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B R U N O S E G A L L A P I Z Z O L A T T I EAM 1028 TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO Decantação 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA Campus FREDERICO WESTPHALEN Introdução 2 Manancial Coagulação Floculação Sedimentação Filtração Desinfecção Fluoretação Correção de pH Água Final A ge nt e ox id an te C A P C oa gu la nt e A lc al in iz an te A ge nt e ox id an te Po lím er o Polímero Agente oxidante A ge nt e ox id an te Fl úo r Alcalinizante Decantação ! Processo físico de separação sólido-líquido; ! Separação ocorre devido a forças gravitacionais de partículas com densidade superior a da água; ! Partículas coloidais e/ou substâncias dissolvidas que não sedimentariam normalmente são removidas depois de coagulação/floculação que tem o objetivo de desestabilizar e agregar partículas. 3 Decantação 4 Quais partículas irão sedimentar? 5 Diâmetro das parDculas Fr eq uê nc ia re la Jv a Diâmetro críJco Somente as parDculas com diâmetro superior ao diâmetro críJco serão sedimentadas. Distribuição dos diâmetros das partículas presentes na suspensão diluída 5 Esses casos ocorrem quando o dimensionamento foi realizado considerando apenas parDculas superiores ao diâmetro críJco, e eventualmente, a suspensão diluída foi alterada. Outro caso ocorre quando tem-se um espaço Rsico limitado para a construção do sedimentador. Função do coagulante 6 Diâmetro das parDculas Fr eq üê nc ia re la Jv a Diâmetro críJco dp > dc ParDculas sedimentáveis N o v a d i s t r i b u i ç ã o d o s diâmetros das partículas presentes na suspensão diluída Teoria da sedimentação ! Velocidade de sedimentação: Forças atuantes na partícula: Força peso; Empuxo; Força de arraste; 7 SEDIMENTAÇÀO TEORIA DA SEDIMENTAÇÀO - PARTÈCULAS DISCRETAS Partícula Discreta: Não se altera durante a sedimentação, na forma, peo ou tamanho. FE FDFG PARTÈCULA SÌ LIDA LÈQUIDO EM REPOUSO N.A. Forças atuantes em uma partícula sólida durante a sedimentação O peso de uma partícula sólida e o empuxo sofrido por ela quando submersa na água, são dados, respectivamente, por: FG = ρs . g. V e FE = ρa . g. V (eqs. 1 e 2) FG = peso da partícula (N) FE = empuxo (N) ρs = massa específica da partícula (kg/m3) ρa = massa específica da água (kg/m3) g = aceleraqção da gravidade (m/s2) V = volume da partícula (m3) Fp =m ⋅ g E = ρH2O ⋅ g ⋅Vp Fp Fa E F = 0∑ Fa = 1 2 ⋅Cd ⋅ρH2O ⋅A ⋅ v 2 Velocidade de sedimentação Onde: ! vs = velocidade de sedimentação (m/s); ! ρp = Densidade da partícula (kg/m3); ! ρ = Densidade da água (kg/m3); ! Vp = volume da partícula (m3); ! A = área de projeção da partícula sobre o plano perpendicular à direção do movimento; ! Cd = coeficiente de arraste de Newton. 8 vs = 2 ⋅ ρp − ρ( ) ⋅Vp ⋅ g ρ ⋅Cd ⋅A # $ % % & ' ( ( 12 vs = 4 3 ⋅ ρp − ρ( ) ⋅d ⋅ g ρ ⋅Cd # $ % % & ' ( ( 12 Para par/culas esféricas Válidas para número de Reynolds entre 2x103 e 2,5x106 Velocidade de sedimentação ! Segundo Fair para partículas esféricas: ! Cd = 24/Re para Re ≤ 1 ! Cd = 0,4 para Re ≥ 2000 ! CD = 24/Re + 3/√Re + 0,34 para 1 < Re < 2000 9 vs = g ⋅ ρp − ρ( ) ⋅d 2 18 ⋅µ Para Re ≤ 1 Para Re 1 ≤ 500 vs =11,37 ⋅ ρp ρ −1# $ % & ' (⋅d 2 Velocidade de sedimentação (coeficiente de arraste) 10 Velocidade e diâmetro crítico 11 vcrit = µ ρ ⋅dcrit dcrit = 18 ⋅µ 2 g ⋅ ρp − ρ( ) ⋅ρ # $ % % & ' ( ( 13 Exemplo ! Calcular o diâmetro crítico e velocidade de sedimentação de partículas sólidas constituídas de: ! Areia com densidade de 2650 kg/m3; ! Flocos de cloreto férrico com densidade de 1005 kg/m3. Considerar as partículas esféricas e temperatura da água a 20 oC (ρ = 998 kg/m3; µ = 0,00102 N.s/m2). 