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SEMINÁRIO DE ANNA
Apresentação do Tema
Um novo capítulo no embate entre a bancada evangélica e parlamentares considerados progressistas deve ter início com a votação do projeto de lei (PL) que regula a prostituição. O PL 377/2011, apresentado pelo deputado federal João Campos, do PSDB de Goiás, modifica o Código Penal (CP) e torna crime contratar e aceitar a oferta de serviços sexuais. Atualmente, a proposição aguarda parecer na Comissão de Constituição e Justiça de Cidadania (CCJC) da Câmara dos Deputados. 
Se aprovada, a pena para quem descumprir a determinação varia entre um ano e seis meses de prisão. “O cliente será punido, mas quem se prostitui, não”, salienta. Para ele,  a não criminalização da conduta dos profissionais do sexo(não punir as prostitutas) pode dar mais tranquilidade para eles abandonarem suas atividades, uma vez que “não será necessária a preocupação com as consequências de se assumir publicamente o fato de ter sido prostituta.” A afirmação parece um tanto simplista, tendo em vista que nem mesmo a inclusão da prostituição na Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), em 2002, arrefeceu o estigma e o preconceito que cercam as garotas de programas e os chamados michês( “homens de programa”).
Na visão de Campos, seu projeto atende os anseios da sociedade que reprovaria a contratação de serviços sexuais. “Não estamos entrando em uma questão de foro íntimo”, afiança. Ainda de acordo com ele, quem se prostitui vive em condição degradante. “Tenho convicção que não há realização financeira, pessoal e profissional. Essas pessoas se sentem agredidas em sua dignidade humana”, enfatiza o tucano.
Mesmo assim, o deputado não incluiu em seu projeto nenhuma política pública educacional ou de inclusão social voltada para o segmento. “O que ele (João Campos) propõe é conservador e não contempla o que os profissionais do sexo anseiam enquanto cidadãos”, critica a professora Telma Ferreira Nascimento Durães, professora da pós-graduação em Sociologia e Ciência Política da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (FCS/UFG). Para ela, as preocupações dos legisladores brasileiros deveriam estar voltadas para outro ângulo da questão: a exploração da prostituição alheia. No Brasil, é crime manter prostíbulos funcionando, o que daria margem a diversos tipos de abusos e corrupção. Legalizá-los seria uma forma de proteger as profissionais do sexo, acredita o deputado federal Jean Wyllys, do PSOL do Rio de Janeiro, autor do PL 4211/2012, que quer permitir o funcionamento dos bordéis que cobrarem menos de 50% do pagamento do programa.
A proposta – que recebeu o nome de Lei Gabriela Leite, fundadora da grife Daspu e presidente da ONG Da Vida – prevê também a formação de cooperativas de pessoas que atuam nesse ramo e a possibilidade de serem considerados trabalhadores autônomos. O projeto de Jean Wyllys aguarda parecer do relator na Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM). Por lá, a briga promete ser acirrada.
É que o atual presidente da Comissão, o polêmico pastor Marco Feliciano, do PSC de São Paulo, designou o seu principal aliado, o deputado Pastor Eurico, do PSB de Pernambuco, para relatar a proposta. A manobra, vista como premeditada, pode barrar a aprovação do PL. Não é a primeira vez que uma iniciativa como a de Wyllys é levada a cabo no Brasil. Um projeto semelhante já havia sido proposto pelo ex-deputado Fernando Gabeira, do PV do Rio de Janeiro, mas o texto foi arquivado.
O deputado federal João Campos, do PSDB de Goiás, é relator de outro projeto lei (PL) envolvendo serviços sexuais. A proposta prevê a restrição de anúncios de acompanhantes e similares em jornais e revistas. Segundo o parecer do deputado goiano, emissoras de rádio e televisão devem ser proibidas de exibir, durante o horário recomendado para o público infanto-juvenil, propagandas  de  serviços de sexo, prostituição e telessexo. 
Já as revistas destinadas a jovens e crianças não poderão veicular anúncios de prostituição e serviços de sexo, assim como já está previsto hoje para bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições. A exibição de propagandas ou anúncios de conteúdo incompatível com o horário, na avaliação do relator, deve ser punida com quatro a oito anos de prisão, além de multa. 
Apresentação
* Para apresentar essa introdução tem que falar:
- do projeto de lei em si
- a punição (o porquê dela não culpar as profissionais do sexo, e sim os contratantes, segundo João Campos)
- sobre o fato capitalista da “oferta e da procura”
- influência envangélica sobre esse PL 
- introduzir a questão do preconceito contra a prostituição (Quem quer uma filha prostituta?)
- legalizar a prostituição pode ser, pela segunda vez, um PL negligenciado pelo brasileiro (o atual PL de Jean Wyllys). Por que será? “Sim, pessoal... A prostituição afeta a moral”
- Falar que este mesmo deputado, João Campos, é relator de outra PL e o que esta tem como objetivo.
