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RESUMO DE IMUNOLOGIA Básica PDF

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RESUMO DE 
IMUNOLOGIA 
William Silva 
Medicina - ATM 2021/1
1º EDIÇÂO
Disciplina de Imunologia Básica
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
2 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ao Sistema Imune e Imunidade Inata e Adaptativa....3 
2. Células do Sistema Imune............................................................7 
3. Órgãos do Sistema Imune...........................................................11 
4. Antígenos.................................................................................... 13 
5. Anticorpos................................................................................... 15 
6. Complexo de Histocompatibilidade............................................. 20 
7. Sistema do Complemento............................................................24 
8. Hipersensibilidade........................................................................28 
9. Vacinas........................................................................................33 
10. Referências Bibliográficas.........................................................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
3 
 
 
1. Características Gerais: 
Imunidade é definida como a resistência a doenças, mais especificamente às 
doenças infecciosas. O conjunto de células, tecidos e moléculas que medeiam a 
resistência às infecções é chamado de sistema imunológico e a reação coordenada 
dessas células e moléculas aos micro-organismos é conhecida como resposta 
imunológica. A Imunologia é o estudo do sistema imunológico e de suas respostas 
aos micro-organismos invasores. A função fisiológica do sistema imunológico é 
prevenir as infecções e erradicar as infecções estabelecidas. Entretanto, até 
substâncias estranhas não infecciosas podem desencadear respostas imunológicas. 
2. Imunidade Inata e Imunidade Adquirida: 
Os mecanismos de defesa do hospedeiro são constituídos pela imunidade inata, 
responsável pela proteção inicial contra as infecções, e pela imunidade adquirida, 
que se desenvolve mais lentamente e é responsável pela defesa mais tardia e mais 
eficaz contra as infecções. 
Os mecanismos da imunidade inata proporcionam uma defesa inicial efetiva. 
Entretanto, muitos micro-organismos patogênicos evoluíram, tornando-se resistentes à 
imunidade inata, de modo que sua eliminação passou a exigir mecanismos mais 
intensos e potentes da imunidade adquirida. Desse modo, as respostas imunes, Inata 
e Adquirida, são componentes de um sistema integrado de defesa, no qual numerosas 
células e moléculas atuam em cooperação, sendo a imunidade inata estimuladora e 
influenciadora da resposta imune adquirida. 
 
Figura: Os principais mecanismos das imunidades inata e adquirida. 
Os mecanismos da imunidade inata são responsáveis pela defesa inicial contra as 
infecções. Alguns previnem(ex: barreiras epiteliais) outros eliminam micro-organismos 
(fagócitos, células NK e o sistema complemento). A resposta adquirida se desenvolve 
mais tarde, sendo mediada por linfócitos e seus produtos. Os anticorpos bloqueiam as 
infecções e eliminam os micro-organismos extracelulares enquanto os linfócitos T 
erradicam os patógenos intracelulares. Fonte: Imunologia Celular e Molecular, Abbas. 
2.1 IMUNIDADE INATA (Também denominada imunidade Natural ou Nativa): 
 Respostas imediatas que proporcionam a linha de defesa inicial contra micro-
organismos. Consiste em mecanismos de defesa celulares e bioquímicos que já 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
4 
 
existem até mesmo antes da infecção e que estão prontos para respostar rapidamente 
às infecções. 
 O sistema imunológico inato responde da mesma maneira em encontros 
subsequentes com o mesmo patógeno (pois esse sistema não possui memória 
imunológica), sendo de natureza inespecífica. 
 Os principais componentes do sistema imunológico natural são: 
- Barreiras Físicas e Químicas, como epitélios e as substâncias químicas 
antimicrobianas produzidas nas superfícies epiteliais; 
- Células Fagocitárias (neutrófilos, macrófagos), células dendríticas e células 
NK; 
- Proteínas do Sangue, incluindo sistema complemento e outros mediadores da 
inflamação; 
- Citocinas, proteínas que regulam e controlam muitas atividades celulares. 
 
 A Reposta Imune Inata/Não Especítica consiste basicamente em dois principais tipos 
de reação: 
- Reação de Inflamação: Processo de recrutamento de leucócitos e proteínas 
plasmáticas do sangue, seu acúmulo nos tecidos e sua ativação para destruir os 
micro-organismos. Esse processo envolve citocinas (são produzidas por células 
dendríticas, macrófagos e outras) e outros tipos de células. Os principais 
leucócitos que são recrutados são os neutrófilos (sobrevida nos tecidos é de 
curta duração) e monócitos (que são transformados em macrófagos teciduais). 
Esses fagócitos expressam, em sua superfície, receptores que se ligam aos 
micro-organismos e os ingerem e receptores que reconhecem diferentes 
moléculas microbianas e ativam as células de defesa. 
- Reação de Defesa Antiviral: Consiste em reação mediada por citocinas, em 
que as células adquirem resistência à infecção viral, e na destruição pelas 
células NK das células infectadas por vírus. 
 
2.2 IMUNIDADE ADQUIRIDA (Também denominada Adaptativa ou Específica): 
 Respostas tardias que são estimuladas pela exposição a agentes infecciosos, cuja 
magnitude e capacidade de defesa aumentam com cada exposição. Como 
características importantes, destacam-se a especificidade para moléculas distintas e 
sua capacidade de memória celular, que permite responder com mais intensidade em 
exposições repetidas ao mesmo micro-organismo. Pode ser mediada por anticorpos 
(imunidade humoral) ou por células (imunidade celular) ou ambas. 
 Os principais componentes são os linfócitos e seus produtos secretados, tais como 
anticorpos. 
 A resposta imune adaptativa atua intensificando os mecanismos protetores da 
imunidade inata. 
 A imunidade pode ser induzida em um indivíduo pela infecção natural ou pela 
vacinação (Imunidade Ativa) ou conferida a um indivíduo pela transferência de 
anticorpos ou linfócitos de um indivíduo imunizado ativamente (Imunidade Passiva). 
 O sistema imune adaptativo utiliza três estratégias para combater os micro-
organismos, tendo em vista que o objetivo da resposta adquirida consiste em ativar um 
ou mais desses mecanismos de defesa. 
- Os Anticorpos secretados ligam-se aos microrganismos extracelulares, 
bloqueando sua capacidade de infectar células do hospedeiro e promovendo a 
ingestão e destruição pelos fagócitos. 
- As Células T Help (TCD4) aumentam a capacidade microbicida dos fagócitos, 
que ingerem os microrganismos e os destroem. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
5 
 
- Os Linfócitos T citotóxicos (TCD8), no qual destroem as células infectadas 
por microrganismos que são inacessíveis aos anticorpos e à destruição 
fagocítica. 
 
 Existem dois tipos de resposta imune adaptativa, denominados imunidade humoral 
e imunidade celular, as quais são mediadas por diferentes componentes do sistema 
imunológico e cuja função é eliminar diferentes tipos de micro-organismos. 
 
 
 Principais Características da Resposta Imune: 
 
Especificidade 
 Assegura que a resposta imunológica a 
determinado micro-organismo (ou antígeno não 
microbiano) seja dirigida de fato a esse micro-
organismo. 
Diversidade 
 Permite ao Sistema Imunológico responder a uma 
grande variedade de antígenos. 
Memória 
 Aumenta a Capacidade de combater infecçõesrepetidas pelo mesmo micro-organismo. 
Expansão 
Clonal 
 Aumenta o número de linfócitos específicos para 
determinado antígeno para fazer frente à 
capacidade replicativa dos micro-organismos. 
Especialização 
 Gera respostas que são ideais para a defesa 
contra diferentes micro-organismos. 
Contração e 
Homeostasia 
 Permite o Sistema Imunológico recuperar-se de 
uma resposta, de modo que possa responder 
efetivamente a novos antígenos que encontre. 
IMUNIDADE 
HUMORAL 
 Mediada por moléculas presentes no sangue e nas secreções das 
mucosas, denominadas anticorpos, que são secretados por 
plasmócitos, originados dos Linfócitos B; 
 É o principal mecanismo de defesa contra micro-organismos 
extracelulares; 
 Não é eficaz a Micro-organismos Intracelulares 
IMUNIDADE 
CELULAR 
 
 Mediada pelos Linfócitos T. 
 Promoveria excluir a destruição dos micro-organismos que 
residem nos macrófagos ou a destruição das células infectadas 
para eliminar os reservatórios de infecção. 
 Os linfócitos TCD4 ativados proliferam e diferenciam-se em células 
efetoras cujas funções são mediadas por citocinas secretadas. 
Uma das respostas das células T help CD4 é a secreção de IL-2, 
que é um fator de crescimento que atua sobre os linfócitos 
ativados, além de estimular sua expansão clonal. 
 Os linfócitos TCD8 ativados proliferam e diferenciam-se em 
Linfócitos T citotóxicos (CTL) que destroem as células 
infectadas e assim eliminam os reservatórios da infecção. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
6 
 
Não 
Reatividade ao 
Próprio 
 Impede a lesão do hospedeiro durante as 
respostas a antígenos estranhos. 
 
