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PROJETO DESTILARIA BRASNIPO FINAL

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Alexandre Lobo dos Santos 
Hugo Seidi Iwai Ridao 
Juliano Katayama Groff 
Paulo Emilio Furlaneto 
Garcia 
 
Maringá, 13 de Julho de 
2012. 
 
 
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROJETOS E PROCESSOS 1173/02
 
 Acadêmicos 
Alexandre Lobo dos Santos 
Hugo Seidi Ridao 
Juliano Katayama Groff 
Paulo Emilio Furlaneto Garcia
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ 
CENTRO DE TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
PROJETOS E PROCESSOS 1173/02 
 
Disciplina 
Projetos e Processos 1173/02 
Professores e orientadores responsáveis 
Nehemias Curvelo Pereira 
Edson M. Canassa 
 
 
 
 
Alexandre Lobo dos Santos 
 
 
Paulo Emilio Furlaneto Garcia 
 
 
 
2 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA 
 
 RA 
 54640 
 47840 
 53703 
 55126 
3 
 
Sumário 
 
PROJETO TÉCNICO ....................................................................................................... 8 
1. Introdução ..................................................................................................................... 8 
1.1. Objetivo ..................................................................................................................... 8 
1.2. A cana-de-açúcar ....................................................................................................... 8 
1.3. Histórico .................................................................................................................. 13 
1.3.1 Programa nacional do álcool – Proálcool. ............................................................. 14 
1.4. Produto .................................................................................................................... 16 
1.5. Especificações do álcool ......................................................................................... 18 
1.5.1. Álcool hidratado (Hydrous alcohol) ..................................................................... 18 
1.5.2. Tipos de álcool hidratado ..................................................................................... 20 
1.5.3. Álcool Anidro (Absolute or Anhydrous Alcohol) ................................................ 22 
1.5.4. Produtos secundários da reação ............................................................................ 23 
1.6. Fluxograma.............................................................................................................. 25 
1.6.1. Diagrama da Cebola ............................................................................................. 25 
1.6.2. Fluxograma Detalhado ......................................................................................... 26 
1.7. Balanço de massa .................................................................................................... 32 
1.7.1. Transporte ............................................................................................................. 32 
1.7.2. Mesa Alimentadora e Tratamento da Água de Lavagem ..................................... 32 
1.7.3. Nivelador, Picador e Desfibrador ......................................................................... 37 
1.7.4. Moendas ............................................................................................................... 39 
1.7.5. Peneira Rotativa .................................................................................................... 40 
1.7.6. Injeção de Ácido fosfórico na linha ...................................................................... 41 
1.7.7. Preparação e adição do Leite de Cal ..................................................................... 41 
1.7.8. Balão de Flash ...................................................................................................... 42 
1.7.9. Preparação do Polímero ........................................................................................ 44 
1.7.10. Decantador .......................................................................................................... 45 
1.7.11. Filtro do Caldo Clarificado ................................................................................. 47 
1.7.12. Tanque de Caldo Clarificado .............................................................................. 49 
1.7.13. Evaporadores ...................................................................................................... 50 
1.7.14. Filtro do Lodo ..................................................................................................... 53 
1.7.15. Tanque de Distribuição ou Tanque de Caldo Concentrado ................................ 55 
4 
 
1.7.16. Dornas de Fermentação ...................................................................................... 56 
1.7.17. Dorna Pulmão ..................................................................................................... 59 
1.7.18. Centrífuga ........................................................................................................... 60 
1.7.19. Cubas .................................................................................................................. 62 
1.7.20. Tratamento da Levedura ..................................................................................... 63 
1.7.21. Torre de Absorção para Lavagem de CO2 .......................................................... 64 
1.7.22. Dorna Volante .................................................................................................... 66 
1.7.23. Caixa de Vinho ................................................................................................... 67 
1.7.24. Coluna de Destilação A. ..................................................................................... 69 
1.7.25. Coluna de Destilação B. ..................................................................................... 70 
1.7.26. Tanque de Álcool Hidratado............................................................................... 72 
1.7.27. Peneira Molecular ............................................................................................... 73 
1.7.28. Tanque de Álcool Anidro ................................................................................... 74 
1.7.29. Caldeira ............................................................................................................... 75 
1.7.30. Ciclone ................................................................................................................ 78 
1.7.31. Coluna de absorção para lavagem de gases ........................................................ 79 
1.7.32. Sedimentador e Filtro ......................................................................................... 82 
1.7.33. Tratamento Físico da Água ................................................................................. 83 
1.7.34. Tratamento Químico da Água ............................................................................ 84 
1.7.35. Desmineralização e Desaeramento ..................................................................... 85 
1.8. Balanço de energia .................................................................................................. 86 
1.8.1. Balanço de energia na Caldeira ............................................................................ 86 
1.8.2.Balanço de Energia na Extração ........................................................................... 87 
1.8.3. Aquecimento do Caldo ......................................................................................... 87 
1.8.4. Pré-evaporador ...................................................................................................... 88 
1.8.5. Resfriamento do Caldo ......................................................................................... 90 
1.8.6. Balanço de Energia nas Dornas de Fermentação .................................................. 90 
1.8.7. Balanço de Energia na Destilação ........................................................................ 91 
1.9. Integração Energética .............................................................................................. 97 
1.10. Dimensionamento dos equipamentos .................................................................. 100 
1.10.1. Transporte ......................................................................................................... 100 
1.10.2. Balança Rodoviária ........................................................................................... 101 
1.10.3. Estocagem ......................................................................................................... 101 
5 
 
1.10.4. Mesa Alimentadora ........................................................................................... 102 
1.10.5. Condutor ........................................................................................................... 102 
1.10.6. Decantador da Água de Lavagem ..................................................................... 103 
1.10.7. Tanque de Armazenamento de Água ................................................................ 103 
1.10.8. Nivelador/Eletro-imã/Picador/Desfibrador ....................................................... 104 
1.10.9. Moendas ............................................................................................................ 105 
1.10.10. Esteira Transportadora.................................................................................... 105 
1.10.11. Peneira rotativa ............................................................................................... 105 
1.10.12. Tanque de caldo misto .................................................................................... 106 
1.10.13. Tanque de ácido fosfórico .............................................................................. 106 
1.10.14. Tanque de Leite de cal .................................................................................... 106 
1.10.15. Tanque de Polímero ........................................................................................ 107 
1.10.16. Balão flash ...................................................................................................... 107 
1.10.17. Decantador de caldo ....................................................................................... 107 
1.10.18. Filtro rotativo a vácuo ..................................................................................... 108 
1.10.20. Tanque de caldo clarificado ............................................................................ 108 
1.10.21. Tanque de caldo concentrado ......................................................................... 108 
1.10.22.Dornas de Fermentação................................................................................109 
1.10.23.Tanque de Ácido Sulfúrico...........................................................................111 
1.10.24.Tanque de Pé de Cuba...................................................................................112 
1.10.25.Centrifugas....................................................................................................114 
1.10.26.Dorna Pulmão...............................................................................................114 
1.10.27.Dorna Volante...............................................................................................114 
1.10.28.Caixa de vinho..............................................................................................114 
1.10.29.Destilação......................................................................................................115 
1.10.30.Absorção de etanol........................................................................................115 
1.10.31.Peneira Molecular.........................................................................................115 
1.10.32.Tanque de Álcool hidratado..........................................................................116 
1.10.33.Tanque de Armazenamento de Álcool Hidratado e Anidro..........................116 
1.11. Utilidades........................................................................................................117 
1.11.1. Utilidades quentes e frias...............................................................................117 
1.11.2. Bombas...........................................................................................................118 
1.11.3. Dimensionamento da Caldeira……………………………………………...122 
6 
 
1.12. Estação de Tratamento de Efluentes – ETE.............................................................123 
1.13. Layout ...................................................................................................................... 126 
1.13.1. Especificações da planta…………………………………………………………..126 
1.13.2. Layout ............................................................................................................... 131 
1.14. Controle de Qualidade ............................................................................................. 133 
1.14.1. Qualidade da cana-de-açúcar ............................................................................ 133 
1.14.2. Qualidade do Álcool Etílico Combustível ........................................................ 133 
1.14.3. Tratamento de Água ......................................................................................... 136 
1.14.4. Controle e Análise na Fermentação .................................................................. 138 
1.14.5. Tratamento da Levedura ................................................................................... 139 
1.14.6. Análise do Bagaço ............................................................................................ 139 
 PLANO ECONÔMICO .............................................................................. ..........140 
2. Plano de negócios .................................................................................................. 140 
2.1. Motivação ................................................................................................................ 140 
2.2. Objetivo ................................................................................................................... 141 
2.3. A Empresa ................................................................................................................ 141 
2.3.1. Missão ............................................................................................................... 141 
2.3.2. Visão ................................................................................................................. 141 
2.3.3. Valores .............................................................................................................. 142 
2.4. Responsabilidade Socioambiental ........................................................................... 142 
2.5. Estrutura Organizacional ......................................................................................... 143 
2.5.1. Organograma .................................................................................................... 143 
2.6.Pesquisa de mercado .......................................................................... ......................147 
2.6.1. Objetivo ............................................................................................................ 147 
2.6.2. Produção e consumo nacional .......................................................................... 147 
2.6.3. Exportações e Importações ............................................................................... 148 
2.6.4. Produção de etanol por estados ........................................................................ 150 
2.6.5. Produção e consumo mundial ........................................................................... 151 
2.6.6. Projeção de mercado ......................................................................................... 152 
2.6.7. Análise da concorrência.................................................................................... 156 
2.7. Estudo de localização ............................................................................................... 158 
2.8. Plano de Marketing .................................................................................................. 166 
2.8.1. Sumário executivo ............................................................................................ 166 
7 
 