2.Desenvolvimento 
Talvez nenhuma figura tenha representado tão bem a prostituição – e as prostitutas –  na última década do que Raquel Pacheco, a Bruna Surfistinha, garota de classe média que se tornou profissional do sexo depois de descobrir que era adotada. Os detalhes de sua vida íntima foram expostos, primeiro, em um blog na internet. Depois, viraram livro e até filme, protagonizado pela global Deborah Secco. 
Hoje casada, ela trabalha como escritora e DJ, mas ainda enfrenta os estigmas que envolvem a prostituição, considerada a mais antiga das profissões. Gerente de uma casa noturna em Goiânia, Mabio Moura, 36, classifica como “hipocrisia” a proposta do deputado João Campos de punir quem paga pelos serviços sexuais. “Se esse projeto entrar em vigor, quem vai fiscalizar?”, questiona. 
Para ele, parlamentares que propõe esse tipo de regulação querem angariar votos por meio da exposição midiática que a polêmica proporciona. Relacionada a pecado e à promiscuidade, a prostituição, quem diria, já esteve ligada a práticas sagradas, lembra o historiador Eduardo José Reinato, professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás). “Na Grécia e no Egito, sacerdotisas se dedicavam ao ofício de entregar o corpo em forma de sacrifício”, explica. 
Além disso segundo ele, em séculos passados, a Igreja reconhecia – mesmo sem admitir publicamente –  a necessidade da poligamia para a manutenção do casamento. Psicóloga e especialista em terapia comportamental, Letícia Guedes destaca também que a atuação das chamadas profissionais do sexo, atualmente, vai além da iniciação sexual.  “Elas são também procuradas em nível de entretenimento, 'fuga' de relações amorosas conflituosas, assim como meio de satisfação de atributos que às vezes um dos cônjuges não possua”.
“É mais fácil aceitarem um usuário de drogas do que uma prostituta”, sentencia Kaká Vegas, 25, que há três anos  deixou um emprego com um salário de cerca de R$ 800 para atuar como dançarina e garota de programa em uma boate de Goiânia. 
Paraense, ela veio para Goiânia ainda na adolescência e diz receber entre R$ 300 e R$ 400 por programa, valor que pode chegar até R$ 1.000, dependendo da negociação com o cliente. A frequência dos encontros, assegura Kaká, é definida por ela, obedecendo também a demanda. A jovem, que não revela sua profissão para os conhecidos, garante que está satisfeita com a ocupação, pelo menos financeiramente. “Não conseguiria ter a mesma renda se tivesse continuado em meu trabalho anterior”, explica.
A jovem afirma ter gastos com aluguel e com o filho, um garoto de cinco anos sobre o qual ela se recusou a dar mais informações.  Ela, porém, não vê a prostituição como um trabalho definitivo e planeja investir nos estudos. A meta é realizar um desejo antigo: estudar Direito e se tornar delegada. “Meu coração dispara quando penso em concretizar esse desejo”, revela Kaká, que conversou com a Tribuna por telefone e não quis informar seu nome verdadeiro nem fazer fotos.
 No início de dezembro, a Assembleia Nacionalfrancesa votou um texto que criminaliza quem paga uma prostituta. Se aprovado no Senado, imporá uma multa de 1,5 mil euros a quem pagar por sexo. O governo promete usar o dinheiro para criar um fundo destinado a auxiliar prostitutas a procurarem outras profissões.
A discussão é interessante, por tocar em questões que acabam por dizer respeito a todos. O debate colocou, de um lado, o grosso das associações feministas e de defesa dos direitos das mulheres. Surpreendentemente, as associações de defesa dos direitos das prostitutas foram profundamente contrárias ao texto. Segundo elas, o resultado será fazer da prostituição uma atividade ainda mais escondida e vulnerável à exploração. 
Há três maneiras de discutir o problema: apelar ao pragmatismo, colocar na frente a luta contra a prática de tráfico e aliciamento de mulheres e, por fim, levantar questões de ordem moral. De todas, as questões de ordem moral são as mais frágeis.
Poderíamos aqui adotar um viés pragmático e afirmar que tão velha quanto a prostituição é a promessa dos governos de acabarem com ela. Sempre há alguém em campanhas morais na porta de prostíbulos. Elas se demonstraram, por séculos, ineficazes.
Esse argumento tem, porém, suas falhas. A Suécia criminalizou a prostituição. Embora a prática não tenha sido completamente extinta, estatísticas oficiais afirmam que ela caiu 50%. Ou seja, é possível, por lei, se não acabar, ao menos diminuir a prática da prostituição. Resta saber se de fato precisamos de algo assim.
Aqui entra a discussão a respeito do tipo de problema que a prática realmente representa. No caso francês, a questão que apareceu como justificativa para todo esse esforço legal foi o tráfico de mulheres, imigrantes ilegais aliciadas em países mais pobres e em situação de exploração e fragilidade social. De fato, não há como negar a gravidade do problema, mas aqui fica clara a desorientação da proposta. Pois, se esse é, de fato, o problema central, então bastava reforçar as leis existentes contra a exploração econômica de imigrantes ilegais e, como foi feito na Holanda, dotar a prática de um conjunto substancial de dispositivos legais de amparo social.
