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Bibliografia Chiaverini, V., Tecnologia Mecânica – Volume II, McGraw-Hill, 2ª ed., 1986, 315p. Groover, M. P., Fundamentals of Modern Manufacturing, 2nd ed., John Wiley & Sons, 2004, ISBN 0-471-65654-2, 1008p. Dieter, G. E., Metalurgia Mecânica, Ed. Guanabara Koogan, 1981,653 p. Grünning, K., Técnica da Conformação. Ed. Polígono, São Paulo, 1973. Benedict, G. F., Nontraditional Manufacturing Processes, Marcel Dekker Inc., NY, 1987, ISBN 0-8247-7352-7, 381p. Prof. Louriel Oliveira Vilarinho (Sala1M309) E-mail: vilarinho@mecanica.ufu.br (transparências disponíveis via moodle) PROCESSOS DE CONFORMAÇÃO MECÂNICA CURSO: GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECATRÔNICA DISCIPLINA: PROCESSOS DE FABRICAÇÃO MECÂNICA De acordo com GROOVER: PROCESSOS DE FABRICAÇÃO Operações de processamento Operações de montagem Moldagem (shaping) Solidificação Particulado Conformação (forming) Remoção de materiais Tratamento térmico Melhoria das propriedades Processamento de superfícies Limpeza Revestimento e deposição Processos de união permanente Montagem mecânica Soldagem Cola adesiva Rebites Brasagem Tratamento superficial Parafusos CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS DE MANUFATURA REVISÃO SOBRE PROPRIEDADES MECÂNICAS Curva σ x ε tradicional Dutilidade (alongamento); Resistência ao escoamento; Limite de resistência; Dureza e Tenacidade (ensaios Charpy e Izod). True stress-strain curve True stress-strain curve plotted on log-log scale Curva σ x ε verdadeira σ = K εη ou ln σ = ln K + η ln ε onde: Coeficiente de resistência (K) Coeficiente de encruamento (η) CONFORMAÇÃO MECÂNICA Processos de conformação são aquelas operações que provocam mudanças no formato da peça por deformação plástica, através de forças aplicadas por ferramentas e matrizes. • Esforço cortante: - Compressão direta - Compressão indireta - Tração - Dobramento - Cisalhamento • Espessura da chapa: - Volumétrica - De chapas • Regime de operação: - Estacionário (permanente) - Não-estacionário (transiente) • Propósito da deformação: - Processo primário (processamento) - Processo secundário (fabricação) • Temperatura de operação: - Quente - Frio. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CONFORMAÇÃO CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CONFORMAÇÃO Classificação segundo Norma DIN8582 CONFORMAÇÃO De Chapas (sheet-metal working) Volumétrica (bulk deformation) Laminação (rolling) Forjamento (forging) Extrusão (extrusion) Trefilação (wire drawing) Dobramento (bending) Embutimento (deep drawing) Corte (shearing) Estiramento (stretch) Repuxamento (spinning) O processo de estampagem (stamping) não consiste em embutimento puro (a chapa não se desloca livremente), nem em um estiramento puro (chapa inteiramente presa). Assim, a estampagem é uma operação combinada destas duas. HERF e outros especiais (Guerin, Marform e jato de granalha) CLASSIFICAÇÃO DOS PROCESSOS CONFORMAÇÃO LAMINAÇÃO Processo de conformação mecânica que consiste em modificar a seção transversal de um metal na forma de barra, lingote, placa, fio, ou tira, etc., pela passagem entre dois cilindros com geratriz retilínea (laminação de produtos planos) ou contendo canais entalhados de forma mais ou menos complexa (laminação de produtos não planos), sendo que a distância entre os dois cilindros deve ser menor que a espessura inicial da peça metálica. Em função do movimento e da disposição dos cilindros de laminação, esta pode ser classificada em transversal (plana), paralela (roscas) ou combinada (processo Mannesmann). Arranjos típicos de cilindros: ( a) laminador duo; ( b) laminador duo reversível; (c) laminador trio; (d) laminador quádruo, (e) laminador Sendzimir (cluster) e ( f ) laminador universal. Ilustração esquemática do processo de laminação, com as principais forças