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2 UNIVERDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO INTEGRADA A SAÚDE FERNANDA DE ALCÂNTARA E JUSSARA BATISTA POTÁSSIO VITÓRIA 2014 SUMÁRIO 1.0 HISTÓRIA ........................................................................................ 2 2.0 METABOLISMO .............................................................................. 5 3.0 FONTES .......................................................................................... 8 4.0 DEFICIENCIA ................................................................................ 10 5.0 RECOMENDAÇÃO NUTRICIONAL .............................................. 11 6.0 REFERÊNCIAS ............................................................................. 12 2 1.0 HISTÓRIA O nome potássio vem do latim científico pontassionim, sendo esse nome de origem do neerlandês pottasche, cinza de pote, nome dado por Humphry Davy ao ser descoberto em 1807. O potássio foi o primeiro elemento metálico isolado por eletrólise (passagem de corrente elétrica por um sistema líquido com íons), a partir da potassa (KOH),e o símbolo químico do potássio é de nome derivado do latim, Kalium. O próprio Davy descreveu o relato de sua descoberta diante a "Sociedade Real Britânica" de Londres em 19 de novembro de 1807. Sua descoberta veio em outubro de 1807, a partir de uma bateria voltaica, construida pelo químico inglês Humphry Davy, com 250 placas que ele usou para passar uma corrente elétrica sobre uma solução de potassa - esse nome vem das cinzas da madeira que são ricas em potássio. Nessa primeira experiência, o químico conseguiu decompor somente a água, por isso ele a separou, restando somente o hidróxido de potássio fundido. Ao passar novamente a corrente elétrica (eletrólise ígnea), ele conseguiu obter minúsculos glóbulos de um metal alcalino que chamou de potássio. Por meio do seu experimento de descorberta, soube-se principalmente que, assim como os demais metais alcalinos, o potássio é extremamente reativo. Ele reage até mesmo com água, pois consegue ser mais reativo que o hidrogênio e, por isso, se desloca da água, formando entre os produtos o gás hidrogênio, que se inflama em razão do calor liberado na reação, reação exemplificada abaixo: 2 K(s) + 2 H2O(l) → 2 KOH(aq) + H2(g) Se for adicionada uma quantidade muito grande de potássio, ocorre uma violenta explosão, comprovando a sua alta reatividade. Sabendo disso, o potássio é um elemento químico de número atômico 19 e seu símbolo é o K, é um metal alcalino mole, esbranquiçado e com um brilho metálico prateado e pode ser muito encontrado em minerias de feldspato. 2.0 METABOLISMO Por mais que o potássio seja um metal inflamável até mesmo com a água, é um mineral essencial para uma boa saúde, pois ingerimos o seu íon K+ e não o elemento puro K. Em outras palavras, ingerimos compostos formados, também, pelo potássio, nos fornecendo, portanto, o seu íon. Um exemplo de composto assim é o cloreto de potássio (KCl), ao entrar no organismo, esse composto sofre hidrolíse, permitindo o ingestão do K+. Assim, o íon potássio é realmente importante para o organismo, pois ele está presente em todas as partes do nosso corpo, principalmente nas células vermelhas do sangue, nos músculos e nos tecidos do cérebro. Tem com função principal regular a função celular e o funcionamento do sistema nervoso. Ele move-se para o interior e exterior das membranas das paredes das células nervosas, como uma corrente elétrica que passa pela fibra dos nervos. O potássio realiza possui funcionalidade importante no organismo pois é o cátion intracelular mais abundante e sua influência está presente em vários processos metabólicos da célula. Por exemplo, a função neuromuscular e os potenciais de membrana dependem de maneira crítica da relação entre a concentração de potássio intracelular e extracelular. Em vista disso, os mecanismos que regulam a concentração de potássio devem ser bastante precisos. Sobre as concentrações no potássio, a do meio extracelular é menor em relação ao meio intracelular, mas a variação é pequena (3,5 a 5,0 mEq/L). Sobre essa variação, o rim tem grande responsabilidade pelo controle da concentração de potássio. O potássio total do corpo está em torno de 5 mEq/kg, sendo pelo menos 90% intracelulares1,2 e 10% extracelulares. Porém, apenas 2% do potássio extracelular se encontram no plasma e fluido intersticial (50-70 mEq) e o restante encontra-se no tecido ósseo, de onde pode ser mobilizado lentamente. A maior parte do potássio intracelular (em torno de 3.0 mEq) está no interior das células musculares, o que não implica um acúmulo relativo de potássio no músculo, mas