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TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DE CERVEJA RAMON RAMOS A arte da cervejaria: Histórico A história da fabricação da cerveja tem pelo menos 6 mil anos. Os sumérios aprenderam a moer os cereais, e com eles, produzir uma massa consistente, que após o cozimento era consumida como pão. Essa massa, quando deixada ao tempo, umedecia e fermentava, tornando-se uma espécie de “pão líquido”. Essa bebida guarda uma semelhança, ainda que distante, com a atual cerveja. A arte da cervejaria: Histórico O documento mais antigo sobre a produção de cerveja em solo europeu é de 800 anos a.C. A partir do início da idade média, os conventos assumiram a fabricação. Os beneditinos de Weihenstephan, Alemanha, foram os primeiros a receber autorização para produzir e comercializar a cerveja, se tornando a fábrica mais antiga em 1040. Legislação Instrução Normativa nº 54, de 5 de novembro de 2001 “Entende-se exclusivamente por cerveja a bebida resultante da fermentação, mediante levedura cervejeira, do mosto de cevada malteada ou do extrato de malte, submetido previamente a um processo de cocção, adicionado de lúpulo. Uma parte da cevada malteada ou do extrato de malte poderá ser substituída por adjuntos cervejeiros” Cevada Produção predomina na região sul do Brasil Alto teor de amido Possui agentes importantes (enzimas) que atuarão no processo de malteação Cevada Gérmen Fonte de amido Produtora de enzimas Composição da Cevada Formação de espuma, corpo e turbidez; Fixação de CO2 Adjuntos São materiais ricos em carboidratos, com composição e propriedades apropriadas para complementar, de forma benéfica e rentável, a principal matéria-prima empregada na elaboração de cervejas: o malte de cevada Adjuntos Seu emprego não poderá, em seu conjunto, ser superior a 45% em relação ao extrato primitivo Também são considerados adjuntos cervejeiros os amidos e açúcares de origem vegetal. Quando se tratarem de açúcares vegetais diferentes dos provenientes de cereais, a quantidade máxima de açúcar empregada em relação ao seu extrato primitivo será: a) cerveja clara, menor ou igual a 10% em peso; b) cerveja escura, menor ou igual a 25% em peso Vantagens do uso de adjuntos Redução de custo Obtenção de cervejas mais claras e brilhantes Elaboração de cervejas com melhor estabilidade físico-químicas Produção de cervejas com melhor estabilidade de paladar Na Alemanha, devido à “Lei da Pureza”, não é permitido o uso de adjuntos em cerveja de fermentação baixa Malteação da cevada Ativar as enzimas Modificações da cevada: proteolíticas, celulares e amiolíticas Conferir sabor Conferir cor “Processo que consiste na germinação controlada do grão de cevada seguida de sua secagem” Processo de malteação Processo de malteação Indicadores de qualidade da malteação Homogeneidade de tamanho Friabilidade: Ideal >85%; Mín.75% Umidade: Máx. 5% Teor de extração Atividade proteolítica Turbidez Cor Viscosidade Teor de proteína Extrato de malte Moagem do Malte “Processo de quebra do grão de malte com o objetivo de retirar as cascas e expor o endosperma (amido)” As cascas não devem ser demasiadamente fragmentadas Torna-se necessária uma fina moagem do corpo farinhoso Moagem do Malte Variáveis dos moinhos Quantidades de pares de cilindros Velocidade de rotação Superfície ou área dos cilindros Presença de estrias nos cilindros Distanciamento entre os cilindros Quantidade e malha das peneiras Salas de Brassagem Etapas: Mosturação Clarificação Fervura do mosto Tratamento do mosto/resfriamento Mosturação “Cozimento controlado dos grãos com água, produzindo o mosto” Envolve as etapas de: Gelatinização do amido – Quebra do amido em amilopectina e amilose Liquefação – Dissolução da amilopectina e amilose e geração de dextrinas (Influenciado pela quantidade de água, tamanho dos grãos e temperatura da água Sacarificação – Quebra do amido em açúcares fermentáveis por enzimas Mosturação Mosturação Modelos de Mosturação Modelo Inglês/Americano: Aquecimento via infusão – Sem fogo direto Viscosidade maior (2 a 2,5L/Kg) Mosto fica parado Modelo Alemão/Belga Aquecimento por fogo ou elétrico Agitação ou recirculação contínua Viscosidade menor (4 a 5L/Kg) Permite decocção – Fervura de parte do mosto para aumento de temperatura Modelos de Mosturação Exemplos: Modelo Inglês/Americano: 10L a 65ºC, depois adiciona 3L a 100ºC, gerando um total de 13L a 72ºC Modelo Alemão/Belga: 20L a 65ºC, aquece por 10 minutos, gerando um total de 20L a 72ºC Modelo Alemão/Decocção: 20L a 65ºC, retira 3L e aquece a 100ºC, gerando um total de 19L a 72ºC Água Cervejeira “A água cervejeira deve seguir o padrão de potabilidade da água destinada ao consumo humano, atendendo as exigências químicas, físicas, sensoriais e bacteriológicas” Sensorialmente, a