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Aula 4 Cadeia Produtiva do Mel

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Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 81 
ISSN: 1517-8595 
 
ARTIGO TÉCNICO 
 
ESTUDO DA CADEIA PRODUTIVA DO MEL NO MUNICÍPIO DE ORIZONA – 
GOIÁS 
Rafael Porto Vieira
1
, Márcio Fernandes
2
 
 
 
RESUMO 
 
A exploração do mel a partir da apicultura se tornou com o tempo meio de inclusão 
econômica e alternativa de emprego e renda a milhares de cidadãos brasileiros. A partir 
desta reflexão este artigo teve como objetivo estudar a cadeia produtiva do mel no 
município de Orizona – Goiás. Foi elaborado um questionário com 21 questões, o qual 
foi aplicado a 82 pessoas do município pesquisado. Concluiu-se a partir de tal estudo 
que, os fatores primordiais para que se tenha aumento do consumo de mel pela 
população são: informação, investimento em propaganda, marketing e divulgação. A 
partir desta avaliação, será possível sanar tais problemas que o mercado da região 
enfrenta. 
 
Palavras-chave: agroindústria, apicultura, mel. 
 
 
STUDY OF SUPPLY CHAIN HONEY IN THE MUNICIPALITY OF ORIZONA 
– GOIAS 
 
ABSTRACT 
 
The Operation of honey from the bee be came with theme an time of economic 
inclusion and alternative employment and income to thousands of Brazilian citizens. 
When reflecting this article was to study the productive chain of honey in the 
municipality of Orizona - Goias. A questionnaire with 21 questions was developed, 
which was applied to 82 people in the city studied. It was concluded from this study that 
the major factors that has increased honey consumption by the population are: 
information, investment in advertising, marketing and promotion. From this assessment, 
you can deal with these problems that the market in the region faces. 
 
Keywords: agribusiness, beekeeping, honey. 
 
 
 
 
 
Protocolo 16 2014 148 de 05/02/2015 
1 Graduado em Tecnologia de Alimentos. Pós Graduando em Docência Universitária. Instituto Federal Goiano - Campus 
Urutaí - Rodovia Geraldo Silva Nascimento Km 2,5. CEP 75790-000 - Urutaí - Goiás - Brasil. Fone/Fax: (64) 3465-1900. E-
mail: rafaelportovieira18@gmail.com. 
2 Docente no Instituto Federal Goiano Campus Urutaí. Rua JM 13, Quadra 07, Lote 06, SN, Jardim Maratá, Pires do Rio - 
Goiás - 75200000. Telefone: (64) 9255-6379. E-mail: brancoad@hotmail.com. 
82 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
INTRODUÇÃO 
 