Em Suma: 
 
Tabela: Síntese comparativa entre a imunidade inata e adaptativa. Fonte: Abbas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
7 
 
 
I. Características Gerais: 
As células do sistema imune inato e adaptativo normalmente estão presentes 
como células circulantes no sangue e na linfa, como aglomerados anatomicamente 
definidos nos órgãos linfoides, e espalhadas praticamente em todos os tecidos. As 
células que apresentam funções especializadas nas respostas imunes são os 
fagócitos, células dendríticas, linfócitos e vários outros leucócitos. 
As principais células do sistema imunológico são os leucócitos, que são 
classificados em granulócitos (ou polimorfonucleares) e agranulócitos (ou 
mononucleares). Os granulócitos tem forma irregular e contém grânulos no seu 
citoplasma, sendo representados pelos neutrófilos, eosinófilos e basófilos. Os 
agranulócitos não possuem grânulos (existem exceções) e são representados pelos 
linfócitos e monócitos. Os leucócitos se diferenciam em duas linhagens: a linfoide 
(origem aos linfócitos) e a mieloide (originam os granulócitos e os monócitos). 
 
II. Fagócitos 
Fagócitos, incluindo neutrófilos e macrófagos, são células cuja função primária é 
identificar, ingerir e destruir micro-organismos. A função dos fagócitos é 
importante na resposta inata e também na fase efetora de algumas respostas 
imunológicas adquiridas. 
 
 NEUTRÓFILOS: Também chamados de Leucócitos polimorfonucleares, são 
produzidos na Medula Óssea e constituem a população mais numerosa de 
leucócitos circulantes (65%), em adultos, e mediam as fases iniciais das 
reações inflamatórias. Um ser humano produz mais que 1x1011 neutrófilos 
por dia, e cada neutrófilo circula no sangue apenas por seis horas. Os 
neutrófilos migram para os sítios de infecção após a entrada dos micro-
organismos. Se um neutrófilo não for recrutado para o sítio de inflamação 
nesse período, sofre apoptose e geralmente é fagocitado por macrófagos. 
Após a entrada nos tecidos, os neutrófilos também atuam somente por umas 
horas e em seguida morrem. É importante ressaltar que eles não realizam a 
apresentação de antígenos e realizam a fagocitose principalmente de 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
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bactérias, sendo assim, a neutrofilia pode ser um forte indício de infecção 
bacteriana. 
 MONÓCITOS: Possuem citoplasma granular contendo lisossomos, vacúolos 
fagocíticos e filamentos de citoesqueleto. Originam-se de um precursor 
comum na medula óssea, circulam no sangue, sofrem maturação e migram 
para os tecidos por diapedese, tornando-se ativadas. 
 
 MACRÓFAGOS: Sua função em ambas as imunidades consiste em ingerir 
micro-organismo causando sua morte, ingerir células mortas do 
hospedeiro como parte do processo de limpeza celular, além de quando 
ativado promover a secreção de citocinas que se ligam aos receptores 
amplificando a resposta protetora, além de promover o reparo de tecidos 
lesionados. Podem ser também apresentadores de antígenos (fagocitam 
o antígeno que é transformado em peptídeos dentro da via de 
processamento, se associando ao MHC e em seguida sendo apresentado ao 
linfócito T). Na imunidade adaptativa, os macrófagos são ativados por 
citocinas secretadas e por proteínas de membrana de linfócitos T. 
Macrófagos recebem diferentes denominações dependendo de onde estão 
localizados: histiócitos (no tecido conjuntivo), células de Küpffer (no fígado) 
osteoclastos (no tecido ósseo) célula mesangial (no glomérulo renal), células 
de Langerhans (na pele). 
 
III. Mastócitos, Basófilos e Eosinófilos: 
Três tipos celulares pertencentes à imunidade inata que atuam em 
cooperação com a imunidade adaptativa, tendo importantes funções na resposta 
imune. Possuem características em comum: a presença de grânulos 
citoplasmáticos preenchidos por vários mediadores inflamatórios e 
antimicrobianos e o envolvimento nas respostas imunes que protegem contra 
helmintos e doenças alérgicas. 
 
 MASTÓCITOS: Os mastócitos são células provenientes da medula óssea 
que estão presentes na pele e no epitélio das mucosas e contêm grânulos 
citoplasmáticos abundantes preenchidos por citocinas, histamina e outros 
mediadores. Também expressam receptores que reconhecem proteínas do 
sistema complemento e produtos microbianos. Além disso, essas células 
são importantes na defesa de helmintos e também são responsáveis pelos 
sintomas das doenças alérgicas. Os mastócitos expressam receptores 
para a fração Fc de anticorpos IgE e IgG e geralmente são revestidos por 
esses anticorpos. 
 
 BASÓFILOS: Constituem menos de 1% dos leucócitos do sangue e 
possuem muita semelhança estrutural e funcional com os mastócitos. Sua 
importância na defesa do hospedeiro e nas reações alérgicas ainda é 
incerta. Entretanto, podem contribuir para as reações de hipersensibilidade 
imediata. 
 
 EOSINÓFILOS: São granulócitos que expressam grânulos citoplasmáticos 
contendo enzimas danosas às paredes celulares de parasitas, mas que 
podem lesar também o hospedeiro. Também estão presentes nas reações 
alérgicas e seu número eleva-se com a presença de helmintos. Assim, 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
9 
 
uma eosinofilia é um forte indício de uma helmintose, além de uma possível 
reação alérgica. 
 
IV. Células Apresentadoras de Antígenos (APCs): 
Possuem prolongamentos citoplasmáticos grandes e filamentosos que 
apreendem antígeno. São células especializadas em capturar antígenos e 
apresentá-los aos linfócitos e fornecer sinais que estimulem a proliferação e 
diferenciação desses linfócitos T. A principal APC envolvida no início das respostas é 
a Célula Dendrítica, entretanto Monócitos, Macrófagos e Células B também 
apresentam antígenos aos linfócitos em diferentes tipos de resposta imune. As APCs 
ligam a imunidade inataà imunidade adquirida. 
 
V. Linfócitos: 
São células que reconhecem e respondem especificamente a antígenos 
estranhos e que são originárias de células tronco na medula óssea, sendo 
responsáveis pela especificidade e memória imunológica, circulando pelo sangue 
e pela linfa. 
 
 Linfócito B: São as únicas células capazes de produzir anticorpos. Elas 
reconhecem antígenos extracelulares e diferenciam-se em plasmócitos 
secretores de anticorpos, atuando assim como mediadores da imunidade 
humoral. 
 
 Linfócito T: São células da imunidade celular e sofrem maturação no 
Timo. Elas reconhecem os antígenos de micro-organismos intracelulares e 
ajudam os fagócitos a destruí-los ou ainda matam diretamente a célula 
infectada. As Células T não produzem anticorpos. Seus receptores de 
antígeno são moléculas de membrana (distintas dos anticorpos). Os 
linfócitos T possuem especificidade restrita para os antígenos e 
reconhecem peptídeos derivados de proteínas estranhas que estejam 
ligadas ao MHC, que é expresso na superfície de outras células. As células 
T reconhecem e respondem somente a antígenos associados à superfície 
celular, mas não a antígenos solúveis. É importante ressaltar há diferentes 
populações de células T, alguns explicitados abaixo: 
- LT CD4 (Células T Help): Secretam citocinas que funcionam como 
“moléculas mensageiras” em resposta à estimulação gênica. Essas 
citocinas estimulam a proliferação e a diferenciação das próprias 
células T e ativam outras células, inclusive as células B e os 
macrófagos e outros leucócitos. 
- LT CD8 (Linfócitos T citotóxico): Destroem as células que exibem 
antígenos estranhos, como ás células infectadas por vírus e outros 
micro-organismos intracelulares. 
- LT regulatórios: Atuam na supressão da função de células outras 
células T (regulação das respostas imunes e manutenção da 
autotolerância). 
 