apenas reflete a preponderância da massa muscular em relação à massa corporal. A diferença das concentrações plasmáticas de potássio é mantida pela bomba iônica sódio-potássio-ATPase (Na-K-ATPase), que ativamente transporta o potássio para dentro e o sódio para fora das células. Sobre a concentração plasmática de potássio, demonstrou-se que há uma correlação entre a quantidade de potássio no plasma e a quantidade total de potássio no organismo de um indivíduo normal. Embora alguns estudos não tenham mostrado uma correlação entre a concentração plasmática de potássio e o potássio total do organismo, há muita evidência na literatura que demonstra que a concentração plasmática de potássio reflete a quantidade total de potássio no organismo. O papel do potássio intracelular com relação à água é análogo ao papel do sódio no líquido extracelular, isto é, cada um é o principal determinante da osmolalidade do seu compartimento e a quantidade absoluta de cada um está relacionada com o volume do compartimento intraou extracelular. Os fatores que afetam de distribuição trasncelular do potássio são: Estado ácido-básico: a acidose determina a saída de potássio das células e a alcalose age inversamente, determinando a redução sérica desse mineral. Esse fenômeno é chamado de desvio iônico; Insulina: vai promover a entrada de potássio nas células, sendo que a deficiência de insulina provocará um aumento de potássio extracelular. Aldosterona: a deficiência de aldosterona provoca retenção e aumento do potássio no meio extracelular, modificando a excreção de potássio na urina. Agentes adrenérgicos: promove a entrada de potássio nas células. Glucagon: pode causar hipercalemia aguda proveniente da liberação de potássio pelo fígado. Sobre a ingestão normalmente a quantidade diária de ingerida varia entre 50 e 150 mEq e a quantidade de potássio excretada pela pele através do suor é pequena, cerca de 16 a 18 mEq/L. A excreção de potássio nas fezes varia entre 5 a 10 mEq por dia, mas perdas consideráveis ocorrem nas diarréias, esteatorréias e com uso de laxantes. Dessa forma, pode-se concluir que a maior excreção de potássio ocorre por via renal, logo que excreção cutânea e intestinal são pequena. Assim, a excreção renal de potássio depende de três processos: Taxa de filtração glomerular do potássio, que é igual à taxa de filtração glomerular concentração plasmática de potássio; Taxa de transporte de potássio do lúmen tubular para o sangue (reabsorção); Taxa de transporte do potássio do sangue para o lúmen tubular (secreção). Em condições habituais, a taxa de filtração do potássio é mantida constante, e a maior parte do potássio excretado não resulta do processo de filtraçãoglomerular, e sim do processo de secreção tubular. Na insuficiência renal,a taxa de filtração glomerular é reduzida e pode haver então acúmulo de potássio com graves repercussões clínicas. De maneira geral, as porções iniciais do nefro reabsorvem potássio e as mais distais o secretam. No entanto, a excreção também pode ocorrer nos segmentos proximais, enquanto alguma reabsorção ocorre no ducto coletor. Cerca de 65% do potássio filtrado são reabsorvidos no túbulo proximal, e 25- 30% na alça de Henle, principalmente no ramo ascendente espesso. Como estes segmentos tubulares mais proximais executam principalmente processos de reabsorção de potássio, a maior parte da variação em sua excreção é causada por ajustes na secreção nos segmentos tubulares mais distais (como os túbulos distais e túbulos coletores. Resumidamente, o potássio é absorvido no intestino delgado e, hormônios como epinefrina, insulina e aldosterona, são responsáveis por manter os níveis séricos deste mineral, em torno de 16 a 22 mg/dL e, também por aumentar sua captação para o músculo esquelético, fígado, ossos e glóbulos vermelhos. A elevação da concentração de potássio no plasma, após refeição rica em potássio, é maior em indivíduos diabéticos em situação de deficiência de insulina. A excreção ocorre principalmente através da urina, mas também pode estar presente, em menores quantidades, nas fezes e no suor. 7.0 FONTES O potássio está presente em uma grande variedade de alimentos, sendo o mineral mais importante encontrado em frutas, legumes e verduras e pode estar presente também em carnes, leite e oleaginosas. Algumas frutas fonte de potássio: Alimento mg K/100g alimento Banana nanica 376 Banana prata 358 Laranja pêra 163 Laranja bahia 181 Uva 162 Kiwi 269 Melão 216 Maracujá 338 Fonte: Tabela Brasileira de Composição de Alimentos – TACO USDA Nutrient Database for Standard Reference E ainda: Ameixa seca: 10 unidades - 633 mg; Abacate: meia unidade - 602 mg; Amêndoa: meia xícara - 536 