O mel é considerado um fluido viscoso, 
aromático e doce elaborado por abelhas a partir 
do néctar e/ou exsudatos sacarínicos de plantas, 
principalmente de origens florais, os quais, 
depois de levados para a colmeia pelas abelhas, 
são amadurecidos por elas e estocados no favo 
para sua alimentação (Brasil, 2000). 
O néctar é a matéria-prima para a 
produção de méis florais que são os mais 
apreciados e alcançam os maiores preços no 
mercado (Siddiqui, 1970). 
No Brasil, a produção comercial do mel 
está ligada à apicultura cuja história teve início 
com a inserção das abelhas europeias Apis 
mellifera no Estado do Rio de Janeiro em 1839, 
realizada pelo Padre Antônio Carneiro. 
No entanto, a apicultura brasileira 
avançou a partir da introdução das abelhas 
africanas (Apis mellifera scutellata) em 1956, 
que culminou na africanização das demais 
subespécies existentes no país. Após o 
desenvolvimento de técnicas adequadas de 
manejo ocorrido na década de 70 a apicultura 
passou a ser intensamente praticada em todos os 
estados brasileiros (Souza et al., 2004). 
No Brasil, estima-se que 350 mil pessoas 
vivam com a renda da apicultura. 
Outra característica responsável pelo seu 
crescimento são as condições favoráveis à 
criação destes insetos encontradas em todas as 
regiões. Além disto, o apiário não necessita de 
cuidados diários, permitindo que os apicultores 
tenham outra fonte de renda. 
Entretanto, a atividade exige profissio-
nallização, inclusive com o enfoque de que a 
ocupação na apicultura deve ser exercida como 
a atividade econômica principal do indivíduo, 
pois ainda é vista, por muitos, como atividade 
secundária e paralela às suas atividades 
profissionais (Böhle & Palmeira, 2006). 
O mercado mundial do mel é 
progressivamente sofisticado e exigente e os 
grandes consumidores têm padrões elevados de 
exigência. A crescente regulamentação do 
mercado reduz o espaço para novos produtores 
que vislumbram atender às normas técnicas, 
oriundos de países em desenvolvimento que 
apresentam frágeis infraestruturas de produção, 
comercialização e vigilância sanitária (Brasil, 
2007). 
O crescimento da produção de mel 
brasileira é bastante significativo, tendo em 
vista que em 2004 o Brasil ocupava a 12ª 
posição de maior produtor mundial de mel, com 
32,3 mil toneladas/ano; em 2006 alcançou a 11ª 
posição, com 36 mil toneladas/ano; e em 2008 a 
10ª posição mundial, com 37,8 mil 
toneladas/ano). Qualquer que seja o número 
considerado é um crescimento notável quando 
se constata que na década de 1950 o país 
produzia apenas 4.000 toneladas/ano (Ibge, 
2006; Paula, 2008; Fao, 2011a). Em 2009, o 
Brasil gerou mais de US$ 65 milhões com as 
exportações de mel (Sebrae, 2010). 
De acordo com a Confederação Brasileira 
de Apicultura, o Brasil apresenta dentro do 
cenário apícola internacional, uma produção 
diferenciada baseada na diversidade climática e 
de flora, caracterizando um mel com 
propriedades sensoriais predominantes 
principalmente quanto aos atributos cor, aroma 
e sabor (Cba, 2011). 
A partir do exposto este trabalho 
objetivou-se em estudar a cadeia produtiva do 
mel no município de Orizona – Goiás. 
 
MATERIAL E MÉTODOS 
 
O estudo foi realizado no município de 
Orizona no estado de Goiás. 
A elaboração do questionário teve como 
objetivos, quantificar o hábito do consumo de 
mel, frequência, período do dia em que este é 
consumido, quantidade, conhecimento dos 
benefícios e malefícios, para qual finalidade o 
alimento é utilizado, a opinião quanto ao preço, 
tamanho da embalagem de preferência, fatores 
que aumentariam o consumo de mel e a 
importância da divulgação e propaganda. 
Foi elaborado um questionário com 21 
perguntas, o qual foi aplicado a 82 pessoas do 
município. 
Para a análise e interpretação de dados, 
foi utilizada a técnica de análise de conteúdo e 
discurso. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O corpo avaliado constituiu-se de 
51,21% sexo feminino e 48,78% do sexo 
masculino, sendo que 25,60% apresentavam 
idade de 11 a 20 anos, 14,63% de 21 a 30 anos, 
15,85% de 31 a 40 e 48,78% acima de 40 anos. 
Quanto nível de escolaridade 3,65% era 
não alfabetizado, 8,53% possuíam primário 
completo, 3,65% primário incompleto, 15,85% 
ensino fundamental completo, 13,41% ensino 
fundamental incompleto, 18,29% ensino médio 
completo, 9,75% ensino médio incompleto, 
8,53% superior completo, 10,97% superior 
incompleto, 4,87% técnico completo e 2,43% 
não opinaram. Quanto ao número de pessoas na 
 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 83 
 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
família, 39,02% 1-3 pessoas, 58,53% 4-6, 
2,43% mais que 10 pessoas na família. Renda 
média da família em salários mínimos, 4,87% 
menos que 1 salário mínimo, 74,39% de 1-3, 
13,41% de 4-5 e 7,31% possuíam uma rendaacima de 5 salários mínimos. 
Quando se trata do principio do consumo 
do mel logo se percebe que o mesmo é utilizado 
principalmente para fins curativos ligados a 
saúde. É visto por muitos como um remédio 
natural e que têm benefícios próprios utilizados 
para gripes e resfriados e segundo Pontes et al., 
(2007) “o mel é uma das fontes tradicionais 
para o tratamento da gripe e constipação”, o que 
confirma esse pensamento popular. 
 O conhecimento desses benefícios 
foram aprimorados com o passar dos tempos 
desde a herança familiar passando o 
conhecimento de pai para filho que na opinião 
de Pérez et al. (2001), com o aumento da idade 
da dona de casa, aumenta também a frequência 
de compra de mel. 
Alguns dos fatores a serem julgados na 
hora da compra pelos consumidores são: 
procedência do produto, a forma de manuseio, a 
qualidade, a aparência, o cheiro, o sabor. Todos 
esses fatores fazem com que haja maior 
consumo do mel e faz com que haja uma 
participação do consumidor na hora de adquirir. 
Para aqueles que não gostam ou consomem in 
natura, devem ter conhecimento dos seus 
subprodutos ou utilizá-lo de outra forma e fazer 
com que se torne um hábito o consumo deste 
produto em sua alimentação. Para Kerr et al., 
(1960) o mel é usado principalmente “in 
natura”. Existe, porém, bom número de pessoas 
que o utiliza misturando-o com outros 
alimentos ou como substituto do açúcar. Tal 
fato pode ser justificado por não gostarem do 
paladar, pela falta de hábitos alimentares 
(Júnior et al., 2006). 
Para que possa se ter um maior consumo 
e maior conhecimento dos benefícios do 
alimento, a agroindústria deve fazer 
propagandas frequentes do produto e fazer com 
que ele faça parte do consumo diário da 
alimentação da população, segundo Vieira, 
(1998) as mudanças nos hábitos alimentares são 
lentas. Assim, com a divulgação, o produto 
começa a ser mais visto por todos despertando a 
curiosidade e um maior conhecimento tanto dos 
benefícios quanto das vantagens de se integrar 
mel em sua alimentação diária. 
 