 Células NK (Natural Killer): É um linfócito granular originado de um 
progenitor linfoide, mas sua ação é considerada parte da imunidade inata. 
Sua principal função é reconhecer e realizar a lise de células infectadas por 
vírus, bactérias e protozoários, bem como células tumorais. Além disso, 
produzem IFN-gama (interferon), uma citocina que ativa os macrófagos. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
10 
 
 
EM SUMA: 
 
Figura: Exemplificando as duas linhagens e os estímulos que geram as diferenciações. 
Fonte: Abbas 
 
Figura: As principais células do sistema imunológico. Fonte: Abbas 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
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1. CARACTERÍSTICAS GERAIS: 
Os tecidos linfoides são classificados em órgão geradores, também 
chamados de órgãos linfoides primários, onde os linfócitos expressam 
inicialmente os receptores de antígenos e atingem a maturidade fenotípica e 
funcional, e em órgãos periféricos, também chamados de órgãos linfoides 
secundários, onde as respostas dos linfócitos aos antígenos estranhos são 
iniciadas e desenvolvidas. 
1.1 ORGÃOS LINFOIDES PRIMÁRIOS: Timo, Medula Óssea, 
Fígado (Período Fetal) e Saco Vitelínico (Período Embrionário). 
(Fornecem estímulos para o crescimento e a maturação dos linfócitos e 
para a apresentação de antígenos próprios para o reconhecimento e 
seleção dos linfócitos em fase de maturação – a maturação é independente 
de antígenos. Os linfócitos produzidos/maturados migram para os Órgãos 
Linfoides Periféricos). 
 Medula Óssea – Maturação das Células B 
 Timo – Maturação das Células T 
 
1.2 ORGÃOS LINFOIDES SECUNDÁRIOS: Gânglios Linfáticos, 
Baço, Sistema Imune Cutâneo e Sistema Imune de mucosas. 
(São os principais sítios onde ocorre a apresentação dos antígenos e o 
desencadeamento de respostas imunes. A ativação é dependente de 
antígeno) 
 
2. MEDULA ÓSSEA 
A medula Óssea é o sítio de geração das células sanguíneas circulantes, 
inclusive hemácias, granulócitos, monócitos e também sítio dos eventos iniciais da 
maturação da célula B. A geração de todas as células sanguíneas é denominada 
HEMATOPOIESE: 
- Período Embrionário  Saco Vitelínico 
- Período Fetal  Fígado 
- Puberdade  Medula do osso esterno, vértebras, ossos ilíacos e 
costelas. 
As linhagens de células hematopoiéticas são a eritrocítica (hemácias), a 
megacariocítica (plaquetas), a granulocítica (neutrófilos, eosinófilos, basófilos), a 
monocítica (monócitos e macrófagos) e a linfocítica (linfócitos). A proliferação e 
maturação dessas linhagens dependem de citocinas, principalmente os fatores 
estimulantes de colônias (CSF – Colony Stimulating Factors), produzidos pelos 
macrófagos e linfócitos T. 
Quando a medula óssea é lesada ou o corre um aumento na demanda para a 
produção de novas células sanguíneas, o fígado e o baço são recrutados como 
locais de hematopoiese extramedular. 
 
3. TIMO 
 É o local de amadurecimento das células T. 
 É um órgão formado por dois lobos, situado no mediastino anterior. Cada lobo é 
subdividido em múltiplos lóbulos por septos fibrosos e cada lóbulo consiste em 
um córtex externo e uma medula interna. 
 - Córtex  Contém uma maior concentração de linfócitos T, 
 - Medula  Presença dos Corpúsculos de Hassall 
 Os linfócitos no Timo são chamados também de Timócitos 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
12 
 
 A maturação dos LT no timo começa no córtex e conforme os timócitos vão 
amadurecendo, migram em direção à medula, de modo que a medula 
contém a maioria das células T maduras. 
 Somente Células T maduras saem do Timo e entram no sangue e nos tecidos 
linfoides periféricos. 
 A atividade do timo regride progressivamente, de acordo com a idade. 
 
4. O SISTEMA LINFÁTICO 
Consiste em vasos especializados que drenam os líquidos dos tecidos para os 
gânglios linfáticos e desses para o sangue. É essencial para a homeostase dos 
líquidos teciduais e das respostas imunológicas. O Sistema linfático capta antígenos 
microbianos do sítio de entrada e transporta-os aos gânglios linfáticos, onde podem 
deflagrar a resposta imune adaptativa. 
 
5. GÂNGLIOS LINFÁTICOS 
Os gânglios linfáticos estão situados ao longo dos vasos linfáticos e são órgãos 
linfoides secundários vascularizados e encapsulados, com características 
anatômicas que favorecem o início das respostas imunes adaptativas para 
antígenos transportados dos tecidos pelos linfáticos. 
 
6. BAÇO 
É o maior órgão linfoide do organismo, localizado no hipocôndrio esquerdo. O 
Sangue entra no baço por uma artéria esplênica e termina em sinusoides 
vasculares extensos, que formam a polpa vermelha. Desse modo, o Baço é 
altamente vascularizado, tendo como principal função a retirada de circulação de 
células sanguíneas lesionadas e senescentes e de partículas (como 
imunocomplexos e micro-organismos opsonizados), além de iniciar respostas 
imunológicas adaptativas aos antígenos capturados do sangue. 
6.1 POLPA BRANCA: Tem arquitetura semelhante a um Linfonodo, 
com regiões distintas de Linfócitos B e T. É responsável por promover 
respostas imunes adquiridas aos antígenos transportados pelo sangue, 
sendo que as disposições de células B, T e APCs promovem as 
interações necessárias para o desenvolvimento eficiente de uma resposta 
imune. 
 
6.2 POLPA VERMELHA: Constituída por ramos arteriolares da 
artéria esplênica dispersos entre grandes números de macrófagos, 
eritrócitos, células dendríticas, linfócitos e células plasmáticas. Os 
macrófagos retiram micro-organismos e hemácias lesadas do sangue. O 
baço funciona como filtro do sangue, retirando da circulação aqueles micro-
organismos que não foram capturados por macrófagos e não foramlevados aos linfonodos. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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1. Características Gerais: 
ANTÍGENOS são especificamente definidos como qualquer molécula que 
pode-se ligar especificamente a um anticorpo (ou com os receptores das células 
T, quando associados ao MHC). As moléculas características do sistema imune 
adaptativo são os anticorpos e os receptores de células T. Enquanto os componentes 
da imunidade inata são programados para o reconhecimento de padrões e assim 
reconhecem características compartilhadas por grupos de moléculas estranhas, as 
moléculas de anticorpos e os receptores de células T apresentam um alto grau de 
especificidade, reconhecendo epítopos ou determinantes antigênicos específicos. 
 
2. Definições e Conceitos Importantes: 
 
3. Características do Antígeno: 
 
 Ser Estranho: Moléculas Reconhecidas como não-próprias são imunogênicas. 
 Complexidade e Composição Química: A imunogenicidade aumenta com a 
complexidade estrutural da substância. Proteínas grandes são potentes 
imunógenos, Carboidratos raramente são bons imunógenos, com algumas 
exceções (polissacarídeos do meningococo), já Lipídios são incapazes de gerar 
resposta imune, apenas quando conjugados. 
 Tamanho Molecular: Quanto maior a substância imunogênica, maior o número 
de epítopos e maior a imunogenicidade. Ainda, facilita o englobamento pelos 
macrófagos. 
 Genética: Fatores hereditários influem na resposta imune, pois as células e 
substâncias do sistema imune são determinadas geneticamente. 
 Vias de Administração: antígenos administrados subcutaneamente ou 
intradermicamente desencadeiam resposta imune, já por via oral ou intravenosa 
podem causar tolerância ou um desvio de um tipo de resposta para outra. 
 Dose do Antígeno: o grau da resposta imune depende da quantidade do 
antígeno. Quando o limiar é ultrapassado, o aumento da dose geralmente leva a 
um aumento não proporcional da resposta imunológica. Entretanto, doses 
IMUNOGENICIADE: Capacidade que uma substância tem de induzir e reagir com 
os produtos de uma resposta imune celular ou humoral. Embora uma molécula que 
induza uma resposta imunológica seja normalmente chamada de Antígeno, é mais 
correto denominá-la Imunógeno. 
 
ANTIGENICIADE: Capacidade que uma molécula tem de se ligar a um dos 
componentes do sistema imune. 
 
