorímetro é de 
46,5J/ºC. Dessa forma, consultando a bibliografia, 
pôde-se determinar a precisão do experimento para 
determinar tal propriedade, utilizando a equação. 
 
𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 + 𝑄á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 = 0 
 
Onde: 
 
𝑄𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 = ∆𝑇𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 × 𝐶𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 
 
𝑄á𝑔𝑢𝑎 = ∆𝑇á𝑔𝑢𝑎 × 𝑚á𝑔𝑢𝑎 × 𝑐á𝑔𝑢𝑎 
 
𝑄𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 = ∆𝑇𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 × 𝑚𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 × 𝑐𝑚𝑒𝑡𝑎𝑙 
 
Sendo que: 
 
C = Capacidade calorífica; 
c = calor específico; 
T = variação de temperatura; 
m = massa (g) 
 
Experimento 1 
 
Para o experimento 1 utilizou-se uma amostra 
de 44,2458g de cobre, 30,12g de água destilada no 
calorímetro. A temperatura inicial do sistema era de 
24ºC, o metal foi aquecido até 91ºC e, após a 
inserção do metal no sistema e o equilíbrio ser 
atingido, a temperatura observada foi de 30ºC. 
Aplicando-se as os dados na equação I e isolando o 
calor específico do metal em questão temos: 
 
𝑐𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 =
6º𝐶 × 46,5
𝐽
º𝐶 + 6º𝐶 × 30,12𝑔 × 4,18
𝐽
º𝐶
61º𝐶 × 44,2458𝑔
 
 
𝑐𝑐𝑜𝑏𝑟𝑒 = 0,3813
𝐽
𝑔 × º𝐶
= 0,09121 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 × º𝐶
 
 
Onde ccobre é o calor específico do cobre. 
 
Experimento 2 
 
Para o experimento 2 utilizou-se uma amostra 
de 37,792g de aço, 30,28g de água destilada no 
calorímetro. A temperatura inicial do sistema era de 
25ºC, o metal foi aquecido até 91ºC e, após a 
inserção do metal no sistema e o equilíbrio ser 
atingido, a temperatura observada foi de 31ºC. 
Aplicando-se as os dados na equação I e isolando o 
calor específico do metal em questão temos: 
 
𝑐𝑎ç𝑜 =
6º𝐶 × 46,5
𝐽
º𝐶 + 6º𝐶 × 30,28𝑔 × 4,18
𝐽
º𝐶
60º𝐶 × 37,792𝑔
 
 
𝑐𝑎ç𝑜 = 0,4579
𝐽
𝑔 × º𝐶
= 0,1096 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 × º𝐶
 
 
Onde caço é o calor específico do aço. 
 
Experimento 3 
 
Para o experimento 2 utilizou-se uma amostra 
de 9,8777g de alumínio, 30,48g de água destilada 
no calorímetro. A temperatura inicial do sistema era 
de 25ºC, o metal foi aquecido até 89ºC e, após a 
inserção do metal no sistema e o equilíbrio ser 
atingido, a temperatura observada foi de 28ºC. 
Aplicando-se as os dados na equação I e isolando o 
calor específico do metal em questão temos: 
 
𝑐𝑎𝑙 =
3º𝐶 × 46,5
𝐽
º𝐶 + 3º𝐶 × 30,48𝑔 × 4,18
𝐽
º𝐶
61º𝐶 × 9,8777𝑔
 
 
𝑐𝑎𝑙 = 0,8659
𝐽
𝑔 × º𝐶
= 0,2071 
𝑐𝑎𝑙
𝑔 × º𝐶
 
 
Onde cal é o calor específico do alumínio. 
 
Sabendo-se que os valores encontrados na 
literatura para o calor específico do cobre, do aço e 
do alumínio são, respectivamente de 0,0920cal/ºC, 
0,110cal/ºC e 0,215cal/ºC, chegou-se a conclusão 
que o experimento atendeu as expectativas iniciais. 
A diferença entre os dados obtidos e os valores 
reais podem ser explicados por alguns fatores, 
como: 
- Presença de impurezas nas amostras metálicas; 
- Perda de calor no sistema durante o processo; 
- A capacidade calorífica do calorímetro, como 
foi obtida através de uma média de valores obtidos 
experimentalmente pode apresentar alguma 
diferença da capacidade real. 
Podemos relacionar o calor específico de um 
material com sua densidade muito facilmente. 
Sabe-se que, se tivermos uma amostra, de mesma 
massa e feita do mesmo material porém com 
volumes diferentes, ou seja, densidades diferentes, 
apresentam calores específicos ligeiramente 
diferentes. 
Tal fenômeno está relacionado com a 
quantidade de átomos presentes em uma 
determinada unidade de volume e, 
consequentemente, a quantidade de matéria 
disponível para transportar calor ao longo da 
estrutura. Quanto maior for a densidade, maior é a 
facilidade com que um corpo transmite calor ao 
longo de seu volume e menor é a sua capacidade 
calorífica. Analogamente, quando menor é a 
densidade, maior é a sua capacidade em receber 
energia e, portanto, maior o calor específico do 
material. 
Conclusão 
Dessa forma, concluiu-se que o experimento 
atendeu as expectativas pois, através dele, 
conseguiu-se determinar com certa precisão o calor 
específico de cada um dos metais analisados. 
Concluiu-se também, que a diferença 
encontrada entre o valor obtido e o encontrado na 
bibliografia está, em sua maioria, associado à 
fatores que fogem do controle, como é o caso da 
presença de impurezas. 
Pode-se afirmar também, que o calor específico 
não depende somente da massa e do material que 
compõe o corpo, mas também da sua densidade e, 
consequentemente, do seu volume. 
Referencias 
[1] BORGNAKKE,Claus; SONNTAG, Richard E. 
Fundamentos da termodinâmica. São Paulo, SP: E. 
Blucher, 2009. 
 
[2] Calor e quantidade de calor. Disponível em: 
<http://educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/c
alor-e-quantidade-de-calor.html> Acesso em: 27 de 
setembro 2014.

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