Quanto ao hábito do consumo de mel 
 
O percentual encontrado para o hábito de 
consumir mel foi o seguinte, 69,51% dizem ter 
o hábito de consumir mel, já 26,82% 
responderam não ter tal hábito e 3,65% não 
opinaram, Figura 1. 
 
 
Figura 1 - Hábito do consumo de mel pelos 
entrevistados (%) 
 
Segundo Rezende, (2006), “a população 
brasileira tem pouco hábito de consumir 
produtos apícolas levando à dependência do 
mercado externo para escoar a produção 
acumulada”. O que não é visto na pesquisa em 
questão, pois a maioria dos entrevistados 
respondeu ter o hábito de consumir mel. 
Frequência do consumo de mel 
 
Para tal questão 46,34% dos entrevis-
tados responderam que consomem mel 1 ou 2 
vezes por semana, 14,63% consomem 3 ou 4 
vezes por semana, 2,43% disseram que 
consomem 5 ou 6 vezes por semana, já 7,31% 
afirmaram consumir mais que 6 vezes por 
semana e 29,26% não opinaram, Figura 2. 
 
 
Figura 2 - Frequência do consumo de mel (%) 
Perosa et al (2004) argumentam “a falta 
de consciência da amplitude alimentar constitui 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Sim Não Não
opinou
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%
50,00%
84 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
um dos fatores do baixo consumo no Brasil do 
mel nos mercados interno e externo”, o que 
comprova a baixa frequência de consumo de 
mel nesta pesquisa, pois 46,34% dos 
entrevistados responderam consumir mel de 1 à 
2 vezes por semana. 
 
Período do dia preferido para o consumo do 
mel 
 
Na Figura 3, pode-se constatar que dos 
entrevistados 47,56% preferem consumir o mel 
de manhã, 18,29% à tarde, já 14,63% tem 
preferência pela noite e 19,51% não opinaram. 
 
 
Figura 3. Período do dia em que prefere 
consumir mel (%) 
 
Quantidade em ml de mel consumido em um 
mês 
 
Dos entrevistados, 45,12% relataram 
consumir menos de 100 ml por mês, 24,39% 
consomem de 100-300 ml, 7,31% de 700-600 
ml, 6,09% de 600-1000 ml, já 0% dos 
entrevistaram consomem mais de 1000 ml e 
17,07% não opinou, Fgura 4. 
 
Figura 4. Quantidade consumida em ml por 
mês (%) 
Segundo Zandonadi & Silva (2005), o 
consumo per capita do brasileiro é ainda muito 
pequeno (300 gramas ao ano por habitante), 
principalmente quando comparado com o dos 
Estados Unidos, da Comunidade Europeia e da 
África, que podem chegar a mais de 1 kg/ano 
por habitante. 
O consumo per capita no Brasil é 
estimado em 100 gramas por habitante/ano 
(FAO, 2002), bem abaixo de outros países. 
 
