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LAJES EM CONCRETO MACIÇO (I) CONCEITO: São placas em concreto, onde estão sujeitas principalmente a ações normais a seu plano. O pavimento de uma edificação (elemento estrutural de superfície, pode ser projetado com elementos pré-moldados ou moldados no local. O Pavimento moldado in loco pode ser composto por: ● uma única laje (maciça ou nervurada), sem vigas; ● conjunto de lajes (maciças ou nervuradas) apoiadas em vigas. Vantagens das lajes maciças: ● distribuem suas reações em todas as vigas no contorno.Logo, há um melhor aproveitamento das vigas do pavimento, pois podem ter cargas da mesma ordem de grandeza dependendo dos vãos; ● Facilidade em colocar antes da concretagem, tubulações elétricas ou de outros tipos. Desvantagens: ● as fôrmas representam grande parcela do custo final. A relação entre espessura e menor vão de laje de pavimentos de edifícios variam entre: a Sejam L e l as dimensões maior e menor de uma laje. Se: para efeito de cálculo, a laje trabalha em duas direções ou é armada em duas direções. Se: A laje trabalha em apenas uma direção (a do menor vão), logo armada apenas nessa direção. (II) Métodos de Cálculo: Há dois métodos de cálculo: ● Método elástico: fundamenta-se na análise do comportamento do elemento sob cargas de serviço e concreto íntegro (não-fis- surado). ● Método de Ruptura: fundamenta-se nos mecanismos de ruptu- ra da laje. Os dois métodos tem deficiências: ●No Método Elástico, subestimam-se os deslocamentos, pois não é considerada a fissuração do concreto; ● Os esforços na situação de ruptura usados no cálculo da arma- dura, não são proporcionais aos obtidos em serviço; ● No método de ruptura, estuda-se a laje com base no mecanis- mo de ruptura da laje, ou seja, procura-se a forma onde a laje chega ao colapso, baseados no cálculos dos esforços por meio da teoria das charneiras plásticas. . ● Hipóteses de cálculo no MÉTODO ELÁSTICO: ●● Material homogêneo e elástico ●● Isótropo ●● Linear fisicamente: relação entre tensões e deforma- mações se mantém linear, ou seja, não é considerada a fissuração ●● Domínio dos pequenos deslocamentos ●● Linearidade geométrica: os esforços (tensões) não são afetados pelo estado de deformação da estrutura. ●● Manutenção da seção plana após a deformação e a repre- sentação da laje por seu plano médio. ●● Na resolução do problema de determinação dos esforços, para facilitar o emprego das condições de contorno, têm- se outras considerações: ●●● a ação das placas nas vigas de contorno é realizada somente por forças verticais não havendo transmis- são de momentos de torção para as vigas; ●●● as placas atuam nas vigas de contorno com ações uniformemente distribuídas. Não há transmissão de carga direta da laje para o pilar (a não ser nas lajes cogumelo); ●●● a rotação das placas no contorno é considerada livre (apoio simples) ou totalmente impedida (engaste). ● EQUAÇÃO FUNDAMENTAL: Considerando um elemento infinitesimal da placa, submetida a uma carga p (x,y), e analisando o equilíbrio e compatibilidade de deslocamentos desse elemento, têm-se quando relaciona-se momentos fletores com curvatura, a expressão da equação diferencial fundamental das placa delgadas: onde: w = deslocamento vertical; x,y= coordenadas de um ponto genérico da placa; p = intensidade da carga atuante; = rigidez à flexão da placa; E = módulo da deformação longitudinal do concreto (módulo de Young); ᵞ = coeficiente de Poisson. A solução da equação acime,será: mx = momento por unidade de comprimento na direção x. my = momento por unidade de comprimento na direção y. Atuando na placa um momento total Mx na direção X, tem-se: Idem na direção Y: A rigidez à flexão da placa (D) converte curvaturas em momentos. Nota: Também nas vigas, têm-se a rigidez à flexão, dada por E.I. E = módulo de Young da viga I = momento de inércia da viga Considerando trecho da laje com dimensões hxb, Onde: h = altura (espessura) da placa B = largura unitária = 1 metro Têm-se: Que é equivalente à rigidez D da placa, de largura 1 metro e altura h, a menos do fator (1-V²). Assim, verifica-se que a rigidez à flexão da placa é maior que a rigidez à flexão das viga pelo fator para uma mesma largura e altura. Como υ varia entre 0,1 à 0,4 dependendo do material, nota-se que a diferença de rigidez da placa e da viga não é tão significativa (quadro abaixo): Υ 0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 (1- 1,00 0,99 0,96 0,91 0,84 VIGA: E – I 0,0083 0,0083 0,083 0,083 0,083 PLACA: D 0,083 0,084 0,087 0,092 0,099 ESFORÇOS E DESLOCAMENTOS Para a determinação dos esforços e deslocamentos de placas com as cargas em serviço, a partir da equação fundamental, têm-se: 1) Solução analítica do sistema : Essa solução só é possível para pouco casos. 2) Diferenças Finitas (Método Numérico): Faz-se a integração numérica da equação diferencial: A placa é dividida em uma malha, adaptada ao seu contorno. As derivadas são substituídas por expressões aproximadas, obtidas com emprego de convenientes polinômios de interpolação. Exemplo: Aplica-se para diversos pontos essas expressões, obtendo-se assim, um sistema de equações lineares. 3) Processo dos ELEMENTOS FINITOS ( Método Numérico) Divide-se a placa em elementos de dimensões finita conectados por pontos modais, impondo-se nesses nós a compatibilidade de esforços e de deslocamentos. Da equação fundamental, exprime-se os deslocamentos W com poli – nômios cujos coeficientes devem ser determinados. Aplicada aos diversos pontos nodais dos elementos, obtem-se um sistema de equação lineares. 4) Processo de GRELHA EQUIVALENTE (ou Analogia de GRELHA): Substitui-se a placa (laje por uma malha equivalente de vigas (grelha Equivalente). Usado muito em programa computacionais. 5) UTILIZAÇÃO DE SÉRIES PARA A REPRESENTAÇÃO DO VALOR DE p(x,y) (TABELAS): Substitui-se o valor por uma série, geralmente composta por funções trigonométricas. Facilmente, determina-se os momentos fletores máximos e deslocamentos máximos (flechas) a partir da geometria e das condições de contorno (vinculação da borda) da placa. Assim: • Discretiza-se o pavimento: cada laje deve ser tratada individualmente, segundo sua vinculação com as demais; • Considera-se as lajes menores e menos rígidas engastadas nas maiores e mais rígidas. Alguns estudiosos e pesquisadores no passado, quando não havia os softwares existentes hoje para o cálculo estrutural, formularam tabelas práticas para o cálculo dos momentos fletores, torçores, flechas e reações de apoio para os principais tipos de lajes usados na prática quanto à forma, tipo de carregamento e condições de contorno. Dentre estes se destacam: MARCUS, CZERNY, BARES, ETC. EXEMPLO: Dado o pavimento-tipo abaixo: Discretize o pavimento em placas (lajes) numerando-as, mostrando suas condições de contorno; calcule a espessura de cada laje; calcule as cargas por metro quadrado em cada laje; ache os momentos fletoresem cada laje; ache as reações dos apoios de cada laje; Ache suas flechas; Dimensione cada laje (ache suas ferragens por metro linear). Dados: Fck = 25 MPa Sobrecarga: 150 Kgf / m2 (edifício residencial) (pêso específico do concreto estrutural)
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