2.8.2. Metas ................................................................................................................ 167 
2.8.3. Estratégia de Marketing .................................................................................... 167 
2.8.4. Público alvo e posicionamento no mercado ..................................................... 168 
2.8.5. Análise SWOT .................................................................................................. 169 
2.9. Plano Financeiro ...................................................................................................... 170 
2.9.1. Objetivo ............................................................................................................ 170 
2.9.2. Aspectos econômicos e financeiros .................................................................. 170 
2.9.3. Investimento Inicial .......................................................................................... 171 
2.9.4. Investimento Fixo ............................................................................................. 171 
2.9.5. Receitas ............................................................................................................. 182 
2.9.6. Custos e Despesas ............................................................................................. 183 
2.9.6.1. Custos fixos ..................................................................................................................186 
2.9.6.2. Custos variáveis ............................................................................................................192 
2.9.6.3. Despesas fixas ..............................................................................................................192 
2.9.6.4. Despesas variáveis ........................................................................................................197 
2.9.7. Capital de Giro ................................................................................................. 196 
2.9.8. Financiamento .................................................................................................. 197 
2.9.9. Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) ........................................... 200 
2.9.9.1. Projeção dos resultados ................................................................................................202 
2.9.9.2. Projeção de fluxo de caixa............................................................................................203 
2.9.9.3. DRE do empreendimento .............................................................................................204 
2.9.9.4. Fluxo de caixa do empreendimento ..............................................................................210 
2.9.9.5. Tempo Interno de Retorno ...........................................................................................210 
2.9.9.5.1. Taxa mínima de atratividade ........................................................................................210 
2.9.9.5.2. Taxa interna de retorno do empreendimento ................................................................211 
2.9.9.6. DRE do acionista ..........................................................................................................211 
2.9.9.7. Fluxo de caixa do acionista ..........................................................................................215 
2.9.9.7.1. TIR do acionista ...........................................................................................................216 
2.9.10. Ponto de Equilíbrio ........................................................................................... 215 
3. Referências Bibliográficas .................................................................................... 216 
 
 
 
 
8 
 
PROJETO TÉCNICO 
 
1. Introdução 
1.1. Objetivo 
 
 Este trabalho estuda a viabilidade de implantação de uma destilaria no Brasil, 
nomeada por Destilaria Brasnipo. Para isso, deve ser levada em consideração toda a 
parte técnica (fluxograma, balanços de massa e energia, dimensionamento de 
equipamentos). A empresa produzirá os dois tipos mais comuns de álcool (anidro e 
hidratado), que possuem diversas aplicações, como combustível, fármacos, cosméticos e 
bebidas. 
 
1.2. A cana-de-açúcar 
A cana-de-açúcar, nome comum de uma herbácea vivaz, planta da família das 
gramíneas, espécie Saccharum officinarum, originária da Ásia Meridional, é muito 
cultivada em países tropicais e subtropicais para obtenção do açúcar, do álcool e da 
aguardente, devido à sacarose contida em seu caule, formado por numerosos nós. 
Os colmos, caracterizados por nós bem marcados e entrenós distintos, quase 
sempre fistulosos, são espessos e repletos de suco açucarado. As flores, muito pequenas, 
formam espigas florais, agrupadas em panículas e rodeadas por longas fibras sedosas, 
congregando-se em enormes pendões terminais de coloração cinzento-prateado. 
Existem muitas variedades de cana-de-açúcar (Figura 1), o que é algo muito 
bom, embora isto torne difícil a tomada de decisão de qual plantar, já que requer muito 
mais conhecimento do produtor rural acerca das opções disponíveis. É importante que o 
produtor possua uma diversidade de variedades e cultivares de cana-de-açúcar na 
lavoura, pois assim pode diminuir a possibilidade de que uma praga ou doença se 
prolifere dentro do canavial, causando prejuízos. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Figura 1 – Variedades de cana-de-açúcar. 
 
Foto: Raffaella Rossetto 
 
A grande quantidade de tipos de cana-de-açúcar se deve ao melhoramento 
genético, que é considerado um dos principais fatores agronômicos que podem 
contribuir com o aumento da produtividade, permitindo desenvolver variedades que se 
adaptem melhor às condições adversas de solo e clima e à incidência de pragas e 
doenças, assim como ao sistema de colheita. 
A produtividade média dos canaviais aumentou de 43 toneladas por hectare, em 
1961, para 74 toneladas por hectare, em 2005, e grande parte desse aumento pode ser 
atribuída ao uso de variedades geneticamente melhoradas. A máxima produtividade em 
cana-de-açúcar depende, também, de um correto planejamento de plantio e de adequado 
manejo das variedades, as quais devem atender a exigências tanto no campo como na 
indústria, para maximizar lucros. 
As variedades de cana-de-açúcar mais utilizadas no Brasil, distribuídas por 
instituição de pesquisa, encontram-se na tabela 1, a seguir.Tabela 1 – Variedades mais utilizadas de cana
 
Para aumentar-se a produtividade, é 
dentro das opções de variedades ofertadas pelas instituições de pesquisa, aquelas que 
melhor se adaptam às condições locais. Então, deve
em características como o porte da cana e o fechamento da en
levar à redução dos custos de manejo e colheita, além de maturação, volume de matéria
Variedades mais utilizadas de cana-de-açúcar no Brasil, por instituição de pesquisa.
se a produtividade, é importante que cada produtor selecione, 
variedades ofertadas pelas instituições de pesquisa, aquelas que 
melhor se adaptam às condições locais. Então, deve-se prestar atenção 
características como o porte da cana e o fechamento da entrelinha, que podem 
dos custos de manejo e colheita, além de maturação, volume de matéria
10 
açúcar no Brasil, por instituição de pesquisa.
 
importante que cada produtor selecione, 
variedades ofertadas pelas instituições de pesquisa, aquelas que 
se prestar atenção 
trelinha, que podem 
dos custos de manejo e colheita, além de maturação, volume de matéria-
 
prima, entre outros, como pode ser observado na Tabela 2, para a Região Centro
seguir. 
 
Tabela 2 - Características das variedades de cana
Brasil. 
prima, entre outros, como pode ser observado na Tabela 2, para a Região Centro
Características das variedades de cana-de-açúcar mais plantadas na Região Centro
11 
prima, entre outros, como pode ser observado na Tabela 2, para a Região Centro-Sul, a 
úcar mais plantadas na Região Centro-Sul do 
 
 
 
Deve-se também, minimizar os riscos em relação às doenças e pragas, até 
mesmo aquelas que ainda não ocorreram. Em 1984, a variedade mais plantada, NA56
79, ocupava 43% da área nacional, sendo que a 
plantadas correspondiam a 70% de toda área plantada com cana. Em 2005, foi 
necessário somar as áreas das oito variedades mais significativas para atingir 60% da 
área plantada, sendo que as variedades mais utilizadas ocupam a
cana no país. Este fato contribui para a estabilidade da cultura diante de possíveis 
epidemias, uma vez que a diversificação genotípica cria uma barreira para os surtos 
epidêmicos. 
 
 
 
se também, minimizar os riscos em relação às doenças e pragas, até 
mesmo aquelas que ainda não ocorreram. Em 1984, a variedade mais plantada, NA56
79, ocupava 43% da área nacional, sendo que a soma das quatro variedades mais 
plantadas correspondiam a 70% de toda área plantada com cana. Em 2005, foi 
necessário somar as áreas das oito variedades mais significativas para atingir 60% da 
área plantada, sendo que as variedades mais utilizadas ocupam apenas 12% da área de 
cana no país. Este fato contribui para a estabilidade da cultura diante de possíveis 
epidemias, uma vez que a diversificação genotípica cria uma barreira para os surtos 
12 
 
se também, minimizar os riscos em relação às doenças e pragas, até 
mesmo aquelas que ainda não ocorreram. Em 1984, a variedade mais plantada, NA56-
soma das quatro variedades mais 
plantadas correspondiam a 70% de toda área plantada com cana. Em 2005, foi 
necessário somar as áreas das oito variedades mais significativas para atingir 60% da 
penas 12% da área de 
cana no país. Este fato contribui para a estabilidade da cultura diante de possíveis 
epidemias, uma vez que a diversificação genotípica cria uma barreira para os surtos 
13 
 