12 Tipos de sedimentação ! Em função da concentração dos sólidos a da iteração entre eles temos 4 tipos de sedimentação: ! Discreta; " Pouca interação entre as partículas as partículas sedimentam como se não tivessem as outras partículas; ! Floculante; " Iteração entra as partículas que formam flocos, aumentando de tamanho, alteração da densidade e velocidade de sedimentação; ! Interferida ou por zonas; " Partículas discretas ou flocos em alta concentração, ficam muito próximas de modo as causarem interferência na velocidade de sedimentação das partículas ou flocos vizinhas; ! Compressão; " Ocorre no material já sedimentado, ocorrendo a compactação das partículas. 13 Sedimentação discreta ! As partículas permanecem com dimensões e velocidades constantes ao longo do processo de sedimentação, não ocorrendo interação entre as mesmas. 14 Sedimentação floculenta ! A velocidade de sedimentação das partículas não é mais constante, uma vez que as mesmas agregam-se ao longo do processo de sedimentação; ! Com o aumento do diâmetro das partículas há, consequentemente, o aumento de sua velocidade de sedimentação ao longo da altura. 15 Sedimentação discreta x floculenta 16 17 Pré-sedimentadores ! Normalmente utilizado para adequar a água bruta em ocasiões atípicas ; ! Objetivo de diminuir a concentração de sólidos que inf luenciarão na coagulação/f loculação e clarificação; ! Normalmente utilizado antes da coagulação, com utilização de polieletrólito catiônico. 18 Classificação dos decantadores ! Os mais importantes sob o ponto de vista prático são os seguintes: ! Em função do escoamento da água: " Decantadores de escoamento horizontal " Decantadores de escoamento vertical ! De acordo com as condições de funcionamento: " Decantadores tipo clássico ou convencional; " Decantadores com contato de sólidos, do tipo “dinâmico”, “compacto”, ou “acelerado”; " Decantadores com escoamento laminar ou de alta taxa (tubulares ou de placas): Tipo mais recente e de maior eficiência; " Decantadores com injeção de micro-areia que tornam os flocos mais pesados e com recuperação da micro-areia. 19 Decantador de escoamento horizontal 20 Decantador de escoamento horizontal 21 Decantador de escoamento horizontal 22 Decantador de fluxo vertical 23 Decantadores com contato de sólidos 24 ! Efetua-se simultaneamente a floculação e a decantação. Água bruta Produto químico Água bruta Produto químico Floculação Decantador de escoamento horizontal com fundo múltiplos 25 Canal de descarga chão chão Compartimento inferior Canal de água floculada Compartimento superior Canal de Água decantada Água sob pressão Para limpeza 26 Decantador de escoamento horizontal com fundo múltiplos Decantador laminar de alta taxa 27 Decantador laminar de fluxo descendente 28 Taxa de escoamento superficial (q) ! Do tipo de decantador: ! Para decantador convencional, regime turbulento: " 20 - 60 m3/m2.dia ! Da qualidade da água: " águas turvas, com impurezas pesadas: 25 - 35 m3/m2.dia " águas coloridas com impurezas leves, requer menores taxas: 15 - 30 m3/m2.dia ! Qualidade de operação (utilização de auxiliares de coagulação) " paradecantador de fluxo laminar: 160 - 240 m3/m2.dia 29 Decantadores convencionais – parâmetros de projeto ! Relação Comprimento/Largura ≥ 4; ! Taxa de escoamento linear (vertedor) ≤ 1,8 L/m/s; ! Re ≤ 20.000 (Verificação); ! Fr ≥ 10-5. 