mg; Amendoim: meia xícara - 453 mg; Peixe cozido: 1 posta de 100 g - 380-1450 mg; Castanha: meia xícara - 423 mg; Lentilha cozida: meia xícara - 365 mg; Ervilha cozida: meia xícara - 355 mg; Nozes: meia xícara - 301 mg; Avelã: meia xícara - 300 mg. Também são fontes de potássio e folhas de beterraba cozida, sementes de abóbora, sementes em geral, salmão, batatas, toucinho, feijão-manteiga, damasco seco, cogumelos, extrato de leveduras (como a cerveja), café instantâneo e banana. É praticamente impossível não ingerir potássio por meio de verduras e frutas, já que estar o retiramdo solo. Assim, alimentos ricos em potássio devem ser sempre indicados e consumidos na dieta, pois esse mineral npermite o aumento da excreção de sódio e auxilia no controle de patologias, como a hipertensão arterial sistêmica. Campanhas mundiais de incentivo ao consumo de frutas, legumes e verdurasjá apontam para o importante papel do potássio na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. É importante citar que o cozimento reduz cerca de 60% o teor de potássio dos alimentos, ou seja, o consumo in natura dos alimentos de origem vegetal é a melhor forma de consumo para maior preservação desse mineral. 4.0 DEFICIENCIAS Hipopotássemia: concentração normalmente baixa de potássio no sangue que pode resultar na perda excessiva de potássio pela via renal ou gastrointestinal, de ingestão diminuída ou desvios trans-celulares. Pode ser manifestada clinicamente por distúrbios neuromusculares variando de fraqueza à paralisia, por anormalidades eletrocardiográficas (depressão da onda T e elevação da onda U), por doença renal e por distúrbios gastrintestinais. Hiperpotassemia: concentração anormalmente alta de potássio no sangue, mais frequentemente devido à excreção renal defeituosa. Ela é caracterizada clinicamente por anormalidades eletrocardiográficas (ondas T elevadas e ondas P deprimidas e, eventualmente a sistólica atrial). (Dorland, 28ª ed) Esses variações são influenciados por vários fatores, como o alimento que está sendo ingerido em conjunto, doenças já presentes no individuo e pré disposição para doença relacionada, como a hipertensão arterial. A dieta atual fornece quantidades excessivas de NaCl efrequentemente é pobre em horto-frutícolas, ricos em potássio e substâncias geradoras de bicarbonato como o citrato. E se persistir nesse tipo de alimentação ao passar da idade os eletrólitos são ajuntados e a função renal tende a agravar-se. Desta forma, ao ingerirmos a dieta atual não só estaremos expostos a uma sobrecarga de Na+ e Cl- mas também a uma eventual carência de K+ e HCO3- Assim, as consequências clinicas, fisiológicas e bioquímicas das alterações na ingestão de electrolitos na dieta fast food (por exemplo) raramente são agudas. Contudo, reducoes ainda que modestas na ingestão de potássio, tendo como referencia os valores habituais de ingestão da dieta moderna, amplificam situações de carência de K+ no organismo. Assim, a carência continuada de potássio pode conduzir a situações de carência deste iao a nível tecidular sem que sejam evidentes critérios clínicos de hipocalemia. (Santos, A. Set 2009) Normalmente, a resposta à perda de potássio pelo intestino é a conservação renal de potássio, através da diminuição de sua secreção tubular. Porém, esta resposta sofre um efeito antagônico: como a diarréia provoca depleção de sódio e hipovolemia, e estas ocasionam maior produção de aldosterona, a secreção de potássio pode estar elevada. (Santos, A. Set 2009) A principal conseqüência hiperpotassemia é a insuficiência renal 5.0 RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS Diferentesestádios Ingestão diária recomendada (g/dia) Infantis(meses) 0-6 7-12 0,4 0,7 Crianças(anos) 1-3 4-8 3,0 3,8 Rapazes(anos) 9-13 14-18 19-30 4,5 4,7 4,7 Raparigas(anos) 9-13 14-18 19-30 4,5 4,7 4,7 Gravidez(anos) 14-18 19-30 4,7 4,7 Aleitamento(anos) 14-18 19-30 5,1 5,1 6.0 REFERÊNCIAS http://www.tuasaude.com/fontes-de-potassio/ http://www.alunosonline.com.br/quimica/potassio.html http://www.scribd.com/doc/89137558/Metabolismo-do-Potassio http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA2A0AG/metabolismo- potassio?part=3 http://www.rgnutri.com.br/alimentos/minerais/potassio.php http://widoctor.com.br/index.php/atualize-se/pratica-medica/119- disturbios-eletroliticos-do-potassio Dorland WAN, Anderson DM, Albert DM, et al. Dicionário médico ilustrado Dorland. 28ª ed. São Paulo: Manole; 1999. Santos, A. Revista Fatores de risco. n° 14. Jul – Set 2009. Pag 44-49. Disponivel e <http://repositorio- aberto.up.pt/bitstream/10216/20513/2/8242.pdf> acesso em 08 de dezembro de 2014
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