1.3. Histórico 
 
 O setor açucareiro, já no século XVI, foi a primeira atividade produtiva 
organizada pelo colonizador português no solo brasileiro. Até o início do século XVIII 
esta atividade tinha absoluta preponderância dentre todas as atividades econômicas 
desenvolvidas pela colônia. Diversos fatores, contudo, alteraram esta situação trazendo 
uma persistente decadência neste setor produtivo desde então. A estagnação do setor 
açucareiro nacional perduraria durante o século XIX quando, como fator agravante da 
crise, foi viabilizada a produção de açúcar de beterraba pelos países europeus. Durante 
grande parte do século XX, mesmo com a modernização da agroindústria açucareira 
através da transformação dos antigos engenhos e bangüês em usinas de açúcar, o Brasil 
se manteria periférico em termos da participação global no mercado internacional deste 
produto. Assim, a capacidade de sobrevivência deste setor baseou-se no mercado 
interno, sendo que as exportações eram feitas com o objetivo de escoar a produção 
doméstica excedente, quase sempre de forma gravosa. 
 Já em 1929 com a grande depressão o governo brasileiro motivou algumas 
medidas envolvendo o álcool. Essas medidas tinham como objetivo solucionar os 
problemas dos excedentes de cana não utilizados na fabricação de açúcar e do próprio 
açúcar não consumido internamente, e nesse sentido, percebe-se que essa política estava 
mais relacionada com a crise da indústria açucareira do que com a busca de uma 
solução para a substituição de combustíveis líquidos no País. 
 Dentro de uma concepção que previa uma forte presença do Estado na economia 
e na sociedade, foi criado nos anos 1940 o Estatuto da Lavoura Canavieira (Decreto Lei 
nº 3.855 de 21/11/1941) que criava regulamentações nas relações entre as usinas e os 
fornecedores de cana-de-açúcar, e entre estes e os trabalhadores canavieiros. Nos início 
dos anos 1950, a economia açucareira brasileira sofreu importantes alterações na 
distribuição regional da produção e começaram a ocorrer novos movimentos 
modernizadores da economia açucareira no Brasil. O grande impulso ao setor açucareiro 
brasileiro, contudo, ocorreu na década de 1960. 
 O mercado internacional do açúcar permaneceu bastante aquecido durante a 
década de 1960 e começo dos anos 1970. Contudo, o mercado açucareiro, dadas suas 
características de commodity, é de se esperar que após um dado período de elevação de 
preços estes venham a declinar mediante o ingresso de novos produtores e pela 
expansão da área e da escala de produção das unidades já operantes, estimuladas, por 
14 
 
sua vez, pelo próprio processo de maior lucratividade. Tais tendências voltariam a se 
manifestar em 1975, quando ocorreu um forte declínio do preço do açúcar no mercado 
internacional. Esta queda, por outro lado, também se associou à própria crise da 
economia mundial na segunda metade dos anos 1970, quando eclodiu o primeiro 
choque do petróleo. 
No Brasil os efeitos foram imediatos: a balança comercial teve um forte déficit
5 
devido ao grande volume de petróleo do qual o país dependia externamente, que 
coincidiu com a crise iminente no mercado mundial de açúcar. Frente a esses sérios 
problemas macroeconômicos, havia suas consequências na economia nacional, ou seja, 
reservas cambiais reduzidas, exportações em declínio, e falta de crédito internacional. O 
governo anunciou medidas para corrigir o déficit, tomando para si a responsabilidade de 
reverter o estilo de desenvolvimento com base na dependência externa, com programas 
alternativos para substituir importantes derivados do petróleo: Proóleo, Procarvão e o 
Proálcool. 
 
1.3.1. Programa nacional do álcool – Proálcool 
 
 Em meados da década de 1970, quando da reversão das expectativas do mercado 
internacional de açúcar, o setor canavieiro havia se expandido e era necessária a 
continuidade dos aumentos da produção para amortizar os investimentos efetuados. 
Neste contexto surgiu o Proálcool, tendo como objetivos economizar divisas, diminuir 
as importações de petróleo e garantir a ocupação da capacidade ociosa das usinas. 
Assim, houve um crescimento da produção de álcool etílico anidro em destilarias 
anexas (majoritariamente, em um primeiro momento), ou autônomas, para ser misturado 
à gasolina substituindo o chumbo tetraetila. 
 A primeira fase do programa envolveu o financiamento para construção de 
destilarias autônomas e anexas às usinas, o incremento na utilizaçãoda mistura etanol 
anidro-gasolina, e o desenvolvimento por parte da indústria automobilística da 
tecnologia para fabricação, em larga escala, de automóveis movidos a etanol hidratado. 
Com o aumento da adição do álcool etílico anidro à gasolina foi necessária a ampliação 
da produção deste produto, incluindo a instalação de novas unidades produtivas. Os três 
mecanismos principais que o governo brasileiro lançou mão para incentivar a produção 
do álcool etílico carburante foram: fixação de preços remuneradores, a concessão de 
15 
 
empréstimos para investimentos em condições vantajosas, e a garantia de mercado. 
Desta maneira, o Proálcool não somente manteve elevada a demanda do setor 
sucroalcooleiro, como permitiu um acentuado aumento do mercado alcooleiro, que até 
então assumira um caráter absolutamente residual para os produtores do setor. 
 Com o segundo choque do petróleo, em 1979, o governo reorientou o Proálcool. 
O Conselho de Desenvolvimento Econômico decidiu investir na segunda etapa do 
programa, apontando para a produção do álcool etílico carburante não mais como mero 
complemento a ser adicionado à gasolina (o etanol anidro), mas como combustível (o 
etanol hidratado) para ser utilizado nos “carros a álcool” (automóveis com motores ciclo 
Otto que foram modificados para operar com 100% de álcool etílico hidratado), 
destinando recursos para a expansão da área plantada das destilarias anexas, para 
implantação das destilarias autônomas, para melhoria técnica da matéria prima e para o 
sistema de armazenamento. Criou-se, também, a Comissão Executiva Nacional do 
Álcool (CENAL), responsável pela execução das decisões referentes ao programa. 
 Contando com esta série de incentivos, a indústria automotiva passou a 
colaborar de forma bastante ativa com o Proálcool. Já nos anos 1980 e 1981 a produção 
de veículos a álcool chegou a quase 30% do total de automóveis (veículos de passeio e 
utilitários) fabricados no Brasil. Este percentual cresceu para 88% em 1983, 94,8% em 
1985 e atingiu seu auge em 1986, quando 96% dos veículos produzidos no Brasil eram 
movidos a etanol hidratado. Igualmente, o público consumidor, estimulado por uma 
forte propaganda governamental, que tinha como lema “este pode usar que não vai 
faltar”, alusão a crise do petróleo e ao fato do álcool ser renovável e totalmente 
produzido no Brasil, aderiu ao programa comprando entre 1980 e 1986 um total de 
aproximadamente 3 milhões de carros movidos a etanol hidratado. 
Durante a década de 1980 o programa atingiu seu auge em termos de recursos 
investidos, veículos a álcool fabricados e vendidos e em termos da própria confiança do 
público consumidor. Entretanto, a partir de 1989, com a crise de desabastecimento no 
final daquele ano, caiu a confiança da população no abastecimento de álcool e houve 
drástica redução das vendas dos veículos a álcool, que chegaram a 11,04% em 1990, 
menos de 1% em 1996 e foram quase nulas em 1997. 
 O ano de 1989 foi um divisor de águas na história do complexo agroindustrial 
canavieiro: naquele ano houve desabastecimento de álcool etílico hidratado, 
anteriormente mencionado, e foi preciso importar
 
etanol e metanol para que a demanda 
16 
 
fosse atendida. Naquele instante, o consumo aparente de etanol hidratado superou a 
produção pela primeira vez desde a criação do Proálcool. 
 Em 2003, com o advento dos veículos flex-fuel, e com a grande aceitação desses 
por parte dos consumidores, houve um reaquecimento no consumo de etanol hidratado 
no mercado interno, o que abre um novo horizonte para a expansão da agroindústria da 
cana no Brasil. Esta tecnologia, além de modificar o perfil da produção brasileira de 
automóveis, pode resgatar a confiança do consumidor no álcool etílico hidratado, ao 
oferecer ao proprietário deste veículo a opção de uso da gasolina ou/e etanol hidratado, 
optando pelo combustível que tiver melhor preço, qualidade, características de 
desempenho, consumo ou mesmo disponibilidade. 
 O crescimento da frota flex e a manutenção da competitividade do preço do 
etanol em relação ao da gasolina fizeram com que as vendas do etanol hidratado 
quintuplicassem em cinco anos. Desde abril de 2008, a venda mensal de etanol 
(somados o hidratado e o anidro) superou a de gasolina pura – um marco inédito e 
admirado no mundo. Graças a esse feito, pode-se afirmar que no Brasil o “combustível 
alternativo” hoje é a gasolina. 
 
