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Concurso de Pessoas

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TEORIA DO CRIME
CONCURSO DE PESSOAS
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Conceito
 “Trata-se da cooperação desenvolvida por várias pessoas para o cometimento de uma infração penal. Chama-se, ainda, em sentido lato: co-autoria, participação, concurso de delinquentes, concurso de agentes, cumplicidade” (NUCCI, 2007,275)
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Classificação dos delitos quanto aos agentes
Crime Plurissubjetivo ou crime de concurso necessário – é aquele composto por no mínimo dois agentes exigidos no próprio tipo penal. Não se aplica, necessariamente, a norma do concurso de pessoas.
Crime Unissubjetivo ou de concurso eventual – é o crime que pode ser praticado por um único agente, ou, eventualmente, por mais de um. Nesse último caso, há concurso eventual de pessoas aplicando-se as regras do art.29 ao 31 do CP.
OBS: participação necessária – o tipo exige a participação necessária de outra pessoa, que é o sujeito passivo e não é punido. Ex. Favorecimento à Prostituição (art.228 do CP)
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Exemplos – Crimes Plurissubjetivos
Bigamia
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento:
Pena - reclusão, de dois a seis anos.
§ 1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com reclusão ou detenção, de um a três anos.
(...)
Associação Criminosa
Art. 288.  Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes:     
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.     
Parágrafo único.  A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
(...)
Art. 161, § 1º - Na mesma pena incorre quem:
(...)
Esbulho possessório
II - invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
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Teorias do Concurso de Pessoas
Teoria Unitária ou Monista – havendo pluralidade de condutas, mas provocando apenas um resultado, há somente um delito. É a teoria adotada pelo CP, em regra;
Teoria Pluralista - havendo pluralidade de condutas, ainda que provocando apenas um resultado, cada agente responde por um delito. Adotada pelo CP, como exceção, nos arts. 124 e 126; 317 e 333; 235, caput e 235, § 1º, todos do CP;
Teoria Dualista - havendo pluralidade de condutas, mas provocando apenas um resultado, há delitos distintos para os co-autores e partícipes;
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Exemplos – Teoria Pluralista
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Corrupção passiva
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:
Corrupção ativa
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício:
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Conceitos de autoria, co-autoria e participação
Teoria Subjetiva (conceito amplo ou extensivo de autor): autor é quem concorre para o crime, sem distinção entre quem realiza a conduta prevista no tipo penal e aquele que contribui de forma secundária;
Teoria Restritiva (conceito restritivo de autor). Por essa teoria há distinção entre autores e partícipes. Adotada pelo CP. Autor é o agente que realiza a figura típica e partícipe é o que pratica ações que não estão na conduta delituosa, mas são relevantes para produção do resultado (adequação típica por extensão - art.29);
Teoria do Domínio do Fato: autor é quem tem o controle final da ação típica dos demais, dividindo-se em autor-executor, autor-intelectual ou autor-mediato.
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Conceitos de autoria, co-autoria e participação
Co –autor – quando dois ou mias agentes realizam a ação típica;
Partícipe – quando o agente contribui para a pratica da conduta criminosa auxiliando materialmente (participação material) ou influenciando na vontade do autor, sugerindo a pratica criminosa (participação moral por induzimento) ou incentivando a idéia já existente (participação moral por instigação). Punição do partícipe – teoria da acessoriedade limitada.
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Conceitos de autoria
Autor é que realiza a ação típica descrita no tipo penal ou tem o controle final da ação típica (domínio do fato)
Autoria mediata – quando o agente utiliza-se de um agente não culpável, ou que atua sem dolo ou culpa, para a realização da ação típica. Exemplos: inimputáveis, coagido (coação moral irresistível, subordinado (obediência hierárquica);
Autoria colateral – quando não há vínculo subjetivo e os agentes realizam a ação típica de forma simultânea;
Autoria incerta – na hipótese de autoria colateral quando não for possível identificar quem realizou a conduta, provocando o resultado. Nesse caso, ambos respondem por tentativa;
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Conceito Participação
Adequação típica por subordinação (art. 29 do CP é norma de extensão);
Partícipe coopera com a execução do crime de forma material (cumplicidade) ou moral (cooperação psicológica) por indução ou instigação.
Teorias
Acessoriedade Mínima - a conduta realizada pelo autor deve ser apenas típica;
Acessoriedade Limitada – a conduta realizada pelo autor deve ser típica e ilícita;
Acessoriedade Extrema – a conduta realizada pelo autor deve ser típica, ilícita e culpável;
Hiperacessoriedade – a conduta realizada pelo autor deve ser típica, ilícita e culpável e as agravantes e atenuantes pessoais são comunicáveis;
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Concurso de Pessoas - Requisitos
Pluralidade de Condutas;
Vínculo Subjetivo ou Acordo de Vontades – é o nexo psicológico que une os agentes. Não há necessidade de ajuste prévio;
Relevância Causal;
Colaboração anterior à consumação do fato (vide art. 31 do CP);
Unidade de Crimes (salvo, na hipótese que o agente quis participar de crime menos grave, nesse caso só responde pelo delito menos grave).
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Questões Controversas
Concurso entre maior e menor;
Co-autoria e participação em crime culposo;
Corrente majoritária – todos que atuam com quebra de dever de cuidado são coautores (não há participação)
Participação e Coautoria nos crimes omissivos.
É possível a participação e a coautoria nos crimes omissivos impróprios (art. 13,§ 2º do CP)
É possível a participação nos crimes omissivos próprios (art. 13,§ 2º do CP), mas não a coautoria (corrente majoritária)
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Aplicação da Pena para os agentes
Princípio da Individualização da pena.
Penas distintas para partícipes e autores?
A expressão “na medida da sua culpabilidade”.
Agravantes no Concurso de Pessoas.
Participação de menor importância
Desvio Subjetivo de Conduta;
Diminuição da Pena.
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Legislação
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.
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Comunicabilidade das circunstâncias
Comunicabilidade das condições pessoais quando elementares e circunstâncias objetivas. Incomunicabilidade das circunstâncias subjetivas.
Elementares ou elementos constitutivos: são as informações essenciais do crime, previstas no caput de cada artigo;
Circunstâncias: são os dados que circundam o tipo-base (caput) determinando uma maior ou menor reprovação;
Circunstâncias objetivas: estão vinculadas ao fato criminoso, meio, modo, lugar,etc...
Circunstâncias subjetivas: referem-se a pessoa do criminoso, motivo, confissão, idade, reincidência, etc...
Circunstância de caráter pessoal: é a situação que envolve o agente, sem constituir elemento
inerente à sua pessoa. Ex: Confissão, motivo;
Condição de caráter pessoal: é o modo de ser ou qualidade inerente à pessoa humana. Ex: idade, reincidência.
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Legislação
Circunstâncias incomunicáveis
Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
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Casos de Impunibilidade
Impunibilidade do fato criminoso, conduta atípica se ação acordada não é, ao menos, iniciada.
Ajuste: é o acordo entre as pessoas;
Determinação: é a imposição de um comportamento;
Instigação: é o estímulo à realização da conduta criminosa;
Auxílio: é a assistência dada ao agente.
Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

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