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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - Ação de Busca e Apreensão

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PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO COM BASE EM ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
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Relação Jurídica Base
	Contrato de mútuo, destinado à aquisição de bens, a partir do qual o credor tem a propriedade do bem adquirido transferida em seu favor, em caráter resolúvel e a título de garantia, mantendo-se a posse direta da coisa com o mutuário, na condição de depositário, obrigando-se este a pagar o valor do débito no prazo e nas condições estipuladas, sob pena de consolidar-se a propriedade da coisa em favor do credor, que deverá, necessariamente, vendê-la, para apurar recursos destinados a saldar o débito, devolvendo, se for o caso, eventual saldo credor que remanesça em favor do mutuário.
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Referencial Normativo
Decreto-lei n. 911/69, com a atual redação que lhe foi dada pela Lei 10.931/04.
Alienação Fiduciária em garantia. Arts. 1.361 a 1.368-A, do CC. 
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Aspectos Procedimentais (1)
Requerimento de liminar para apreensão do bem alienado, cujo deferimento dependerá apenas da demonstração de existência da garantia e da mora incorrida pelo devedor, que será comprovada mediante notificação prévia do devedor, dando conta do débito.
O valor cobrado poderá ser o total da dívida vencida e vincenda, ante o vencimento antecipado do saldo integral do contrato.
Sendo depositário, o devedor, em caso de mora, estará obrigado a devolver a coisa, ou depositar o valor correspondente, sob pena de busca e apreensão, e, ainda, em caso de não devolução, de vir a ser considerado infiel depositário, com risco de decretação da sua prisão.
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Aspectos Procedimentais (2)
Não há mais possibilidade de purgação da mora, somente sendo admitido o pagamento integral do saldo.
O devedor poderá optar pela devolução espontânea do bem, cuja venda será imediatamente procedida, apurando-se eventual saldo credor ou devedor. 
Cumprida a liminar de busca e apreensão, o devedor fiduciante terá cinco dias para proceder ao depósito da quantia devida, sob pena de consolidação imediata da posse e da propriedade do bem em favor do credor, o qual poderá promover a imediata venda da coisa, visando à quitação da dívida e seus consectários, restituindo ao devedor eventual saldo existente em seu favor.
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Aspectos Procedimentais (3)
Cumprida a liminar, e só então, começa o prazo de quinze dias para resposta do devedor fiduciante, que poderá, por exemplo, demonstrar que nada era devido, podendo, entretanto, o devedor, se utilizar dessa prerrogativa, mesmo se procedeu ao pagamento do quanto lhe foi cobrado no prazo de cinco dias após a apreensão.
Sendo revel ou vindo a ser rejeitada a defesa apresentada, acolhe-se definitivamente o pedido de busca e apreensão.
Se a ação vier a ser julgada improcedente, revelando a impertinência da iniciativa ou que não havia débito a ser cobrado, já tendo sido vendido o bem, o acionante poderá ser condenado a pagar uma multa no importe correspondente a 50% do valor do bem financiado, devidamente corrigido. 
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Aspectos Procedimentais (4)
Em caso de improcedência da ação de busca e apreensão, o credor será condenado a pagar ao devedor fiduciante, a título de multa e caso o bem tenha sido vendido, o valor correspondente a 50% do valor originalmente financiado devidamente corrigido.no efeito apenas devolutivo.
Da sentença caberá apelação que será recebida apenas no efeito devolutivo. 
Se o bem não for apreendido por não haver sido encontrado, o credor poderá requerer (não pode ser convertida de ofício) a conversão da ação original em ação de depósito, nos moldes do art.902 e seguintes do CPC, inclusive com possibilidade de prisão do devedor fiduciante, por haver se tornado infiel depositário. 
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Aspectos Procedimentais (5)
O Dec.-Lei n. 911 deu à ação de busca e apreensão características de uma ação autônoma e não acessória e sujeita a regras especiais.
A petição inicial que requerer a busca e apreensão do bem dado em garantia deve conter os requisitos elencados nos incisos do art. 282 do Código de Processo Civil, a qual será deferida, liminarmente, desde que instruída com o instrumento do contrato e comprovada a mora do devedor.
Pela nova redação dos parágrafos do artigo 3o do Dec.-Lei 911/69, dada pela Lei 10.931/04, concedida a liminar e executada a medida com a apreensão do bem alienado, o credor-fiduciário, após cinco dias da efetivação do ato, passará a ter a posse plena e exclusiva do bem independentemente de qualquer decisão judicial, podendo, inclusive, proceder aos atos de venda a terceiro, aplicando o preço no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes da cobrança, entregando ao devedor o saldo que houver.
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Aspectos Procedimentais (6)
Executada a medida de busca e apreensão, tendo sido o bem encontrado na posse do réu, ato contínuo será realizada sua citação para que, no prazo de 15 (quinze) dias apresente resposta. 
Supondo que o réu não esteja na posse do bem, quer porque não esteja presente no ato da apreensão, ainda assim terá que ser citado regularmente, somente começando a fluir o prazo de pagamento e de defesa da data da juntada aos autos do mandado de citação, devidamente cumprido.
Pelo texto atual, o legislador silenciou sobre restrições no âmbito da defesa, dando margem para que o réu, como de direito, possa, quando da contestação, alegar todos os fatos que entender necessários para defender-se.
Quando negativa a diligência de busca e apreensão, não se instaura a instância, mesmo porque não houve citação válida, podendo o credor, nos mesmos autos, recorrer à ação executiva, na qual serão penhorados bens do devedor, tantos quantos forem necessários para o pagamento de seu débito, ou, ainda, requerer a conversão da ação de busca e apreensão em ação de depósito.

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