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RESUMO FILOSOFIA DO DIREITO

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RESUMO FILOSOFIA DO DIREITO
SOCRÁTES E OS SOFISTAS (séc. V a.c) 
OS SOFISTAS
Acreditavam que a verdade, a moralidade, a religião, a justiça e os conceitos políticos e sociais eram resultado do consenso de uma convenção entre os homens.
Para os sofistas era da persuasão que se formava a verdade. Ela não estava inscrita na natureza, na medida em que até os juízes sobre a natureza são humanos. 
Eles enfocavam questões sociais, politicas e culturais. Tinham o apoio de Péricles, mas ao mesmo tempo sofreram restrições dos aristocratas atenienses, uma vez que preconizavam a participação de qualquer homem na assembleia. 
Eram mestres na oratória e retórica. Foram os primeiros pensadores relativistas da história, na medida em que afirmavam que a “nomos” expressava a justiça em um determinado momento, mas era variável de acordo com as contingências e interesses humanos, não há uma verdade absoluta. 
Estabeleceram a dicotomia (classificação) entre “nomos” e “physis” (medida de todas as coisas). Para eles o homem era a medida de todas as coisas.
A aristocracia tendia a um entendimento do justo com “physis”, tendo em vista o seu conservadorismo, enquanto, as classes democráticas propugnavam a justiça como uma convenção, podendo ser alterada. 
* Em Atenas se iniciou um debate entre os que defendiam na moral, o primada da natureza (naturalismo), e os que defendiam o primada da convenção (convencionalismo). Os naturalistas representavam os “physis” e os convencionalistas o “nomos”. A “physis” era para os gregos uma ideia de “direito natural”. Todos os seres humanos nascem iguais, com a mesma essência, porém cada um tem um papel diferente na sociedade. E essa diferença não é fruto da natureza, mas sim da convenção (nomos). Physis consistia na ideia de que existem coisas e ações que são belas por si próprias, independente das circunstancias. Essas circunstâncias intrínsecas são consideradas eternas e imutáveis. 
“Nomos” era o pensamento representado pelos sofistas, e contrario a “Physis”, onde leis e culturas são criações especificamente humanas, e surgiram por oposição a natureza. Estas permitiram que o homem superasse sua condição selvagem e fosse civilizado. Para os sofistas a única lei natural existente era a busca do prazer e o poder dos mais fortes sobre os mais fracos, sendo as leis escritas feitas para defender estes ou proteger os interesses daqueles. 
SÓCRATES (469 – 349 a.c)
Para Sócrates a verdade e o justo não se reduzem ao nível das convenções, não são meras estipulações variáveis, de acordo com as opiniões ou com a vontade da maioria.
Para Sócrates fazia necessário alcançar o conceito de justiça, chegando-se á sua essência, de sorte que houvesse um conceito de justiça que estaria infenso às mudanças e variações sociais. 
Neste sentido Sócrates rejeitava o relativismo dos sofistas, Por sua vez, não aceitava também a mera apreciação do justo, como uma “physis” calçada nas tradições, sem melhor investigação filosófica. 
- Método socrático: maiêutica ironia e diálogo.
Para Sócrates a “Paideia” (educação) era o caminho para libertar o homem dos erros. O conhecimento reside no próprio interior do homem “gnoute autos” (conhece-te a ti mesmo). 
Enquanto os sofistas revelavam a enfermidade e a contingência das leis, variáveis no tempo e espaço. Sócrates empenhou-se em restabelecer para a sociedade o império do ideal cívico, liame indissociável entre indivíduo e sociedade. 
OBS: nessa época a politica vigente era a democracia direta (todos participavam na criação das leis da sociedade), apenas 10% da população era considerada cidadão. Por conta desta participação direta a oratória era muito importante. Sócrates apoiava os sofistas pois eles ensinavam oratória e Sócrates queria que a maior parte dos cidadãos possível participasse na criação das leis, ao contrario das autoridades da época que com a intenção de concentrarem o poder não apoiavam os sofistas. 
A preocupação primordial dos sofistas era de ensinar jovens para que fossem capazes de participar da política, Sócrates os criticava por isso, dizendo que os sofistas ensinavam aos jovens a oratória e retorica para o uso da manipulação. O fato de os sofistas serem os primeiros sábios a cobrarem pelo ensinamento também incomodava Sócrates. 
- Os sofistas entendiam que uma lei criada pelo povo representava justiça para o povo naquele momento, diferente dos aristocratas que acreditavam em uma justiça invariável que decorria da própria ordem natural da natureza. Sócrates entendia que era necessária uma concepção de justiça universal, a justiça para ele era um fruto de um processo reflexivo. Acabava por não concordar com os sofistas e nem com os aristocratas. Ele empunha a ignorância das pessoas e não acreditava em deuses (naquela época não havia uma separação entre filosofia e religião), esses fatores causaram raiva em muitas pessoas, o que levou a condenação de morte de Sócrates (acusações falsas). 