envolvidas e vista de uma planta de laminação. Laminação de rosca Laminação de anéis Laminação de forma Laminação de tubos Processo Osprey Processo Mannesmann FORJAMENTO É o processo de conformação mecânica pelo martelamento ou pela prensagem, podendo ser realizado a frio ou a quente, e ainda ser caracterizado como forjamento livre (matriz aberta) ou forjamento em matriz fechada. Em princípio, há dois tipos gerais de equipamentos para forjamento: os martelos (de forja ou de queda) e as prensas (mecânicas ou hidráulicas). Prensa de 50,000 ton Outro exemplo Esquema de diferentes operações unitárias de forjamento e peça final EXTRUSÃO Processo de conformação em que um bloco de metal é forçado a passar através de um orifício de uma matriz sob alta pressão, de modo a ter sua secção transversal reduzida. Tipos de extrusão: (a) indireta; (b) hidrostática; (c) lateral. TREFILAÇÃO O processo de trefilação tem início com o fio-máquina, que é o material laminado a quente que não se fabrica em diâmetros menores que 5,5 mm. Tem prosseguimento com o tratamento térmico, pois a estrutura do material laminado a quente, conhecido como fio-máquina, o torna inadequado para o trabalho a frio, por apresentar granulação não-homogênea e defeitos internos e superficiais. O tratamento térmico mencionado é comumente denominado de recozimento. CORTE É o processo de separação por fratura controlada, onde há a presença de três regiões: zona rugosa (superfície da trinca), zona lisa (atrito da peça com as paredes da matriz) e região arredondada (deformação plástica inicial). As operações de Corte (shearing) se dividem em: 1. Recorte (blanking) 2. Puncionamento ou perfuração (punching) 3. Entalhamento (notching) 4. Seccionamento (parting) 5. Cisalhamento (slitting) 6. Aparamento (trimming) 7. Refilamento (shaving) 8. Recorte progressivo (progressive die) 9. Recorte fino (fine blanking) 1 2 43 5 6 8 9 – Corte convencional x Recorte fino 7 DOBRAMENTO É a deformação plástica de metais sobre um eixo linear com pouca ou nenhuma mudança na área superficial. O dobramento pode acontecer em repouso ou com a chapa em movimento. Efeito Mola Dobramento (bending) Dobramento de tubos (tube bending) ESTIRAMENTO Neste processo, a chapa é fixada nas suas extremidades e tracionada sobre uma matriz, que se move numa direção particular (dependendo da máquina). EMBUTIMENTO Processo no qual um disco de chapa é forçado a entrar em uma cavidade (matriz) por meio de um punção, formando uma peça em forma de copo, ou seja, transformar chapas planas em peças com forma côncava ou de copo (banheiras, recipientes diversos, pára-lamas de automóveis, ...) Existe o embutimento de simples efeito, o de duplo efeito e o reembutimento. REPUXAMENTO Processo que envolve a conformação de partes axis-simétricas sobre um mandril utilizando-se várias ferramentas e roletes. OUTROS Processo de Conformação Hydroform Conformação com borracha (Processo Guerin) Processo Marform – Embutimento com matriz de borracha PROCESSOS NÃO-TRADICIONAIS DE MANUFATURA Remoção de material União Conformação AJM WJM AWJM AFM USM ECM ECG ECDG ES USW EBW LBW HERFSTEM CM EDM EDWC EDG EBW LBW PAC TEM HIGH ENERGY RATE FORMING - HERF A Conformação a Altas Taxas de Energia (HERF) refere-se aos processos que deformam peças a velocidades e pressões extremamente altas. Um nome mais adequado para o processo seria “High-Velocity Forming”, uma vez que a característica mais marcante é a alta velocidade de conformação e não a transformação de grandes quantidades de energia. Os processos HERF envolvem uma energia de deformação de pequena duração (microsegundos). Já os níveis de energia podem variar de 10J a 109J. Processos Velocidade de deformação (m/s) Prensa hidráulica 0.03Prensa mecânica 0.03-0.73 Martelo de queda 0.24-4.2 Bate-estaca 2.4-82 Explosivo 9-228 Magnético 27-228 Eletrohidráulico 