EPÍTOPOS: São regiões de um imunógeno ativas imunologicamente que se ligam 
aos receptores de membrana antígeno-específicos dos linfócitos ou dos anticorpos 
secretados. Basicamente é o sítio de ligação (do patógeno, por exemplo) que é 
reconhecido por um Ac ou TCR capaz de gerar a resposta imune. 
 
HAPTENO: Pode agir como um epítopo e interagir com anticorpos, mas não 
consegue ativar a resposta imune. Desse modo são antigênicos (possuem a 
capacidade de se ligar), mas não são imunogênicos, tendo em vista que não são 
capazes de induzir e reagir respostas imunes. 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
14 
 
excessivas podem estabelecer um estado de ausência de resposta específica, 
um fenômeno chamado de Zona de Tolerância. 
 
4. Tipos de Antígenos: 
 ANTÍGENOS T-DEPENDENTES: São dependentes dos Linfócitos T para ativar 
a resposta imune. Os Antígenos são processados pelas APCs e há uma 
expressão do mesmo na superfície da célula. Posterior apresentação aos 
linfócitos T que são capazes ativar a diferenciação dos linfócitos B em 
plasmócitos. 
 
 ANTÍGENOS T-INDEPENDENTES: Caracterizam-se por ser antígenos que são 
imunogênicos sem a presença dos linfócitos T, ativando diretamente os linfócitos 
B e estimulando a síntese clonal de anticorpos. 
 
 SUPERANTÍGENOS: São moléculas capazes de ativar linfócitos T e B de uma 
forma não convencional. (ligam-se fora da fenda de ligação do MHC e à cadeia β 
do TCR), promovendo uma maior estimulação do sistema imune, através da 
ativação policlonal. Entre os superantígenos estão: toxinas estafilocócicas 
(intoxicação alimentar e síndrome do choque tóxico), toxinas estreptocócicas, 
vírus da Raiva, vírus Epstein-Barr (mononuclease infecciosa). 
 
 REAÇÃO CRUZADA: Ocorre quando um antígeno de estrutura semelhante 
(heterólogo) reage com um anticorpo formado para outro antígeno (homólogo). 
Isso ocorre pela similaridade entre dois diferentes epítopos, ou pelo fato de dois 
antígenos diferentes apresentarem o mesmo epítopo. Geralmente as reações 
cruzadas têm menor afinidade de ligação do que as reações homólogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
15 
 
 
1. Características Gerais: 
 São EFETORES DA IMUNIDADE HUMORAL. 
 Anticorpos (imunoglobulinas) são glicoproteínas circulantes produzidas em 
resposta à exposição a estruturas não próprias conhecidas como antígenos. 
 Anticorpos são secretados por linfócitos B maduros (plasmócitos) quando estes 
entram em contato com determinado antígeno. 
 LB  Plasmócito  Anticorpo 
 Com a finalidade de inativar o antígeno, o anticorpo interage especificamente com o 
epítopo que estimulou a sua formação por ação direta ou por intermédio de outros 
componentes do sistema imune. 
 A interação Antígeno-Anticorpo é realizada por ligações não covalentes (pontes 
de hidrogênio, forças eletrostáticas, hidrofóbicas e de Van der Waals). 
 Anticorpos podem atuar distantes de seus locais de produção. 
 
2. Mecanismo de Produção de Anticorpos: 
 
3. Estrutura 
A estrutura do anticorpo possui a forma de um “Y” e é formada por quatro cadeias 
polipeptídicas (duas cadeias pesadas idênticas (H) e duas cadeias leves idênticas 
(L) – ambas ligadas por pontes dissulfeto). Cada cadeia possui uma região 
constante e outra variável. 
 CADEIA PESADA: Determina a classe do anticorpo 
Há 5 tipos de cadeia pesada: µ (mü),α (alfa), δ (delta), ε (épsilon) e γ (gama), 
que diferem no tamanho, solubilidade e comportamento. 
 
 CADEIA LEVE: Há 2 tipos: κ (kappa) e λ (lambda) 
 
 REGIÃO VARIÁVEL (Fab): Onde ocorre a ligação com o antígeno, 
determinando a especificidade da molécula (qual epítopo a imunoglobulina 
será capaz de se ligar). 
 
 REGIÃO CONSTANTE (Fc): Determina as funções efetoras (ativação do 
complemento, ligação com células NK e fagócitos). 
 
 DOMÍNIOS: São séries repetidas de cerca de 110 resíduos de aminoácido 
dobrados tridimensionalmente. 
Na Cadeia Leve existem dois domínios: um variável (VL) e um constante 
(CL). 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
16 
 
Na Cadeia Pesada geralmente existem quatro domínios: um variável (VH) 
e três constantes (CH1, CH2 e CH3). A IgM e IgE possuem também o 
domínio CH4. 
Entre os domínios CH1 e CH2 existe uma região chamada dobradiça 
(junção), podendo aumentar ou diminuir o ângulo da imunoglobulina. 
 
EM SUMA: 
 
Molécula Semelhante a Letra “Y, Formada por quatro cadeias polipeptídicas: 2 leves 
(L) e 2 pesadas (H), ligadas por pontes dissulfeto. Ambos os tipos de cadeias 
possuem regiões constantes e variáveis. 
 
4. Classes das Imunoglobulinas: 
Imunoglobulina Características 
IgA 
 
 Forma MONOMÉRICA ou DIMÉRICA; 
 Subclasses: IgA1, IgA2; 
 Segunda Ig mais abundante no soro; 
 Secretada principalmente para superfícies mucosas (leite, 
lágrimas, saliva, suco gástrico, secreção pulmonar); 
 Confere a imunidade gastrointestinal passiva da mãe para o 
lactente, através da amamentação; 
 Não fixa complemento pela via clássica, apenas pela via 
alternativa; 
 Neutraliza vírus (bastante ativa) e bactérias. 
IgD 
 
 FormaMONOMÉRICA; 
 Baixa concentração sérica; 
 Se encontra na superfície de linfócitos B maduros; 
 Função específica desconhecida; 
 Não fixa complemento. 
 
IgE 
 
 Forma MONOMÉRICA, com um domínio a mais. (CH4); 
 Baixa concentração sérica; níveis se elevam em infecções 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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5. Distribuição dos Anticorpos: 
 Plasma e líquido intersticial dos tecidos: 
70 a 75% IgG; 15 a 20% IgA; 0,2% IgM; 
0,004% IgE. 
 Secreções fluidas: leite, muco, etc; 
concentração de IgA é muito maior. 
 Superfície de células efetoras: células 
NK, mastócitos, etc – não sintetizam Ac, 
mas têm receptores específicos para sua 
ligação. 
 Compartimentos citoplasmáticos: RE, 
complexo de Golgi, superfície de LB. 
 
 
 
 
 
 
 
parasitárias e reações de hipersensibilidade do tipo I (reação 
anafilática); 
 Participa de reações alérgicas e anafiláticas; 
 Ligação Fc a basófilos, mastócitos, eosinófilo 
 Não fixa complemento. 
 
IgG 
 
 Forma MONOMÉRICA; 
 Subclasses: IgG1, IgG2, IgG3, IgG4; 
 Principal Ig sérica (75%); 
 É a única que atravessa a placenta (IgG1, IgG3, IgG4); 
 Fixa complemento (exceto IgG4); 
 Principal imunoglobulina da resposta secundária aos antígenos; 
 Principal imunoglobulina nos espaços extras vasculares; 
 Imunidade neonatal. 
 
IgM 
 
 Forma PENTAMÉRICA com um domínio a mais (CH4); 
 Primeiro Imunoglobulina a ser produzida (a partir do 5º mês de 
vida fetal); 
 Primeira classe a ser produzida na fase aguda, ou seja, a 
principal na resposta primária aos antígenos. 
 É a melhor imunoglobulina fixadora de complemento; 
 Existe como receptor nas células B. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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6. Funções 
 
7. Resposta Primária x Resposta Secundária: 
 
 Nos dois tipos de resposta, primária e secundária, há a produção dos isótipos IgM e IgG, 
porém, na resposta primária IgM é a principal Ig e a produção de IgG é menor e mais tardia. Na 
resposta secundária, a IgG é a imunoglobulina predominante. Nas duas respostas, a 
concentração de IgM sérica diminui rapidamente de maneira que, após uma ou duas semanas, 
observa-se a queda acentuada enquanto a produção de IgG é persistente . 
 
