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Clique para editar o estilo do título mestre Clique para editar o estilo do subtítulo mestre * * * TEORIA DO CRIME CONCURSO DE PESSOAS * * * Conceito “Trata-se da cooperação desenvolvida por várias pessoas para o cometimento de uma infração penal. Chama-se, ainda, em sentido lato: co-autoria, participação, concurso de delinquentes, concurso de agentes, cumplicidade” (NUCCI, 2007,275) * * * Classificação dos delitos quanto aos agentes Crime Plurissubjetivo ou crime de concurso necessário – é aquele composto por no mínimo dois agentes exigidos no próprio tipo penal. Não se aplica, necessariamente, a norma do concurso de pessoas. Crime Unissubjetivo ou de concurso eventual – é o crime que pode ser praticado por um único agente, ou, eventualmente, por mais de um. Nesse último caso, há concurso eventual de pessoas aplicando-se as regras do art.29 ao 31 do CP. OBS: participação necessária – o tipo exige a participação necessária de outra pessoa, que é o sujeito passivo e não é punido. Ex. Favorecimento à Prostituição (art.228 do CP) * * * Exemplos – Crimes Plurissubjetivos Bigamia Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: Pena - reclusão, de dois a seis anos. § 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos. (...) Associação Criminosa Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente. (...) Art. 161, § 1º - Na mesma pena incorre quem: (...) Esbulho possessório II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório. * * * Teorias do Concurso de Pessoas Teoria Unitária ou Monista – havendo pluralidade de condutas, mas provocando apenas um resultado, há somente um delito. É a teoria adotada pelo CP, em regra; Teoria Pluralista - havendo pluralidade de condutas, ainda que provocando apenas um resultado, cada agente responde por um delito. Adotada pelo CP, como exceção, nos arts. 124 e 126; 317 e 333; 235, caput e 235, § 1º, todos do CP; Teoria Dualista - havendo pluralidade de condutas, mas provocando apenas um resultado, há delitos distintos para os co-autores e partícipes; * * * Exemplos – Teoria Pluralista Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Corrupção passiva Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: Corrupção ativa Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício: * * * Conceitos de autoria, co-autoria e participação Teoria Subjetiva (conceito amplo ou extensivo de autor): autor é quem concorre para o crime, sem distinção entre quem realiza a conduta prevista no tipo penal e aquele que contribui de forma secundária; Teoria Restritiva (conceito restritivo de autor). Por essa teoria há distinção entre autores e partícipes. Adotada pelo CP. Autor é o agente que realiza a figura típica e partícipe é o que pratica ações que não estão na conduta delituosa, mas são relevantes para produção do resultado (adequação típica por extensão - art.29); Teoria do Domínio do Fato: autor é quem tem o controle final da ação típica dos demais, dividindo-se em autor-executor, autor-intelectual ou autor-mediato. * * * Conceitos de autoria, co-autoria e participação Co –autor – quando dois ou mias agentes realizam a ação típica; Partícipe – quando o agente contribui para a pratica da conduta criminosa auxiliando materialmente (participação material) ou influenciando na vontade do autor, sugerindo a pratica criminosa (participação moral por induzimento) ou incentivando a idéia já existente (participação moral por instigação). Punição do partícipe – teoria da acessoriedade limitada. * * * Conceitos de autoria Autor é que realiza a ação típica descrita no tipo penal ou tem o controle final da ação típica (domínio do fato) Autoria mediata – quando o agente utiliza-se de um agente não culpável, ou que atua sem dolo ou culpa, para a realização da ação típica. Exemplos: inimputáveis, coagido (coação moral irresistível, subordinado (obediência hierárquica); Autoria colateral – quando não há vínculo subjetivo e os agentes realizam a ação típica de forma simultânea; Autoria incerta – na hipótese de autoria colateral quando não for possível identificar quem realizou a conduta, provocando o resultado. Nesse caso, ambos respondem por tentativa; * * * Conceito Participação Adequação típica por subordinação (art. 29 do CP é norma de extensão); Partícipe coopera com a execução do crime de forma material (cumplicidade) ou moral (cooperação psicológica) por indução ou instigação. Teorias Acessoriedade Mínima - a conduta realizada pelo autor deve ser apenas típica; Acessoriedade Limitada – a conduta realizada pelo autor deve ser típica e ilícita; Acessoriedade Extrema – a conduta realizada pelo autor deve ser típica, ilícita e culpável; Hiperacessoriedade – a conduta realizada pelo autor deve ser típica, ilícita e culpável e as agravantes e atenuantes pessoais são comunicáveis; * * * Concurso de Pessoas - Requisitos Pluralidade de Condutas; Vínculo Subjetivo ou Acordo de Vontades – é o nexo psicológico que une os agentes. Não há necessidade de ajuste prévio; Relevância Causal; Colaboração anterior à consumação do fato (vide art. 31 do CP); Unidade de Crimes (salvo, na hipótese que o agente quis participar de crime menos grave, nesse caso só responde pelo delito menos grave). * * * Questões Controversas Concurso entre maior e menor; Co-autoria e participação em crime culposo; Corrente majoritária – todos que atuam com quebra de dever de cuidado são coautores (não há participação) Participação e Coautoria nos crimes omissivos. É possível a participação e a coautoria nos crimes omissivos impróprios (art. 13,§ 2º do CP) É possível a participação nos crimes omissivos próprios (art. 13,§ 2º do CP), mas não a coautoria (corrente majoritária) * * * Aplicação da Pena para os agentes Princípio da Individualização da pena. Penas distintas para partícipes e autores? A expressão “na medida da sua culpabilidade”. Agravantes no Concurso de Pessoas. Participação de menor importância Desvio Subjetivo de Conduta; Diminuição da Pena. * * * Legislação Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. * * * Comunicabilidade das circunstâncias Comunicabilidade das condições pessoais quando elementares e circunstâncias objetivas. Incomunicabilidade das circunstâncias subjetivas. Elementares ou elementos constitutivos: são as informações essenciais do crime, previstas no caput de cada artigo; Circunstâncias: são os dados que circundam o tipo-base (caput) determinando uma maior ou menor reprovação; Circunstâncias objetivas: estão vinculadas ao fato criminoso, meio, modo, lugar,etc... Circunstâncias subjetivas: referem-se a pessoa do criminoso, motivo, confissão, idade, reincidência, etc... Circunstância de caráter pessoal: é a situação que envolve o agente, sem constituir elemento inerente à sua pessoa. Ex: Confissão, motivo; Condição de caráter pessoal: é o modo de ser ou qualidade inerente à pessoa humana. Ex: idade, reincidência. * * * Legislação Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. * * * Casos de Impunibilidade Impunibilidade do fato criminoso, conduta atípica se ação acordada não é, ao menos, iniciada. Ajuste: é o acordo entre as pessoas; Determinação: é a imposição de um comportamento; Instigação: é o estímulo à realização da conduta criminosa; Auxílio: é a assistência dada ao agente. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.
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