1.4. Produto 
 
Por ser uma molécula muito simples, de fácil obtenção, de baixo peso molecular, 
contendo oxigênio, miscível com a grande maioria dos líquidos de baixo peso 
molecular, o álcool etílico (etanol) encontra grande aplicação na natureza, como 
combustível, solvente industrial, antisséptico, conservante, fabricação de bebidas, etc. 
Pode ser fabricado pela via bioquímica (fermentações de açúcares), ou pela via química, 
principalmente, a partir da hidratação do etileno, encontrando neste caso aplicações 
restritas, como a produtos industriais não destinados ao consumo humano e a 
combustível. 
É um líquido incolor, de odor aromático, de sabor ardente e por ser muito 
higroscópico retira a umidade das mucosas. É bem conhecido o uso humano do etanol 
na forma de bebidas como cervejas, vinhos, licores, destilados e derivados. Ingerido em 
pequenas doses e diluído, primeiro reanima (excita) o organismo humano, mas com a 
ingestão continuada em doses repetidas, produz queda da temperatura do corpo, já que 
atua como narcótico, conduzindo a embriaguez e, finalmente, a um estado de 
prostração. Tomado puro, ou diluído em grandes quantidades, é tóxico. É solúvel na 
17 
 
água em todas as proporções, sendo ávido pela água, característica esta que o faz ser um 
excelente agente para impedir a putrefação, pois desidrata os tecidos em contato com o 
mesmo, sendo, então, usado na conservação de alimentos, frutas, impedindo a sua 
fermentação. 
É um solvente fortemente polar devido ao radical hidroxila (HO-) e por isso tem 
grande afinidade com a água, numerosas substâncias de estrutura polar, compostos 
orgânicos e inorgânicos, dissolvendo também essências, hidrocarbonetos, graxas, etc. 
O álcool obtido por fermentação de açúcares é então separado do vinho que lhe 
deu origem, por destilação e em seguida concentrado até perder a água consigo 
arrastada. Na coluna de retificação, à medida que os vapores alcoólicos vão subindo os 
estágios (pratos) de concentração, a concentração dos vapores alcoólicos vai 
aumentando até atingir (teoricamente) um ponto em que a partir daí não é mais possível 
obter concentração, pois os vapores produzidos passam a ter a mesma concentração do 
líquido que lhes está dando origem. Este ponto é chamado de “azeótropo” e corresponde 
a uma concentração máxima de 97,1% em volume (v/v), equivalente a 95,5% em massa 
(m/m), sendo o restante, água. A partir daí, se for desejado maior concentração, é 
preciso utilizar alguma técnica de desidratação do álcool, estando disponíveis 
atualmente vários processos, os mais usados sendo pela adição de um terceiro 
componente como o ciclo-hexano que irá formar outro azeótropo de ponto de ebulição 
mais baixo (destilação azeotrópica), ou pela adição de etileno-glicol ou glicerina 
(destilação extrativa), ou ainda através de adsorção em “zeólitos” (material 
microporoso, em “bolinhas”, semelhante a uma cerâmica), sendo a água depois extraída 
do zeólito pela aplicação de vácuo, processo este denominado “peneira molecular”. 
A formação do azeótropo determina então a divisão dos tipos (classes) 
comerciais de álcool, em álcool hidratado, quando o álcool é concentrado até 
basicamente 96,0% v/v (93,8% m/m), e álcool anidro ou absoluto, na concentração 
mínima de 99,0% v/v (98,4% m/m), portanto, com teor de água menor que 1%. A 
desidratação somente é aplicável quando o processo em que o álcool for utilizado não 
admitir a presençade água, devendo-se considerar que o processo de desidratação pode, 
além do custo adicional, agregar algum residual do produto desidratante utilizado, 
deteriorando, conforme o uso, a qualidade do produto. 
 
 
 
18 
 
1.5. Especificações do álcool 
 
Entendendo-se que a tecnologia de produção do álcool determina a existência 
basicamente em duas classes, álcool hidratado (hydrous alcohol) e álcool anidro ou 
absoluto (absolute or anhydrous alcohol), pode-se, então, evidenciar as especificações 
de cada classe segundo as aplicações a que é destinado. 
 
1.5.1. Álcool hidratado (Hydrous alcohol) 
 
A nível internacional pode-se dizer que o álcool hidratado é utilizado em várias 
aplicações, sendo as mais comuns as seguintes: 
 
Uso potável, alimentício e farmacêutico: fabricação de bebidas (vodka, gim, 
licores, etc.), fabricação de vinagre, fabricação de alimentos (precipitante, solvente, 
etc.), solvente de aromas (aromatizante) na fabricação de alimentos e cigarros, na 
extração de produtos medicinais de plantas e tecidos animais, na fabricação de vacinas, 
antibióticos, antisséptico, etc.; 
 
Cosméticos: fabricação de perfumes, desodorantes, cremes, produtos de toalete 
em geral, etc.; 
 
Industrial: fabricação de detergentes, produtos de limpeza, tinturas, têxteis, 
pinturas, solventes, etc.; 
 
Combustível: veículos (Brasil), aplicações especiais. 
 
Como todo produto, o álcool pode conter alguma substância residual de onde foi 
extraído, advindo daí a necessidade de purificá-lo ao grau necessário a sua aplicação, 
entendendo-se então, que quanto mais nobre seja a aplicação, mais requisitos de 
qualidade são aplicáveis. 
 No tocante à especificação, o primeiro parâmetro importante seria o conteúdo de 
água presente, definido apropriadamente como o “grau alcoólico do álcool” (querendo-
se dizer grau alcoólico = 100 – água), já que as demais impurezas, via de regra, estão 
presentes em quantidades tão pequenas que não modificam substancialmente o grau 
19 
 
alcoólico. Quando a proporção das impurezas é relevante, sejam originalmente 
presentes no álcool ou adicionadas como “desnaturante”, esta consideração não é 
aplicável. O grau alcoólico do álcool é normalmente analisado através da determinação 
da sua massa específica a 20°C, cuja correspondência com o grau alcoólico pode ser 
lida numa tabela. 
Quando o álcool se destina a aplicações nobres (produtos de uso humano ou 
veterinário), como no caso do Álcool Neutro, todas estas impurezas podem ser 
removidas do álcool, por técnicas de destilação extrativa (hidrosseleção), sendo então 
eliminadas a um nível que não são mais detectadas por um cromatógrafo a gás. Quando 
o álcool se destina a um uso menos nobre, como álcool combustível, então, estas 
substâncias não necessitam ser separadas, pois algumas delas são combustíveis até 
melhor que o próprio álcool. 
Os parâmetros descritos abaixo são também utilizados para a medição da 
qualidade do álcool hidratado, sendo utilizados segundo o grau de qualidade requerido 
para a aplicação do álcool. 
 
Acidez: expressa em ácido acético, indica a quantidade de impurezas que dão o 
caráter ácido ao álcool; é medida por neutralização com solução diluída de soda 
cáustica, em presença do indicador fenolftaleína. 
 
Condutividade elétrica: informa de modo qualitativo a presença de íons, como 
traços de sais minerais e substâncias orgânicas ionizáveis. 
 
Resíduo fixo: mede a quantidade de substâncias pesadas presentes no álcool, que 
não são evaporadas quando o álcool é submetido à evaporação a 105°C. 
 
Teste de Barbet (ou Teste de Permanganato): consiste em reagir o álcool com 
solução de permanganato de potássio, que é fortemente oxidante, e o tempo necessário 
para consumir o permanganato, identificado pela mudança de cor da solução, indica o 
nível de substâncias redutoras presentes no álcool. A reação do permanganato é 
fortemente influenciada pela presença de aldeídos no álcool, que são substâncias ávidas 
por oxigênio. 
 
20 
 
Absorbância: medida por um espectrofotômetro, na região da luz ultravioleta, dá 
indicação qualitativa da presença de impurezas do tipo crotonaldeído, benzeno e outras, 
notadamente compostos cíclicos ou que contenham dupla ligação. 
 
1.5.2. Tipos de álcool hidratado 
 
De acordo com a aplicação a que se destina, pode-se, então concluir que são 
distinguidos, basicamente três tipos de álcool hidratado: Álcool Neutro (Neutral 
Alcohol), Álcool Industrial (Industrial Alcohol) e Álcool de Baixa Qualidade (Low 
grade Alcohol), incluindo-se neste último tipo, o álcool hidratado destinado a uso como 
combustível. 
 O Álcool Neutro é o de melhor qualidade, mais puro, sendo próprio para 
qualquer aplicação que envolve o consumo humano ou veterinário. É virtualmente 
isento de qualquer impureza e seu nome “neutro” deriva do fato de que tem odor típico 
de álcool, e é diferente de um álcool que contenha traços de alguma impureza. Mesmo 
assim, dependendo da aplicação, pode tolerar a presença de traços de alguma impureza 
menos agressiva, principalmente se não utilizado em produtos de consumo humano 
interno. Na tabela 3 temos as especificações do álcool neutro: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Tabela 3 - Especificação típica de Álcool Neutro 
Massa Específica a 20°, g/mL, 
máximo 0.8071 
Grau Alcoólico, % v/v, 
mínimo 96.1 
Acidez, em ácido acético, 
mg/L, máximo 10 
Condutividade, µS/m, 
máximo 50 
Teste de Permanganato a 
20ºC, mínimo 30 
Absorbância, 220 nm, 
máximo 0.3 
Absorbância, 230 nm, 
máximo 0.18 
Acetal, mg/L não detectável 
Acetona, mg/L não detectável 
Álcoois superiores, mg/L, 
máximo 5 
Aldeídos, mg/L, máximo 5 
Crotonaldeído, mg/L não detectável 
Metanol, mg/L, máximo 5 
Ésteres, mg/L, máximo 10 
Aspecto límpido e isento de materiais em 
suspensão 
Teste sensorial livre de odores estranhos 
 
 O Álcool Industrial tem uso em uma grande quantidade de produtos industriais 
que não seja para a fabricação de produtos que envolvam o consumo humano. Sua 
qualidade depende da necessidade específica de cada aplicação, mas em geral é 
requerida a graduação alcoólica mínima de 96,0% v/v, e teores relativamente baixos de 
impurezas. 
 O Álcool de Baixa Qualidade é um álcool menos elaborado, em geral produzido 
em colunas que não visam à extração das impurezas citadas e tem aplicação geral menos 
nobre e, principalmente, como combustível; dependendo da legislação, deve ser 
desnaturado. Um álcool de baixa qualidade, que não tenha recebido qualquer outro 
produto, pode também ser utilizado como matéria prima para a fabricação de álcool 
neutro. Os parâmetros de especificação em geral limitam-se ao grau alcoólico, acidez e 
condutividade. 
 