30 Roteiro de dimensionamento de decantadores convencionais ! Cálculo da área: ! Tempo de detenção hidráulico: ! Definir geometria do decantador: ! Verificar a taxa de escoamento superficial para a nova área: ! Velocidade horizontal: 31 Q = v ⋅A = q ⋅As TDH = VolumedecantadorQ L B = 3a4 vh = Q Ah q = QAajustada (usual) ! Cálculo do número de Reynolds: Dimensionamento das calhas de coleta ! ql=vazão linear nas calhas de coleta de água decantada (l/s/m); ! H=altura útil do decantador (m); ! vs=velocidade de sedimentação (m3/m2/dia). 32 Re = vh ⋅RH υ ql =< 0,018 ⋅H ⋅ vs Roteiro de dimensionamento de decantadores convencionais ! Comprimento total do vertedor: ! Comprimento da calha (20% de L): ! Número de calhas: ! Se define o número de calhas (inteiro imediatamente maior) e se verifica novamente o ql. 33 Lvertedor = Q ql Lcalha = 0,2 ⋅L Ncalhas = Lvertedor 2 ⋅Lcalha Roteiro de dimensionamento de decantadores convencionais Espaçamento entre as calhas 34 12,0 m 47,0 m 2,0 m 1,0 m 9,0 m Esp = BNcalhas Decantador convencional 35 Decantador convencional 36 Dispositivos de entrada (comportas e cortina de distribuição) 37 Dispositivos de entrada (comportas e cortina de distribuição) ! Distribuição uniforme de vazão quando tiver mais de um decantador (tolerável diferença de + ou – 20%); ! Entrada afogada e gradiente nas passagens G < 20 s-1 (considerar o gradiente da última câmara de floculação, saída do floculador ou do canal de água floculada, quando houver). 38 Canais de distribuição 39 Gradiente na passagem das comportas 40 G = K f4 ⋅RH " # $ % & ' 12 ⋅ v 32 f = fator de atrito do material das paredes da comporta (geralmente concreto 0,0552); K = 700,6 para água a 20 oC. Cortina de distribuição 41 Cortina de distribuição 42 Re x/S Di Bernardo e Giorge[, 1976 Gradiente na passagem dos orifícios 43 G = DS ⋅ π ⋅V 3 8 ⋅Cd2 ⋅υ ⋅ x ⎛ ⎝ ⎜ ⎞ ⎠ ⎟ 12 • D = diâmetro do ori]cio (m); • S = espaçamento entre dois ori]cios adjacentes (m); • V = velocidade média de passagem da água através do ori]cio (m/s); • Cd = coeficiente de arraste (0,8 a 0,9) (Di Bernardo e Giorge[, 1976); • υ = viscosidade cinemábca da água (m2/s); • x = distância percorrida pelos jatos até que haja interferência entre eles (m). Decantador laminar de alta taxa 44 Decantador de alta taxa 45 Q / A = f. vs Q = vazão do decantador em m3/s; A = área superficial do decantador (m2); f = fator de área (adimensional) ; vs= velocidade de sedimentação da partícula (m/s); f = ------------------------------ senθ (senθ + Lcosθ) S l d θ vo • θ = ângulo de inclinação dos elementos tubulares (graus); • L = l/d ( ≥ 12) (adimensional); • l = comprimento da placa ou elemento tubular (m); • d = diâmetro interno do elemento tubular ou distância entre placas paralelas (m); • S = fator de eficiência ( adimensional); • S = 1 placas planas paralelas; • S = 4/3 para tubos circulares; • S = 11/8 para tubos quadrados. Decantador de alta taxa 46 Chamando l / d = L vcs = velocidade crítica de sedimentação. Toda partícula que tiver vs > vcs será, teoricamente, removida. vo − vcs × senθ vcs × cosθ = l d θθ cosLsen vv ocs + = Tipos de elementos tubulares 47 Roteiro de dimensionamento θ l lu e dh dh d 1º espaço entre placas na direção perpendicular ao senJdo do escoamento (d) d = (dh.senθ) - e d = cm; e = cm 2º comprimento úJl ( Lu ) Lu = l - dh.cosθ Lu = cm; l = cm 3º