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Sociologia Jurídica: Conceitos Fundamentais

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SOCIOLOGIA JURÍDICA
UNIDADE I: SOCIOLOGIA E DIREITO
Noções sociológicas fundamentais. Origem e conceito sociológico do Direito. Objeto, método e importância da Sociologia Jurídica. Análise Histórica do Direito.
Profº. Sergio Almeida
2014
SOCIOLOGIA JURÍDICA:
1. Sociologia e Sociedade - Idéia de funcionamento:
A SOCIOLOGIA estuda a Sociedade (humana);
A SOCIEDADE se caracteriza pela Cultura;
A CULTURA se manifesta nos Grupos;
Os GRUPOS se organizam através das Normas;
As NORMAS definem as Instituições;
As INSTITUIÇÕES se dinamizam por meio dos Processos Sociais;
Os PROCESSOS SOCIAIS levam à Estratificação Social;
A ESTRATIFICAÇÃO exige Controle Social;
O CONTROLE facilita a mudança;
A MUDANÇA pode levar a Sociedade a se transformar = Desenvolvimento
1.1 Noções Fundamentais:
SOCIOLOGIA: é a ciência que aborda a sociedade humana em todos os seus aspectos grupais, obtendo e interpretando os FATOS da vida social, através de métodos específicos, tais como trabalho de campo, manuseio de documentos e, principalmente, com a utilização da estatística.
SOCIEDADE: é aquele SISTEMA social, dentro do qual o indivíduo humano pode compartilhar uma vida comum total. SISTEMAS: é o conjunto de elementos que definem uma atividade global ou atividades específicas.
CULTURA: 	é o conjunto de todas as formas aprendidas, do comportamento humano, que se derivam do contato social. 
GRUPO:	é a reunião (associação) de indivíduos humanos com uma finalidade determinada. 
NORMAS:	são padrões em conformidade com os quais os membros do Grupo atuam. As normas se classificam em “FOLKWAYS” (hábitos, usos), “MORES” (costumes, tradições) e “LEIS” (regras de Estado).
INSTITUIÇÕES: são complexos normativos, com características afins, relacionados com os mais importantes aspectos da (nossa) atividade social.
PROCESSOS:	são os modos como grupos e indivíduos humanos interagem e estabelecem relações. Podem ser associativos ou dissociativos. Ex: socialização, conflito, acomodação, assimilação e (principalmente) competição.
ESTRATIFICAÇÃO: é a existência de uma hierarquia graduada de posições sociais, cujos ocupantes são tratados como superiores, iguais ou inferiores entre si, motivada pelo poder, prestígio, riqueza, propriedade, etc.
CONTROLE:	é o mecanismo que, introduzindo e mantendo a conformidade das pessoas aos padrões de Sociedade, atua sob três critérios: valor, adequação e pressão. Pode ser grupal (mais pessoal) e institucional (impessoal).
 MUDANÇA:	é um desvio, que pode ser para melhor ou para pior. Mudança social: qualquer modificação no sistema de relação entre pessoas e entre grupos. 
1.2 Origem e concepção sociológica do Direito:
Etimologicamente, direito veio do latim directus, derivado do verbo dirigere. O direito pode ser considerado sob diversas dimensões, fundamentando-se, porém, segundo Max Weber, em dois princípios: ordem e coerção. A ordem deve se entendida sinteticamente como equilíbrio. A coerção é o que torna possível a existência do direito como tal. A estabilidade social implica valores, como felicidade, justiça, objetivando harmonizar interesses muitas vezes em conflito. Essa estabilidade define um ideal e supõe padrões, modelos e normas.
Para a Escola sociológica, o Direito é um fato social, e tem sua origem nas inter-relações sociais. É um fenômeno social decorrente do próprio convívio do homem em sociedade.
	A sociedade, complexo de pessoas e coisas, necessita de uma organização que, orientando a vida coletiva, discipline a atividade dos indivíduos. Esta organização pressupõe regras de comportamento que permitam a convivência social. O direito é justamente o conjunto de normas que regulam a vida social.
	Dessa forma, o que caracteriza a Escola Sociológica é, portanto, considerar o direito, não como tendo origem em Deus, nem na razão, nem na consciência do povo, e nem ainda no Estado – mas sim na sociedade, mais especificamente, nas inter-relações sociais.