27-228 HERF acima de 150 m/s Os processos HERF utilizam uma liberação rápida de energia que é transmitida para a superfície da peça através de um meio (água ou ar). A força resultante da atuação das ondas de choque empurram a peça contra a cavidade do molde, ou seja, não há a necessidade do “macho” da matriz/molde. Materiais deformados a altas velocidades se comportam semelhantemente a um fluido (grande campo para simulações), garantindo a redução do efeito mola (springback), mantendo excelentes características dimensionais e levando o material a deformações além dos seus limites. Além disto, processos HERF normalmente melhoram as propriedades dos materiais a medida em que aumentam a tensão máxima de ruptura e produzem uma deformação uniforme através de toda a peça. Existem três processos expressivos na família de processos HERF: CONFORMAÇÃO ELETROMAGNÉTICA CONFORMAÇÃO POR EXPLOSÃO CONFORMAÇÃO ELETROHIDRÁULICA CONFORMAÇÃO ELETROMAGNÉTICA É o processo usado para deformar peças condutoras elétricas através de pressão eletromagnética (410 MPa). A peça é colocada na proximidade de um campo pulsado magnético que é criado por uma bobina. Durante o pulso elétrico, correntes parasitas (Eddy Currents) atuam dentro da peça para resistir à passagem do fluxo magnético da bobina. A força resultante entre o campo magnético e as correntes parasitas deformam a peça, empurrando-a rapidamente contra a matriz. Para gerar pressões da ordem de 410 MPa, é utilizado um banco de capacitores que descarregam uma corrente de 130,000 A na bobina durante alguns microsegundos. Bobinas de conformação eletromagnética: (A) Conformação através de compressão radial; (B) Conformação através de expansão radial e (C) Conformação por bobina plana. A conformação eletromagnética foi usada inicialmente em operações de montagem como o acoplamento e ajuste de tubos e a fixação de terminais de fios. Atualmente, é usado para em operações de conformação e embutimento. As dimensões da peça se limitam a 25-300 mm de diâmetro e conta com uma produtividade de 300-1200 peças/hora Montagem de retentores em filtros de óleo usados em aviação e veículos off-road (1200 peças/hora) Puxador manual para retirada de amassados em aeronaves Tubo conformado sobre um tubo hexagonal Com relação à bobinas, estas podem ser permanentes ou utilizáveis. As primeiras podem ser usadas várias vezes, sendo mais comumente utilizadas apesar de serem mais caras e complexas de serem fabricadas. Com relação à matriz, esta deve ser, preferencialmente, de um material não condutor eletricamente para que não haja a geração de esforços e conseqüente deformação da matriz. Em geral valores menores que 15μΩ/cm são aceitáveis. É possível ainda aumentar a deformação da peça através da alteração do meio (ar). Isto é feito introduzindo-se um material de grande condutividade elétrica (alumínio ou cobre), o que altera a permeabilidade magnética do meio. Este material (driver plate) é repelido pelo campo magnético e ajuda a forçar a peça dentro da cavidade do meio. VANTAGENS Apenas a fêmea da matriz é necessária; Não requer lubrificação; Facilmente automatizável para grandes lotes; Aplicável em grande volume de produção. LIMITAÇÕES A colocação da bobina pode limitar a configuração da peça; Investimento alto; Tamanho, espessura e material da peça são limitados; Questões de segurança CONFORMAÇÃO POR EXPLOSÃO É o processo que deforma peças utilizando força explosiva a partir de uma reação química. Este processo usa a energia na forma de ondas de choque a alta velocidade para deformar peças a uma taxa de centenas de metros/segundo. As pressões envolvidas são as maiores dos processos HERF, podendo chegar a mais de 20,000 MPa e conformando peças de diâmetro de 6 m. Existem 2 tipos de explosivos: explosivos fracos (gases e cartuchos de armas) e fortes (TNT, PETN, C-3). Os