Conhecimento dos benefícios do mel por parte 
da população 
A partir da pesquisa foi possível 
descobrir que, 59,75% dos entrevistados 
conhecem os benefícios do mel, já 36,58% 
desconhecem tais benefícios e 3,65% não 
opinaram, Figura 5. 
 
Figura 5. Conhecimento dos benefícios do mel 
(%) 
 
Para Gutiérrez, (2004) as características 
nutricionais e os benefícios medicinais do mel 
são muitos e diversos. 
Segundo Iorish, (1981) o mel possui as 
seguintes propriedades: anti-bacteriana, anti-
biótica, anti-cáries, anti-inflamatória, anti-
microbiana, bio-estimulante, clarificador (para 
vinhos, sidra,etc.), curativa, depurativa, 
emoliente, energizante, imunoestimulante, 
laxante, nutritiva, tônico cardíaco, curativo de 
feridas, regenerativo de tecidos, estimulante, 
calmante, efeito tóxico. 
 
Utilização do mel de alguma marca específica 
 
Dos entrevistados, 9,75% disseram 
consumir mel somente de alguma marca 
específica, já 90,24% responderam não ter 
alguma marca específica de preferência, Figura 
6. 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
Manhã Tarde Noite Não
opinou
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Sim Não Não
opinou
 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 85 
 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
 
Figura 6. Consumo de mel de alguma marca 
específica (%) 
 
Finalidade da utilização 
 
Nesta questão, constata-se na Figura 7 
que 21,95% dos entrevistados responderam 
utilizar o mel como medicamento, 37,80% 
como fator de saúde, 23,17% como alimento, 
4,87% como substituto do açúcar, 2,43% 
disseram que utilizam como fator de beleza, já 
0% disse utilizar o mel de alguma outra forma e 
9,75% não opinaram. 
 
 Figura 7. Finalidade do consumo (%) 
 
Forma de aquisição do mel 
Neste quesito 7,13% responderam 
adquirir o mel em supermercados, 1,21% em 
farmácia, 14,63% compram na feira, 70,73% 
adquirem do apicultor, já ninguém (0%) 
respondeu adquirir de alguma outra forma e 
6,09% não opinou, Figura 8. 
 
Figura 8. Forma de aquisição (%) 
 
Na pesquisa realizada por Júnior et al. 
(2006), o mesmo afirma o seguinte, “os 
consumidores acreditam que, adquirindo o mel 
diretamente do produtor, conseguem reduzir as 
possibilidades de adulteração da qualidade”, tal 
afirmação pode ser confirmada a partir dos 
dados obtidos com esta pesquisa, onde a maior 
parte dos entrevistados cerca de 70,73% 
adquirem o mel do próprio apicultor. 
 
Preço do mel 
 
Na entrevista 7,31% dos questionados 
disseram que o mel é barato, já 8,53% disse ser 
caro e 84,14% afirmou ser um preço justo, 
Figura 9.Figura 9. Opinião quanto ao preço do mel (%) 
 
Conhecimento de algum fator prejudicial 
contido no mel 
 
Dos entrevistados, 4,87% afirmou que 
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
100,00%
Sim Não
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
Barato Caro Justo
86 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
conhece algum fator prejudicial no mel e 
95,12% relataram não conhecer nenhum fator 
prejudicial. 
 
 
Figura 10. Conhecimento de algum fator 
prejudicial (%) 
 
É muito raro o mel apresentar efeito 
tóxico. Todavia pode haver plantas como é o 
caso da Rhododendron luteum que produz 
néctar tóxico ou quando qualquer tipo de mel 
for mal estocado, temperaturas acima de 35 °C. 
por longos períodos poderá ocorrer alta 
concentração de hidroxi-metil-furfural, uma 
substância sabidamente carcinogênica (Lengler, 
2001). 
 
Confiança na procedência e qualidade do mel 
 
Dos entrevistados, 86,58% disseram sim 
ter confiança na procedência e qualidade do mel 
adquirido, já 12,19% afirmaram não ter 
confiança e 1,21% não opinou, Figura 11. 
 
