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Desnutrição: Causas, Sintomas e Classificação

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DESNUTRIÇÃO 
ENERGÉTICO-PROTEICA 
 “É o conjunto das condições patológicas 
decorrentes da deficiência simultânea, em 
proporções variadas, de proteínas e calorias, que 
ocorre mais frequentemente em lactentes e 
crianças pequenas e que geralmente se associa a 
infecções” 
(OMS, 1995) 
DEFINIÇÃO 
DESNUTRIÇÃO 
 A Desnutrição é uma doença de natureza 
clínico-social multifatorial cujas raízes se 
encontram na pobreza. 
 
As manifestações clínicas dependem: 
 
• Intensidade relativa do déficit de proteína ou 
energia; 
 
• Gravidade e duração das deficiências; 
 
• Idade do hospedeiro; 
 
• Causa da deficiência; 
 
• Associação com outras doenças nutricionais ou 
infecciosas. 
Etiologia: 
 
•Fatores sociais 
 
•Fatores econômicos 
 
•Fatores biológicos 
 
•Fatores ambientais 
Causas primárias: 
Alimentação quantitativa ou qualitativamente 
insuficiente 
Causas secundárias: 
Anormalidade na utilização dos nutrientes 
ingeridos 
Digestão insuficiente 
Má-absorção 
Utilização inadequada 
Aumento do metabolismo 
Excesso de perdas 
 
Outras causas: 
Desmame precoce 
Fatores socioeconômicos 
Fatores culturais 
Renda e disponibilidade de alimentos 
 
 
Classificação: 
Quanto à etiologia 
 
 
Quanto ao tempo 
 
 
Quanto à severidade 
Primária 
Secundária 
Aguda 
Crônica 
Leve 
Moderada 
Grave 
• Primária  resultado de ingestão alimentar 
inadequada; 
 
• Secundária  resultado de outras doenças 
que levam a: 
 -  ingestão de alimentos; 
 - Absorção ou uso inadequado de nutrientes; 
 -  necessidades nutricionais; 
 -  perdas de nutrientes. 
Classificação quanto à origem: 
 
Grupos de risco: 
 
• Crianças dos grupos sócio-econômicos 
inferiores; 
• Idosos que vivem sozinhos; 
• Mulheres grávidas e lactantes   
necessidades; 
• Adultos viciados em álcool e drogas; 
• Lactentes e crianças pequenas. 
 
Fisiopatologia e respostas adaptativas: 
A desnutrição afeta todos os sistemas e 
órgãos das crianças gravemente desnutridas 
 
Todos os processos do organismo entram em 
uma redução funcional adaptativa, como 
estratégia para garantir a sobrevivência  
redução do metabolismo basal 
 
Compartimento de proteínas: 
PROTEÍNAS SOMÁTICAS 
+ afetado na deficiência de calorias 
PROTEÍNAS VISCERAIS 
+ afetado na deficiência de proteínas 
DESNUTRIÇÃO LEVE E MODERADA: 
Principal característica  perda de peso 
 tecido adiposo subcutâneo 
DEP crônica  retardo do crescimento 
 atividade física e gasto energético 
Episódios frequentes de diarreia e apatia 
Falta de vivacidade 
Períodos curtos de atenção 
DESNUTRIÇÃO NA CRIANÇA 
Desnutrição energético-protéica grave: 
 
 Marasmo (mais frequente no primeiro ano de vida) 
Perda muscular generalizada e ausência de 
gordura subcutânea 
 
Aparência de “pele e ossos” 
 
Faixa etária + acometida  lactentes até 1 ano 
 
≤ 60% do peso p/ altura 
 
Acentuado retardamento do crescimento 
longitudinal 
 
Cabelo  escasso, fino e seco, sem brilho 
normal e facilmente extraído sem causar dor 
Pele  seca e fina, com pouca elasticidade, 
enruga-se facilmente 
 
Apáticos mas geralmente atentos, olhar ansioso 
 
Bochechas encovadas  desaparecimento dos 
coxins adiposos subcutâneos  face de macaco ou 
pessoa idosa 
 
Anoréxicos ou vorazmente famintos  
raramente toleram grandes quantidades de 
alimentos  vomitam facilmente 
 
Diarreia 
 
Acentuada fraqueza  incapazes de ficar em 
pé sem auxílio 
 
↓ frequência cardíaca,  PA,  temperatura 
corporal 
 
Taquicardia pode estar presente 
 
Hipoglicemia 
 
Vísceras pequenas 
 
 
 Principais sinais clínicos: peso muito baixo, 
retardo no crescimento e gordura cutânea 
escassa ou ausente 
 
 A perda da massa muscular resulta do 
catabolismo e depleção das proteínas do 
compartimento somático. 
 