A FILOSOFIA DO DIREITO EM ARISTÓTELES
Aristóteles (384 – 322 a.c)
Aristóteles é considerado o maior sistematizador de toda a filosofia em sua história, fundou o Liceu, sua própria escola filosófica. 
A justiça e suas espécies.
Justiça universal: é a justiça num sentido lato. Ela também é uma manifestação geral da virtude quanto uma apropriação do justo à lei que no geral, é tida por justo. O respeito à lei é a característica desse justo que é tomado no sentido lato. Para Aristóteles a lei produzida na Pólis a partir de um princípio ético, é diretamente relacionada ao justo, mas não por conta da sua forma e sim em razão de seu conteúdo.
Enquanto justiça universal, a justiça é virtude que está em todas as demais virtudes (em todas as relações humanas), sendo por isso a única virtude universal.
Justiça particular: é a justiça em sua apreensão especifica e estrita. Aristóteles a considerava como sendo a ação de dar a cada um o que é seu, sendo esta a regra de ouro sobre o justo. A justiça, assim, compreende uma ação de distribuição que demanda uma qualidade de estabelecer o que é de cada qual. Neste sentido ele considera algumas espécies da justiça particular.
Justiça distributiva: é a justiça que trata da distribuição de riquezas, benefícios e honrarias. Apresenta como a mais alta ocupação da justiça e também a mais sensível. A justa distribuição para Aristóteles é um justo meio termo entre duas pessoas e duas coisas. O critério fundamental para tal distribuição é o mérito, A justiça da distribuição dos bens e honrarias de acordo com o mérito, é uma proporção. A proporcionalidade caracteriza o justo e sua falta o injusto. Esta justiça é a que envolve o arranjo dos bens e dos poderes na Polis. A justiça, portanto nunca poderia ser extremo, todo o extremo é injusto, o critério fundamental da distribuição da justiça é o mérito. 
Justiça corretiva: ao contrario da distribuição das honrarias, bens e cargos de acordo com o mérito, nessa vertente a justiça é tratada como uma reparação do quinhão que foi, voluntária ou involuntariamente, subtraído de alguém por outrem.
Reciprocidade: sua aplicação se da no campo da produção e das trocas. O dinheiro neste caso faz o papel de uma equivalência universal entre produtos e serviços. 
Do âmbito da justiça
 Aristóteles se encaminha para uma compreensão política do justo na medida em que a reciprocidade revela tal atrelamento do direito à produção, à economia, a certa construção dos afazeres na pólio. Assim, somente um mergulho nas condições sociais concretas há de revelar o justo para o puramente aristotélico. Para ele, somente há de se falar da distribuição pelo mérito entre aqueles que possam ser considerados minimamente semelhantes, ou seja, a justiça na Polis só poderia ser falada entre iguais, por exemplo, não tinha como falar de justiça entre escravo e um senhor ou um estrangeiro e um cidadão. 
Equidade
Para Aristóteles acima da justiça da lei, há a justiça de caso concreto, e a essa adaptação do geral ao especifico dá a ele o nome de equidade. Para Aristóteles a lei éboa, segui-la é fazer com que o interesse particular desarranje a organização política. Entretanto, a equidade atua como corretivo da justiça legal, flexionando-a. Ele ilustra a equidade fazendo referência à régua de Lesbos (régua especial feita de metal flexível, podia ajustar-se às irregularidades do objeto) – “Flexível como a régua de Lesbos, a equidade não mede apenas aquilo que é normal, mas também as variações e curvaturas inevitáveis da experiência humana”. Com a equidade, a justiça revela-se um humilde artesanato que abandona a pretensão a uma universalidade fria e objetiva.
A prudência
Para Aristóteles a justiça se manifesta e se completa com a prudência. A prudência é uma virtude prática. Não se trata do cumprimento do dever pelo dever. Para Aristóteles a virtude da prudência atenta para a possibilidade de sua concretização, para suas implicações, para sua prática em face da realidade que se lhe apresenta. A prudência é o agir dos homens prudentes, nas busca da RAZOABILIDADE. 
OBS: a justiça tem um alcance muito maior que o direito. Aristóteles vai desenvolver em sua obra um parâmetro do que seja justiça e justo. 
A base da construção das leis deve ser a ética, e devem ser de interesse da coletividade. Aristóteles acreditava não haver lei injusta, pois para ser considerada lei é necessário que seja justa. Ele disse também que o correto é tratar os desiguais de forma igual. 
A FILOSOFIA DO DIREITO MEDIEVAL 
O cristianismo
A verdade revelada X a verdade da razão
Com o cristianismo a fé, e não a razão, passa a ser base da cosmovisão e por consequência a justiça encontra seus fundamentos na fé. Diferente do pensamento grego acerca da justiça como decorrente dos atos humanos, o cristianismo, principalmente na interpretação do apóstolo Paulo concebe a justiça como uma imputação de Deus aos homens, não com base nos méritos da ação humana, mas como um ato de graça, de indulto decorrente da fé do homem em cristo. Ele também desloca a concepção grega de poder decorrente da ação política humana para centraliza-la em Deus. Defendia que todo poder e autoridade vêm de Deus, logo, os cristãos devem se submeter as autoridades políticas constituídas, uma vez que está é a vontade de Deus. O apóstolo dizia que o correto era pregar a palavra a todas as pessoas, e não apenas os judeus. 
