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A Psciologia Analitica de Carl Gustav Jung, Uma Psicologa Para o Seculo XXI.

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A Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, Uma Psicóloga Para o Século XXI.
 
 Antonio Maspoli[1]
[1] Teólogo e psicólogo jungiano. Doutor em Ciências da Religião pela UMESP. Pos-doutor em História das Idéias pelo IEA da USP. Membro do Laboratório de Psicologia Social Estudos da Religião da USP. Professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Coordena o Laboratório de Estudos de Psicologia, Religião e Arte da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professor Titular desta Universidade. Endereço: www.maspoli@mackenzie.com.br
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Aspectos autobiográficos de Carl Gustav Jung.
Carl Gustav Jung nasceu a 26 de julho de 1875 numa aldeia suíça. Fez os estudos, inclusive o curso médico, na Basiléia. Fez seu doutorado em psiquiatria e assim que se formou, em 1900, mudou-se para Zurique, assumindo um cargo no hospital Burgholzli. 
A cada ano Jung prolongava por mais tempo suas estadias em Bollingen, mas na primavera de 1961 nem chegou a ir para lá, pois adoecera. Na tarde de 6 de junho morreu. 
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A Parceria Entre Carl Gustav Jung e Sigmund Freud (1903-1913)
a) 1903-1907- Colaboração por correspondência.
c) Primeiro Encontro 1907 e deslumbramento mútuo.
d) Cooperação-1903-1912.
d) Separação em 1913.
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O pomo da discórdia: A publicação em 1911 da obra Símbolos e transformação da libido - O conceito de libido.
Jung, contudo, rompe com a concepção pansexualista de Freud, com a publicação da obra Wandlungen und Symbole der Libido (transformações e Símbolos da Libido), publicado em 1911/1912. 
Nesta obra Jung ampliou o conceito de libido para designar a energia psíquica em geral presente em toda a natureza. 
Esta nova concepção de libido rompe com o pansexualismo freudiano e inaugura o pampsiquismo que dominará a psicologia analítica numa perspectiva panenergética. 
O novo conceito de libido formulado por Jung em 1912 abrange todos os fenômenos de natureza energética, distitnguindo-o conteúdo, de bioenergia ou energia vital. 
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O conceito de energia Libido Em Jung
“O conceito de energia vital, entretanto, nada tem a ver com uma denominada força vital, pois, enquanto força, esta nada mais seria do que a forma específica de uma energia universal, e deste modo estaria eliminada a pretensão a uma bioenergética, em oposição a uma energética física, sem se reparar no abismo, até agora então preenchido, entre o processo psíquico e o processo vital. 
Propus que a energia vital hipoteticamente admitida fosse chamada libido, tendo em vista o emprego que tencionamos fazer dela em psicologia, diferenciando-a, assim, de um conceito de energia universal conservando-lhe, por conseqüência, o direito especial de formar seus conceitos próprios. 
Fazendo isso, não tenho a menor intenção de adiantar-me dos que trabalham no campo da bioenergética, mas tão somente dizer-lhes com toda a franqueza que empreguei o termo libido em vista do uso que dele faremos em nosso estudo. Para seu uso, esses estudiosos poderão propor, se o quiserem, os termos bioenergia ou energia vital.” (Jung, 1912, p. 16).
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Freud firma-se no materialismo neo aristotélico-seu inconsciente baseia-se na idéia da tabula rasa.
 X
Jung firma-se idealismo neo platônico-seu inconsciente fundamenta-se nas idéias a priori.
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Evolução do Conceito de Arquétipo 
O arquétipo em Platão – O mundo das idéias
O arquétipo em Santo Agostinho – De civitati dei
O arquétipo em Nietzsche – O mito do eterno retorno.
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 Nietzsche[1]insere o mythos no logos da compreensão contemporânea do mundo, e o faz já em sua primeira obra publicada, A Origem da Tragédia .
Nesta obra inicia da trilha na qual desenvolve seu pensamento sobre o mito do eterno retorno: O mito do eterno retorno significa que o mundo passa e voltará a passar indefinidamente pelas mesmas fases. 
