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Excipientes farmacêuticos Prof. Msc. Iluska Martins Pinheiro 1.Introdução ✓ A introdução de um fármaco em uma forma farmacêutica final requer o uso de adjuvantes farmacêuticos. ✓ Por exemplo, • Flavorizantes e edulcorantes • Corantes • Conservantes • Estabilizantes (antioxidantes e agentes quelantes) • Diluentes • Aglutinantes • Antiaderentes ou lubrificantes • Desintegrantes 2. Adjuvantes farmacêuticos e excipientes ✓ Dessa maneira, para cada forma farmacêutica, os adjuvantes farmacêuticos estabelecem as características principais do produto e contribuem para a forma física, a textura, a estabilidade, o sabor e a aparência global. ✓ Conceito: Substâncias, em geral inertes, cuja função é estabilizar a fórmula em nível químico, físico ou microbiológico. ✓ Handbook of Pharmaceutical Excipients - + de 250 monografias de excipientes usados na preparação das formas farmacêuticas. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Agentes acidificantes: Usados em preparações líquidas para acidificar o meio com o objetivo de fornecer estabilidade ao produto. Ex: ácido acético, ácido cítrico, ácido fumárico, ácido clorídrico, etc. ✓ Agentes alcalinizantes: Usados em preparações líquidas para alcalinizar o meio com o objetivo de fornecer estabilidade ao produto. Ex: hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, solução de amônia, dietanolamina, monoetanolamina, borato de sódio (bórax), trietanolamina, carbonato de amônio, etc. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Conservante antimicrobiano: São usados em preparações líquidas e semi-sólidas para a prevenção de microorganismos (bactérias). Ex: cloreto de benzalcônio, cloreto de benzetônio, álcool benzílico, clorobutanol, fenol, nitrato fenilmercúrico, timerosal, etc. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Antioxidante: Agente que inibe a oxidação, sendo utilizados para prevenir a deterioração de preparações por processos oxidativos. Ex: ácido ascórbico, ascorbil palmitato, BHA (butilhidroxianisol), BHT (butilhidroxitolueno), propilgalato, ascorbato de sódio, bissulfito de sódio, metabissulfito de sódio. ✓ Agente quelante (sequestrante): Substância que forma complexo estável (quelato) com metais. Os agentes quelantes são utilizados em algumas preparações líquidas como estabilizantes para complexar metais pesados, os quais podem promover instabilidade em formulações. Ex: EDTA dissódico, EDTA tetrassódico, ácido edético. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Agente tampão: Usado para fornecer para a formulação resistência contra mudanças de pH em casos de diluição ou adição de substância de caráter ácido ou básico. Ex: citrato de sódio anidro e dihidratado, metafosfato, de potássio, fosfato de potássio, acetato de sódio monobásico, tampão citrato, tampão borato, tampão fosfato. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Propriedades de um antioxidante/agente quelante ideal ✓ Efetivo em uma concentração baixa e não tóxica. ✓ Estável e efetivo nas condições normais de uso, em um intervalo amplo de temperatura e pH. ✓ Solúvel na concentração requerida. ✓ Compatível com uma grande variedade de fármacos e excipientes ✓ Livre de odor e sabor desagradável ✓ Incolor tanto na forma original como na oxidada ✓ Não tóxico e não sensibilizante ✓ Custo razoável ✓ Não reativo (não deve adsorver, penetrar ou interagir) com o material de acondicionamento e embalagem. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Corantes: Usados para dar cor às preparações farmacêuticas líquidas e sólidas. Deve-se consultar a lista de corantes permitidos bem como a adequação de corantes alimentícios ou não. Sabe-se que alguns corantes alimentícios permitidos tais como o amarelo de tartrazina e vermelho pode causar manifestações alérgicas e sintomas de intolerância gastrointestinal em pacientes sensíveis; isto acontece principalmente com a ingestão de cápsulas coloridas com algum destes corantes, neste caso usar cápsulas incolores ou brancas. 3. Exemplos de adjuvantes farmacêuticos ✓ Flavorizantes: Usados para fornecer sabor agradável e também odor para preparações farmacêuticas. Ex:vanilina, mentol, óleo de laranja, óleo de canela, óleo de anis, óleo de menta, cacau. 4. Flavorizantes ✓ A flavorização de medicamentos é aplicável principalmente às preparações líquidas destinadas à aplicação oral. ✓ A seleção de um agente flavorizante apropriado depende de vários fatores, principalmente do gosto do fármaco. ✓ Determinados flavorizantes são mais efetivos do que outros em mascarar ou disfarçar o gosto amargo, salgado, ácido ou qualquer outro gosto indesejável dos agentes medicinais. 4. Flavorizantes ✓ Exemplos: sabor de coco – efetivo para mascarar sabor amargo; ✓ Flavorizantes cítricos ou frutais – são considerados efetivos para mascarar sabor azedo ou ácido; ✓ Canela, laranja, framboesa – usados com êxitos tornando preparações de fármacos salgados mais palatáveis. ✓ Idade do cliente também deve ser levada em consideração: crianças preferem preparações mais doces, com sabor de frutas, semelhantes a balas de mascar. 4. Flavorizantes Diferentes tipos: ✓ Flavorizantes naturais: óleos essenciais, essências ou extratos, hidrolisados protéicos, destilados ou qualquer produto de torrefação, aquecimento ou enzimólise que contenha constituintes derivados de um codimento, fruta ou suco de fruto, vegetal ou suco de vegetais, brotos, raízes, folhas, carne, frutos do mar, aves, ovos, ... cuja função significante no alimento é mais flavorizante do que nutricional. Nos flavorizantes 100% naturais não necessariamente se conhece a composição química exata. 