Combustível  gordura subcutânea e proteínas 
somáticas 
 
 
Anemia, deficiência de vitamina B, xeroftalmia 
 
Diarréia, infecção respiratória, parasitoses e 
tuberculose 
 
 
Cabeça muito grande para o corpo 
Kwashiorkor (mais frequente após 18 meses de idade) 
Edema mole, indolor, geralmente nos pés e 
pernas  extremidades superiores e face nos 
casos + graves 
 
Lesões de pele 
 
Epiderme  descasca-se em grandes escamas  
expõe tecidos subjacentes  facilmente 
infeccionados 
 
Gordura subcutânea preservada 
 
Perda de proteínas do compartimento visceral 
 
Cabelo  seco, quebradiço e sem brilho normal  
pode ser arrancado facilmente sem dor  pigmentação 
muda p/ castanho opaco, vermelho ou branco-amarelo 
 
Períodos alternados de má e boa ingestão de ptnas  
faixas alternadas de cabelo despigmentado e normal  
sinal da bandeira 
 
Pálidos, extremidades frias 
 
Apáticos e irritáveis  choram com frequência 
 
Anorexia, vômito pós-prandial e diarreia 
 
Frequente após 18 a 24 meses de idade 
 
Dietas  mingaus amiláceos, bebidas baseadas 
em cereais diluídos, alimentos vegetais  em CH e 
quase desprovidos de ptnas de AVB 
 
Edema 
 
Hipoalbuminemia 
 
Fígado gorduroso aumentado 
 
 
Retardo no crescimento, perda de gordura subcutânea 
e muscular menos intensos do que no marasmo 
 
Lesões de pele (despigmentação, dermatose de áreas 
de fricção e descamação) 
 
Anorexia, diarreia, infecções e deficiências de 
micronutrientes (Vitamina A, Zinco e Ferro) são 
frequentes 
 
 
 Síntese de ptnas plasmáticas 
no fígado (albumina) 
 Pressão oncótica 
intravascular 
Acúmulo de água plasmática 
nos tecidos extravasculares 
Edema 
Kwashiorkor-marasmático: 
 
Características clínicas de kwashiorkor e marasmo 
 
Crianças entre 1 e 2 anos 
 
Edema com ou sem lesões cutâneas 
 
Definhamento muscular e  gordura subcutânea 
GRAVIDADE EVOLUÇÃO DÉFICIT PRINCIPAL 
Leve Aguda Energia 
Moderada Crônica Proteína 
Grave Ambas Ambas 
Determinada 
principalmente por 
antropometria  outros 
achados clínicos e 
índices bioquímicos só 
mostram alterações 
com a doença 
avançada 
História dietética Antropometria 
Características clínicas e dados 
bioquímicos  confirmam o diagnóstico 
de DEP grave 
Diagnóstico: 
REFERÊNCIAS 
 Brasil. Ministério da Saúde. Manual de atendimento da criança com 
desnutrição grave em nível hospitalar / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Atenção à Saúde, Coordenação Geral da Política de Alimentação e Nutrição – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2005. Disponível no site da CGAN. 
 
 Manejo da desnutrição grave: um manual para profissionais de saúde de nível 
superior (médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros) e suas equipes de 
auxiliares. Brasília, 2000. 61 p. Disponível em: < 
http://www.opas.org.br/cedoc/hpp/ml04/0003.pdf. 
 
 Weffort VRS e Lamounier JA. Nutrição em pediatria: da neonatologia à 
adolescência. São Paulo: Manole, 2009.

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