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Trabalho II de História-História II

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Trabalho II
Questão norteadora: A partir do capítulo extraído do livro ‘A Invenção do Trabalhismo’ de Ângela Gomes, faça um texto explicando os motivos pelos quais a autora intitulou o capítulo como A lógica do “quem tem oficio, tem benefício”.
A autora discorre durante o capítulo sobre os momentos que sucederam os direitos trabalhistas no Brasil, demonstrando que, em suas palavras: *Só “quem tem ofício” – quem é trabalhador com carteira assinada e membro de sindicato legal – “tem benefício”.
Para chegar a esta lógica vamos percorrer um pouco da história do país. Começando pelo Estado Novo, e o “Velho” Getúlio Vargas. Em 1934, o Brasil recebia uma nova Constituição, com uma nova lei de sindicalização e um novo Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio. Esta Constituição, em seu art. 120, consagrava a pluralidade e a autonomia sindicais, que por sua vez ganhava alguns dias antes, certos empecilhos para vigorar, através do Decreto de Lei n° 24.694, que tornava intencionalmente, a pluralidade muito difícil e a autonomia muito relativa. Enquanto isto, o novo Ministro Agamenon Magalhães, era escolhido por representar bem este momento político brasileiro. Preparado para “apertar os parafusos”, fez várias intervenções em sindicatos que reivindicavam e organizavam greves, criou sindicatos de “carimbo”, que não existiam efetivamente, apenas para a escolha de deputados classistas. Neste momento havia nas ruas sindicatos fictícios e reais vinculados ao governo e outros, que mesmo com o reconhecimento legal, permaneciam com lideranças de esquerdas, ou mesmo sem posicionamento, o que não tardaria a mudar. As massas nas ruas movidas pela esquerda erguiam a ameaça comunista. A partir de abril de 1935, quando se aprovou a Lei de Segurança Nacional, os sindicatos eram fortemente atacados e destruídos, o país vivia em estado de guerra. E um novo quadro político se abria no país, em especial na relação Estado/Classe Trabalhadora. Observou-se um completo ataque aos comunistas, ao ponto de calar suas vozes nos sindicatos e nas ruas, através de estratégias que demonstravam uma ameaça comunista contra a ordem da nação. Este silêncio das classes trabalhadoras, que se iniciou em 1935, perdurou praticamente, até 1942. De onde insurgiu novamente as demandas dos trabalhadores; fez surgir através de propostas profundamente assistencialistas da Igreja, o projeto “trabalhista”. No Estado pós-30, este projeto desencadeou uma política social de produção e implementação de leis que regulamentavam o mercado de trabalho, mas que, por outro lado, prendia as massas trabalhadoras em um pacto social que trocava os benefícios da legislação social por obediência civil. Este sindicalismo corporativista tutelado foi aceito pelos trabalhadores, que nesta época almejavam bens materiais e individuais, que tanto se via aparecerem. Não que a classe trabalhadora, que desde a Primeira República lutou arduamente por seus direitos, tenha se desapercebido deste jogo econômico e político, ao contrário, seguiram na luta. Mas as necessidades insurgentes de uma classe que tão pouco havia tido até então, tinham peso nas escolhas dos trabalhadores, que almejavam por uma vida mais digna. Esta lógica de reciprocidade generalizada pode ser vista como geradora de hierarquias sociais, é uma “generosidade calculada”. Os trabalhadores estavam assim, atrelados aos sindicatos, que por sua vez estavam presos ao Estado, em troca de benefícios sociais. Sendo assim: “Quem tem ofício, tem benefício”.

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