Cada homem voltará a ser o mesmo em novas existências. Para os fracos que se conformam na humildade, no temor ao pecado e na infelicidade, esta revelação é esmagadora. 
 [1] O mito do eterno retorno tem sua gênese no pensamento de Salomão em Eclesiastes 1:1-11(Inserir o texto aqui).
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O arquétipo em Sigmund Freud – O complexo de Édipo.
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O Arquétipo em Carl Gustav Jung;
 
O termo archetypus já se encontra em FILO JUDEU como referência à imago dei no homem. Em IRINEU também, onde se lê: “Mundi fabricator non a semetipso fecit haec, sed de alienis archetypis transtulit” (O criador do mundo não fez essas coisas diretamente a partir de si mesmo, mas copiou-as de outros arquétipos). No Corpus Hermeticum, Deus é denominado to arkétupon foz (a luz arquetípica).
 Em DIONÍSIO AREOPAGITA encontramos esse termo diversas vezes como “De coelesti hierarchia” : aí aulai arketupiaí (os arquétipos imateriais), bem como “De divinis nominibus”. 
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Relações Entre Arquétipo e Mito
Jung então estabelece uma ponte entre arquétipo e mito. Segundo ele, já se levantaram muitas objeções contra a concepção de que os últimos simbolizam fatos psicológicos. Há uma grande dificuldade das pessoas assumirem que os mitos são, de certa forma, alegorias explicativas de processos astronômicos, meteorológicos e até mesmo vegetativos.
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Inconsciente Coletivo e o desenvolvimento Filogenético
Existe uma herança psíquica, isto é,uma herança de peculiaridades psíquicas tais como,por exemplo,certas disposições a contrair uma doença,traços de caráter,dotes naturais,(...) mas entre as qualidades psíquicas hereditárias há uma classe particular que não encontra limites essenciais nem de ordem familiar,nem no plano racial. São disposições psicológicas de caráter universal,entre os quais o espírito ordena os seus conteúdos.(...) A priori tem o aspecto de imagens,e de imagens típicas ,as quais por esta razão,dei o nome de arquétipos,inspirado na antiguidade clássica.”(P. 141 ). Este porém repousa sobre uma camada mais profunda, que já não tem sua origem em experiências ou aquisições pessoais, sendo inata. Esta camada mais profunda é o que chamamos inconsciente coletivo (2003, p.15).”
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Inconsciente Pessoal e Desenvolvimento Ontogenético 
Uma camada mais ou menos superficial do inconsciente é indubitavelmente pessoal. Nós a denominamos inconsciente pessoal.
Para Jung, o inconsciente de fato possuí conteúdos da experiência pessoal[1]. Ele compartilha dessa visão de Freud, mas inclui também elementos e componentes além da vivência pessoal.
 
Não se quer, em hipótese alguma, confrontar a teoria de Freud com a de Jung, mas mostrar que a psicologia analítica realizou e legou descobertas, dando uma visão mais aprofundada da psique humana[2]. 
 O que se deseja mostrar é que Jung herdou da psicanálise as fabulosas descobertas do inconsciente reprimido, o que abriu caminho para um olhar transpessoal dessa instância reprimida.
(JUNG, 1963, p.133).
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O Arquétipo em Carl Gustav Jung;
O termo arquétipo não é usado por AGOSTINHO, mas sua idéia no entanto está presente; por exemplo em “De diveris quaestionibus”, “ideae...quae ipsae formatae non sunt... quae in divina intelligentia continentur”. (idéias...que não são formadas, mas estão contidas na inteligência divina).
 “Archetypus” é uma perífrase explicativa do Eidos platônico. Para aquilo que nos ocupa, a denominação é precisa e de grande ajuda, pois nos diz que, no concernente aos conteúdos do incosnciente coletivo, estamos tratando de tipos arcaicos – ou melhor – primordiais, isto é, de imagens universais que existiram desde os tempos mais remotos (JUNG, 2003, p. 16).