 
Figura 11. Confiança na procedência e 
qualidade do mel (%) 
 
 
Tamanho da embalagem de preferência 
 
Segundo os entrevistados, 53,65% 
preferem a embalagem tamanho litro, 9,75% 
tem preferência pela embalagem de 250g, 
12,19% pela de 500g, 3,65% a de 750g, já 
6,09% a de 1000g e 14,63% não opinou, Figura 
12. 
 
 
Figura 12. Tamanho de embalagem preferido 
pelo consumidor de mel (%) 
 
Falta de propaganda e conhecimento x 
frequência do consumo 
 
Dos entrevistados, 91,46% relataram que 
sim a falta de propaganda e conhecimento influi 
na frequência do consumo de mel, já 8,53% 
responderam que não, Figura 13. 
 
 
Figura 13. Influência da propaganda e 
conhecimento na frequência do consumo de 
mel (%) 
 
Investimento para divulgação do mel 
 
Constata-se na Figura 14, que por 
unanimidade, ou seja, 100% dos participantes 
disseram que é preciso que haja um maior 
investimento por parte das empresas em fazer a 
divulgação do mel e nenhum entrevistado (0%) 
disse que não é preciso. 
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Sim Não
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Sim Não
 Estudo da cadeia produtiva do mel no município de Orizona – Goiás Vieira & Fernandes 87 
 
Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.18, n.1, p.81-89, 2016 
Conforme Giffhorn (2000, apud Sattler, 
2000) é um dever das empresas apícolas, 
entidades associativas e apicultores, a 
divulgação correta dos produtos derivados do 
mel. 
Dos entrevistados, 97,56% dos 
participantes afirmaram que a divulgação e o 
destaque do produto nos locais de venda são 
fundamentais para elevar o consumo e 2,43% 
disseram não ser fundamentais para elevação do 
consumo. 
 
 
Figura 14. Papel da divulgação e destaque nos 
locais de venda para elevação do consumo (%) 
 
Informações sobre o mel 
 
De todos os participantes, 7,31% 
disseram que sim as informações sobre o mel 
que existem hoje são suficientes já 92,68% 
responderam não ser suficientes Figura 15. 
 
 
Figura 15. Opinião quanto as informações 
existentes hoje sobre o mel (%) 
 
Na opinião de Perosa et al. (2004) a 
falta de informação provoca desconhecimento 
das propriedades nutritivas do mel, que passa a 
ser consumido exclusivamente como remédio e 
não como alimento. 
Segundo Pérez et al. (2001), as 
campanhas informativas acerca das 
propriedades nutritivas e medicinais do mel 
podem reduzir estes argumentos negativos. 
 
Propagandas e divulgação do mel 
 
De acordo com a Figura 16, observa-se 
que 3,65% dos participantes existem sim 
propagandas que divulguem o mel com 
frequência e 96,34% disseram não existir. 
 
 
Figura 16. Existência de propagandas que 
divulguem o mel (%) 
 
Divulgação do mel nos pontos de venda 
 
Dos entrevistados, 12,19% afirmaram 
que o mel está sim sendo divulgado nos pontos 
de venda já 87,80% responderam não estar 
sendo divulgada, Figura 17. 
 
 
Figura 17. Divulgação do mel nos pontos de 
venda (%) 
 
Conforme Lengler, Dias (apud Sattler, 
2000, p. 129), “as empresas apícolas precisam 
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Sim Não
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Sim Não
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
Sim Não
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
80,00%
90,00%
Sim Não
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lançar mão de estratégias de marketing, a fim 
de promover o conhecimento dos produtos e 
adequá-las às necessidades dos consumidores”. 
Visto que, na pesquisa 87,80% dos partici-
pantes respondeu não haver a divulgação do 
mel nos pontos de venda. 
 
CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que, os fatores principais para 
haver o aumento do consumo de mel pela 
população são: o fornecimento de informações 
acerca do assunto, realização de investimento 
em propaganda, marketing e divulgação por 
parte das agroindústrias beneficiadoras. 
A partir dessa pesquisa de mercado e 
perfil do consumidor de mel, as agroindústrias 
do ramo poderão realizar o planejamento para 
sanar tais deficiências que o mercado da região 
vem enfrentando, que são relatados fielmente 
pelos aqui pesquisados. 
 
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