água deve ser incolor, isenta de impurezas, inodora e de sabor neutro Bacteriologicamente, deve possuir ausência de coliformes totais e fecais em 100mL de amostra e a contagem de bactérias heterotróficas não devem ultrapassar 500 UFC/mL Clarificação “A função primordial do processo de clarificação consiste na separação de substâncias tornadas solúveis na operação de mosturação daqueles remanescentes insolúveis” A operação se divide em duas partes: 1ª fase: Obtenção do mosto primário 2ª fase: Extração do extrato do malte residual no bagaço, com utilização de água de lavagem Fervura do mosto Objetivos: Evaporar a água excedente presente no mosto, fruto da lavagem do bagaço; Coagular as proteínas de alto peso molecular, que poderiam causar turvação na cerveja; Transferir os componentes amargos do lúpulo para o mosto; Isomerização dos alfa-ácidos presentes no lúpulo; Inativar as enzimas do malte porventura ainda ativas; Evaporar compostos voláteis prejudiciais à cerveja; Esterilização do mosto. Fervura do mosto O mosto é fervido por aproximadamente 90 minutos. Nesta etapa ocorre a adição do lúpulo, sendo que os de amargor são adicionados no inicio da fervura, enquanto os de aroma são colocados cerca de 10 minutos antes do término da mesma para evitar a perda de compostos voláteis. Intensidade da Fervura Fervura do mosto Durante a fervura ocorrerá também, a precipitação de proteínas, ácidos graxos, resinas de lúpulo e outros. Este agregado recebe a denominação de trub e hoje é normalmente retirado em um equipamento chamado de Whirpool, no qual o mosto ainda quente é submetido a um movimento giratório, permitindo que a força centrípeta acumule o trub no centro do equipamento, de onde é então separado. Lúpulo Planta trepadeira pertencente a família das Moráceas As plantações de lúpulo se encontram, normalmente, em vales e encostas. O solo deve ser profundo, fofo e o clima ameno Maior produção na Europa Observa-se o seu cultivo, também, nos Estados Unidos, Japão, China, Austrália, Nova Zelândia, Chile e Argentina No Brasil, devido ao clima excessivamente quente, não há plantação de lúpulo Lúpulo Os componentes mais importantes na flor de lúpulo para o processo cervejeiro são: Óleos essenciais(aromáticos): influenciam o aroma da cerveja; Taninos: influenciam a estabilidade físico-química; Substâncias amargas: responsáveis pelo amargor final. Efeitos do tempo de fervura sobre a lupulagem Resfriamento do mosto Após a remoção do trub quente, o mosto resfriado deve apresentar uma temperatura de início de fermentação, como, por exemplo, para cervejas de: Baixa Fermentação: 4ºC a 10ºC Alta Fermentação: 12ºC a 25ºC O processo de resfriamento do mosto total não deve ultrapassar uma hora Fermentação Fermentação “Entende-se por fermentação o processo de transformação dos açúcares fermentescíveis contidas no mosto pelas enzimas existentes na levedura de cerveja, resultando na produção de álcool, gás carbônico (CO2) e liberação de calor” Fermentação Rápida remoção do oxigênio dissolvido no mosto – 4 horas Acidificação/Redução do pH Crescimento celular e expansão da cultura Produção de etanol e CO2 Consumo da maioria dos açúcares do mosto Produção de compostos de sabor e aroma como ésteres, diacetil, compostos de enxofre, etc. Leveduras cervejeiras Leveduras de Alta Fermentação (Saccharomyces cerevisiae) No decorrer da fabricação, as leveduras sobem para a superfície da cerveja A temperatura de fermentação é de 12ºC a 25ºC Cerveja Ale Leveduras de Baixa Fermentação (Saccharomyces carlsbergensis ou uvarum ou pastorianus) As leveduras permanecem no fundo do tanque de fermentação A temperatura normal de fermentação varia entre 4ºC a 10ºC, mas pode alcançar 14ºC Cerveja Lager Alta fermentação x Baixa fermentação Levedura Cerveja Levedura Cerveja Aeração do mosto Ato de dissolver oxigênio no mosto As leveduras precisam de oxigênio para produzir nutrientes e reproduzir Pode ser inoculado ar ambiente limpo ou oxigênio puro Inocular o oxigênio minutos antes da inoculação de levedura Leveduras liofilizadas necessitam de menos oxigênio Pode ser realizada por movimentação; queda no mosto (splash); compressor de ar com filtro; cilindros de oxigênio; Fases da Fermentação Maturação (Fermentação secundária) “É o aprimoramento do aroma e do paladar da cerveja, que se dá através de reações químicas e bioquímicas, envolvendo centenas de constituintes químicos já identificados em cervejas. Esse complexo de reações ocorre em função do tempo, isto é, da duração da maturação e da temperatura na qual o processo se realiza” Ocorre também: Produção e saturação de CO2 Clarificação da cerveja Retirada de proteínas de alto peso molecular, e taninos, que podem provocar o aparecimento de turbidez Etapas Finais
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