Santo Agostinho – filósofo (354 – 430 a.c) 
“A cidade de Deus” (obra): a cidade humana X a cidade de Deus
A justiça, à semelhança do apóstolo Paulo é pela fé, e decorre dos designo de Deus. 
O pecado corrompeu de tal forma os homens que não é possível chegar ao conhecimento da verdade e de Deus senão pela fé (revelação). A verdade da fé prevalece. 
Para Agostinho a coação é necessária como meio de conter os vícios e a pecassionasidade humana. * A distância entre fé e razão são grandes. 
São Tomás de Aquino (1.225 – 1.274) - época em que surgem algumas universidades. 
O contato com os textos de Aristóteles através de encontros com árabes e judeus. 
Tomás de Aquino atenua a distância entre fé e razão na medida em que reconhece que o pecado não deteriorou a mente e a razão humana a ponte de inviabilizar o conhecimento da verdade pela razão, motivo pelo qual entende ele que é possível o homem chegar a algum conhecimento de Deus pela razão e também da verdade. (A distância entre fé e razão se torna menor, acredita que o homem pode chegar ao conhecimento de Deus e da justiça). 
OBS: A justiça na idade média estava ligada à igreja (religião), o cristianismo passa a ser a religião oficial, então tudo começa a ser determinado pela igreja. O mundo girava em torno de Deus (igreja) e tudo decorria da fé. 
Os gregos chegavam a verdade com a razão, mas o cristianismo (nasceu como um movimento) acreditava que por conta do pecado a razão teria sido abalada, então para chegar à verdade seria através da revelação. Toda a afirmação que contrariasse a igreja era tida como falsa, então a ciência tinha que se adequar e seguir as escrituras. A fé está acima da razão. 
Diferentemente dos gregos que diziam que a justiça era medida a partir dos atos humanos e de acordo com os méritos dessa ação, a única forma de alguém se tornar justo é pela graça de Deus, a justiça portanto é a obra de Deus. Houve desta forma um retrocesso da visão dos gregos. 
O poder também é deslocado dos homens para Deus, todo poder vêm de Deus e toda autoridade era constituída por Deus, independentemente se essa autoridade é crista ou não, sendo assim todo cristão obedecia as autoridades, “ Deus no céu e os governantes na terra”. Mas havia um limite, a partir do momento em que a autoridade ordene algo contra Deus, ou algo considerado injusto, os cristãos deixam de obedece-lo. 
Aquino da certa autonomia à razão, isso abre espaço para o surgimento do direito moderno. 
FILOSOFIA DO DIREITO MODERNO 
- Renascimento: iniciou-se na Itália no século XIV e se estendeu por toda a Europa até o século XVI. Foi o renascer da cultura grego romana, a volta da visão humanista (homem no centro). A literatura voltava-se para o homem, a partir daí se consagra a visão antropocêntrica, passam a ilustrar a ideia de homem ideal, a sua perfeição e autonomia. 
Houve o renascimento comercial, urbano e cultural.
O comercial: o crescimento dos burgos só começou a surgir quando o comércio se expandiu, a partir das feiras-livres (encontros para realização de comércio). Assim, o sistema-autossuficiente feudal, baseado nas trocas (escambo), foi substituído pelas relações comerciais (venda de produtos), fortalecidos pelo desenvolvimento das cidades e do sistema econômico (surgimento da moeda e dos bancos).
Cultural: Os artistas, escritores e pensadores renascentistas expressavam em suas obras os valores, ideais e nova visão do mundo, de uma sociedade que emergia da crise do período medieval.
Urbano: decadência do sistema feudal, formado basicamente de dois grupos sociais: os senhores (proprietários de terras, os feudos) e os servos (trabalhavam e viviam nos feudos).
- O pensamento de Maquiavel: Primeiro autor singularista, sua obra principal é “O príncipe” (1513). O objetivo da obra é expor como funciona a politica, que para Maquiavel significa tomar o poder e mantê-lo, a politica consiste no poder da força. Diz que o príncipe deve ser destemido, capaz de lutar por aquilo que quer realizar. 
Maquiavel sonhava com a Itália unida, governada por um só príncipe, por isso ele escreveu esse livro e presenteou um príncipe que considerava capaz de unificar e governar a Itália. 
Para Maquiavel não é correto um governante levar em conta sua ética para tomar escolhas, exemplo, se o reino for ameaçado o príncipe deve atacar ao invés de recuar independente do que considere certo/ético.
Pensamento secular: deixa claro que politica é coisa desse mundo, e que não tem nada haver com Deus. Diz ser necessária uma separação de Deus e direitos, ser um Estado Laico. 
