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INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO – GST0015 Prof. PEDRO HENRIQUE CASALS aula n° 4 Pag. 1 “... Pois é possível que coisas de tão insignificante importância e tão fáceis de remediar possam ter força de confundir e suspender um engenho tão maduro como o vosso e tão afeito a romper e passar triunfalmente por cima de outras dificuldades muito maiores?” Miguel de Cervantes OS RECURSOS DAS EMPRESAS Os recursos das empresas e sua classificação Os modernos modelos de gestão, enfatizam a importância do elemento humano em associação com uma estrutura formalmente estabelecida como agente capaz de proporcionar eficácia a uma organização. Assim, quaisquer que sejam os modelos gerenciais adotados, organizar torna-se fundamental para que um empreendimento sobreviva no cenário econômico altamente competitivo dos dias de hoje. Desta forma, o administrador busca a compatibilização da estrutura da empresa com sua missão, visão do negócio e seu ambiente a partir de um processo de tomada de decisões de acordo com seis elementos: Definição do grau desejável de especialização do trabalho que permita ganhos de eficiência (divisão do trabalho); Definição da cadeia de comando que distribui autoridade e responsabiidade; Definição da amplitude de controle; Definição dos critérios de departamentalização (funcional, produto, cliente, geografia ou processo); Definição do grau desejável de centralização do processo decisório; Definição do grau de formalização das funções. Além disto, compete ao administrador efetuar uma criteriosa distribuição dos recursos da organização de forma garantir sua sobrevivência. Tais recursos dividem-se segundo: 1. Recursos financeiros Os recursos financeiros devem ser equilibrados para garantir a sobrevivência da organização; assim o controle de sua utilização e consequente geração de lucro é primordial. Esse controle é realizado por meio de: a) Análise dos índices financeiros : índices de medida da lucratividade e índices de medida da liquidez. b) Análise do sistema de planejamento e controle financeiro e do sistema de registro e de análise contábil. 2. Recursos mercadológicos (a função de Marketing) Os recursos mercadológicos de uma organização compoem a chamada função de Marketing, a qual é responsável pela interação da organização com seus clientes e não-clientes e divide-se em: Os índices para medida de lucratividade mais utilizados são : Lucro Líquido / Patrimônio Líquido ; Lucro Líquido / Vendas Líquidas; Lucro Líquido / Capital de Giro Líquido Retorno Sobre os Ativos Empregados (ROAE) Os índices para medida da liquidez mais utilizados são : Índices de ativo Realizável a curto prazo / Exigível a curto prazo ; Ativo imobilizado (fixo) / Patrimônio tangível ; Índices de dívida Exigível a longo prazo / Capital de Giro Líquido ; Exigível a curto prazo / Estoques Índices de medida de alavancagem Exigível total / Patrimônio Líquido ; Exigível a curto Prazo / Patrimônio Líquido Índices de medida de rotação Vendas líquidas / Patrimônio líquido ; Vendas líquidas / Capital de giro ; Vendas líquidas / Estoques ; Período de cobrança Para esta análise, e necessário atentar para os seguintes aspectos : Estrutura da área, funções, decisões e ações financeiras; a empresa como um todo; orçamentos, relatórios demonstrativos e controles; projeções de lucro e fluxos de caixa; políticas financeiras. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO – GST0015 Prof. PEDRO HENRIQUE CASALS aula n° 4 Pag. 2 a) Sistema de distribuição: vendedores, distribuidores, representantes. b) Força de venda: número e localização, tarefas específicas, fontes de recrutamento e processos de seleção e treinamento, quotas de vendas, planos de trabalho, incentivos e ajudas de custo, informações que recebem e que fornecem, critérios de avaliação. c) Produtos: nome, descrição, aspecto da embalagem e demais especificações, participação no mercado, qualidade, preço, promoção. d) Pesquisa de mercado: coleta de dados gerais de mercado, opinião dos clientes e dos canais de distribuição, análise das tendências do mercado, fontes de sugestões sobre o produto (distribuidores, vendedores e consumidores), demais aspectos de sazonalidade e modismo do produto e novos potenciais mercados. e) Promoção e propaganda: orçamento, período e mídia, processos de pesquisa, critérios de escolha para veiculação, elaboração do texto e critérios de escolha, coordenação do processo. f) Políticas mercadológicas : estabelecimento de preço, descontos por quantidade, devolução de mercadorias, escolha de revendedores, pagamento de comissões. 