RESPOSTA PRIMÁRIA  O primeiro contato com um antígeno, por 
exposição natural ou vacinação, leva à ativação de LB virgens, que se diferenciam 
em plasmócitos produtores de anticorpos e em células de memória, resultando na 
produção de anticorpos específicos contra o antígeno indutor. Após o início da 
resposta, observa-se uma fase de aumento exponencial dos níveis de anticorpos, 
seguida por uma fase denominada platô, na qual os níveis não se alteram. Segue-se 
a última fase da resposta primária, a fase de declínio, na qual ocorre uma diminuição 
progressiva dos anticorpos específicos circulantes. 
 
RESPOSTA SECUNDÁRIA  Ao entrar em contato com o antígeno pela 
segunda vez, já existe uma população de LB capazes de reconhecer esse antígeno 
devido à expansão clonal e células de memória geradas na resposta primária. A 
resposta secundária difere da primária nos seguintes aspectos: a dose de 
antígeno necessária para induzir a resposta é menor; a fase de latência é mais 
curta e a fase exponencial é mais acentuada; a produção de anticorpos é mais 
rápida e são atingidos níveis mais elevados; a fase de platô é alcançada mais 
rapidamente e é mais duradoura e a fase de declínio é mais lenta e persistente. 
A magnitude da resposta secundária depende também do intervalo de tempo desde o 
contato inicial com o antígeno. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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Figura: As células B virgens nos tecidos linfoides periféricos são ativadas a partir do 
contato com o antígeno, proliferam e diferenciam-se em células secretoras de 
anticorpos e células B de memória. A resposta secundária é mais rápida e ocorre a 
partir da ativação das células B de memória promovendo a produção de maiores 
quantidades de anticorpos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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1. Características Gerais: 
As moléculas do MHC/HLA são proteínas presentes na membrana das 
APCs que apresentam antígenos peptídicos para reconhecimento pelos 
linfócitos T. Sabe-se que o MHC é o lócus genético que age como principal 
determinante de aceitação ou rejeição de transplantes e tecidos. As 
moléculas codificadas nos genes do MHC são constituídas estruturalmente por 
glicoproteínas e estão divididas em três grupos: MHC I, MHC II e MHC III, mas 
os dois primeiros possuem maior relevância. Os Genes do MHC são expressos 
de forma codominante: expressam-se os alelos herdados do pai e da mãe, 
maximizando o número de moléculas MHC disponíveis para ligação de 
peptídeos. Além disso, São os genes mais polimórficos presentes no 
genoma, o que faz com que diferentes indivíduos respondam a diferentes 
micro-organismos. 
Pode ser denominado: Complexo de Histocompatibilidade Principal 
(MHC - Major Histocompatibility Complex; ou CHP - Complexo de 
Histocompatibilidade Principal; ou HLA - Human Leukocyte Antigen. 
 
Características da ligação dos peptídeos às moléculas do MHC: 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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21 
 
2. Estrutura: 
 
MHC I 
 
 
Consiste em uma cadeia α ligada de maneira não-
covalente a uma proteína β2microglobulina. Os 
domínios aminoterminais (domínios α1 e α2) formam 
uma fenda de ligação de peptídeos. O domínio α3 é 
constante e contém o local de ligação para o receptor 
do linfótico T CD8. Assim, os linfócitos T CD8 só 
podem responder aos peptídeos apresentados pelas 
moléculas de MHC I. O MHC I é responsável pela 
“identidade” das células de cada indivíduo. Cada um 
de nós apresenta essas moléculas diferentes, com 
exceção de gêmeos homozigotos. Estão presentes na 
membrana de todas as células nucleadas. 
 
 
MHC II 
 
 
Consiste em duas cadeias α e β. As regiões 
aminoterminais das duas cadeias (domínios α1 e β1) 
formam uma fenda maior. O domínio β2 é constante e 
contém o local de ligação para o receptor do linfótico 
T CD4. Assim, os linfócitos T CD4 só podem 
responder aos peptídeos apresentados pelas 
moléculas de MHC II. Estão presentes na membrana 
das células apresentadoras de antígeno (CAA). É 
altamente sintetizado na presença de interferon-γ. 
 
3. Funções do MHC: Apresentar amostras de suas proteínas na superfície das 
membranas celulares, sinalizando ao sistema imune se as proteínas 
sintetizadas são “próprias” ou “não próprias”. Realizar vigilância imunológica e 
controle do equilíbrio do sistema imune, marcando as células que devem 
eliminadas (não próprias) ou aceitas por ele (MHC I em todas as células 
nucleadas). Possibilitar aos LTCD4 e LTCD8 o reconhecimento de antígenos 
proteicos associados às moléculas do MHC II e MHC I, respectivamente. 
Participar de imunopatologias (doenças autoimunes, alergias, imunodefiências 
congênitas), além de ser fundamental para a sobrevivência dos indivíduos e 
das espécies variabilidade genética. 
 
4. Variação Gênica: Os genes do MHC são altamente polimórficos, ou seja, 
existem muitos alelos diferentes entre os diversos indivíduos da população. 
Esses genes são codominantes, localizados no braço curto do cromossomo 
6 nos humanos. Alguns desses genes são constantes na mesma espécie. No 
entanto, existem genes altamente variáveis. Como os aminoácidos polimórficos 
determinam quais peptídeos são apresentados por determinadamolécula do 
MHC, a existência de múltiplos alelos garante que sempre haverá alguns 
membros da população que poderão apresentar qualquer antígeno proteico 
microbiano. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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22 
 
Propriedades das moléculas e genes do MHC: 
 
 
5. Processamento de Antígenos: A função básica deste sistema consiste em 
dar início à resposta imune através da apresentação ao sistema de fragmentos 
peptídicos do antígeno. Há duas vias possíveis de apresentação: a via 
citosólica (MHC I) e a via endocítica (MHC II). 
 VIA CITOSÓLICA (MHC I): As proteínas que entram nos citoplasmas 
das células são provenientes de microorganismos fagocitados ou 
produzida por patógenos, como os vírus, que residem no citoplasma 
das células infectadas ou ainda de genes que sofreram mutações ou 
foram alterados, no caso dos tumores. As proteínas citoplasmáticas 
são desdobradas , ubiquitinadas e degradada nos proteossomos. Os 
peptídeos produzidos são transportados pelo transportador TAP para o 
retículo endoplasmático (RE), onde se ligam às moléculas do MHC I 
recém-sintetizadas. Os complexos peptídeo-MHC I são transportados 
para a superfície celular, sendo reconhecidas pelas células T CD8. 
 VIA ENDOCÍTICA (MHC II): os antígenos proteicos são ingeridos 
pelas células apresentadoras de antígeno no interior das vesículas, 
onde, pela ação do lisossomo, são degradados em peptídeos. As 
moléculas de MHC II entram nas vesículas e perdem o peptídeo CLIP 
(peptídeo de cadeia constante) que ocupa a fenda da molécula recém 
formada. Essas moléculas de MHC II são capazes de ligar peptídeos 
derivados da proteína endocitada. Os complexos peptídeosMHC II são 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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23 
 
transportados para a superfície celular, sendo reconhecidas pelas 
células T CD4. 
 
Figura: Vias de processamento. Fonte: Imunologia Básica 
 
EM SUMA: 
 
Figura: Características das vias de processamento antigênico. Fonte: Imunologia Básica 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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24 
 
 
1. Características Gerais: 
 O Sistema Complemento é um dos principais mecanismos efetores da 
imunidade humoral e também é um importante mecanismo efetor da 
imunidade inata. 
 Consiste de proteínas séricas e de superfície celular que interagem 
umas com as outras e com outras moléculas do sistema imune de uma 
maneira altamente regulada para gerar produtos que têm a função de 
eliminar micro-organismos. 
 É ativado por micro-organismos ou por anticorpos que estão ligados a 
micro-organismos e a outros antígenos. 
 A ativação envolve a proteólise sequencial de proteínas para gerar 
complexos enzimáticos com atividade proteolítica. 
 Os produtos da ativação do complemento tornam-se covalentemente 
ligados às superfícies celulares dos micro-organismos ou aos 
anticorpos ligados a micro-organismos e a outros antígenos. 
 Há 3 vias principais de ativação: a Via Clássica, a Via Alternativa e a Via 
das Lectinas. 
 