 
 
22 
 
1.5.3. Álcool Anidro (Absolute or Anhydrous Alcohol) 
 
É o álcool cuja aplicação não tolera a presença significativa de água. O álcool 
anidro é utilizado em aplicações industriais como reativo, solvente, na fabricação de 
aerossóis (inseticidas, repelentes de insetos, desodorantes de ambientes, fungicidas, 
etc.). Também aplicações de álcool neutro, como em aerossóis, podem requerer a 
necessidade de desidratá-lo, sendo neste caso indicado ser produzido através da técnica 
da peneira molecular, que não incorpora nenhuma outra substância residual. 
A aplicação mais generalizada do álcool anidro é como combustível (motor fuel 
grade ethanol / MFGE), na forma de aditivo a gasolina, principalmente, melhorando a 
combustão, pelo aumento da octanagem e pela presença de oxigênio na molécula do 
álcool, reduzindo a liberação de monóxido de carbono. Nos EUA, passou a ser utilizado 
como combustível principal, contendo um mínimo de 15% v/v de gasolina, nos veículos 
denominados FlexibleFuel Vehicles (FFV). Em termos de especificação, o principal 
parâmetro, então, passa a ser o teor de água presente, sendo nos EUA admitido um teor 
máximo de água de 1,0% v/v, enquanto que no Brasil 0,4 %v/v (correspondente a 0,7 
%m/m, definido pelo grau mínimo de 99,3°INPM). 
Os diagramas de equilíbrio para misturas de álcool a gasolina mostram que 
quando se adiciona álcool em pequenas proporções, dependendo do teor de água no 
álcool e em baixas temperaturas, poderá haver a separação da água formando uma fase 
rica em água que pode se acumular no fundo do tanque de combustível de um veículo, 
havendo então dificuldade de se conseguir dar partida. Para um teor de 5% de álcool na 
gasolina, a 0°C, a tolerância à água seria da ordem de 0,07% da mistura. Calcula-se que 
neste caso o álcool para não haver separação de fases deveria ter um grau mínimo de 
99,0 %v/v. Se a mistura à gasolina fosse de 10%, o grau mínimo deveria ser de 98,6%, 
se fosse de 15%, 98,3% e se fosse de 30%, de 97,8 % m/m. Mas se a temperatura for de 
15°C, o grau mínimo do álcool nos quatro exemplos citados seria, respectivamente, 
98,7%, 98,2%, 97,7% e 97,2%. Conclui-se com isso, que não há risco algum de haver 
separação de fases se o álcool anidro tiver um grau alcoólico mínimo de 99,0 %v/v, e as 
especificações americanas são no mínimo sensatas e baseadas em fundamentos técnicos, 
o que não aconteceu no Brasil, onde o teor de 99,3% m/m (99,6 %v/v) foi fixado 
puramente em função de valores históricos praticados. Assim, faz sentido o Brasil 
baixar a graduação do álcool anidro para pelo menos 99,3 %v/v (e abandonar o uso do 
grau INPM), facilitando o processo de produção e reduzindo o seu custo. A mudança de 
23 
 
°INPM para %v/v (que o mesmo que °GL) visa se ajustar ao mercado mundial, pois esta 
unidade é utilizada universalmente. 
 Os parâmetros acidez e condutividade são também especificados para o álcool 
anidro, como forma de controlar o caráter ácido e a presença de sais dissolvidos no 
álcool. A presença de algum traço significativo de cobre e cloretos no álcool pode 
comprometer a mistura combustível gasolina-álcool, pela formação de gomas e 
produtos corrosivos, sendo então especificados limites também para estes elementos. 
 
1.5.4. Produtos secundários da reação 
 
 A relação abaixo dá uma ideia dos possíveis produtos secundários presentes no 
álcool oriundo de fermentação, geralmente em pequenas concentrações (partes por 
milhão, ppm ou mg/L) podendo então ser especificadas suas concentrações máximas 
toleradas, em função da aplicação do álcool. 
 
Acetal, ou dietilacetal (CH3-CH=(O-CH2-CH3)2): 
 
 Formado a partir de acetaldeído e álcool, líquido volátil, PE 102,7°C. É 
substância tóxica, hipnótica. 
 
Acetona (CH3-CO-CH3): 
 
 Oriundo do isopropanol, volátil, PE 56,5ºC. Por inalação produz dores de 
cabeça, fadiga, excitamento, irritação dos brônquios. 
 
Ácidos orgânicos: 
 
 Principalmente o ácido acético CH3-COOH, que geralmente não causa danos a 
ingestão humana, mas que pode formar outros compostos pela reação destes ácidos com 
o álcool (reação de esterificação). Podem também dar um caráter muito ácido ao álcool, 
ocasionando corrosão ou modificação de cor ou estabilidade do produto que o contém. 
 
 
 
24 
 
Álcoois superiores: 
 
 N-Propanol (PE 97,2ºC), I-Butanol (PE 117,5ºC), I-Amílico (PE 132ºC). São 
álcoois com três, quatro e cinco carbonos, que se formam pela decomposição de células 
de leveduras. Têm odores intensos, irritante aos olhos, membranas mucosas, causando 
depressão. 
 
Aldeído acético (Acetaldeído) (CH3-CHO): 
 
 Forma-se nas etapas intermediárias do ciclo biológico da produção do etanol. 
Volátil, PE 21ºC, odor pungente, ação narcótica. 
Carbamato de etila, ou Uretana (NH2COOC2H5): 
 
 Forma-se na destilação de vinhos produzidos com uréia como nutriente. É 
anestésico, cancerígeno. 
 
Crotonaldeído (CH3-CH=CH-CHO): 
 
 Resulta da combinação de dois aldeídos acéticos. PE 104ºC, vapor lacrimejante, 
extremamente irritante aos olhos, pele e membranas mucosas. 
 
Diacetil (CH3-CO-CO-CH3): 
 
 Forma-se a partir de metil etil cetona. PE 88ºC. Líquido amarelo esverdeado, 
vapores com odor de cloro. Quando presente no álcool e em bebidas engarrafadas, deixa 
gosto ruim na bebida. 
 
Ester (acetato de etila) (CH3-COO-CH2-CH3): 
 
 Forma-se pela combinação de ácido acético e álcool. PE 77ºC. Odor de frutas no 
álcool. É não tóxico em baixas concentrações, apresentando gosto agradável. 
 
 
 
25 
 
Metanol (CH3OH): 
 
 Forma-se devido à presença de compostos de pectinas. PE 64,7ºC. Perigoso 
quando ingerido, inalado ou absorvido pela pele. Provoca dores de cabeça, fadiga, 
náusea. Causa cegueira e mata quando ingerido puro (que não é o caso) em doses da 
ordem de 30 ml. 
 
Metil-etil-cetona (CH3-CO-CH2-CH3): 
 
 Forma-se por oxidação de i-butanol. PE 79,6ºC. Inflamável, odor de acetona, 
forma azeótropo com a água (73,4ºC). 
 
1.6. Fluxograma 
 
1.6.1. Diagrama da Cebola 
 
 O Diagrama de Cebola, usado para representar o fluxograma da nossa indústria, 
tem esse nome por lembrar o formato de uma cebola, dividida em suas camadas. Cada 
uma dessas camadas representa setores pré-definidos da planta. O núcleo leva o 
“coração” da planta, que normalmente são os reatores principais, e no nosso caso são os 
fermentadores. A segunda camada é destinada aos processos de separação de produtos e 
subprodutos, como por exemplo, na destilaria, as colunas de destilação, entre outros. A 
terceira camada é para os trocadores de calor, e a última para as utilidades, como a 
caldeira, que é muito importante na produção de etanol através da cana de açúcar. 
 Na figura 2, temos a representação do fluxograma da nossa planta industrial 
baseada no Diagrama de Cebola. 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
Figura 2 - Diagrama da Cebola – Destilaria Brasnipo. 
 
 
 
1.6.2. Fluxograma Detalhado 
 
 A seguir, a figura 3 nos dá, através do fluxograma detalhado no processo, uma 
visão total do processo de produção de etanol hidratado e anidro, englobando o 
tratamento dos efluentes e da água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
Figura 3 – Fluxograma detalhado do processo de produção de etanol. 
 
 
 Para uma melhor visualização do processo, dividimos o processo total em macro 
setores, os quais são: Moagem (extração), Tratamento do Caldo, Fermentação, 
Separação, Produto, Energia, ETE (estação de tratamento de efluentes) e ETA (estação 
de tratamento de água). 
 Primeiramente, temos a figura 4, a qual representa o fluxograma do macro setor 
Moagem. 
 
Figura 4 – Fluxograma da Moagem. 
 