- Surgimento do absolutismo: forma de governo no qual o monarca tem o poder absoluto (legislativo-executivo e judiciário) e os súditos devem obediência. O absolutismo foi apoiado pelos burgueses
Governo temporal: governado pelo príncipe
Governo espiritual: governado pela igreja 
- Capitalismo: surge a partir do absolutismo, que era apoiado pelos burgueses. Primeiro momento, comercial: tinha-se uma ideia que para ser rico era necessário ter terras, porem começaram a perceber que o comercio também dava grandes lucros. A burguesia apoiou o rei absolutista com a condição de que pudessem comercializar sem a interferência da igreja (que considerava o lucro um pecado). 
Houve o surgimento do individualismo social e politico, cria-se uma concorrência entre as pessoas por conta do capitalismo. Surge também o direito de enriquecer, juntar lucro, viver de forma individualista e etc. Com o tempo o individualismo se chocou com o absolutismo (status definido no nascimento, muita desigualdade), pois os lemas do individualismo eram liberdade, igualdade e fraternidade (seus conceitos atendiam as necessidades da burguesia)e com o governo absolutista não seria possível ter a liberdade almejada, sendo assim os burgueses queriam tomar posse do governo, ai se deu inicio a revolução. 
PENSADORES
- Thomas Hobbes (1588-1679) – Inglaterra
Livro: “Leviatã” – esse termo foi extraído da linguagem hebraica (bíblia livro do Jo) e foi usada para se referir ao Estado absolutista. 
O contratualismo: a sociedade é uma criação humana, depois de determinado tempo vivendo em estado natural decidiram fazer um contrato e viver no estado social. Hobbes defendia essa ideia, indo contra Aristóteles que dizia que a sociedade foi criada antes do individuo e que o homem é por natureza sociável, essa concepção perdurou por muito tempo. Para Aristóteles a primeira forma de sociedade foi à família, depois os clãs, que formaram vilas que viraram cidades. A sociabilidade é inerente ao homem.
Hobbes contraria, diz o oposto – “O homem é o lobo do homem”, o homem não tem nada de sociável, ele é perigoso, selvagem. 
O estado de natureza Hobbesiano
O estado de natureza era de total liberdade e havia uma guerra constante por conta desta liberdade. Ele não negava que por extinto os seres humanos se juntem, pois é algo natural dos animais (inclusive o homem) viverem juntos, porem não em sociedade, pois para Hobbes sociedade significa delimitar a liberdade, criar regras, normas e etc. 
Para Hobbes o que mais diferencia nós humanos dos outros animais é a nossa liberdade, os animais agem por instinto, nós temos liberdade de escolha, e é isso que os contratualistas entendem, que através da liberdade os homens escolheram viver em sociedade – foi um ato de escolha. 	Portanto, para Hobbes o homem em estado natural (constante guerra) eram guiados pela emoção, decidiram pela razão abrir mão de total liberdade e direitos para viver em sociedade. Passaram esses direitos a uma pessoa que passou a governar sobre eles, o “soberano”, alguém que teria poderes absolutos absolutismo.
 
O contrato social Hobbesiano 
- pacto de submissão
- soberano X súditos 
- ordem, paz e justiça
Na época em que Hobbes viveu o governo regente era o absolutismo (primeiro modelo de estado politico moderno), eram governador por um monarca, e todo o restante eram os súditos. O governante obtinha todo o poder, o de legislar, governar (administrar) e julgar. Para Hobbes o objetivo desse modelo de Estado era estabelecer ordem, paz e justiça (direitos), o que não era, segundo ele, alcançado no estado natural. 
É a partir desse momento que surge o termo propriedade como direito, pois só com organização e direitos isso era possível. 
Para Hobbes a divisão de poderes resultava na continuidade dos conflitos sociais, se o poder estivesse nas mãos de apenas um soberano (absolutista) os conflitos seriam resolvidos.
Para Hobbes todos os atos do soberano são corretos (justos): 
Pois não há ninguém acima dele para dizer que está incorreto
Pois através das ações do soberano que se esta sendo representado a ação (vontades) dos súditos. Os súditos que deram a ele todo esse poder. 
Direito de resistência: em que medida o súdito pode resistir ao soberano? 
Para Hobbes não deve haver resistência, mais há uma exceção que é quando o soberano decide matar os súditos (se revolta contra o povo), pois este estado absolutista serve para manter a ordem, se ele tomasse uma decisão dessas ele estaria voltando ao estado de natureza.
Direito positivo: leis (feitas pelo rei e impostas aos súditos, caráter imperativo) vontade heterônimo 
- John Locke (1632-1704) – Inglaterra. Fundador do liberalismo, era antiabsolutista. 
Livro – “Segundo tratado sobre o governo civil” – discorre sobre a teoria do contrato social, e quais as bases por ele postuladas. 
Para Locke o estado de natureza não era um estado de guerra como dizia Hobbes, o que fez os homens escolher a viver em sociedade foi à solidificação dos direitos. 
