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Teoria de Erros em Medidas Experimentais • Todas as grandezas físicas, resultados de medições, estão afetadas por alguma incerteza (de várias naturezas), que se convencionou chamar de erro, desvio ou imprecisão da medida. • No contexto da teoria de erros, a palavra “erro” não significa um resultado incorreto. Natureza e Tipos de Erros 1) Erros grosseiros: Não é o tipo de erro considerado na teoria de erros! Erros grosseiros são os associados à inabilidade ou distração: enganos que ocorrem eventualmente na medida ou equívocos na realização dos cálculos. Devem ser evitados ao máximo, repetindo- se as medidas e conferindo-se cuidadosamente os cálculos e procedimentos... Exemplos de erros grosseiros: • Barra tem comprimento 47,4cm: observador faz a leitura e erroneamente anota 37,4 cm; • No cálculo da área do retângulo, considerar erroneamente que Área = 2 a b a b 2) Erros sistemáticos: erros que desviam o resultado sempre no mesmo sentido: sistematicamente para mais ou para menos do valor real. Exemplos: 1 – Má calibração do instrumento utilizado (Ex: medida de tempo feita com um relógio que atrasa) 2 – Simplificações do modelo teórico utilizado (Ex: não incluir o efeito da resistência do ar numa medida da aceleração da gravidade baseada na medida do tempo de queda livre de um objeto) 3 – Paralaxe: As leituras podem ser sempre sistematicamente maiores se o instrumento de medida (ponteiro e escala) não estiver perpendicularmente a frente do observador. 4 – Erros sistemáticos ambientais: fatores como temperatura, pressão ou campo magnético terrestre podem induzir erros sistemáticos nos resultados de uma medida. Erros sistemáticos não podem ser reduzidos pela repetição de medidas. Identificar e eliminar o maior número possível de fontes de erro sistemático é uma das principais tarefas do idealizador ou realizador de medidas! Para reduzir e evitar os diversos erros sistemáticos: • Sempre que a calibração de um aparelho for suspeita, deve-se aferí-lo com um padrão ou substituí-lo por outro; • Utilizar modelos físicos, fórmulas e valores para as constantes suficientemente exatos para o fenômeno em questão; • Ter bom conhecimento e controle das condições ambientais; • Seguir os procedimentos corretos para uso dos instrumentos. Natureza e Tipos de Erros 3) Erros Aleatórios: São flutuações, para cima ou para baixo, aleatoriamente, da medida de uma grandeza física. São inerentes ao processo de medida. Podem ser tratados quantitativamente através de métodos estatísticos (é destes erros que vamos tratar a seguir!) e podem ser reduzidos pela repetição das medidas. Os erros aleatórios se distribuem em torno do valor médio da grandeza, obedecendo em geral a uma distribuição Gaussiana. Natureza e Tipos de Erros Tratamento Estatístico de Medidas com Erros Aleatórios Valor Médio: Tratamento Estatístico de Medidas com Erros Aleatórios Desvio Padrão: xi Tratamento Estatístico de Medidas com Erros Aleatórios Erro Padrão (ou Desvio Padrão da Média): Observem que o erro padrão diminui com a raiz quadrada do número N de medidas realizadas. Portanto, realizar mais medidas melhora a determinação do valor médio como estimador da grandeza que se deseja conhecer. Entretanto, para reduzir o erro padrão da média por um fator 3 é necessário aumentar o número de medidas por um fator 9. Distribuição Gaussiana Algarismos Significativos É convenção escrever as grandezas físicas apenas até o algarismo duvidoso (sobre o qual incide o erro). Os algarismos corretos e o algarismo duvidoso são chamados algarismos significativos). As regras para expressar corretamente uma grandeza são: 1) Os erros devem ser dados sempre com apenas um algarismo significativo! 2) Depois de determinar o erro, o número de algarismos significativos de uma medida deve ser limitado de tal forma que o erro afete o último algarismo significativo. Exemplo: Se o valor médio de uma medida de tempo é 7,3215 s, e o erro associado é de 0,0231 s, a forma correta de indicar esse tempo (de acordo com as duas regras acima) é: t = 7,32 ± 0,02 s obs: com calculadoras eletrônicas o correto é fazer as contas com todos os significativos e eliminar apenas no resultado final os algarismos não- significativos Exercício 1 Num experimento foi utilizado um paquímetro para medir o diâmetro de um cilindro metálico. A medida foi feita em seis diferentes posições ao longo do cilindro e encontraram-se os valores indicados na tabela ao lado, em milímetros. Obtenha o diâmetro médio com o respectivo erro padrão. Calculando Desvio Padrão na Calculadora Científica 1) Shift – Clear : Limpar Memória 2) Mode 2 (coloca no modo estatístico: SD) 3) Entrar Dados (clicar M+ após cada um) 4) Para calcular Média: Shift S-var 1 = Para calcular Desvio Padrão: Shift S-var 3 = Exercício 1 Num experimento foi utilizado um paquímetro para medir o diâmetro de um cilindro metálico. A medida foi feita em seis diferentes posições ao longo do cilindro e encontraram-se os valores indicados na tabela ao lado, em milímetros. Obtenha o diâmetro médio com o respectivo erro padrão. Propagação de erros • Em muitos experimentos, a medição de uma grandeza de interesse é feita de maneira indireta, a partir de medidas de grandezas primárias. Um exemplo é o cálculo da densidade de um objeto, no qual se mede a massa e o volume do corpo (grandezas primárias), cada uma com seu erro padrão, para então a partir destas se determinar a densidade. Propagação de erros • Considere que se realizaram medidas experimentais de 3 grandezas primárias: x, y e z, cada uma com seu respectivo erro padrão: • Se queremos determinar uma outra grandeza f a partir destas três: f = f (x,y,z) , qual será o erro f associado a f ?? • Fazendo um desenvolvimento matemático apropriado, temos uma expressão para o cálculo do erro padrão da grandeza f: Propagação de erros – Casos Particulares Caso Geral: f = f (x,y) Casos Particulares: • Soma: • Subtração: Propagação de erros – Casos Particulares Caso Geral: f = f (x,y) Casos Particulares: • Multiplicação: • Divisão: Propagação de erros – Casos Particulares Caso Geral: f = f (x,y) Casos Particulares: • Função de uma única variável : Exercício 2 Se você sabe que uma circunferência tem raio r = 10,05 ± 0,05 cm , determine a área desta circunferência com o respectivo erro. Exercício 2 Se você sabe que uma circunferência tem raio r = 10,05 ± 0,05 cm , determine a área desta circunferência com o respectivo erro. Área: A = 317 ± 3 cm²
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