	O direito é para a Sociologia Jurídica uma ciência essencialmente social, oriunda da sociedade para a sociedade. As normas do direito não são regras imutáveis, mas sim variáveis e em constante mudança, como são os grupos onde se originam.
	Dessa forma, podemos dizer que o conceito sociológico do Direito está ligado à idéia de um conjunto de normas de conduta, universais (destinam-se a todos), abstratas (elaboradas para casos hipotéticos), obrigatórias (de observância necessária) e mutáveis (sujeitas a constantes transformações), impostas pelo grupo social, destinadas a disciplinar as relações externas do indivíduo, objetivando prevenir e compor conflitos.
1.3 História do Direito / História dos povos:
Quando as pessoas associadas (= grupo) formam um POVO, de uma certa maneira, se organizam; ao se organizarem, elas estabelecem normas (= regras) ou diretrizes que vão além de simples hábitos (= usos), passam pelos costumes (= tradições), e chegam às LEIS. A LEI é assunto específico do DIREITO (envolve a cultura = modo de viver e de se comportar de um Povo). 
Sendo o Direito um fenômeno social, decorrente das relações sociais, atua sobre ele fatores sociais, econômicos, culturais e religiosos existentes na sociedade.
Entendendo o Direito como um produto que se encontra em permanente e natural evolução, podemos perceber que cada povo em cada época teria o seu próprio direito, expressão natural de sua evolução histórica, de seus usos, costumes e tradições de todas as épocas passadas. Sob essa ótica, as normas do Direito são regras de conduta para disciplinar o comportamento do indivíduo no grupo, normas ditadas pelas próprias necessidades e conveniências sociais. Assim, a história do Direito pode ser dividida em História Interna e História Externa.
História externa e História interna do Direito:
A História externa do Direito é a história das FONTES, isto é, diz analisando as diversas épocas, qual fonte jurídica (ex: código, etc.) contribuiu para a formação e evolução de cada Direito.
A História interna do Direito é a história das INSTITUIÇÕES, isto é, diz respeito às regras (= normas, leis) que emanaram (vieram) das Fontes e foram formando e consolidando as Instituições (ex: a Família, a Propriedade, etc.).
QUADRO EVOLUTIVO
	POVO / CULTURA
	ORDENAMENTO JURÍDICO
	Primórdios da civilização
A Horda (= bando nômade)
O Clã (=com laço familiar)
A Tribo (= tribo formada por diversas famílias)
	
Nenhuma organização caracterizada
Uma certa organização (usos, hábitos)
Organização mais rígida (costumes, tradições)
	EGITO E BABILÔNIA
Primeiras grandes culturas
Século XIII antes de Cristo
	Organizados. O Egito dos Faraós e dos Deuses já possuía o seu “Livro dos Mortos”; a Babilônia tinha o famoso “Código de Hamurabi”
	ÍNDIA antiga
Castas
Século XI antes de Cristo
	Organizada. A lei sagrada está nos livros: “Dharma-sastra” (retidão), “kama-sastra” (prazer). Ainda na Ásia surgem os escritos de BUDA e de Confúcio.
	JUDEUS e PERSAS
Grandes culturas secundárias
Século VII antes de Cristo
	Organizados. Os Judeus com suas leis: o “TORAH”; Moisés com os 10 Mandamentos. Os Persas tinham os escritos moralistas de Zoroastro ou Zaratusta.
	GREGOS e ROMANOS
Grandes culturas Ocidentais
Do século X antes de Cristo ao século IV depois de Cristo
	Organizados. Aparecem e as leis de SOLON, em Atenas; bem como os filósofos e suas Éticas: Sócrates, Platão e Aristóteles. Em Roma, Sêneca, Cícero e Constantino=subsídios para o famoso Direito Romano
	ISLÂMICOS
Cultura do Oriente Médio, misturando Religião e Política
A partir do século VII depois de Cristo
	Organizados. Têm Mahomet como seu grande profeta, como Cidade Santa = Meca, e seu livro sagrado (leis) é o “CORÃO” ou “ALCORÃO”
	CRISTÃOS
Cultura de características romanas
Depois de Jesus Cristo até hoje
	Organizados. Possuem a “BÍBLIA” e o “CÓDIGO DE DIREITO CANÔNICO”, inspirado este últimono Direito Romano.