2. Vias de ativação: 
 Existem três vias de ativação do complemento: 
Via Clássica, que é ativada por anticorpos ligados a antígenos; 
Via Alternativa, que é ativada na superfície das células microbianas, 
na ausência de anticorpos; 
Via das Lectinas, que é ativada por uma lectina plasmática, que se 
liga aos resíduos de manose presentes nas superfícies celulares 
microbianas. 
 O evento central na ativação do sistema complemento é a proteólise 
da proteína do complemento C3 para gerar produtos biologicamente 
ativos e a subsequente ligação covalente de um produto de C3, 
denominado C3b, às superfícies celulares microbianas ou ao anticorpo 
ligado ao antígeno. 
 A ativação do complemento depende da geração de dois complexos 
proteolíticos: a C3-convertase, que cliva C3 em C3a e C3b; e a C5-
convertase, que cliva C5 em C5a e C5b. 
 Todas as funções biológicas são dependentes da clivagem proteolítica de 
C3. 
 As vias de ativação diferem no modo como são produzidas, mas seguem 
uma sequência comum após a clivagem de C5. 
 
2.1 VIA ALTERNATIVA: Consiste na proteólise de C3 e na ligação estável de 
C3b a superfície do micro-organismo, sem a participação de anticorpos. 
Essa ligação do C3b com o micro-organismo forma um substrato para a 
ligação do Fator B, que é degradado pelo Fator D em Ba e Bb. O 
fragmento Bb continua ligado a C3b, formando o Complexo C3-
convertase (C3bBb), que cliva ainda mais moléculas C3 em C3a e C3b. 
Algumas das moléculas de C3bBb se ligam a mais um C3b, formando o 
complexo C5-convertase (C3bC3bBb), que por sua vez, irá atuar sobre 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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25 
 
moléculas de C5, clivando-as em C5a e C5b, iniciando assim a etapa final 
de ativação do complemento. 
 
 Figura: Via alternativa 
de ativação do 
complemento. C3 
solúvel no plasma sofre 
lenta hidrólise espontânea 
de sua ligação tioéster 
interna, o que leva à 
formação da C3-
convertase da fase líquida 
(não mostrada) e a 
geração de C3b. Se o 
C3b for depositado sobre 
a superfície de micro-
organismos, ele se liga ao 
Fator B e forma a C3-
convertase da via 
alternativa. Esta 
convertase cliva C3 para 
produzir mais C3b, o qual 
liga-se à superfície microbiana e participa da formação da C5- convertase. 
A C5-convertase cliva C5 para gerar C5b, iniciando as etapas finais da 
ativação do complemento que culminam na formação do MAC (complexo 
de ataque a membrana. 
 
2.2 VIA CLÁSSICA: É desencadeada quando a IgM ou algumas subclasses 
de IgG (IgG1 e IgG3) se ligam aos antígenos. As regiões Fc desses 
anticorpos se tornam acessíveis às proteínas dos complementos e duas ou 
mais regiões Fc se aproximam. Quando isso ocorre, a proteína C1 se liga 
a duas regiões Fc adjacentes. O C1 ligado torna-se ativo como enzima, 
resultando então na ligação e clivagem de duas outras proteínas, C4 e C2. 
O complexo resultante C4b2b se liga de modo covalente ao anticorpo e à 
superfície microbiana onde o anticorpo está ligado. Esse complexo 
funciona como C3-convertase, gerando C3b que se liga ao micro-
organismo (o C3a gerado é liberado no sangue para exercer suas funções 
de quimiotaxia e anafilotoxina). Parte do C3b se liga ao complexo C4b2b, e 
o complexo C4b2bC3 funciona como C5-convertase. 
 
2.3 VIA DAS LECTINAS: Ocorre na ausência de anticorpos por meio da 
ligação de polissacarídeos microbianos às lectinas circulantes, como a 
lectina ligadora de manose plasmática (MBL). A MBL é semelhante 
estruturalmente a um componente de C1 da vida clássica e serve para 
ativar C4. As demais etapas são subsequentes e idênticas a da via 
clássica. 
 
ETAPAS FINAIS DA ATIVAÇÃO DO COMPLEMENTO: As C5-convertases 
geradas pelas vias alternativa, clássica e das lectinas iniciam a ativação dos 
componentes finais do sistema complemento, que culmina na formação do 
complexo de ataque à membrana (MAC) com atividade lítica. As etapas finais 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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26 
 
da ativação do complemento são 
iniciadas pela ligação de C5 a C5-
convertase, e à proteólise de C5, que 
dá origem a C5a (funções de 
quimiotaxia e anafilotoxina) e C5b. 
Os componentes restantes – C6, C7, 
C8 e C9 – se ligam na sequência. A 
proteína final na via, C9, polimeriza-
se para formar um poro na 
membrana celular, permitindo a passagem de água e íons, o que causa a 
morte da célula. Esse poli-C9 é chamado de complexo de ataque à membrana, 
e sua formação é o resultado final da ativação do complemento. 
 
3. Funções do Complemento: As principais funçõesefetoras na imunidade 
inata e na imunidade humoral são promover a fagocitose de micro-organismos 
sobre os quais o complemento é ativado, estimular a inflamação e induzir a 
lise desses micro-organismos. 
 Opsonização e Fagocitose: Os micro-organismos sobre os quais o 
complemento é 
ativado pela via 
alternativa ou 
clássica tornam-se 
recobertos por C3b, 
iC3b ou C4b e são 
fagocitados pela 
ligação dessas 
proteínas a 
receptores 
específicos em 
macrófagos e 
neutrófilos. 
 
 Estimulação das 
respostas 
inflamatórias: Os fragmentos proteolíticos C5a, C4a e C3a (ambos são 
produzidos por meio de proteólise) induzem a inflamação aguda por meio 
da ativação de mastócitos e neutrófilos. Esses três peptídeos ligam-se 
a mastócitos e induzem sua desgranulação, com liberação de 
mediadores vasoativos, como a histamina, sendo por isso também 
chamados de anafilotoxinas. 
A C5a estimula a motilidade, a aderência às células endoteliais e 
induzindo o aumento da permeabilidade e a expressão de P-selectina, 
que promove a ligação de neutrófilos. A combinação da ação de C5a em 
mastócitos, neutrófilos e células endoteliais contribuem para a 
inflamação nos locais de ativação do complemento. É importante 
ressaltar C5a é o mediador mais potente, C4a é 20 vezes menos e C3a 
é 2500 vezes menos potente. 
 
 Citólise mediada por Complemento: A lise de organismos estranhos 
mediada por complemento ocorre pela formação do MAC (complexo de 
ataque à membrana). 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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27 
 
 
 Outras funções: 
- As proteínas do complemento promovem a solubilização e a 
eliminação por fagócitos dos complexos antígeno-anticorpo 
formados; 
- A proteína C3d gerada a partir de C3 liga-se a CR2 em células B e 
facilita a ativação dessas células e o início das respostas imunes 
humorais. 
EM SUMA: 
 
Fonte: Imunologia Celular e Molecular, Abbas. 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
28 
 
 
1. Características Gerais: 
O conceito de que o sistema imune é necessário para defender o hospedeiro 
contra infecções tem sido enfatizado neste resumo. No entanto, as próprias 
respostas imunes são capazes de causar lesão tecidual e doenças. Os distúrbios 
causados por respostas imunes são denominados doenças de 
hipersensibilidade. As doenças de hipersensibilidade são classificadas com base 
no principal mecanismo imunológico responsável pela lesão tecidual e pela doença: 
 
2. Tipos de Hipersensibilidades: 
2.1 Hipersensibilidade Imediata (Tipo I): É uma rápida reação vascular e do 
músculo liso mediada por anticorpos IgE e por mastócitos, em geral seguida 
por inflamação, que ocorre em alguns indivíduos expostos a determinados 
antígenos estranhos aos quais eles já tinham sido expostos. Também pode ser 
denominada de alergia ou atopia. Os tipos mais comuns de reações de 
hipersensibilidade imediata incluem a febre do feno, alergias alimentares, asma 
brônquica e anafilaxia. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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29 
 
PRODUÇÃO E ATIVAÇÃO: Em indivíduos propensos a alergias, para que se 
inicie uma reação de hipersensibilidade tipo I é necessário que haja exposição 
a um antígeno apropriado e que o indivíduo responda a esse estímulo com 
uma produção aumentada de IgE. O alérgeno induz, então, uma resposta 
imune denominada de sensibilização ao invés da tradicional imunização. A 
sensibilização acontece na primeira vez em que o alérgeno entra no organismo 
e ocorre da seguinte maneira: as células apresentadoras de antígeno 
englobam a substância estranha fragmentando-a e expondo os epítopos na 
superfície celular. Os linfócitos T-auxiliares (LTH) reconhecem alguns desses 
epítopos (principalmente os linfócitos TH2), que secretam IL-4 e IL13, 
estimulando linfócitos B para se diferenciarem em plasmócitos que secretam 
grandes quantidades de IgE. Os anticorpos IgE formados possuem uma 
tendência muito forte de se ligarem a receptores para sua porção Fc, 
localizados em mastócitos e basófilos. Essas células cobertas por anticorpos 
se tornam sensibilizadas, pois deixam os mastócitos sensíveis à ativação 
subsequente àquele antígeno. Uma vez que a sensibilização ocorra, o 
indivíduo permanecerá assintomático até que haja uma nova exposição ao 
alérgeno. Em exposições subsequentes, antígenos multivalentes do alérgeno 
se ligam prontamente a mais de uma molécula de IgE de uma mesma célula, 
formando uma ligação cruzada de anticorpos IgE adjacentes, provocando 
alterações na membrana plasmática de mastócitos e basófilos. Com isso, 
ocorre o desencadeamento de dois processos paralelos e interdependentes: 
(1) a desgranulação dos mastócitos com liberação de mediadores químicos 
pré-formados (que também pode ser estimulada pela luz solar, calor, frio e 
traumatismos) e a (2) síntese com posterior liberação de mediadores 
secundários. Aminas vasoativas (que causam dilatação vascular, contração do 
músculo liso), proteases (podem causar dano tecidual). 
 