3. Recursos de produção a) Instalações: localização, tamanho, grau de segurança (proteção contra greves, sabotagens, incêncios, etc.), condições de higiene e conforto; condições gerais de conservação e distribuição do espaço físico. b) Equipamentos e infra-estrutura: atualização tecnológica, condições de operação e manutenção, custos de operacionais. c) Processo produtivo: capacidade instalada; situação do arranjo físico. d) Qualidade: nível de qualidade desejado. e) Recursos para pesquisa e desenvolvimento: nível de investimentos em P&D. f) Suprimentos: estrutura para controle de inventários e níveis de rotação dos estoques. 4. Recursos humanos a) Estrutura administrativa para os assuntos relativos a RH na empresa. b) Programas de recrutamento, seleção e admissão. c) Programas de treinamento e planos de carreira. d) Programas de manutenção de valores humanos. e) Plano de carreiras e plano de cargos e salários. f) Políticas de benefícios. g) Distribuição de pessoas nos cargos-chave. h) Manutenção do clima organizacional. O Papel da empresa No estudo da Administração, a Escola Clássica foi a primeira corrente a estudar o papel da organização. Para os seguidores de Taylor (um dos fundadores da Escola Clássica da Administração), o papel da empresa é o de garantir a máxima prosperidade para o patrão e para o empregado. Seguindo a mesma linha de pensamento, o inglês Oliver Sheldon, que foi um dos seguidores de Henry Fayol (outro dos fundadores da Escola Clássica), assinalou a existência de dois grupos distintos de problemas que existem em qualquer empresa: Problemas de organização : dizem respeito à disposição dos elementos fundamentais à vida do empreendimento; Problemas de gerência : dizem respeitoao funcionamento, à parte dinâmica do empreendimento. Sheldon foi o único autor da Escola Clássica a salientar a responsabilidade social da empresa. Para ele, todo negócio existe para servir à comunidade. As linhas fundamentais de sua filosofia administrativa são: A empresa existe para oferecer bens e serviços necessários ao bem-estar da comunidade; A administração precisa ser governada por princípios baseados no conceito de serviço à comunidade; A política da responsabilidade para com a comunidade exige certas práticas com relação ao elemento humano. A liderança e a disciplina juntas devem promover a eficiência individual. O trabalhador deve ser regido por regras. INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO – GST0015 Prof. PEDRO HENRIQUE CASALS aula n° 4 Pag. 3 DECORRÊNCIAS DA TEORIA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Uma das principais características da Teoria Clássica foi a ênfase dada à organização formal da empresa. Todos os aspectos formais da organização foram abordados pelos autores clássicos em termos normativos e prescritivos, em função dos interesses da empresa e no sentido único de alcançar a máxima eficiência possível. A organização formalcompreende a estrutura organizacional, a filosofia, as diretrizes, as normas e regulamentos da empresa, assim como todos os aspectos que exprimam como esta pretende que sejam as relações entre os órgãos, cargos e seus ocupantes a fim de que seus objetivos sejam atingidos e sua estabilidade seja mantida. CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO FORMAL 1. Divisão do trabalho : Os autores clássicos partem do pressuposto que o objetivo fundamental da atividade econômica da empresa é a produção. Para ser eficiente, a produção deve basear-se na divisão do trabalho, que nada mais é do que a maneira pela qual um processo complexo pode ser decomposto em uma série lógica de pequenas tarefas. A grande aceitação da divisão do trabalho é devida aos seguintes fatores e conseqüências : Padronização e simplificação das atividades Maior especialização e detalhamento das tarefas Melhor aproveitamento do trabalho especializado Maior produtividade e melhor rendimento Maior eficiência empresarial Redução dos custos de produção. 2. Especialização : Como conseqüência da divisão do trabalho, cada órgão ou cargo passa a ter funções específicas e especializadas. A separação do planejamento e da organização do trabalho, bem como a separação do controle e da execução, propostos por Taylor, são exemplos deste princípio. 3. Hierarquia : Além de uma estrutura funcional, a organização formal necessita de uma estrutura hierárquica, cuja missão é dirigir as operações dos níveis que lhe são subordinados. 4. Distribuição da autoridade e da responsabilidade 5. Racionalismo da organização formal : Para os autores clássicos, toda empresa se organiza para atingir seus objetivos, procurando, com sua estrutura, a minimização de esforços e a maximização do rendimento. Cada empresa tem sua própria organização, em função de seus objetivos,da conjuntura que atravessa e da natureza de seus negócios. Logo, não há duas empresas idênticas.
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