4. Flavorizantes ✓ Flavorizantes artificiais: qualquer substância usada para conferir sabor que não é derivada de um codimento, fruta ou suco de fruto, vegetal ou suco de vegetais, brotos, raízes, folhas, carne, frutos do mar, aves, ovos, ... Produtos lácteos ou produtos de fermentação. ✓ Condimento: qualquer substância vegetal aromática em partes ou inteira, exceto as substâncias tradicionalmente consideradas como alimentos, como a cebola, alho e aipo, cuja função principal na alimentação é condimentar e não nutrir, que é real denominar, e a partir da qual nenhuma fração do óleo volátil ou outro princípio flavorizante tenha sido removido. 5. Edulcorantes ✓ Além da sacarose, vários edulcorantes artificiais tem sido usados em alimentos e medicamentos ao longo dos anos. ✓ Ciclamato de sódio ✓ Aspartame – devido à formação de fenilalanina, o uso do aspartame é desaconselhável por pessoas com fenilcetonúria. ✓ Stévia pó – folhas da planta Stevia rebaudiana bertoni. 30x mais doce que o açúcar de cana (sacarose). 6. Corantes ✓ Os corantes sintéticos usados em produtos farmacêuticos foram primeiramente preparados na metade do séc. XIX a partir dos princípios do alcatrão mineral (coaltar – subproduto da destilação do carvão). ✓ Cerca de 90% dos corantes usados nos produtos regulamentados pela FDA são sintetizados a partir de um único derivado incolor do benzeno, denominado anilina. ✓ Esses corantes da anilina são também conhecidos como corantes sintéticos orgânicos ou corantes do coaltar, uma vez que a anilina foi originalmente obtida do coal betuminoso. A anilina é hoje proveniente principalmente do petróleo. 6. Corantes ✓ Além dos corantes líquidos, pigmentos de laca também podem ser usados na coloração de medicamentos. ✓ Uma laca FD&C é um pigmento que consiste em um substrato de hidrato de alumina sobre o qual o corante é adsorvido ou precipitado. ✓ As lacas são comumente usadas em medicamentos na forma de dispersões finas ou suspensões. ✓ Os corantes e as lacas são usados para corar drágeas, comprimidos revestidos, comprimidos obtidospor compressão direta, suspensões farmacêuticas e outras formas farmacêuticas. 7. Conservantes A seleção é baseada em muitas considerações: ✓ O conservante previne o crescimento de microrganismos que são considerados como os contaminantes mais frequentes da preparação; ✓ O conservante é suficientemente solúvel em água para atingir concentrações adequadas na fase aquosa de um sistema com duas ou mais fases; ✓ A proporção de conservante que permanece na forma não-dissociada no pH da preparação é capaz de penetrar no microrganismo e destruir sua integridade; ✓ A concentração necessária de conservante não afeta a segurança ou o conforto do paciente quando a preparação for administrada pela via usual ou destinada; isto é, não é irritante, sensibilizante e tóxico; 7. Conservantes ✓ O conservante tem estabilidade adequada e não terá sua concentração reduzida pela decomposição química ou a volatilização durante o prazo de validade da preparação; ✓ O conservante é completamente compatível com todos os outros componentes da formulação, não interagindo com eles, nem eles interferindo na sua eficácia; ✓ O conservante não interage com a tampa ou o recipiente da preparação. 8. Agentes indutores de viscosidade ✓ Para formulações tópicas, a adequação da viscosidade é essencial para obter uma preparação com consistência e suavidade desejáveis de modo que ela seja fácil de aplicar, permaneça em contato com a área afetada e proporcione sensação agradável ao paciente. ✓ A palatabilidade de preparações líquidas orais é frequentemente melhorada pelo desenvolvimento de formulações com viscosidade adequada. ✓ Exemplos: Metilcelulose sódica, Carboximetilcelulose sódica (CMC), Polímeros (Hidroxietilcelulose , Carbômero 934, Poloxamer). 8. Agentes emulsificantes ✓ Um agente emulsificante é um composto que se concentra na interface das duas fases imiscíveis, geralmente água e óleo. Ele reduz a tensão interfacial entre as fases e forma um filme ou uma barreira em volta das gotículas da fase imiscível ou descontínua, impedindo sua coalescência. ✓ Um agente emulsificante deve conter uma porção hidrofílica e uma lipofílica. Como regra geral, agente emulsificante no qual os grupos hidrofílicos são dominantes, produzem emulsões O/A; aqueles em que grupos lipofílicos são dominantes, produzem preferencialmente emulsões A/O; e aqueles que apresentam equivalência entre as duas partes podem produzir os dois tipos de emulsão, dependendo das circunstâncias. 8. Agentes emulsificantes ✓ Exemplos: Ácido esteárico, Estearato de sódio, Lauril sulfato de sódio, Lecitina. Referências ALLEN Jr., L.V., POPOVICH, N. G., ANSEL, H. C. Formas farmacêuticas & sistemas de liberação de Fármacos. 9° edição. São Paulo: Artmed, 2013. FERREIRA, A. O. Guia prático da farmácia magistral. Volume I e II. 4° edição. Juiz de Fora, 2011. LACHMAN, L. et al. - Teoria e Prática na Indústria Farmacêutica. Lisboa, Editora Fundação Calouste Gulbenkian, Volume I e II. 2° edição, 2010. Thompson JE, Davidow LW. A Prática Farmacêutica na manipulação de medicamentos. Porto Alegre. Editora Artmed, 3 ed. 2013.
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