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Inconsciente Pessoal e Desenvolvimento Ontogenético 
Uma camada mais ou menos superficial do inconsciente é indubitavelmente pessoal. Nós a denominamos inconsciente pessoal.
Para Jung, o inconsciente de fato possuí conteúdos da experiência pessoal[1]. Ele compartilhadessa visão de Freud, mas inclui também elementos e componentes além da vivência pessoal. 
Não se quer, em hipótese alguma, confrontar a teoria de Freud com a de Jung, mas mostrar que a psicologia analítica realizou e legou descobertas, dando uma visão mais aprofundada da psique humana[2]. 
 O que se deseja mostrar é que Jung herdou da psicanálise as fabulosas descobertas do inconsciente reprimido, o que abriu caminho para um olhar transpessoal dessa instância reprimida.
 [JUNG, 1963, p.133).
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Desenvolvimento da Personalidade em Carl Gustav Jung:
Desenvolvimento da Personalidade em Carl Gustav Jung: A filogênese se repete na Ontogênese no Ciclo Circadiano da Existência Humana
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Principais Arquétipos :
Jung dedicou especial atenção aos seguintes arquétipos: 
1) A persona 
2) A sombra
2) A anima
3)O animus,
4) O self.
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A persona
A persona seria a primitiva acepção latina de máscara. Aquela máscara utilizada pelo artista grego para representar a tragédia. 
É ainda uma espécie de imagem que fazemos de nós mesmos e apresentamos ao mundo como personalidade essencial. Sendo em última análise correspondentes aos papéis sociais que cada um representa na vida. ( 2000, p.30).
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“Verdadeiramente, aquele que olha o espelho da água vê em primeiro lugar sua própria imagem. Quem caminha em direção a si mesmo corre o risco do encontro consigo mesmo. O espelho não lisonjeia, mostrando fielmente o que quer que nele se olhe; ou seja, aquela face que nunca mostramos ao mundo, porque as encobrimos com a persona, a máscara do ator. Mas o espelho está por trás da máscara e mostra a face verdadeira.”
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A Sombra
Outro arquétipo importante é a Sombra. Esta seria a parte inferior e menos recomendável do indivíduo,definida na psicologia analítica como um conjunto de reações primárias,procedentes daqueles tempos filogenéticos que correspondem ao estado de selvageria da humanidade. Seu significado é sinistro e sombrio. 
Este arquétipo pode ser identificado na literatura por exemplo com o Lobo da estepe de Herman Hess, ,um Mefistófeles de Fausto. Na religião pode ser representando pelo Exu da quimbanda, a Pomba Gira da Umbanda ou o demônio da mística cristã. Jung(1976, p. 6 – 7).
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“A sombra constitui um problema de ordem moral que desafia a personalidade do eu como um todo, pois ninguém é capaz de tomar consciência desta realidade sem dispender energias morais. Mas nesta tomada de consciência da sombra trata-se de reconhecer os aspectos obscuros da personalidade, tais como existem na realidade.
 Este ato é a base indispensável para qualquer tipo de autoconhecimento e, por isso, via de regra, ele se defronta com considerável resistência. Enquanto, por um lado, o autoconhecimento é um expediente terapêutico, por outro lado implica, muitas vezes, um trabalho árduo que pode se estender por um largo espaço de tempo.
	Uma pesquisa mais acurada dos traços obscuros do caráter, isto é, das inferioridades do indivíduo que constituem a sombra, mostra-nos que esses traços possuem uma natureza emocional, uma certa autonomia e, consequentemente, são de tipo obsessivo, ou melhor, possessivo.”
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A anima
A anima, arquétipo compensador da psique masculina, pelo seu aspecto positivo, corresponde à imagem da mãe primordial, simboliza o aspecto feminino da psique, pode ser representado pela água, pela gaia, a terra, a fada madrinha etc. Já quanto ao seu conteúdo negativo pode estar na essência das bruxas e das feiticeiras dentre outras configuraçõe. 