 
28 
 
 A seguir, temos o fluxograma do macro setor Tratamento do Caldo, 
representado pela figura 5: 
 
Figura 5 – Fluxograma do Tratamento do Caldo. 
 
 
 A figura 6 nos fornece o fluxograma do macro setor Fermentação: 
 
Figura 6 – Fluxograma da Fermentação. 
 
29 
 
 O macro setor pelo qual o produto final é obtido é a Separação, e está 
representado na figura 7, a seguir: 
 
Figura 7 – Fluxograma da Separação. 
 
 O macro setor onde ocorre a armazenagem e a distribuição é representado na 
figura 8: 
 
Figura 8 – Fluxograma do Produto. 
 
30 
 
 O macro setor Energia é de extrema importância também, pois a planta é 
autossustentável em energia, produzida através do bagaço da cana. Este macro setor está 
representado na figura 9: 
Figura 9 – Fluxograma da Energia. 
 
 
 
 Por fim, temos os dois últimos macro setores, o da ETE e o da ETA, 
representados nas figuras 10 e 11, respectivamente: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
Figura 10 – Fluxograma da ETE.Figura 11 – Fluxograma da ETA. 
 
 
 
 
32 
 
1.7. Balanço de massa 
 
 A Destilaria Brasnipo produzirá diariamente 403668.85 litros de etanol 
hidratado e 97837.50 litros de etanol anidro, totalizando 501506,35 litros de etanol. A 
partir disto, temos que 80.49% do etanol produzido é etanol hidratado e 19.51% é 
anidro. 
 
1.7.1. Transporte 
 
 Como a cana-de-açúcar é a matéria prima principal na produção de etanol, ela 
deve ser transportada do campo, onde é colhida, até a destilaria para que possa ser 
processada. 
 Esse transporte é realizado através de caminhões chamados de Julietas, os quais 
têm capacidade de transportar 17 toneladas de cana por viagem, e cada caminhão puxa 
duas julietas. 
 Nossa produção de etanol requer 340 toneladas de cana por hora sendo 
processadas, portanto, temos: 
 
340
34
= 10 
 
 Assim, podemos ver que precisamos de 10 caminhões chegando carregados de 
cana por hora. 
 
1.7.2. Mesa Alimentadora e Tratamento da Água de Lavagem 
 A mesa alimentadora é o equipamento que recebe a cana-de-açúcar bruta, suja, e 
realiza a lavagem da mesma. Essa lavagem é realizada através de uma água que opera 
em circuito fechado, e que, pelo fato de haver perdas, deve ser reposta. 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
Figura 12 – Mesa alimentadora. 
 
 A seguir, temos a composição da cana bruta, que foi obtida através da literatura, 
como um padrão de composição observado ao longo da história, e a vazão por 
componente obtida através da vazão total já conhecida, por ser necessária para produzir 
o etanol desejado. 
 Além disso, podemos acompanhar o grau Brix em cada etapa do processo, 
sabendo que este é a quantidade de sólidos solúveis por 100 gramas de solução. É 
importante ressaltar que trabalharemos as vazões sempre na unidade de tonelada por 
hora. 
Tabela 4 – Cana bruta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cana Bruta 
 Composição 
Vazão 
(t/h) 
Água 0.698 237.456 
Sacarose 0.116 39.576 
Fibras 0.126 42.874 
Impurezas 0.029 9.894 
Sujeira 0.030 10.200 
Total 1.000 340.000 
°Brix 0.172 
Temperatura (°C) 25.0 
34 
 
 A água utilizada para a lavagem dessa cana bruta, para a retirada de sujeiras, é 
caracterizada a seguir. Devemos observar que ela é a soma da água reciclada (circuito 
fechado) com a água reposta devido às perdas. 
Tabela 5 – Água de reposição. 
Água de Reposição 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1 37.4 
Total 1 37.4 
Temperatura (oC) 25 
 
 
 
Água Reciclada 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1 710.6 
Sacarose 0 0 
Sujeira (s.s) 0 0 
Total 1 710.6 
Temperatura (oC) 25.0 
Tabela 6 – Água de reciclo. 
Tabela 7 – Água de lavagem total. 
Água de Lavagem Total 
 Composição 
Vazão 
(t/h) 
Água 1 748.0 
Sacarose 0 0 
Sujeira 
(s.s) 0 0 
Total 1 748.0 
Temperatura (oC) 25.0 
 
 Depois da lavagem, temos a seguinte corrente de cana limpa: 
 
 
 
35 
 
Tabela 8 – Cana lavada. 
Cana Lavada (Limpa) 
 Composição 
Vazão 
(t/h) 
Água 0.716 237.456 
Sacarose 0.119 39.339 
Fibras 0.129 42.874 
Impurezas 0.030 9.894 
Sujeira 0.006 2.040 
Total 1.000 331.603 
°Brix 0.172 
Temperatura (oC) 25.0 
 
 Dessa maneira, podemos observar uma quantidade grande de sujeira retirada da 
cana bruta. 
 A última corrente referente à lavagem da cana é a água que foi utilizada na 
lavagem e que é reciclada após passar por um tratamento em decantador. Vamos 
aproveitar essa etapa do processo para já explicar o funcionamento desse tratamento. 
 A corrente de água que sai da mesa alimentadora é a seguinte: 
Tabela 9 – Água de lavagem. 
Água de Lavagem 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.989 748.000 
Sacarose 0.000 0.237 
Sujeira (s.s) 0.011 8.160 
Total 1.000 756.397 
 
 Podemos perceber que junto com a sujeira, consideramos perdas de sacarose 
durante o processo de lavagem, além de que consideramos uma retirada de 80% da 
sujeira pela mesa alimentadora. 
 Essa água que foi utilizada para lavagem é enviada para um decantador, como 
pode ser mostrado a seguir: 
 
 
36 
 
Figura 13 – Decantador. 
 
 A quantidade de água perdida é igual à quantidade de água reposta, portanto, 
temos: 
Tabela 10 – Água perdida. 
Água perdida 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1 37.4 
Total 1 37.4 
Temperatura (oC) 25 
 
 A quantidade de sujeira retirada pelo fundo do decantador é caracterizada a 
seguir: 
Tabela 11 – Sujeira. 
Sujeira 
 Composição Vazão (t/h) 
Sacarose 0.028 0.237 
Sujeira(s.s) 0.972 8.160 
Total 1 8.397 
 
 A corrente de sobrenadante que é reciclado para o processo de lavagem da cana 
já foi apresentada anteriormente, mas será aqui, novamente posta: 
 
37 
 
Tabela 12 – Água reciclada. 
Água Reciclada 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1 710.6 
Sacarose 0 0 
Sujeira (s.s) 0 0 
Total 1 710.6 
Temperatura (oC) 25 
 
 A sujeira gerada nessa etapa do processo é acumulada em caminhões para serem 
enviadas para seus destinos corretos. 
 O próximo passo do processo é o envio da cana lavada para a esteira onde 
encontra os equipamentos: nivelador, picador e desfibrador. 
 
1.7.3. Nivelador, Picador e Desfibrador. 
 Ao sair do processo de lavagem a cana entra na esteira que contém o nivelador, 
o picador e o desfibrador, os quais são utilizados para facilitar a moagem, compactando 
a cana, ou seja, diminuindo os vazios existentes no volume de cana processada. O 
nivelador vai, como o próprio nome diz, nivelando a corrente de cana lavada; o picador 
vai cortando a cana em pedaços pequenos e o desfibrador separa as fibras da cana 
picada, fazendo com que o próximo processo, a moagem, seja possível de ser realizada. 
 Vale lembrar, que depois desses três equipamentos consecutivos, e antes de 
entrar na moagem, a corrente de cana passa por um eletro-imã, o qual serve para reter 
pedaços de metal que possam estar presentes na vazão de cana. 
 As únicas informações mais importantes que poderiam estar presentes no 
balanço de massa dessa etapa são as referentes às perdas de processo, as quais estão 
atreladas a uma espécie de rendimento. Nesse momento não consideramos perdas por 
considerá-las insignificantes. 
 
 
 
 
38 
 
Figura 14 – Nivelador, Picador e Desfibrador. 
 