EM SUMA: 
 
Primeira exposição ao alérgeno  Ativação antigênica de células TH2 e 
estimulação da troca de classe IgE nos linfócitos B  Produção de IgE  
Ligação de IgE pela porção Fc nos mastócitos  Exposição repetida ao 
alérgeno  Ativação dos mastócitos: liberação de mediadores  (1) 
Reação de hipersensibilidade imediata  (2) Reação de fase tardia 
 
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Wiliam Silva – ATM 2021/1 
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As citocinas produzidas pelos mastócitos estimulam o recrutamento de 
leucócitos, causando a reação de fase tardia. As consequências desse tipo 
de resposta dependem do tipo de alérgeno, da via de entrada e da 
intensidade da resposta imune. As manifestações mais comuns de alergia 
são rinite alérgica, asma brônquica e dermatite atópica (eczema). A 
anafilaxia sistêmica é a manifestação mais clássica. Há vasodilatação e 
exsudação de plasma por todo o organismo. A diminuição do tônus vascular 
e o extravasamento de plasma causam uma queda significativa na pressão 
arterial, podendo levar inclusive ao choque. Os efeitos vasculares são 
acompanhados pela constrição das vias aéreas, secreção de muco na 
árvore brônquica (dispneia), hipersensibilidade do trato gastrointestinal 
(diarreia) e urticária. Antibióticos beta-lactâmicos são as causas mais 
comuns de eventos graves. O tratamento de reações de hipersensibilidade 
visa inibir a desgranulação dos mastócitos, antagonizando os efeitos dos 
mediadores dos mastócitos e reduzindo assim a inflamação. 
2.2 Mediada por Anticorpo (Tipo II) 
A reação de hipersensibilidade tipo II caracteriza-se pelo ataque de 
anticorpos das classes IgG e IgM a antígenos celulares ou teciduais. Isso 
diferencia a reação de hipersensibilidade tipo II da reação de hipersensibilidade 
tipo III, na qual os anticorpos são dirigidos contra antígenos livres no plasma. Os 
antígenos envolvidos na hipersensibilidade tipo II podem ser próprios ou não 
(como fármacos ou seus metabólitos). Os mecanismos efetores dessa reação são 
a fagocitose da célula, a citotoxicidade não-fagocítica e o ataque pelo sistema 
complemento pela via clássica, que tendem a destruir a célula/tecido alvo do 
anticorpo, ao qual está ligado pela sua porção Fc nos mecanismos efetores. As 
células envolvidas nesses mecanismos efetores são os fagócitos (neutrófilos, 
macrófagos, eosinófilos) e células NK. A apresentação clínica dessa reação 
manifesta-se em doenças como a miastenia grave, as reações transfusionais, a 
doença hemolítica do recém-nascido e reações auto-imunes aos tecidos celulares. 
 
RESUMO DE IMUNOLOGIABÁSICA 
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EM SUMA: 
 
Antígenos próprios ou não-próprios  Produção de anticorpos IgG e IgM 
Associação da porção Fc desses anticorpos aos mecanismos efetores 
(fagócitos, células NK e sistema complemento)  Destruição das 
células/tecido alvo. 
 
2.3 Mediada por Imuno-Complexo (Tipo III) 
A hipersensibilidade tipo III caracteriza-se por uma reação inflamatória 
induzida pela deposição de complexos antígeno-anticorpo em determinados 
locais do organismo, produzindo danos teciduais como resultado da ativação 
de mediadores séricos, como o sistema complemento. Os imunocomplexos 
podem ocasionar doenças sistêmicas, como a Doença do Soro ou afetando 
órgãos específicos, como as patologias autoimunes ou a reação de Arthus, 
na qual a deposição ocorre em pequenos vasos sanguíneos, geralmente os 
localizados na pele. 
 
Formação de Imunocomplexos: Ocorre da interação antígeno-anticorpo. A 
produção de anticorpos ocorre aproximadamente cinco dias após a 
penetração de um antígeno exógeno no organismo, formando-se, então, 
imunocomplexos na circulação. Também pode ocorrer através da contínua 
produção de anticorpos contra antígenos endógenos, localizados no sangue, 
em células ou em tecidos. 
Deposição de Imunocomplexos em Tecidos-Alvo: Ocorre dependendo 
de alguns fatores, como estado funcional do sistema mononuclear 
fagocitário que é responsável pela retirada dos imunocomplexos da 
circulação (através da captação pelas hemácias, que contém um receptor de 
C3b e posteriormente fagocitose ou destruição no baço e fígado), tamanho e 
constituição do imunocomplexo (quanto menor, mais difícil é a sua retirado, 
devido à ligação menos ávida aos eritrócitos e por não conseguirem fixar 
adequadamente o complemento), classe da imunoglobulina envolvida (a IgG 
é mais eficiente que a IgA, por exemplo) e localização (a deposição é maior 
em áreas mais turbulentas, onde há alta pressão sanguínea como em 
glomérulos renais, no plexo coroide e bifurcação de artérias, as articulações, 
a pele, o coração, as superfícies serosas e os pequenos vasos sanguíneos). 
 
Reação Inflamatória Causada por Imunocomplexos: Ainda na circulação 
sanguínea, os imunocomplexos iniciam uma reação inflamatória aguda. O 
evento principal dessa reação é a ativação da cascata do sistema 
complemento e consequente liberação das anafilotoxinas C3a e C5a, que se 
ligam aos seus receptores específicos na superfície de mastócitos e 
basófilos, provocando sua desgranulação. Essas células liberam o fator 
ativador de plaquetas (PAF), que induz a agregação plaquetária, e aminas 
vasoativas, como a histamina, responsáveis pelo aumento da 
permeabilidade vascular. Com o aumento da permeabilidade vascular, os 
imunocomplexos podem depositar-se na membrana basal das células 
endoteliais formando agregados ainda maiores e mais hábeis para ativar o 
complemento. Há produção concomitante de fatores quimiotáticos C5a que 
promovem a migração de leucócitos polimorfonucleares e macrófagos em 
direção ao sítio inflamatório. Produz-se também nessa cascata o C3b, que 
promove opsonização, facilitando a fagocitose dos imunocomplexos, e 
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
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imunoaderência, assim como o complexo de ataque à membrana (MAC, 
C5b-9), causando dano celular e citólise. Quando os macrófagos fagocitam 
os imunocomplexos depositados, há uma lenta digestão celular que serve 
como um estímulo persistente à ativação dessas células, levando-as a 
secretar substâncias que são importantes recrutadores de neutrófilos. 
Visando à fagocitose dos complexos antígeno-anticorpo, os neutrófilos 
atraídos por fatores quimiotáticos liberam uma variedade de substâncias 
inflamatórias, capazes de digerir a membrana basal, o colágeno, a elastina e 
a cartilagem dos tecidos. O dano tecidual é igualmente mediado por radicais 
livres de oxigênio produzidos por neutrófilos ativados. As alterações 
morfológicas mediadas por imunocomplexos depositados na membrana 
basal dos vasos sanguíneos acarretam uma vasculite aguda necrotizante 
com posterior deposição de fibrina. Se tal lesão ocorrer em glomérulos 
renais, será denominada glomerulonefrite e em articulações, artrite. 
 