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“ O fator determinante das projeções é a anima, isto é, o inconsciente representado pela anima. Onde quer que se manifeste: nos sonhos, nas visões e fantasias, ela aparece personificada, mostrando deste modo que o fator subjacente a ela possui todas as qualidades características de um ser feminino. 
Não se trata de uma invenção da consciência; é uma produção espontânea do inconsciente. Também não se trata de uma figura substitutiva da mãe. Pelo contrário: temos a impressão de que as qualidades numinosas que tornam a imagem materna tão poderosa origina-se do arquétipo coletivo da anima que se encarna de novo em cada criança do sexo masculino.”
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Relações Anima x Animus 
	
	
	As relações entre estes arquétipos anima e animus na personalidade humana nem sempre é compreendida pela literatura psicológica, no entanto, estes termos são próprios da psicologia Analítica e só encontram sentido na teoria psicológica de Jung. 
Por outro lado as relações entre estes dois arquétipos são marcadas por tensões e emoções muito intensas o que pode gerar determinados conflitos psicológicos e por vezes paixões desenfreadas. Jung, (1976, p. 12):
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“Este fato, aparentemente estranho, se deve à seguinte circunstância : todas as vezes que o animus e a anima se encontram, o animus lança mão da espada de seu poder e a anima asperge o veneno de suas ilusões e seduções. 
O resultado nem sempre será necessariamente negativo, pois há também a grande possibilidade de que os dois se apaixonem um pelo outro(numa espécie de amor à primeira vista!). 
Mas a linguagem do amor é de espantosa uniformidade, e em geral se utiliza de formas populares, acompanhadas da maior dedicação e fidelidade, o que faz com que os dois parceiros se encontrem mais uma vez numa situação banal e coletiva. Eles, entretanto, se armam, na ilusão de estarem se relacionando do modo mais individual possível.”
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Self
Self é para a Psicologia Analítica o arquétipo central,resultado do equilíbrio psíquico entre dos demais arquétipos e por isso fator interno de orientação, lócus da harmonia e da totalidade da personalidade humana. Em torno deste arquétipo giram os demais sistemas da psique, pois ele é o ponto central da personalidade humana. Proporcionando a união dos sistemas psíquicos, o Self tende para o equilíbrio e a estabilidade do sistema psíquico. 
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Psicoterapia em Carl Gustav Jung[1]
 “A técnica é sempre um esquema sem alma e quem considera a psicoterapia como simples técnica corre, no mínimo, o perigo de cometer erros irreparáveis. Um médico consciencioso deve ser capaz de duvidar de todas as suas técnicas e teorias, caso contrário cai nas malhas do esquema. Mas, esquema significa estupidez e inumanidade.”
 
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Objetivos da psicoterapia em Carl Gustav Jung
A análise jungiana[1] procura reforçar aquilo que ainda existe de saudável e bom no sujeito. 
Procura fortalecer seus vínculos familiares, suas crenças religiosas e tem por objetivo dialético adaptar o sujeito ao seu mundo e transformar a consciência do individuo para que este participe do professo de transformação alquímica e espiritual da sua existência. 
 [1] C.G. JUNG. A prática da psicoterapia. 
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A análise jungiana postula uma posição positiva em relação à família, o grupo social e a própria religião do sujeito.
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 “Muitas vezes me perguntaram qual era meu método psicoterapêutico ou analítico; não posso oferecer uma resposta unívoca. Cada caso exige uma terapia diferente. Quando um médico me diz que “obedece” estritamente a este ou àquele “método, duvido de seus resultados psicoterapêuticos.[...] 
As psicoterapias e as análises são tão diversas quanto os indivíduos. Trato cada doente tão individualmente quanto possível, pois a solução do problema é sempre pessoal.[...]
Uma solução falsa para mim pode ser justamente a verdadeira para outra pessoa.[...] 
Cada doente exige o emprego de uma linguagem diversa. Assim, numa análise, posso falar uma linguagem adleriana, em outra, uma linguagem freudiana.”[1] 
 [1] ,C.G JUNG. Memórias, Sonhos e Reflexões. p.120.