comprimento relaJvo ( L ) L = Lu / d L = adimensional ( deve ser ≥ 12 ) 4º fator de área ou forma geométrica (f) f = adimensional S = 1 para placas paralelas e planas f = ------------------------------ senθ (senθ + Lcosθ) S 5º área superficial do decantador ( A) A = Q / (f. vs) A = m2 ; vs = m/s; Q = m3/s a l 6º número de canais entre placas ( N) N = A.senθ / a.d a = m; d = m; A = m2 7º comprimento do decantador (c) c = l.cosθ + [ N.d + (N+1).e ] / senθ a = m; l = m; d = m; e = m 8º velocidade longitudinal entre as placas (vo) vo = Q / (A.senθ) vo = m/s; Q= m3/s; A = m2 9º Número de Reynolds (Re) Re = 4.Rh. vo / ν Rh = raio hidráulico (m); ν = coeficiente de viscosidade cinemábca da água Rh = (a.d) / 2(a+d) 10º Velocidade longitudinal máxima (vomax.) vomax. = ( Re/8)1/2.vs Se vo ≅ vomax ⇒ dimensionamento OK ! Caso contrário ⇒ alterar dimensões das placas, e/ou espaçamentos. Aspectos construJvos dos decantadores lamelares Tubo perfurado submerso ou calha coletora 60 a 90 cm Depende da largura das placas c Canal coletor de água decantada Placas inclinadas 1 1 2 2 1 a 3m Aspectos construJvos dos decantadores lamelares placa placa Canal coletor de água decantada lodo lodo θ ≥ 55º Canal de água floculada Tubulação p/ rebrada do lodo Corte 1-1 1,60 0,60 1,20 1,15 0,50 0,40 5,45m OBS: medidas sugesbvas. devem ser avaliadas em cada caso 0,40 Aspectos construJvos dos decantadores lamelares Corte 2-2 Entrada de água floculada Saída de água decantada válvula Ori]cios Tubo para rebrada do lodo calhas Lay-out de ETAs 54 Canal de água coagulada CASA DE QUÍMICA Lay-out de ETAs 55 Canal de água coagulada CASA DE QUÍMICA Lay-out de ETAs 56 Canal de água coagulada CASA DE QUÍMICA Lay-out de ETAs 57 Canal de água coagulada CASA DE QUÍMICA FIM 58 Exemplo de dimensionamento Dimensionar um decantador com placas para uma vazão de 50L/s. Deverão ser removidas par/culas com velocidade de sedimentação igual ou superior a 2,0 cm/min. O decantador terá o formato mostrado abaixo. Serão usadas placas de PVC medindo 1,2m x 2,4m e 10mm de espessura. As placas serão inclinadas 60º e espaçadas entre si 10cm. Calcular as dimensões em planta desse decantador e a velocidade de escoamento longitudinal. Placa 2,4m 1,2m c 1º espaço entre placas d = (dh.senθ) - e d = ( 10.sen60) – 1 = 7,7cm 2º comprimento úJl ( lu ) lu = l – dh.cosθ 3º comprimento relaJvo ( L ) L = lu / d lu = 1,2 – 0,10.cos60 = 1,15m L = 1,15 / 0,077 = 14,93 4º fator de área ou forma geométrica (f) f = ------------------------------ senθ (senθ + Lcosθ) S f = (sen60 ( sen60 + 14,93.cos60)) / 1 = 7,21 5º área superficial do decantador A = Q / (f. vs) A = 0,05 / ( 7,21 . 0,00033) = 20,82 m2 6º número de canais entre placas N = A.senθ / a.d N = 20,82. sen60 / ( 4,8 . 0,077) = 49,2 = 49 7º comprimento do decantador (c) c = l.cosθ + [ N.d + (N+1).e ] / senθ c = 1,2.cos60 + [ 49.0,077 + (49+1)0,01] / sen60 = 5,6 m 8º velocidade longitudinal entre as placas vo = Q / (A.senθ) Vo = 0,05 / ( 20,82.sen60) = 0,00277 m/s ou 0,277 cm/s 9º Número de Reynolds (Re) Re = 4.Rh. vo / ν Rh = raio hidráulico (m) ν a água a 20ºC = 1,011x10-6 Nm2/s Rh = (a.d) / 2(a+d) Rh = (4,8 . 0,077) / 2(4,8+0,077) = 0,038m Re= 4. 0,038 . 0,00276 / 1,011x10-6 = 415 10º Velocidade longitudinal máxima vomax. = ( Re/8)1/2.vs vomax. = ( 415/8)1/2. 0,00033 = 0,0024 m/s ou 0,24 cm/s Como vomax ( 0,24 cm/s ) é próxima de vo (0,277 cm/s) dimensionamento OK !
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