Na época em que viveu, um rei começou a fazer leis sem consentimento, o parlamento e o povo acabou se revoltando contra o rei, houve portanto uma revolução contra o rei chamada “revolução gloriosa” (1688) contou com o apoio do exercito e da burguesia. A partir desse momento o rei perdeu o trono e o próximo governante foi obrigado a assinar um tratado que dizia que suas decisões e leis teriam que ser aprovadas primeiramente pelo parlamento, desta forma o rei perde o poder absoluto e surge assim o sistema de monarquia parlamentarista (liberal), chegando ao fim o sistema absolutista. Em 1689 Locke publica o livro “Segundo tratado sobre o governo civil”, como uma defesa à respeito dos fatos ocorridos, busca explicar a revolução gloriosa e o novo sistema aplicado. Usa-se das escrituras sagradas para defender sua tese. 
Século XVII há uma mudança no pensamento, varias revoluções e inovações. 
O contrato social em Locke
O pensamento de contrato social de Hobbes e Locke são bem distintos. Para Locke o homem no estado de natureza já é moral, não é regido pela emoção, era uma condição de liberdade e igualdade, criados livres por Deus, viviam felizes. Ele defende a ideia de retirado do estado de natureza para o social, pelo o fato de que no estado de natureza os direitos não eram garantidos, não havia juízes e nem leis que os assegurassem. 
Para ele ir para o estado social não significa abrir mão de direitos mais sim garantir ainda mais os direitos que o individuo possui no estado de natureza. Locke dizia que o homem precede a sociedade, ou seja, o homem existia antes da sociedade e já obtinham direitos, ela passou a existir com a finalidade de garantir os direitos dos indivíduos. Vai contra as ideias de Aristóteles que dizia que o “homem é um animal politico” e que a sociedade prevalece sobre o homem.
 Estado de natureza 
O estado de natureza é um estado jurídico (havia uma condição de juridicidade) – Locke acreditava que mesmo no estado de natureza o homem já possuía direitos inerentes a ele, tinha um pensamento jusnaturalista. 
No estado de natureza o homem tinha direito a vida, liberdade e propriedade – Para Locke todos nascem proprietários da própria vida, ele considera a propriedade o direito mais importante. Agora para o ser humano conquistar propriedades físicas, materiais (riquezas) ele diz ser necessário:
Fonte original: O trabalho utiliza-se a razão e as habilidades para extrair os bens da natureza ao seu favor. Se um homem trabalha, cria e faz bom proveito de algo, aquilo se torna seu por direito. Locke também fala sobre o trabalho alienado. 
Fonte derivada: aquisição, posso possuir alguns bens comprando-os com dinheiro, e a partir dai que surge a acumulação. 
Liberalismo
Locke foi o fundador do liberalismo (tinha um pensamento burguês). Ele defendia o individualismo, pro o capitalismo e o interesse próprio (privado). Defende que é necessário limitar os poderes do Estado para garantir os direitos individuais, principalmente dos burgueses que possuíam propriedades, tinha uma ideia de Estado com intervenção mínima, para garantir direitos, criar leis, governar e punir infratores. 
Para Locke era impossível o Estado intervir no direito de propriedade do individuo, o proprietário era o senhor absoluto do seu bem. Até hoje há leis que são feitas para proteger e garantir direitos para determinadas classes. 
 -Direito de resistência: Locke defendia o direito de resistência, os governados poderiam resistir aos governadores em qualquer momento, se ele não obedecesse às normas, se ele se desviar das leis impondo sua vontade. O poder supremo para Locke é o legislativo.
- Separação dos poderes
Para Locke, em sua obra "O Segundo Tratado do Governo Civil", apenas a separação entre os poderes poderia impedir que o governo fosse corrompido pelas fraquezas humanas, sendo que quem elabora as leis não poderia também aplicá-las, visto o risco de querer fazer delas instrumento de seus interesses. Contudo, ao contrário do que viria a pensar Montesquieu, Locke propunha a divisão do Estado em: 
Poder legislativo 
Poder executivo (judiciário funções políticas) 
Poder confederativoForam esses os poderes que passaram a existir na Inglaterra após a guerra gloriosa. 
Locke dizia existir uma “mão invisível” que rege a economia e que se o Estado intervisse iria atrapalhar. Isso foi considerado até a quebra da bolsa de Nova Iorque (1929), a partir de então o Estado criou leis para controlar e manter a economia, pois foi comprovado que sozinha ela não resistiria. 
O PENSAMENTO JURÍDICO DE ROUSSEAU (1712-1778). 
Aspectos de seu pensamento filosófico 
- contratualista/jusnaturalista 
- Expoente do iluminismo: A razão como critica da verdade
- Vida natural/vida social: Para Rousseau a civilização não poderia ser considerada o apogeu da vida humana, em oposição à vida natural primitiva. Ao criticar a civilização Rousseau não pretendia uma volta do homem ao estado de natural, mas sim apontar as mazelas humanas em sociedade juntamente para corrigi-las, forjando outra civilização. 
- Educação: para Rousseau a educação seria o caminho para a transformação do homem e da sociedade. 
OBS: Ele coloca o povo acima da sociedade. O iluminismo foi um impacto mito grande, o pensamento é voltado para a razão. Embora Rousseau fosse iluminista ele não era um entusiasta da civilização, e sim um crítico. Entendia que a saída do homem dos estado de natureza para o social cercou o homem de vícios e degenerações, por isso coloca a educação como elemento fundamental para o homem, não apenas a vertente racional mas principalmente a ética, a afetiva. 