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Aspectos que devem ser considerados no processo
No processo de análise considera-se a existência dos mitos, símbolos, ritos e arquétipos pessoais a fim de integrá-los na consciência dentro do processo de cura. Este processo visa estabelecer umarelação terapêutica que integra na consciência do sujeito sua experiência objetiva e subjetiva, seus traumas e complexos na relação com o analista. Considera-se ainda a importância dos arquétipos para a estrutura da mente e da personalidade do sujeito.
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A Transferência e a Contratransferência 
Diferentemente da psicanálise a psicologia analítica de Carl Gustv Jung considera a transferência e a contra transferência como duas faces de uma mesma moeda no trabalho de análise.
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A análise jungiana[1] é um relacionamento dialético de longo prazo, no mínimo dois anos de duração. Consiste num trabalho dirigido para a investigação do inconsciente do paciente, seus conteúdos processos a fim de aliviar uma condição psíquica sentida como problemática para a vida cotidiana posto que já interfere nas relações, no trabalho, na administração do tempo e até mesmo nos estudos do paciente. [1] T. DAWSON e P. YOUNG-EISENDRATH. Manual de Cambridge para estudos jungianos. Traduação Daniel Bueno. Porto Alegre: Armed Editora, 2002. P. 183-212.
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A Depressão Em Carl Gustav Jung
A depressão pode ser neurótica ou psicótica. Embora tenha sempre como ponto de partida a queixa do paciente a análise procura envolver a história de vida, o presente e o futuro dentro do contexto da pessoa analisada. O analista busca compreender o sintoma apresentado dentro do processo de individuação vivenciado pelo sujeito.
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As Fases da Psicoterapia em Carl Gustav Jung“
 “ Todo psicoterapeuta não só tem o seu método: ele próprio é esse método.
 “Ars totum requirit hominem” diz um velho mestre. O grande fator de cura, na psicoterapia é a personalidade do médico – esta não é dada “a priori”; conquista-se com muito esforço, mas não é um esquema doutrinário. As teorias
 são inevitáveis, mas não passam de meios auxiliares”
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Jung em 1929 identificou quatro estágios no processo de análise: a catarse ou estágio da escuta e confissão; a elucidação ou interpretação do material confessado; a educação; e a transformação. 
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A catarse, ab-reação ou purificação-fase da escuta
a) O primeiro estágio é. Esta seria na verdade a aplicação científica de uma práxis religiosa, ou seja, a confissão. A confissão serve para aliviar as tensões do sistema nervoso central colocando o sujeito que confessa de volta a comunidade dos homens.
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A fase de interpretação ou elucidação
b) visa trazer à consciência a mensagem que está sendo dia após dia comunicada pelo sintoma. O sintoma é encarado como a linguagem de um conflito, um trauma ou mesmo de um conflito ético, moral ou espiritual produzido pela existência de um mito, um rito, um símbolo ou um arquétipo na consciência do sujeito. 
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A terceira etapa consiste na educação
O paciente é instigado a viver de acordo com as possibilidades e descobertas é semelhante a o conceito psicanalítico de elaboração.
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a transformação
E finalmente que corresponde à vida do paciente depois do processo de análise. Este processo deve ser vivenciado pelo paciente sabendo que cada um sabe “a dor e a delícia de ser o que é.” .”[1] (Ad tempora).
 [1] JUNG,C.G. A Prática da Psicoterapia. P.98.
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O papel dos Sonhos na Análise 
A natureza filogenética da psique revela-se muito mais no sonho do que no mundo consciente. As imagens oriundas da natureza mais primitiva e os impulsos mais arcaicos falam através do sonho. Pela assimilação dos conteúdos inconscientes,a vida consciente momentânea ajusta-se novamente à lei natural. 
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Para Jung,o inconsciente não é apenas o aglomerado de todos os espíritos e heranças de tempos imemoriais já vividos,mas sim,o próprio extrato germinal,sempiterno e criador,que utiliza imagens simbólicas antigas e,através disto,tem o desejo de exprimir o espírito novo. Jung postula a existência de duas naturezas para o inconsciente: o inconsciente pessoal e o inconsciente coletivo, Jug, (1976, p. 15).