	MODERNOS
Cultura variada, globalizada
Do século XV depois de Cristo até nossos dias
	Organizados. Surgem os códigos de Direito de várias nações: alemães, americanos, brasileiros, etc., inclusive o “Direito Internacional”, todos inspirados no “Direito Romano”
1.4 Objeto, método e importância da Sociologia Jurídica:
A Sociologia Jurídica estuda o direito como fato social que compreende tanto comportamento e estrutura, quanto mudanças sociais, tendo como maior contribuição o questionamento a que submete a realidade social. 
No estudo de toda ciência é da maior importância precisar seu objeto, estabelecer seu método e conhecer suas leis. Podemos afirmar que a autonomia da Sociologia Jurídica é hoje reconhecida, pois tem objeto próprio, método e leis. 
OBJETO: campo específico de atuação de uma ciência, o fim a que se propõe, o objetivo que visa alcançar. 
Segundo o professor italiano Renato Treves, ao analisar os assuntos que têm constituído o objeto da Sociologia Jurídica, sustenta que eles se agrupam, principalmente em três tipos de indagações:
Estudo da eficácia das normas jurídicas e dos efeitos sociais que tais normas produzem, 
Estudo dos instrumentos humanos de realização da ordem jurídica e de suas instituições, 
Estudo da opinião do público a respeito do direito e das instituições jurídicas.
MÉTODO: caminho que se deve seguir para alcançar os objetivos de uma ciência, o processo a ser aplicado para realizar suas finalidades. É o caminho utilizado para a realização de um objetivo. 
Quanto à importância da utilização de um método, basta que se diga ser ele indispensável no desempenho de qualquer atividade que se propõe a alcançar algum objetivo, desde a mais simples a mais complexa. 
Afirmamos que o método jurídico utilizado não é muito diferente do utilizado nas ciências em geral e pode ser resumido em três operações principais: observação, interpretação e comparação.
Observação: consiste a observação a coleta de dados ou fatos sociais importantes para o estudo que se está realizando, e que posteriormente deverão ser examinados, classificados e interpretados. 
Interpretação: é a segunda operação do método da Sociologia Jurídica consiste no exame e classificação dos fatos sociais coletados, extraindo-se deles as primeiras conclusões. Nessa tarefa podem-se utilizar vários métodos, como o dedutivo, (que parte do geral para o particular) e o indutivo, que segue caminho inverso, isto é, do particular para o geral.
Comparação: significa examinar simultaneamente duas ou mais coisas para lhes determinar semelhança, diferença ou relação. A comparação pode ser feita em dois planos: o plano vertical, temporal ou histórico; e o plano horizontal, espacial ou geográfico. 
Plano vertical ou temporal: comparam-se resultados de observações feitas em uma mesma sociedade, mas em épocas diferentes. 
Plano horizontal: a comparação é feita entre os resultados obtidos nas observações efetuadas em diferentes sociedades, mas todas contemporâneas.
LEIS: são aquelas regularidades, fenômenos que se repetem com freqüência no campo de uma ciência. 
Afirmamos que a importância da Sociologia Jurídica está no fato de estudar a realidade social, tendo o direito como complexo fenomênico com a competência de investigar cientificamente o sistema jurídico e suas instituições, incluindo os aspectos funcionais dos indivíduos, dos grupos e do próprio sistema. 
A finalidade da Sociologia Jurídica é estabelecer uma relação funcional entre a realidade social e as diferentes manifestações jurídicas, sob forma de regulamentação da vida social, fornecendo subsídios para as suas transformações, no tempo e no espaço.
Fontes bibliográficas utilizadas:
CASTRO, Celso A. Pinheiro de. Sociologia Aplicada ao Direito. São Paulo: Atlas, 2001.
CAVALIERI FILHO, Sérgio. Você conhece sociologia jurídica? 10ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2001. 
LAKATOS, Eva Maria. Sociologia Geral. 7ª ed. rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1999. 
MACHADO NETO, Antonio Luiz. Sociologia jurídica. 6ª ed. São Paulo: Saraiva, 1987.
SOBRINHO, Antônio de Souza. Sociologia Geral de da Comunicação. IESP, 2002.
SALDANHA, Nelson. Sociologia do direito. 4ª ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1999.
TREVES, Renato. Sociologia do Direito. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2003.

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