O ideal da razão do iluminismo era a emancipação do ser humano, o individuo ser livre, um construtor do próprio destino. Porém alguns pensadores dizem que o conhecimento acabou se tornando um instrumento de poder do homem. Que razão é essa que é usada para o mal? Essa questão gerou uma crise.
Rousseau já era antes disso, cético a respeito da razão. A educação começou a ser voltada apenas para a razão formando pessoas sem ética, desajustadas na sociedade. Antes de tudo o ser humano é um ser afetivo, antes mesmo de racional e era isso que Rousseau defendia. 
Estado de natureza
- a liberdade como critério diferenciador do homem em relação aos demais animais.
- a perfectibilidade do homem como critério diferenciador dos outros animais
- desigualdades naturais e físicas X desigualdade sociais. 
OBS: Para Rousseau o homem é um ser livre, de todos os contratualistas ele é o único que diz ser bom o estado de natureza, criticava Hobbes, dizia que Hobbes levava os conflitos do estado social para o estado de natureza. 
A liberdade de fato é o que diferencia os homens dos outros animais, diferentemente dos outros pensadores que alegam a razão como elemento diferenciador. Os animais até possuem certa racionalidade diz Rousseau, mas liberdade não, só os homens possuem, sendo ela, portanto o principal ponto de diferença. Ele também diz que o homem é o único que pode se aperfeiçoar, e isso também nos difere dos outros animais.
Rousseau defendia a ideia de que as desigualdades presentes no estado de natureza são diferenças naturais do ser humano, diferentemente das desigualdades sociais presentes no estado social. 
A origem da corrupção 
- a propriedade privada
- processos de dominação
- o surgimento de uma ordem politica e jurídica de um contrato social espúrio que se caracteriza.
1º pelo estabelecimento da lei e do direito que autorizou o estado de desigualdade do rico e do pobre.
2º a instituição a magistratura que autorizou o estado de desigualdade do poderoso e o fraco.
3º a mudança do poder legítimo para o poder arbitrário que autorizou o grau de desigualdade entre senhor e escravo. 
OBS: a propriedade privada gerou diversos problemas sociais. Começa a surgir a disputa pelos bens, elemento causador de conflitos, guerras e escravidão. A sociedade para Rousseau surge na dominação de um grupo sob outro, esse grupo soberano cria leis, instituições e normas que os denominados inferiores devem seguir. Desde o inicio há a presença da desigualdade. 
O contrato social
Rousseau propõe um novo contrato social que possa reaproximar o homem da liberdade que ele desfrutava no estado de natureza. Este contrato deveria apresentar as seguintes características: 
- seria um pacto da sociedade
- implicaria na alienação dos direitos pelos indivíduos da coletividade, resultando no surgimento de uma condição de igualdade.
- deveria ter como fim a busca do bem comum
- a comunidade exerceria o poder legiferaste, dando origem a “vontade geral”.
- o resgate da liberdade natural na sociedade civil, a constituição de uma ordem democrática, sendo os indivíduos cidadãos e o povo o detentor da soberania (inalienável). 
Rousseau faz uma critica a sociedade com a intenção de muda-la. Expõe características que o contrato social deveria obter. 
Immanuel Kant (1724- 1804).
Filósofo representante do iluminismo alemão
Ele coloca que o Iluminismo é o caminho para o homem sair do que ele chama de “menoridade”, que ele especifica como sendo a “incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem”. Ou seja, se esta é a menoridade, o Iluminismo é a capacidade do homem pensar e agir por si mesmo, de forma livre, sem os indicações ou imposições de uma outra pessoa ou instituição.
A questão do conhecimento
- racionalismo
- empirismo
- criticismo Kantiano
Kant contraindo as posições filosóficas prevalecentes rejeitará que a percepção nos leve ao conhecimento das coisas em si. Para ele, o que se conhece das coisas, com a percepção é só o fenômeno que tais coisas representam para o sujeito do conhecimento.
Para Kant é o sujeito que vê que transforma o fenômeno em um objeto para o pensamento. Para Kant se o conhecimento fosse apenas empírico, fenomênico, seria marcado por um subjetivismo extremamente relativista. Se as coisas em si não são a causa do conhecimento universal, serão as ferramentas do sujeito a causa da universalidade do conhecimento. A estas ferramentas ele dá o nome de categorias, são estruturas presentes na razão do sujeito que conhece, e não são aprendidas a partir da experiência, mas são apriorísticas, são condições para que haja o conhecimento. São estruturas de pensamento universais, são ferramentas da razão humana utilizadas de forma necessárias.
- forma de sensibilidade tempo e espaço
- categorias apriorísticas de entendimento. São estruturas universais e necessárias, exemplo, quantidade, qualidade, causalidade, necessidade e etc.
O conhecimento não é só a apreensão sensível dos fenômenos, é também um pausar a respeito delas.
OBS: Antes de Kant, acreditavam que as pessoas nasciam com ideias inatas. 
