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PODER EXECUTIVO 1. NOÇÕES INTRODUTÓRIAS O Poder Executivo exerce funções típicas como a prática de atos de chefia de Estado, chefia de governo e atos de administração, bem como funções atípicas legisla através de medida provisória e julga, no contencioso administrativo, exercido em caso de defesa de multa de trânsito e etc. 2. PRESIDENCIALISMO VS PARLAMENTARISMO No sistema presidencialista (criação norte-americana), as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo encontram-se nas mãos de uma única pessoa, qual seja, o Presidente da República. No sistema parlamentarista (influência inglesa), a função de Chefe de Estado pode ser exercida pelo Presidente da República (República Parlamentarista) ou Monarca (Monarquia Parlamentarista) e a função de Chefe de Governo, pelo Primeiro-Ministro, chefiando o gabinete. 3. PODER EXECUTIVO NA CF/88 3.1 O exercício do Poder Executivo no Brasil Em âmbito federal, o Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República, que acumula as funções de Chefe de Estado e Chefe de Governo, sendo auxiliado pelos Ministros de Estado. Em âmbito estadual, o Poder Executivo é exercido pelo Governador de Estado e seu vice, auxiliado pelos Secretários de Estado. Os subsídios do Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado será fixado em lei de iniciativa da Assembleia Legislativa. Em âmbito distrital, o Poder Executivo é exercido pelo Governador do Distrito Federal e seu vice. Em âmbito municipal, o Poder Executivo é exercido pelo Prefeito e seu vice. Em âmbito dos Territórios Federais, o Poder Executivo é exercido pelo Governador e seu vice, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação do Senado Federal. 3.2 Atribuições do Presidente da República Competências privativas: Art. 84 da CFRB/88; (Rol exemplificativo) O Presidente da República poderá delegar as competências previstas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, do art. 84 aos Ministros de Estado, ao PGR ou ao AGU. 3.3 Condições de Elegibilidade São condições de elegibilidade para o cargo de Presidente e Vice-Presidente da República: (1) Ser brasileiro nato; (2) Pleno exercício dos direitos políticos; (3) Alistamento eleitoral; (4) Domicílio eleitoral na circunscrição; (5) Filiação partidária; (6) Ter no mínimo 35 anos; (7) Não ser inalistável, nem analfabeto; (8) Não estar inelegível. 3.4 Processo Eleitoral A data da eleição será no primeiro domingo do mês de outubro, em primeiro turno, e no último domingo de outubro, em segundo turno, se houver. Não haverá segundo turno se um dos candidatos tiver obtido a maioria absoluta dos votos, não computados os nulos e os em branco. 3.5 Posse e Mandato O mandato do Presidente da República é de 4 anos, permitida a reeleição para um único período subsequente, tendo início em 1º de janeiro do ano subsequente a eleição em que foi eleito. 3.6 Impedimento e Vacância Segundo o art. 79, será sucedido no caso de vaga (definitiva – ex: morte, cassação e renúncia) pelo Vice-Presidente, ou substituído no caso de impedimento (temporário – ex: doença e férias). Se Presidente e Vice-Presidente da República estiverem impedidos ou em caso de vacância, serão sucessivamente chamados: (1) o Presidente da Câmara dos Deputados; (2) o Presidente do Senado Federal e (3) o Presidente do STF. (Sempre em caráter temporário) No âmbito estadual, em caso de vacância do Governador do Estado e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Assembleia Legislativa; (2) o Presidente do TJ local. No âmbito do DF, em caso de vacância do Governador do DF e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Câmara Legislativa; (2) o Presidente do TJ do DF e Territórios. No âmbito municipal, em caso de vacância do Prefeito e não assunção pelo Vice, serão chamados: (1) o Presidente da Câmara Municipal; (2) em muitos casos, há a inclusão do Vice-Presidente da Câmara Municipal. 