explosivos fracos são, normalmente, empregados em ambientes fechados, o qual maximiza a energia de explosão, obtendo-se pressões da ordem de 700 MPa. Já os explosivos fortes podem ser realizados em ambientes abertos (normalmente submersos por questões de segurança e transmissão da onda de choque – a água não é compressível: Massa do explosivo da água = 20% do explosivo no ar). Explosivo fraco (mistura de gases) Explosivo fraco (cartucho de arma) Explosivo forte (A) conformação de superfície plana e (B) superfície cilíndrica NOTAR BOMBAS DE VÁCUO Utilizado em materiais que tenham elongamento da ordem de 7-10% (para que não haja fratura frágil. Caso existam juntas soldadas, estas deverão ser recozidas antes de executar o processo. Embutimento da ordem de 25:1 (profundidade/diâmetro) podem ser obtidos dependendo do material e geometria. Para o alumínio este valor chega a 30:1. Em condições ideais, tolerâncias dimensionais da ordem de ± 0.05 mm podem ser obtidas. Entretanto, em termos práticos, adota-se ± 0.25 mm como tolerância geral do processo. A maioria das aplicações deste processo se referem a geometrias simples e formas simétricas. Forma não-concêntricas e assimétricas podem ser obtidas utilizando-se técnicas avançadas. SEQÜÊNCIA DE OPERAÇÃO (1) Blank fixado na matriz; (2) Posicionamento de 225 g de 50:50 TNT/Primacord com auxílio de um tubo de papel; (3) Conjunto colocado na água; (4) Acionamento da bomba de vácuo e detonação e (5) peça final. (1) (2) (3) (5)(4) EXEMPLOS Peças complexas utilizando técnicas avançadas de Conformação por Explosão Exaustores de turbinas e pontas de mísseis CONFORMAÇÃO ELETROHIDRÁULICA Também conhecida por Eletroshape ou Electrospark. Este processo possui o mesmo princípio da Conformação por Explosão. A diferença é que, enquanto no processo por explosão a onda de choque é gerada por reações químicas, na Conformação Hidráulica, a onda de choque é gerada por uma descarga elétrica. Um banco de capacitores armazena energia que é liberada no circuito sob uma tensão de 4,500 a 20,000 V, gerando pressões da ordem de 1200 MPa e energia na faixa de 6-200 kJ em um meio incompressível (água, glicerina ou óleo). Este processo é semelhante à Eletroerosão (EDM), com a diferença de que não há condução de eletricidade pela peça. A onda de choque gerada ao fim da descarga, que na Eletroerosão, retira o metal fundido, na Conformação Eletrohidráulica empurra a peça contra a matriz. Normalmente é utilizada no lugar da Conformação por Explosão devido à sua maior produtividade. Sua capacidade é semelhante àquelas obtidas na Conformação Eletromagnética, com a vantagem de não necessitar que a peça seja boa condutora elétrica. COMPARAÇÃO ENTRE OS PROCESSOS HERF ENSAIOS DE CONFORMABILIDADE Conformabilidade pode ser definida como sendo a facilidade com a qual um metal pode ser permanentemente deformado, ou seja, sofrer deformação plástica sem fratura. Ensaio mostrando as bandas de Lueder ENSAIOS DE CONFORMABILIDADE Tipo de processo Tipo de ensaio Laboratório Fabricação Tração Compressão Torção Dobramento Dureza Volume Chapas Compressão sob deformação plana Identação em meia largura Tração secundária Compressão de anéis Erichsen Fukui Swift Siebel-pomp Forjabilidade Estampabilidade (Erichsen, Olsen/Fukui, DLC, Nakazima) E N S A I O S ENSAIOS DE CHAPAS METÁLICAS Intrínsecos Simulativos Teste uniaxial de tensão Tensão sob deformação plana Estiramento biaxial Torção em chapas Empenamento Cisalhamento Dureza Dobramento Dobramento-estiramento Punção abaulado médio Punção abaulado Expansão de furo Teste rápido de copo (Swift) Rápido decopo com perfil arrendondado de punção Teste de copo cônico (Fukui) Enrugamento Flambagem Spring brack (molejo) Punção esférico (Erichsen, Olsen) Diagrama de Limite de Conformação (DLC)
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