- racionalismo: o conhecimento humano se constrói através da razão, tudo se gera em torno da razão.
- Imperialismo: defende que todo o conhecimento se constrói através da experiência. 	Não há conhecimento que não decorra da experiência. O ser humano nasce como uma folha em branco, e com seus cinco sentidos capturam experiências que chegam ao cérebro em forma de pensamento/conhecimento. 
Essas duas correntes são rivais, contrarias, toda via, sabemos hoje que a experiência é muito importante, assim como os cinco sentidos, porém a razão também é de sumo importância para se obter conhecimento.
Kant defende, portanto que a experiência é de suma importância, mas sozinha não é capaz, a razão também é necessária. Ele faz uma síntese do racionalismo e empirismo. 
Kant entendia que o ser humano nasce com o cérebro, e com as experiências obtenhamos conhecimento, e a razão os organiza e dá sentido às experiências, principalmente afetiva. Sem esse trabalho da razão a experiência seria destituída de sentido, esse pensamento de Kant ficou conhecido como criticismo Kantiano. 
- Antes de Kant as pessoas acreditavam que a realidade era o conhecimento que o homem teria e poderia obter. Depois de Kant, ele coloca o homem no centro e a realidade em torno. Ele diz que nunca iremos conhecer a realidade em si, mas conhecemos os fenômenos, as coisas que se manifestam em mim, e a força como interagem, como eu as entendo. Por isso as coisas(objetos/pessoas) possuem diferentes valores e significados para cada pessoa, um olhar individual de cada um. Mas essa visão é muito subjetiva. Kant diz que a universalidade do conhecimento não é possível por conta dos objetos da realidade mas sim pelos instrumentos por meio do qual vamos pensar. 
Primeiro ele vai tratar das formas de sensibilidade tempo e espaço: que para kant não é objeto de conhecimento e sim condição. Não há conhecimento que não se enquadre, que não esteja dentro de um tempo e espaço, essas categorias são vistas juntas, sempre uma delas estará presente. 
Depois ele fala sobre as categorias apriorísticas de entendimento: uma categoria que possibilita o homem conhecer e delimitar conhecimentos, criar um parâmetro para a compreensão. 
A razão prática. 
A razão prática é o campo filosófico no qual Kant constrói a sua teoria a respeito da valorização ética, moral, jurídica, estética e politica. É onde ele vai discutir o justo e injusto, o bom e o mal. 
Boa vontade e dever
Kant estabelece, na razão prática, uma distinção entre moralidade e dever. Assim, agir conforme o dever é empreender as ações que sigam os trâmites de uma determinada legalidade, mas seguir o dever não significa necessariamente o cumprimento da moralidade. A moralidade não é apenas o cumprimento do dever, pois se trata de uma predisposição a cumprir o dever sem nenhum outro fundamento que não apenas o próprio querer. 
A boa vontade é a vontade que é boa em si mesmo. 
OBS: A razão pratica: a partir do momento que o homem utiliza desses instrumentos é possível obter uma universalidade de pensamento. A realidade gira em torno do homem, o homem esta no centro, antes era o oposto. Quando ele faz essa diferença entre as coisas em si os fenômenos ele encontra um problema, sua teoria causa um impacto no campo religioso, social e do pensamento. Para ele só os fenômenos podem ser conhecidos pela razão humana (por exemplo a religião) e não é possível conhecer as coisas em si (exemplo Deus). O que você tem é um reconhecimento do fenômeno da relação e não a coisa em si. 
O imperativo categórico. 
A moralidade se apresenta como um imperativo. Trata-se de um dever ser que se apresenta à vontade e a racionalidade humana e não simplesmente um desdobramento natural do ser do homem. É um imperativo para a ação. O imperativo categórico é um dever que obriga sem condicionamento nem limitações nem finalidades outras que o cumprimento desse próprio dever. 
Para Kant, somente as ações ou máximas que puderem ser universalizadas poderão ser consideradas como justas e boas, de onde extrai a lei fundamental da razão prática. 
“Age de tal modo que a máxima da tua vontade possa valer sempre ao mesmo tempo como principio de uma legislação universal”. O imperativo categórico é inabalável e inflexível, no que contraria o postulado de equidade de Aristóteles. 
OBS: Para Kant a moralidade é imperativa. “Se mentir é errado, nunca se deve mentir”. Ele vai contra Aristóteles que dizia sobre a reflexão da norma. Para Kant esse ideal de justiça é impossível, é necessária uma reflexão com base da realidade concreta. 
O direito pensado por Kant é uma racionalização do âmbito jurídico criando regras e parâmetros para se pensar em um direito positivo e em que medida esse direito é justo. Analisa o direito em âmbito metafísico. 
O direito em Kant 
- direito e moralidade
- a base moral do direito e a universalidade das normas
- a construção de um direito racional (metafísico)
- o formalismo jurídico Kantiano
Para Kant apenas a forma da relação entre livres e iguais é o que importa. 
Conceito Kantiano de direito
“O direito é, portanto, a soma das condições (normas) sob as quais a escolha de alguém pode ser unida a escolha de outrem de acordo com uma lei universal da liberdade”. 