EM SUMA: 
 
Formação de imunocomplexos  Depósito de imunocomplexos  Reação 
inflamatória  Dano Tecidual 
 
 
2.4 Mediada por Célula T (Tipo IV): As doenças de hipersensibilidade 
mediadas por células T são causadas por autoimunidade e pelas respostas 
aos antígenos ambientais. 
 
Etapa de Reconhecimento do Antígeno e Ativação Celular: uma célula 
apresentadora de antígeno especializada (por exemplo, célula de Langerhans 
na epiderme) fagocita um antígeno estranho, conduzindo-o até um linfonodo 
regional. Nesse local, entra em contato com um linfócito T específico, 
ocorrendo sensibilização. A partir desse contato, o linfócito T ativado expande-
RESUMO DE IMUNOLOGIA BÁSICA 
Wiliam Silva – ATM 2021/1 
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se em número e diferencia-se em células efetoras e células T de memória. 
Depois disso, os macrófagos residentes no tecido e as próprias células 
endoteliais vasculares, possuidoras de MHC classe II e moléculas co-
estimulatórias, serão as células envolvidas na apresentação do antígeno, que 
ativarão células T de memória previamente sensibilizadas. 
 
Etapa Inflamatória: quando o linfócito T de memória reconhece o antígeno 
específico na periferia, ele poderá alterar a microvasculatura endotelial local de 
maneira a iniciar o recrutamento de leucócitos circulantes para o sítio da 
reação. Sob influência do fator de necrose tumoral (TNF) e outras citocinas 
secretadas pelos linfócitos T ativados e macrófagos, as células endoteliais 
exercem quatro funções que contribuem para a inflamação: (1) promovem 
vasodilatação; (2) expressam ou aumentam a quantidade de moléculas de 
adesão para leucócitos; (3) secretam moléculas quimiotáticas para leucócitos, 
as quimocinas; e (4) aumentam a permeabilidade do vaso. 
 
Etapa de Resolução: ocorre com a eliminação do antígeno ou seu isolamento 
através das funções do macrófago ativado (eliminação dos microorganismos, 
secreção de mediadores da inflamação, modificações teciduais locais) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. Características Gerais: 
Com o desenvolvimento das vacinas, a incidência de doenças como 
difteria, sarampo, caxumba, pertussis(coqueluche), rubéola, poliomielite e 
tétano diminuiu drasticamente , um exemplo é a erradicação da varíola desde 
1977. Porém, o desenvolvimento de vacinas é custoso, longo e nem todas s 
vacinas candidatas à imunização nos laboratórios chegarão a prevenir as 
doenças em seres humanos. 
A imunização tem como objetivo a curto prazo a prevenção de doenças e 
a longo prazo a erradicação das mesmas em cada indivíduo ou grupo 
populacional. Para isso é necessário que se realize o ato da imunização 
contínua e periódica (incluindo imunoprofilaxiapassiva e ativa). 
 
 
2. Imunização Passiva x Ativa 
 
 
 IMUNIZAÇÃO PASSIVA: 
A imunização passiva pode ocorrer de maneira natural, pela 
transferência de anticorpos maternos via transplacentária para o feto. 
Entretanto, a imunização passiva pode ser obtida também pela injeção 
dos anticorpos pré-formados em um organismo receptor. Atualmente, 
existem várias condições nas quais a imunização passiva é aplicada, 
incluindo: 
- Deficiências na síntese de Ac, por deficiência congênita ou 
adquirida; 
- Quando uma pessoa suscetível é exposta ou provavelmente 
expostaa uma 
doença com complicações (criança com leucemia exposta à varicela 
ou sarampo); 
- Infecção por patógenos cujos efeitos podem ser neutralizados por 
anticorpos. Exemplo: anti-sorode cavalo para a toxina tetânica; 
Desvantagens da Imunização Passiva: 
- Efeito protetor temporário 
- Variação do conteúdo de anticorpos contra agentes específicos de 
até 10vezes entre as preparações; 
- Administração dolorosa; 
- Anafilaxia devido a injeções EV inadvertidas; 
 
 IMUNIZAÇÃO ATIVA: Enquanto o objetivo da imunidade passiva é 
fornecer uma proteção transitória, o objetivo da ativa é provocar a 
criação de imunidade protetora e uma memória imunológica. A 
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imunização ativa pode ser obtida pela imunização natural com o micro-
organismo, ou pode ser adquirida artificialmente pela administração de 
uma vacina. 
 
3. Planejamento, Pesquisa e Desenvolvimento de Vacinas 
Primeiramente, o desenvolvimento de uma resposta imune não 
significa necessariamente que um estado de imunidade protetora foi 
alcançado. Pode haver a ativação primária, mas não haver geração de 
memória Imunológica, tendo em vista que a memória depende em parte do 
período de incubação do patógeno. Ou seja, períodos curtos de incubação 
dependem de altas concentrações de Acs neutralizantes, já períodos mais 
longos de incubação, não necessitam a presença de Acs neutralizantes em 
altas concentrações, mas sim de células de memória aptas a responderem. 
 
4. Classificação das Vacinas: 
 VACINAS COM ORGANISMOS VIVOS ATENUADOS: Micro-
organismos atenuados, que perdem a capacidade de causar doença 
significativa (patogenicidade), mas que retêm capacidade de 
crescimento transitório no hospedeiro inoculado. Exemplo: 
Mycobacterium bovis–BacillusCalmette-Guérin (BCG), vacina da Pólio-
Sabin (VOP), vacina do sarampo, vacina da Febre Amarela e vacina 
contra Rotavírus. Possui vantagens, como a exposição prolongada 
aos epítopos e normamente somente uma imunização é suficiente. 
Entretanto, pode-se haver a reversão para uma forma virulenta e 
podem ser associadas à doença natural. 
 
 VACINAS COM ORGANISMOS INATIVADOS OU MORTOS: 
- Inativação por calor ou meios químicos 
- É criticamente importante manter a estrutura dos epítoposnos 
antígenos de superfície 
- Vacina VIP (Salk) e vacina pertussis(coqueluche) inativadas por 
formaldeído 
- Vacinas mortas induzem resposta humoral (Ac) 
- São menos efetivas quanto à resposta celular e produção de IgA, 
do que as atenuadas 
- São mais seguras 
- Estáveis e de fácil transporte 
- Injetáveis e com isto menos atrativas do ponto de vista 
populacional. 
 
 VACINAS DE SUBUNIDADES: Toxoides, Polissacarídeos bacterianos 
capsulares e Glicoproteínas Virais. 
 
 VACINAS CONJUGADAS: Haemophilusinfluenzaetipo b (Hib) + 
toxoidetetânico conjugados levam à ativação de Th e 
consequentemente a produção de IgM e IgG 
 VACINAS DE DNA 
 VACINAS DE VETORES RECOMBINANTES 
5. Calendário de Vacinas: É atualizado todos os anos. (Realizar download no 
site do Ministério da Saúde). 
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BIBLIOGRAFIA 
Este material foi produzido baseado nas bibliografias descritas abaixo, 
nas apresentações de monitorias próprias, nas aulas dos professores e em 
resumos próprios, sendo que em alguns casos foi retirado o texto na íntegra. 
Este resumo trata-se de uma organização de várias bibliografias existentes no 
âmbito da imunologia, tendo como único intuito de facilitar o entendimento do 
aluno, bem como o acesso a este conhecimento. 
 
ABBAS, Abul K.; LICHTMAN, Andrew H.; PILLAI, Shiv. Imunologia celular e 
molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. xii, 545 p. ISBN 
9788535247442. 
 
FORTE, Wilma Carvalho Neves. Imunologia: do basico ao aplicado. 2. ed. 
Porto Alegre: Artmed, 2007. viii, 364 p. ISBN 9788536308968. 
BUTEL, Janet S.; MORSE, Stephen A. Microbiologia medica de Jawetz, 
Melnick e Adelberg. 26. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponivel em: 
<https://ucsvirtual.ucs.br/startservico/MIB/ >. Acesso em: 4 jan. 2017 
NEVES, David Pereira. Parasitologia humana. 12. ed. Sao Paulo: Atheneu, 
2011. 546 p. (Biblioteca biomedica. Parasitologia) ISBN 9788538802204. 
LONGO, Dan L. et al. Medicina interna de Harrison. 18. ed. Rio de Janeiro: 
McGraw-Hill: Artmed, 2013. 2 v. ISBN 9788580551204 (v. 1). 
Slides prof.ª Liliana Weber 
 
 
Agradecimento à Prof.ª Liliana Portal Weber pelo estímulo e 
auxílio disponibilizado.

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