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Classificação dos Sonhos
Sonhos mnmêmicos
Sonhos compensatórios
Sonhos teleológicos
Sonhos pré-monitórios
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b) A interpretação dos Sonhos
Assim, o sonho é a fonte conhecida de representação mitológica costumeira, o qual descreve uma situação em termos de verdade e de realidade psíquica interiores. O mito, por sua vez, segue essa mesma lei. Coomaraswamy (apud Withmont, 2004), coloca que a narrativa mítica tem uma validade que ultrapassa o tempo e o espaço, e é verdadeira em todo momento e em todo lugar. Ademais, é exatamente por sua universalidade que ele pode ser narrado, com igual autoridade, de vários pontos de vista diferentes. Emma Brunner-Traut (apud Withmont, 2004, pág. 70.
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O processo de Individuação
O termo não foi criado por ele, mas a aplicação dele ao processo de transformação da personalidade é exclusivo de Jung. Está marcado com a idéia da alquimia: transformação. O tema da individuação tem uma enorme importância dentro da teoria psicológica dele. Jung mesmo confirma isso: “Mediante o estudo das evoluções individuais e coletivas, e mediante a compreensão da simbologia alquimista cheguei ao conceito básico de toda a minha psicologia, o “processo de individuação”(1963, p.184). 
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Vale dizer que o tema da individuação está presente de forma direta ou indireta em todos os livros consultados[1]. Para ele ela é o caminho psíquico de desenvolvimento a que toda personalidade cada uma a seu modo, tende a buscar e experimentar. Stein, mostra a importância desse tema na psicologia analítica dizendo que: 
O tema da individuação está presente sem suas obras escritas desde 1910 em diante. É uma preocupação constante que se aprofunda à medida que avança em suas investigações sobre a estrutura e dinâmica da psique. Ela ainda está presente em seu próprio espírito no ensaio “uma visão psicológica da consciência”, publicado em 1958, três anos antes de sua morte aos oitenta e seis anos de idade. Quase tudo o que ele escreveu toca, de um modo ou de outro, no tema da individuação (1998,p.167).
 [1] Quanto à importância que Jung atribui a individuação recomenda-se a leitura do seu livro biográfico “Memórias, Sonhos e reflexões” onde deixa claro que sua teoria nasceu da avaliação pessoal de seu próprio processo de descoberta e crescimento. Não somente os livros, mas a própria construção de sua casa – a Torre de Bollengen, possuía um simbolismo que representava o processo da individuação.
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Fases do processo de Individuação
Como foi dito acima, nesse processo de individuação há algumas fases a serem obedecidas e realizadas para se chegar à totalidade. Tanto nos escritos de Jung quanto nos de seus discípulos esse processo pode ser discriminado em quatro momentos: 
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a conscientização da persona, o confronto com a sombra, o encontro com anima/animus, e, finalmente, o encontro com o Self. Deve-se lembrar que no primeiro capítulo, essas instâncias foram descritas separadamente umas das outras, pois o objetivo era ter uma visão da clássica estrutura junguiana da alma. 
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A transformação da personalidade.
Agora o objetivo será de relacioná-los e que somente percorrendo essas fases ou passos e integrando as estruturas é que a transformação da personalidade pode ocorrer. 
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O equilíbrio entre os opostos
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A reintegração na comunidade dos homens.
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Objetivos da Análise de Carl Jung no tratamento da depressão:
O equilíbrio entre os opostos
O processo de individuação
Adaptação ao mundo através da adaptação a si mesmo.
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Concepção de Carl Jung sobre a doença mental;
Jung[1] postula que a doença mental é a melhor condição da mente humana diante da realidade. A mente adoece para preservar sua própria psique, a sobrevivência da sua mente. A depressão está ligada à repressão em seus aspetos regenerativos e enriquecedores. A energiapsíquica volta se para o próprio individuo num professo forçado de introversão. A energia introjetada fica represada e precisa ser consumida no sofrimento, na dor e na angústia e até mesmo na apatia.