	
OBS: Kant faz uma distinção entre moralidade e dever, lançou novas formas de pensar e fazer o direito, que influencia depois de um tempo o positivismo jurídico. 
- Para Kant o campo da moralidade vai além do dever, implica em uma ação totalmente desvinculada a qualquer condição, motivação que não seja por ser uma ação boa em si mesmo, exemplo: fazer algo moral com a intenção de ser reconhecido e ganhar algo em troca faz com que a ação deixe de ser moral, e às vezes pode acabar se tornando imoral. 
Kant era cristão, então mesmo usando da razão em seus pensamentos, havia certa influencia religiosa. 
- Tinha uma ideia UTOPICA sobre o ideal de moralidade, dizia que a partir do momento que se define o que é certo e justo segundo a razão, deve-se busca-la independente de seu humor, religião, situação e etc. Essa ideia é considerada uma utopia, pois se trata de uma noção de moralidade impossível de se seguir. 
- A ação legal significa agir com conformidade com o dever, não esta necessariamente ligada á moral, é quando a pessoa atua de determinada maneira para estar conformo a lei. 
- O que diferencia o direito da moral é que na moral é necessário que haja uma correspondência interna entre a ação externa, agora o direito no direito não, a ação externa não precisa condizer com a interna (seu desejo, pensamento). Para o direito interessa aquilo que o individuo faz, a ação humana, e não o que ele pensa. Direito está ligado ao externo e moral ao interno. O direito dispõe da coação (força) já a moral dispõe da sanção social. 
- Kant considera indigno de o homem deixar-se guiar por sentimentos ou emoções ou por motivos utilitários: "Seguir a razão” Esta é a única norma digna do homem.
- Tudo que é justo e bom tem que ter uma característica de universalidade, que possa ser praticada por todas as pessoas, até consigo mesmo. 
- A base dos direito é a moral, suas leis também possuem caráter universal. Muitas regras que cumprimos nós as cumprimos de forma legal e moral, mas não é uma regra. 
O CONTRATUALISMO KANTIANO
Para Kant o contrato social não é uma realidade histórica, mas uma ideia da razão, e que como tal tem a sua realidade racional, uma vez que obriga todo o legislador a fornecer suas leis como se elas pudessem emanar da vontade coletiva de um povo inteiro, e a considerar todo o súdito, enquanto quer ser cidadão, como se ele tivesse assentido pelo seu sufrágio a semelhante vontade. 
Enfim, para Kant uma vez que o consenso é totalmente necessário para se viver em sociedade, logo, o contrato social é necessário e real. 
O DIREITO PRIVADO E O DIREITO PÚBLICO.
Para Kant o direito privado precede o direito público, uma vez que a posse é pressuposto no estado de natureza, tornando-se propriedade privada quando de sua garantia por meio do Estado. Assim o direito público, para Kant, é uma decorrência necessária da própria atividade e dos interesses privados, de fronte que o direito privado fala mais alto que o publico, numa clara expressão do direito burguês. 
CIDADANIA
No que diz respeito a cidadania, Kant reconhece no poder legislativo uma ligação com a vontade do povo, que se expressa por meio das eleições, toda via, reduz o eleitor do proprietário, estabelecendo dois tipos de cidadania: ativa e passiva. 
OBS: Kant fala da formalidade do direito e seu papel principal que é criar condições para a sociedade. Pra ele o mais importante é o processo de formação do direito do que a matéria em si, se o processo de formação é correto a matéria em si também é. 
- O contratualismo de Kant rompe as formas anteriores dos contratualistas, ele afirma a existência do contrato social, mas diferentemente dos demais eles está voltado especificamente no âmbito racional do direito, ele busca, portanto uma justificação racional para o contrato social. As ideias anteriores que diziam que os homens simplesmente em um determinado momento histórico tomaram consciência e criaram o contrato para viverem em sociedade, para Kant são incorretas.
Kant defende a seguinte premissa: afinal de contas o consenso é necessário para se viver em sociedade?
A resposta é sim, é necessário um acordo de vontades, não se consegue viver em sociedade sem um consenso. Logoo consenso se torna um contrato. O contrato social é uma realidade racional (não histórica), elemento constante na sociedade, que se manifesta historicamente. Encontra a fundamentação do contrato social na razão (consenso) diferente dos pensadores anteriores (ficção).
- Quando se fala sobre contrato, entende-se que todos os envolvidos terão direitos, deveres e benefícios. E o contrato social foi criado com essa ideia, porem hoje nem todos são comtemplados por esse contrato, há muita desigualdade e exclusão. 
- Para Kant primeiro surge à posse, o direito privado surge para regulamentar essa posse criando a propriedade. Só depois surge o direito público que resguarda nossos direitos. 
- cidadão ativo: tem direito ao voto
- cidadão passivo: não tinha direito ao voto, era passivo sob a ação do estado (só obtinha obrigações). A constituição francesa só dava direito ao voto para pessoas com determinada renda, isso também ocorreu por algum tempo aqui no Brasil.

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