 Pelas explicações dadas anteriormente, temos que as correntes de entrada e saída 
são iguais: 
Tabela 13 – Cana lavada. 
Cana Lavada (Limpa) 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.716 237.456 
Sacarose 0.119 39.339 
Fibras 0.129 42.874 
Impurezas 0.030 9.894 
Sujeira 0.006 2.040 
Total 1.000 331.603 
°Brix 0.172 
Temperatura (oC) 25.0 
 
Tabela 14 – Cana nivelada, picada e desfibrada. 
Cana nivelada, picada e desfibrada 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.716 237.456 
Sacarose 0.119 39.339 
Fibras 0.129 42.874 
Impurezas 0.030 9.894 
Sujeira 0.006 2.040 
Total 1.000 331.603 
°Brix 0.172 
Temperatura (oC) 25.0 
 
39 
 
 Tendo passado por esse processo, a cana entra em uma das etapas mais 
importantes do processo de produção de etanol, a extração do caldo, ou macro setor 
Moagem. 
1.7.4. Moendas 
 A cana nivelada, picada e desfibrada é moída para a retirada do caldo misto. 
Para que esta extração de caldo seja realizada com sucesso, é utilizada a água de 
embebição. Além das duas correntes que entram no processo, a de cana e a de água, 
saem do processo outras duas correntes: o caldo misto e o bagaço. 
 A seguir temos a corrente de cana que entra nas moendas: 
Tabela 15 – Cana nivelada, picada e desfibrada. 
Cana nivelada, picada e desfibrada 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.716 237.456 
Sacarose 0.119 39.339 
Fibras 0.129 42.874 
Impurezas 0.030 9.894 
Sujeira 0.006 2.040 
Total 1.000 331.603 
°Brix 0.172 
Temperatura (oC) 25.0E a água de embebição é caracterizada a seguir: 
Tabela 16 – Água de embebição. 
Água de Embebição 
 Composição Vazão (t/h) 
Água ETA 0.7 69.637 
Condensado 0.3 29.844 
Total 1 99.481 
Temperatura (oC) 60 
 
 
 
 
 
40 
 
 O bagaço produzido é dado a seguir: 
Tabela 17 – Bagaço. 
Bagaço 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.490 41.225 
Sacarose 0.023 1.967 
Fibras 0.451 37.927 
Impurezas 0.029 2.474 
Sujeira 0.006 0.510 
Total 1.000 84.102 
Temperatura (oC) 33.8 
 
 A capacidade de extração das moendas é dada através de um rendimento de 95% 
de extração da sacarose contida na cana processada. E então, temos a corrente de caldo 
misto obtida: 
Tabela 18 – Caldo misto. 
Caldo Misto 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.852 295.712 
Sacarose 0.108 37.372 
Fibras 0.014 4.947 
Impurezas 0.021 7.421 
Sujeira 0.004 1.530 
Total 1.000 346.981 
°Brix 0.132 
Temperatura (oC) 33.8 
 
 A partir disto, o caldo misto obtido é enviado para uma peneira rotativa para a 
retirada de bagacilho. 
1.7.5. Peneira Rotativa 
 A peneira rotativa separa o bagacilho do caldo misto, enviando esse bagacilho 
para um filtro rotativo a vácuo, sobre o qual trataremos mais a frente. 
 O caldo misto que passa pela peneira é caracterizado a seguir: 
 
 
41 
 
Tabela 19 – Caldo misto. 
Caldo Misto 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.861 292.485 
Sacarose 0.110 37.218 
Fibras 0.006 1.979 
Impurezas 0.021 7.227 
Total 0.997 339.827 
°Brix 0.132 
Pureza 0.837 
 
1.7.6. Injeção de Ácido fosfórico na linha 
 
 Na linha de caldo misto é adicionado ácido fosfórico, o qual deve ser adicionado 
de modo que sua concentração no caldo misto seja de 300 ppm. 
 
Tabela 20 – Ácido fosfórico. 
Ácido fosfórico 
Concentração (ppm): 300 
Vazão de caldo (t/h): 339.929 
Vazão de ácido (t/h): 0.102 
 
 Para que o caldo tenha 300 ppm de ácido fosfórico, sabendo que a vazão de 
caldo é de 339.929 t/h, é necessário que seja adicionado 0.102 t/h de ácido fosfórico. 
Essa injeção é feita diretamente na linha. 
1.7.7. Preparação e adição do Leite de Cal 
 O leite de cal é proveniente da reação (1) da água com a cal virgem, como 
podemos ver a seguir: 
��� + 
��	 → ��(�
)� (1) 
 Assim, pela estequiometria da reação (1), obtemos a quantidade de água 
utilizada para reagir com o CaO, já que a relação de cal virgem (CaO) com a quantidade 
de cana moída já é conhecida através da literatura. 
 Consideramos essa relação como sendo necessários 450g de CaO por tonelada 
de cana moída. 
42 
 
 Dessa forma, como sabemos a quantidade cana moída, temos consequentemente 
a quantidade de cal virgem necessária. 
Tabela 21 – Preparação do leite de cal. 
Preparação do leite de cal 
Cana moída (t): 340.000 
Cal (t): 0.153 
Leite de cal (t): 0.202 
Água (t): 0.049 
Relação(tcal/tcana): 0.00045 
M.M. CaO (g/mol): 56.077 
M.M. Ca(OH)2 (g/mol): 74.093 
 
 Assim, temos que a água utilizada para preparar o leite de cal é de 0.049 t/h, 
produzindo 0.202 t/h de leite de cal. Essa vazão preparada é injetada na linha de caldo 
misto. E o caldo tratado dessa forma, é enviado para o balão de flash. 
 
1.7.8. Balão de Flash 
 O caldo misto tratado quimicamente com ácido fosfórico e leite de cal entra no 
balão de flash, e devido ao fato de estar acima de sua temperatura de ebulição e sofrer 
uma queda de pressão, faz com que ocorra a evaporação de parte da água contida no 
caldo, concentrando-o. 
 Essa parte do tratamento serve para desfazer todas as bolhas de ar que possam 
estar aderidas ao que deve ser decantado do caldo, pois essas bolhas impedem essa 
decantação, segurando as partículas na superfície do caldo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
Figura 15 – Balão de flash. 
 
 O caldo que entra no balão de flash tem a seguinte composição: 
Tabela 22 – Caldo misto. 
Caldo misto 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.862 292.485 
Sacarose 0.110 37.218 
Fibras 0.006 1.979 
Impurezas 0.021 7.227 
Ácido fosfórico 0.000 0.102 
Leite de cal 0.001 0.202 
Total 1.000 339.213 
°Brix 0.133 
Temperatura (oC) 115.0 
 
 A corrente de água evaporada é mostrada a seguir: 
Tabela 23 – Água evaporada. 
Água evaporada 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1.00 14.624 
Total 1.00 14.624 
 
 Essa quantidade de água evaporada é dada na literatura como sendo 5% da água 
contida na solução, e esta foi a consideração feita no balanço do balão de flash. 
 
44 
 
Tabela 24 – Caldo misto. 
Caldo misto 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.856 277.861 
Sacarose 0.115 37.218 
Fibras 0.006 1.979 
Impurezas 0.022 7.227 
Ácido fosfórico 0.000 0.102 
Leite de cal 0.001 0.202 
Total 1.000 324.589 
°Brix 0.139 
Temperatura (oC) 115.0 
 
 Desta forma, o caldo misto sai do balão de flash um pouco mais concentrado do 
que quando entrou. Ao sair do balão de flash, o caldo misto é conduzido ao decantador. 
 
1.7.9. Preparação do Polímero 
 No decantador, o caldo é alimentado junto com uma solução de polímero, o qual 
é responsável pelo processo de decantação das partículas da solução de caldo misto. 
 Esta solução de polímero é preparada segundo relações obtidas da literatura, a 
qual diz que para cada tonelada de cana moída deve ser adicionados 3g de polímero. 
Assim, podemos obter a quantidade de polímero adicionado: 
Tabela 25 – Polímero necessário. 
Polímero necessário 
Cana moída (t/h): 340.000 
Relação (gpolímero/tcana): 3 
Polímero (t/h): 0.00102 
 
 Esse polímero é misturado com água para ser adicionado ao decantador, e a 
literatura nos fornece que a concentração de polímero na solução com água deve ser de 
0.05% em massa. Dessa forma, temos: 
 
 
 
45 
 
Tabela 26 – Solução de polímero. 
Solução de polímero 
 Composição Vazão (t/h) 
Polímero 0.0005 0.001 
Água 0.9995 2.039 
Total 1.000 2.040 
 
 Então, essa solução de polímero é adicionada juntamente com o caldo misto ao 
decantador. 
1.7.10. Decantador 
Após sair do balão de flash, o caldo misto entra no decantador, onde também é 
adicionado polímero, e de onde saem uma corrente de caldo clarificado e uma de 
corrente de lodo. 
Figura 16 – Decantador. 
 
 A seguir, temos a corrente de caldo misto que entra no decantador: 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Tabela 27 – Caldo misto. 
Caldo misto 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.856 277.861 
Sacarose 0.115 37.218 
Fibras 0.006 1.979 
Impurezas 0.022 7.227 
Ácido fosfórico 0.000 0.102 
Leite de cal 0.001 0.202 
Total 1.000 324.589 
°Brix 0.139 
Temperatura (oC) 115.0 
 
 A corrente de solução de polímero afluente ao decantador é: 
Tabela 28 – Solução de polímero. 
Solução de polímero 
 Composição Vazão (t/h) 
Polímero 0.0005 0.001 
Água 0.9995 2.039 
Total 1.000 2.040 
 
 E a corrente de lodo que sai por baixo do decantador é caracterizada a seguir: 
Tabela 29 – Lodo. 
Lodo 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.353 5.598 
Sacarose 0.047 0.744 
Fibras 0.125 1.979 
Impurezas 0.456 7.227 
Ácido fosfórico 0.006 0.102 
Leite de cal 0.013 0.202 
Polímero 0.000 0.001 
Total 1.000 15.853 
 
 Este lodo será tratado, mas a este processo será abordado mais a frente. Por 
final, temos a outra corrente de saída do decantador, que é a de sobrenadante, ou 
melhor, o caldo clarificado, mostrada a seguir: 
47 
 
 
Tabela 30 – Caldo clarificado. 
Caldo clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.882 274.302 
Sacarose 0.117 36.473 
Fibras 0.000 0.059 
Impurezas 0.001 0.217 
Ácido fosfórico 0.000 0.003 
Leite de cal 0.000 0.006 
Polímero 0.0000001 0.00003 
Total 1.000 311.061 
 
 Para chegarmos a essa corrente de caldo clarificado,consideramos um 
rendimento de 97% do decantador na retirada de impurezas, fibras, ácido fosfórico, leite 
de cal e polímero que vai para o lodo, e consideramos também que com o lodo sai 2% 
do caldo (água e sacarose) da entrada do decantador. 
1.7.11. Filtro do Caldo Clarificado 
 O caldo clarificado sobrenadante do decantador passa em seguida por um filtro 
rotativo a vácuo, no qual se elimina mais uma parcela de partículas contidas no caldo. 
Figura 17 – Filtro rotativo a vácuo. 
 