 [1] C.G. JUNG. A prática da psicoterapia. P. 373;473.
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Aspectos positivos da depressão
Em relação ao segundo movimento, Jung adota um modelo do sistema psíquico como um sistema entrópico, onde a energia deveria ser distribuída por todo sistema nervoso central de forma equânime. A depressão que antecede, por exemplo, a segunda fase da vida, aquela da meia idade. Ela pode significar a morte do homem da juventude, e positivamente a preparação da psique para novas vivências que poderão ser experimentadas pelo homem da maturidade. 
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Enquanto a juventude precisa morrer a velhice precisa de espaço e condições apropriadas para nascer. O meio dia, quando o sol está na plenitude da sua força, pode representar também o inicio do ocaso com toda a sua beleza e limitação. Estar deprimido pode significar a ante sala do professo criativo. Daí por que a depressão sempre acompanha aquelas mentes inteligentes e sensíveis em seu processo criativo. 
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A Depressão Na Análise Jungiana:
Tratamento. [1]da Depressão 
Retirar-se de pressão da vida cotidiana. Buscar o essencial através da contemplação e da meditação. Buscar o centro de si mesmo e da própria existência. Adentrar o medo até ver ruírem as defesas que causam a repressão da energia e produzem a depressão. Aprender a enfrentar e responde os desafios da existência humana; aceitar a mortalidade do corpo e a imortalidade da alma. Acordar para as próprias necessidades. Reconciliação com o biorritmo próprio. [1] Ibidem. P. 141-142.
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A depressão para Jung:
A depressão representa[1] a da energia vital reprimida – orientada contra o próprio self – traz em si uma tendência para o suicídio; tristeza; fuga das pressões da realidade (de) pressão, incapacidade de viver e mesmo de morrer; bloqueio da ira, da sexualidade e da agressividade; medo de responsabilidades; fuga da realidade; fuga da vida; fuga da morte.
 [1] R. DAHLKE. A doença como símbolo. Pequena enciclopédia de psicossomática. Sintomas, significados, tratamentos e remissão. P.141-142.
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Encontrar o sentido da vida para dar vazão à energia represada aceitar conscientemente os próprios papéis sociais procurar resolver os problemas do sono. Criar uma rotina para si mesmo e cumpri-la. Encontrar formas saudáveis para expiar as próprias culpas sejam reais ou imaginárias.
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Atualidade e Aplicações da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung
a) Humanização do conceito e tratamento da doença mental.
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Clínica da psicose
Nise da Silveira-Museu das imagens do Inconsciente
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Clínica da neurose- as crises naturais do desenvolvimento da vida adulta.
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Compreensão da religião e experiência religiosa:
 “O que a religião organizada tentou, com sucesso vário, foi apresentar formas satisfatórias para aquelas profundas necessidades humanas que hoje encontram uma expressão tão banal ou tão perigosa, e manifestar ‘o processo vivo do inconsciente, na forma do drama do arrependimento, do sacrifício e da redenção’. O dogma, o credo e os ritos são formas cristalizadas da experiência religiosa originária, que foram remodeladas e aperfeiçoadas por vezes no decurso de séculos, até atingirem as formas sob que hoje as conhecemos. É desta forma que criam canais para controlar as influências ‘sobrenaturais’ desordenadas e arbitrárias. Uma assembléia viva protege os homens da força plena de uma experiência que pode ser devastadora, em lugar de serem presa do inconsciente coletivo, podem participar num ritual que lhes permite uma expressão suficiente para a sua reflexão ser purificadora.” [1] FORDHAM, Frieda. Introdução à Psicologia de Jung. P. 65.
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A interpretação literária
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A interpretação das artes plásticas
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A interpretação cinematográfica
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Compreensão da Política
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Compreensão da violência
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Os problemas de gênero.
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“Jamais pergunte por quem os sinos dobram. Quando eles dobram dobram também por ti.” Carl Gustav Jung.

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