Colocar as coisas nesses termos serve para focar o debate em torno de seu verdadeiro núcleo: a questão moral. (PASSAR O VÍDEO DE LAMARCK) Sim, esse sempre foi e sempre será um debate moral e merece ser tratado como tal. Há, no entanto, duas questões morais envolvidas. A primeira é: “Podemos aceitar o desejo de submeter as relações sexuais a um contrato comercial?” A segunda: “O Estado tem o direito de legislar sobre a vida sexual de seus cidadãos?”
Seria possível reformular a segunda pergunta e afirmar que não se trata, nesse caso, de dar ao Estado o direito de legislar sobre minha vida sexual, mas de impedir que seus cidadãos se submetam a trabalhos degradantes como a prostituição. ****No que chegamos a uma questão importante: deve se considerar a prostituição, em si, uma degradação? Se dotássemos as prostitutas de todas as garantias sociais que damos a outros trabalhos e puníssemos com rigor sua exploração econômica, ela ainda seria uma degradação? Isso nos leva à primeira questão, a saber, se o ato de submeter as relações sexuais a um contrato comercial é, em si, uma degradação. Poderíamos ainda colocar uma questão suplementar, do tipo: por que para nós submeter o uso da força de trabalho a um contrato comercial nos parece justo e submeter as relações sexuais às mesmas modalidades de contrato nos parece degradante? ****
Se você responder (debater com a turma) que relações sexuais não podem ser objetos de contratos, então seria bom se perguntar por que a infidelidade conjugal é um crime tipificado pela legislação penal brasileira com punição de 15 dias a seis meses de prisão. Ela só pode ser crime pelo fato de a legislação compreender o casamento como um contrato que rege, entre outras coisas, as relações sexuais.
Ao menos nesse ponto, a prostituição simplesmente torna explícitas as regras legais presentes no casamento, como a legislação vigente o compreende. Ou seja, se a prostituição for, em si, degradante, então não teríamos como defender a concepção legal do casamento. O que mostra quão problemática é a tentativa de criticar moralmente  e criminalizar a prostituição.
Apresentação:
 -Mostrar que há, provado por um testemunho (Kaká Vegas), um indubitável preconceito contra a prostituição
-Financeiramente, há uma realização pela profissão (citação que combate o que João Campos fala). Todavia, o planejamento de estudar para possuir outra profissão (no caso de Kaká Vegas, se tornar delegada) é veementemente ressaltado, isto é, ela não vê a prostituição como trabalho definitivo. Por que será que ela não revela sua profissão para os conhecidos? Pois essa atividade causa impacto na sociedade, afetando a moral.
-Poderia haver uma política pública que estimulasse prostitutas como Kaká Vegas a deixar sua atividade e estudar para exercer outra profissão
- Falar sobre a situação de Bruna Surfistinha, que ainda sofre estigmas da profissão, além de citar, principalmente, o que Mabio Moura, dono de uma casa noturna de Goiana, disse alegando a medida como hipócrita: “Quem irá fiscalizar esse PL de João Campos, caso ele seja aprovado?” 
-Relacionada à promiscuidade hoje, a prostituição já esteve ligada a praticas sagradas. Em séculos igreja reconhecia a poligamia como essencial para manter o casamento.
 -Prostituição também como fuga de relações conflituosas e busca de atributos que um dos conjugues não possua, segundo psicóloga
- Na França, onde também há esse PL, o dinheiro que será pago na multa pela contratação será usado para auxiliar as prostitutas a acharem outras profissão (No Brasil não há políticas públicas para elas, no PL de João Campos)
- Na suécia houve uma redução em 50% da prostituição, ao torná-la crime. Mas será. Resta saber de precisamos realmente de algo assim...
 - No caso francês, a questão que apareceu como justificativa para todo esse esforço legal foi o tráfico de mulheres, imigrantes ilegais aliciadas em países mais pobres e em situação de exploração e fragilidade social. É indubitável a gravidade do problema, mas o problema não foi resolvido ( poderia ter sido) como na Holanda, pois o núcleo do debate é a MORAL
- 2 questoes morais envolvidas. A primeira é: “Podemos aceitar o desejo de submeter as relações sexuais a um contrato comercial?” A segunda: “O Estado tem o direito de legislar sobre a vida sexual de seus cidadãos?”
- Seguir a partir dos “****”
Conclusão
Criminalizar a prostituição não é a solução, mesmo sabendo que há uma condição de degradação, que torna a vida dessas profissionais desumana e infeliz(como vimos no vídeo). Todavia, permanecer da maneira atual também não é, de forma nenhuma, a solucão para o problema. Acredito que, o que chegaria mais perto de solucionar os problemas causados pela prostituição, seria estabelecer políticas publicas que ajudassem aquelas que realmente almejassem outra profissão, como no caso de Kaká Vegas, e para as que realmente quisessem seguir como profissionais do sexo, a principal medida seria: solucionar a fragilidade social a qual essas mulheres estão submetidas, pois elas ficam expostas a qualquer tipo de exploração, por isso levar segurança ás prostitutas é um passo imprescindível.

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