 A corrente que entra no filtro é a seguinte: 
 
 
 
48 
 
Tabela 31 – Caldo clarificado. 
Caldo clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.882 274.302 
Sacarose 0.117 36.473 
Fibras 0.000 0.059 
Impurezas 0.001 0.217 
Ácido fosfórico 0.000 0.003 
Leite de cal 0.000 0.006 
Polímero 0.0000001 0.00003 
Total 1.000 311.061 
 
 Esse processa gera, a partir de um rendimento de 99% na retirada de impurezas, 
a seguinte corrente de lodo: 
Tabela 32 – Lodo. 
Lodo 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.809 2.743 
Sacarose 0.108 0.365 
Impurezas 0.083 0.282 
Total 1.000 3.390 
 
 O caldo clarificado, depois de passar pelo filtro adquire as seguintes 
composições e vazões: 
Tabela 33 – Caldo clarificado. 
Caldo Clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.883 271.559 
Sacarose 0.117 36.109 
Impurezas 0.00001 0.003 
Total 1.000 307.670 
 
 Pode-se notar nesta etapa do processo, que a partir das correntes de saída deste 
filtro, todos os componentes diferentes de água e sacarose contidos no caldo foram 
agrupados e classificados como impurezas. Isso foi feito pelo fato de que suas 
quantidades são insignificantes, e apesar disso, resolvemos carregá-las por todo o 
processo, visando dar maior credibilidade aos dados. 
49 
 
1.7.12. Tanque de Caldo Clarificado 
 Antes de ser enviado ao evaporador, o caldo é armazenado em um tanque de 
caldo clarificado, no qual consideramos ocorrer a perda de 0.01% de caldo. 
 Além de receber o caldo clarificado do filtro de caldo clarificado, este tanque 
também recebe uma quantidade de caldo clarificado recuperado do sistema de lavagem 
de lodo do processo de tratamento do caldo. 
Figura 18 – Tanque de caldo clarificado. 
 
 A corrente de caldo clarificado proveniente do filtro de caldo clarificado situado 
após o decantador é a seguinte: 
Tabela 34 – Caldo clarificado. 
Caldo Clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.883 271.559 
Sacarose 0.117 36.109 
Impurezas 0.00001 0.003 
Total 1.000 307.670 
 
 Já a corrente proveniente da recuperação de caldo clarificado pelo filtro no 
sistema de lavagem de lodo (será visto mais a frente), é dada a seguir: 
Tabela 35 – Caldo clarificado recuperado. 
Caldo clarificado recuperado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 8.567 11.039 
Sacarose 0.928 1.195 
Impurezas 0.072 0.093 
Total 1.000 1.289 
 
50 
 
 Após a união destas duas correntes de caldo clarificado e consideradas as perdas 
citadas anteriormente, temos a seguinte corrente que sai do tanque de caldo 
concentrado: 
Tabela 36 – Caldo clarificado. 
Caldo Clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Sacarose 0.117 36.931 
Água 0.883 279.772 
Impurezas 0.0003 0.095 
Total 1.000 316.798 
°Brix 0.117 
Temperatura (oC) 115.0 
 
 Esta corrente é enviada para os evaporados para a concentração do caldo, 
fazendo com que o caldo clarificado, após esse processo, venha se chamar caldo 
concentrado. 
1.7.13. Evaporadores 
 O caldo clarificado chega ao evaporador com aproximadamente 12oBrix e deve 
sair do mesmo com aproximadamente 20oBrix. Dessa forma, apresentamos a seguir a 
corrente de caldo que entra no evaporador. 
Tabela 37 – Caldo clarificado. 
Caldo Clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Sacarose 0.117 36.931 
Água 0.883 279.772 
Impurezas 0.0003 0.095 
Total 1.000 316.798 
°Brix 0.117 
Temperatura (oC) 115.0 
 
 Esse caldo clarificado é aquecido por um trocador de calor pelo qual passa 
vapor, e então, é divido em duas correntes, uma de caldo mais concentrado e outra de 
vapor, da seguinte forma: 
 
51 
 
Figura 19 – Evaporador. 
 
 A corrente de caldo concentrado que sai do evaporado é detalhada da seguinte 
forma: 
Tabela 38 – Caldo concentrado. 
Caldo concentrado 
 Composição Vazão (t/h) 
Sacarose 0.200 36.931 
Água 0.799 147.620 
Impurezas 0.001 0.104 
Total 1.000 184.655 
°Brix 0.201 
Temperatura (oC) 115 
 
 E a corrente de vapor que foi evaporada do caldo clarificada e sai do evaporador 
é mostrada a seguir: 
 
 
 
 
 
 
52 
 
Tabela 39 – Vapor vegetal. 
Vapor vegetal 
 Composição Vazão (t/h) 
Sacarose 0.000 0.000 
Água 1.000 132.152 
Impurezas 0.000 0.000 
Total 1.000 132.152 
°Brix 0.000 
Temperatura (oC) 115 
 
 O vapor utilizado para aquecer a corrente de caldo e consequentemente evaporá-
lo para assim chegar ao caldo concentrado é caracterizado abaixo: 
Tabela 40 – Vapor de escape. 
Vapor de Escape 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1.000 127.99241 
Total 1.000 127.99241 
Temperatura (oC) 124 
Pressão (bar) 0.8 
 
 Depois de passar pelo evaporador esse vapor sai da seguinte maneira do 
processo: 
Tabela 41 – Condensado de escape. 
Condensado de Escape 
Mel 0.000 0.000 
Água 1.000 127.992 
Impurezas 0.000 0.000 
Total 1.000 127.992 
Temperatura (oC) 124 
 
 Tendo alcançado o objetivo do processo, que era a concentração do caldo, este é 
enviado para o setor de fermentação. 
 Antes de começarmos a descrever o balanço de massa do setor de fermentação 
mostraremos o tratamento do lodo de alguns processos já vistos anteriormente. 
 
53 
 
1.7.14. Filtro do Lodo 
Figura 20 – Filtro rotativo a vácuo. 
 
 Essa etapa do processo consiste em processar o lodo gerado em algumas etapas, 
como o bagacilho da peneira rotativa, o lodo do decantador que clarifica o caldo misto e 
o lodo do filtro que retira partículas do caldo clarificado logo após o decantador, para 
que seja recuperada uma quantidade de caldo e também para facilitar o manejo do 
resíduo, deixando-o na consistência de torta. 
 Primeiramente, apresentaremos as três correntes de lodo que entram no filtro: 
Tabela 42 - Bagacilho da peneira. 
Bagacilho da peneira 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.451 3.226 
Sacarose 0.022 0.154 
Fibras 0.415 2.968 
Impurezas 0.027 0.194 
Sujeira 0.086 0.612 
Total 1.000 7.154 
 
 
 
 
 
 
 
54 
 
Tabela 43 – Lodo do decantador de caldo. 
Lodo do decantador de caldo 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.3338 5.5980 
Sacarose 0.0444 0.7444 
Fibras 0.1180 1.9789 
Impurezas 0.4856 8.1449 
Ácido fosfórico 0.0061 0.1020 
Leite de cal 0.0121 0.2022 
Polímero 0.0001 0.0010 
Total 1.0000 16.7713 
 
Tabela 44 – Lodo do filtro de caldo clarificado. 
Lodo do filtro de caldo clarificado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 0.809 2.743 
Sacarose 0.108 0.365 
Impurezas 0.083 0.282 
Total 1.000 3.390 
 
 Juntamente com essas correntes de lodo entra também uma corrente de água 
para lavagem, que é dada a seguir: 
Tabela 45 – Água para lavagem. 
Água para lavagem 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 1 10.2 
Total 1 10.2 
Temperatura (oC) 60 
 
 Desse processo saem duas correntes, a de caldo clarificado recuperado e a 
corrente da torta produzida. Uma informação importante é a de que consideramos um 
rendimento de 99% do filtro. 
Então, temos a seguinte corrente de caldo recuperado: 
 
 
55 
 
Tabela 46 – Caldo clarificado recuperado. 
Caldo clarificado recuperado 
 Composição Vazão (t/h) 
Água 8.567 11.039 
Sacarose 0.928 1.195 
Impurezas 0.072 0.093 
Total 1.000 1.289 
 
 A seguir, mostramos as informações referentes à quantidade de torta produzida 
pelo filtro de lodo, quantidade esta que

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