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Direito Econômico Unimonte – 2º Período Profª Ariane Lima A Empresa perante o Direito Econômico O nosso Código comercial adotava a Teoria dos Atos do Comércio, nos moldes do Código Francês. Adotávamos o critério de divisão das empresas, as atividades exercidas por elas, ou seja dispunham que a sociedade constituída com o objetivo social de prestação de serviços (sociedade civil), tinha o seu contrato social registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (exceto as Sociedades Anônimas e casos específicos previstos em lei), enquanto que uma sociedade mercantil, constituída com o objetivo de exercer atividades de indústria e/ou comércio, tinha o seu contrato social registrado nas Juntas Comerciais dos Estados DIVISÃO Objetivo sociedade: prestação de serviços (sociedade civil) • Contrato registrado no Registro Civil das Pessoas Jurídicas Sociedade mercantil com objetivo: exercer atividades de indústria e comércio • Contrato registrado Juntas Comerciais dos estados A Empresa perante o Direito Econômico Mercadologia - Marketing Direito Empresarial: “é o conjunto de normas e princípios que disciplinam o trabalho realizado sob o regime de empresa.” (Sebastião José Roque) Art. 966 CC – “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (grifei). Características da atividade empresária PROFISSIONALISMO É o exercício da atividade com habitualidade na prática dos atos (reiteração na exploração da atividade) e pessoalidade (exploração da atividade em nome próprio). ATIVIDADE ECONÔMICA exploração do empreendimento com finalidade LUCRATIVA. ORGANIZAÇÃO reunião e articulação dos quatro fatores de produção de capital: I- capital (dinheiro necessário para a articulação dos bens); II- insumos (bens materiais ou imateriais); III mão de obra (terceiros organizados e coordenados pelo empresário); e IV tecnologia (qualquer técnica para a exploração da atividade). PRODUÇÃO OU CIRCULAÇÃO DE BENS OU SERVIÇOS Atos passíveis de serem praticados pelo empresário na exploração da atividade: I- produção de bens; II- circulação de bens; III- produção de serviços e IV circulação de serviço. Na produção a finalidade é buscar a mercadoria no produtor e fazer com que ela chegue ate o consumidor. Na circulação é a intermediação de serviços. Com a não aplicação da teoria dos atos de comércio, passamos a adotar a "teoria da empresa” abrange a atividade empresarial como um todo e não mais apenas aquelas atividades anteriormente definidas. Portanto empresário é "aquele que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” Isso nos mostra que o nosso sistema jurídico passou a adotar uma nova divisão que não se apóia mais na atividade desenvolvida pela empresa, isto é, comércio ou serviços, mas no aspecto econômico de sua atividade, ou seja, fundamenta-se na teoria da empresa. De agora em diante, dependendo da existência ou não do aspecto "econômico da atividade", se uma pessoa desejar atuar individualmente (sem a participação de um ou mais sócios) em algum segmento profissional, enquadrar-se-á como EMPRESÁRIO ou AUTÔNOMO, conforme a situação. Caso prefira se reunir com uma ou mais pessoas para, juntos, explorar alguma atividade, deverão constituir uma sociedade que poderá ser uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA ou SOCIEDADE SIMPLES, conforme veremos as diferenças entre uma e outra, mais adiante. EMPRESÁRIO Empresário é a pessoa física ou jurídica, que profissionalmente organiza uma atividade econômica de produção ou circulação de bens ou serviços. (art. 966 do CC). São requisitos: Profissionalismo; Atividade; Organização; Produção ou circulação de bens e serviços. Em regra Geral pelo sistema de atos de comércio, as prestadoras de serviços ficavam fora da proteção do direito Comercial, devido a sua não previsão no antigo Código Comercial de 1850. Agora , com base no artigo 966 do Código Civil, passaram a ser atos de empresário. -Os requisitos enumerados (profissionalismo; atividade; organização; produção ou circulação de bens e serviços) passaram a ser atividades de empresários, pois todas elas são passiveis de enquadramento, direta ou indiretamente, nas categorias de produção ou circulação de serviços. Circulador de bens: é aquele que não produz os bens mas faz intermediação por quem produz e o consumidor final. Circulação de serviços: não produz serviço mas faz intermediação por quem produz o serviço e o consumidor final. Só será considerado empresário quem atuar com profissionalismo, atividade econômica, organizacional. Atuar com profissionalismo: habitualidade (não pode ser esporádica) Pessoalidade (exercer diretamente a atividade) A execução pode ser exercida pelos seus contratados mas empresário tem que agir diretamente. Atividade econômica (tem que ter fins lucrativos) Exceção: existem pessoas que atuam com profissionalismo, modo organizado, atividade econômica e que não são empresários. Art. 966, Parágrafo único do Código Civil Não será considerado empresário quem exercer profissão intelectual de natureza científica (decorrente de uma ciência), (médico, advogado, dentista, arquiteto) literária ou artística, salvo se no exercício da profissão for constituído elemento de empresa. Exceção da exceção: se um desses profissionais constituírem o elemento de empresa. Ex: médico que presta serviço em seu consultório não é empresário. Hospital presta serviço, tem constituído elemento de empresa. Diferente se ambos prestam serviço com profissionalismo. A diferença está no fato de que o médico atua com pessoalidade e na clínica ou hospital, o médico atua como empresário e muitas vezes nem atende o paciente Empresa: sujeito ou objeto do direito a) Empresa como sujeito de direito: corrente menos aceita pois a empresa não possui personalidade jurídica, e nem pode possuí-la, e, consequentemente, não pode ser entendida como sujeito de direito, já que ela é a atividade econômica que se contrapõe ao titular dela, isto é, ao exercente daquela atividade. O titular da empresa é o que denominamos de empresário; b) Empresa como objeto de direito: corrente defendida por Rubens Requião, Marcelo Bertoldi e José Edwaldo Tavares Borba. Entende-se que também não é a melhor solução, pois não se pode conceber uma atividade como objeto de direito, não se pode vislumbrar a empresa como matéria dos direitos subjetivos, principalmente dos direitos reais, vale dizer, a atividade de per si não pode ser transferida; c) Empresa como fato jurídico em sentido amplo: como a empresa não se trata nem de sujeito nem de objeto de direito, enquadra-se perfeitamente na noção de fato jurídico em sentido amplo. Tal noção parece mais adequada que a de ato jurídico, pois falamos da atividade, do conjunto de atos, e não de cada ato isolado, que poderia ser enquadrado na condição de ato jurídico. Função social da empresa Fundamentos: Artigo 5º, inciso XXIII que enfatiza que “a propriedade atenderá a sua função social”; Artigo 182, § 2º que prevê que “a propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor”; Artigo 186 que pontua que “a função social da propriedade rural é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei [...]”; Artigo 421 do Código Civil – função social dos contratos Função social da empresa “função, em direito, é um poder de agir sobre a esfera jurídica alheia, no interesse de outrem, jamais em proveito do próprio titular. [...] É nessas hipótesesque se deve falar em função social ou coletiva. [...] em se tratando de bens de produção, o poder-dever do proprietário de dar à coisa uma destinação compatível com o interesse da coletividade transmuda-se, quando atais bens são incorporados a uma exploração empresarial, em poder- dever do titular do controle de dirigir a empresa para a realização dos interesses coletivos” (COMPARATO, 1990, p. 65) Diretrizes para o cumprimento da função social da empresa Enunciado nº 53 do Conselho de Justiça Federal = Art. 966: deve-se levar em consideração o princípio da função social na interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de referência expressa. A função social da empresa e do meio ambiente; A função social da empresa e da comunidade;
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