3.7 Mandato-tampão: eleição direta ou indireta Duas regras devem ser observadas no caso de substituição pelos substitutos legais ou eventuais (excluído o Vice-Presidente da República): (1) Vacância de ambos os cargos (Presidente e Vice) nos 2 primeiros anos do mandato: Realizar-se-á eleições diretas, 90 dias depois da abertura da última vaga; (2) Vacância nos últimos 2 anos: Realizar-se-á eleições indiretas, pelo Congresso Nacional, 30 dias depois de aberta a última vaga. 4. CRIMES DE RESPONSABILIDADE Os detentores de altos cargos públicos poderão praticar além dos crimes comuns, os crimes de responsabilidade, vale dizer, infrações de natureza político-administrativa, submetendo-se ao processo de impeachment. Além do Presidente da República, também poderão ser responsabilizados e destituídos dos seus cargos através do processo de impeachment: (1) o Vice-Presidente da República; (2) os Ministros de Estados, em crimes de responsabilidade conexos com o Presidente da República; (3) os Ministros do STF; (4) os membros do CNJ e do CNMP; (5) o PGJ e o AGU; (7) Governadores de Estado; (8) os Prefeitos. 4.1 Procedimento de Impeachment para o Presidente da República O procedimento é bifásico, a primeira fase é chamada de juízo de admissibilidade do processo, tramitando na Câmara dos Deputados, e a segunda fase é denominada de julgamento, no Senado Federal. Na primeira fase, a Câmara dos Deputados declarará procedente (2/3 de seus membros) ou não a acusação, que poderá ser formalizada por qualquer cidadão em pleno gozo de seus direito políticos, admitindo o processo e julgamento pelo Senado Federal. Na segunda fase, com a autorização da Câmara dos Deputados, o Senado deverá instaurar o processo sob a presidência do Presidente do STF, assegurando ao acusado (Presidente da República) o contraditório e a ampla defesa, podendo, ao final, ser condenado ou absolvido do crime de responsabilidade. Instaurado o processo, o Presidente ficará suspenso por 180 dias, voltando as suas funções no término do prazo, caso o julgamento não esteja concluído. A sentença condenatória se dará por resolução do Senado Federal (2/3 dos seus membros), limitando-se a condenação à perda do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública por 8 anos, sem prejuízo de outras sanções cabíveis. Observa-se que o judiciário não poderá rever a decisão do legislativo. 5. CRIMES COMUNS Entende-se por crime comum todas as modalidades de infrações penais, estendendo-se aos delitos eleitorais, alcançando até mesmo os crimes contra a vida e as próprias contravenções penais. Nos crimes comuns praticados pelo Presidente da República também haverá um controle político administrativo pela Câmara dos Deputados que autorizará ou não o recebimento da denúncia ou queixa crime pelo STF, através do voto de 2/3 dos seus membros. A denúncia será oferecida pelo Procurador Geral da República e a queixa-crime pelo ofendido. Recebida a denúncia ou a queixa o Presidente da República ficará suspenso por 180 dias de suas funções. O Presidente da República só poderá ir preso após a sentença penal condenatória. 5.1 Imunidade presidencial (irresponsabilidade penal relativa) O Presidente da República durante a vigência de seu mandato, não poderá ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções (art. 84, §4º), ou seja, as infrações penais cometidas antes ou durante o mandato sem relação com suas funções presidenciais, a persecução penal ficará provisoriamente suspensa, inclusive a prescrição. Pelas infrações de natureza civil, tributária, política, administrativa poderá ser responsabilizado. A imunidade presidencial e a imunidade formal relativa à prisão só cabe ao Presidente da República, não se estendendo aos Governadores de Estado e aos Prefeitos. Não obstante, deverá haver autorização do Legislativo (2/3 dos membros da Câmara dos Deputados) para instauração de inquérito policial e processo contra o Presidente da República, o Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado, não se estendendo esta regra aos Governadores e nem aos Prefeitos.
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