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Invista como Warren Buffett

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Invista como Warren Buffett 
 
O bilionário americano Warren Buffett, um dos investidores mais bem-
sucedidos de todos os tempos, costuma dizer que seu prazo favorito de 
aplicação é “para sempre”. Quem tivesse isso em mente na década de 60, 
no início das atividades de sua empresa de investimentos, a Berkshire 
Hathaway, poderia ter ficado milionário. Mil dólares aplicados nas ações da 
companhia em 1965 teriam se transformado em cerca de 3 milhões de 
dólares em agosto de 2008. É verdade que o período engloba mais de 40 
anos, mas uma alternativa similar de investimento — usar os mesmos 1 000 
dólares para comprar os papéis que integram o índice S&P 500, da bolsa de 
Nova York — teria rendido pouco mais de 65 000 dólares. O desempenho 
excepcional de Buffett é fruto de uma estratégia peculiar — e, para muitos, 
discutível. Diferentemente do que prega a maioria dos especialistas 
financeiros, Buffett não diversifica suas aplicações e ignora relatórios de 
previsões econômicas. Polêmicas à parte, o certo é que o jeito Buffett de 
fazer negócios tem se mostrado eficaz. Muito eficaz. 
Com base em livros publicados sobre Buffett e em textos que ele próprio 
escreveu para apresentar os resultados de sua empresa aos acionistas, 
EXAME compilou algumas das principais lições do guru. Antes de lê-las, 
porém, vale um alerta: os conselhos não são um manual sobre como se 
tornar um ás do mercado financeiro. Buffett aprimorou sua estratégia ao 
longo de mais de quatro décadas, quando adquiriu o controle ou 
participações majoritárias em centenas de companhias de diferentes 
tamanhos — da Coca-Cola à fabricante de doces See’s Candies. Hoje, 
administra um patrimônio de 280 bilhões de dólares. “Se alguém fizer um 
curso para aprender a jogar bola como Pelé, dificilmente vai conseguir 
reproduzir suas jogadas mais brilhantes. Mas é inegável que poderá se 
tornar um jogador melhor depois das aulas”, diz Rui Tabakov Rebouças, 
dono da gestora de recursos Tabakov Capital, com sede em Nova York, e ele 
próprio co-autor de um livro sobre as estratégias do megainvestidor, Os 
Ensaios de Warren Buffett (edição do autor). 
Ignorar análises macroeconômicas 
 
“Trinta anos atrás, ninguém poderia ter previsto o imenso impacto da Guerra 
do Vietnã, de duas crises do petróleo, da renúncia de um presidente, da 
dissolução da União Soviética (...). Diferentes choques ocorrerão nos 
próximos 30 anos. Não tentaremos prevê-los nem lucrar com eles”, escreveu 
Buffett em carta aos acionistas da Berkshire Hathaway em 1994. Ele atribui 
o sucesso de seus investimentos em empresas à combinação entre a análise 
criteriosa dos resultados e das perspectivas desses negócios e o valor de 
suas ações na bolsa. Seu lema é comprar bons negócios por baixos preços e, 
se possível, mantê-los por um longo prazo. 
Aprender a avaliar empresas 
 
Pode parecer complicado para o pequeno investidor, mas, com alguma 
dedicação, é possível avaliar empresas para tentar descobrir bons negócios, 
segundo Buffett. Como fazer? O primeiro passo é escolher poucas empresas 
para acompanhar — de preferência de um ou dois setores. O conselho de 
Buffett é se concentrar em mercados que o investidor já conheça ou 
entenda. Por exemplo, alguém que passou a vida trabalhando em 
companhias de varejo terá mais condições de analisar supermercados e 
outras empresas do setor do que siderúrgicas. “Especialização e sucesso 
andam de mãos dadas”, escreveu Mark Tier, autor de Investimentos: Os 
Segredos de George Soros e Warren Buffett, publicado no Brasil pela editora 
Campus. 
Definido o nicho, o passo seguinte é levantar informações sobre as empresas 
que serão analisadas. De forma geral, isso pode ser feito lendo os relatórios 
de análise de bancos e corretoras e os balanços anuais publicados pelas 
companhias abertas. Mas também vale a pena buscar informações in loco. 
Uma história famosa sobre Buffett conta que, em 1965, ele passou cerca de 
um mês contando os vagões-tanque que passavam pela ferrovia de Kansas 
City. Buffett não estava interessado nos trens, mas numa empresa que 
fabricava aditivos para a gasolina transportada nos vagões. Queria saber se 
a demanda pelo produto estava aumentando. Quando os carregamentos, de 
fato, cresceram, ele comprou ações da empresa e embolsou um ganho de 
mais de 60%. 
A recomendação de Buffett é procurar características que diferenciem a 
empresa de seus concorrentes — por exemplo, custos mais baixos de 
produção, uma marca consolidada ou a liderança isolada de um mercado. É 
o que ele chama de “fosso” ou “barricada”, isto é, algo que funciona como 
uma barreira e deixa as demais companhias do setor distantes. 
Aproveitar a volatilidade 
 
Uma vez que o investidor define em quais ações quer aplicar, o melhor 
negócio é comprá-las pelo menor preço possível. Por isso, diz Buffett, a 
volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”. São 
os altos e baixos das bolsas de valores que permitem que papéis de 
empresas atrativas sejam comprados por preços baixos. Seu raciocínio, 
extraído de uma carta aos acionistas em 1997, é o seguinte: assim como 
quem vai trocar de carro de tempos em tempos — e não é uma montadora 
— deve preferir que os preços dos automóveis fiquem baixos, quem 
pretende poupar mais do que gastar nos próximos dois ou três anos deve 
torcer por um mercado de baixa. “Somente aqueles que serão vendedores 
de ações no futuro próximo deveriam ficar felizes com sua valorização”, 
escreveu ele. 
Pensar no longo prazo 
 
Para conseguir ganhar com a instabilidade dos mercados, o investidor 
precisa, de fato, ter condições de deixar seu dinheiro aplicado por prazos 
longos — no caso da Berkshire Hathaway, isso significa manter uma ação 
em carteira por décadas. A Coca-Cola, por exemplo, faz parte de seu 
portfólio desde 1988. Isso não quer dizer, porém, que Buffett nunca venda 
as ações ou participações de empresas que possui. “Ele se desfaz de alguma 
posição quando acha que a companhia não tem mais como se valorizar ou 
quando houve algum erro na sua avaliação”, diz Rui Tabakov, que organizou 
um seminário sobre investimentos que abordará vários aspectos da 
estratégia de Buffett e ocorrerá no início de setembro em São Paulo. 
Não diversificar 
 
Um dos conselhos mais repetidos no mundo dos investimentos é o que diz 
que a melhor forma de reduzir riscos é diversificar suas aplicações. Buffett 
pensa o contrário. Para ele, o risco aumenta quando se investe em muitas 
empresas, porque é impossível ter informações detalhadas sobre todas elas. 
“Diversificação é uma proteção contra a ignorância e não faz muito sentido 
para aqueles que sabem o que estão fazendo”, diz ele, que mantém quase 
todo o seu patrimônio aplicado nas ações da Berskhire Hathaway. Até aqui, 
essa estratégia transformou Buffett no homem mais rico do mundo, com um 
patrimônio estimado em 62 bilhões de dólares. 
Fonte: Exame

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