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Nutrição Animal

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Universidade Federal de Santa Maria 
Centro de Ciências Rurais 
Departamento de Zootecnia 
Setor de Nutrição Animal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nutrição Animal 
 
 
 
Autores 
Maria Beatriz Fernandez Gonçalves 
Ana Gabriela de Freitas Saccol 
Alexandre Coradini Fontoura da Silva 
Naíme de Barcellos Trevisan 
 
 
 
 
 
 
Santa Maria, Agosto de 2005 
2ª Versão 
 2
 
 
P768 
 Polígrafo de nutrição animal / por Maria Beatriz Fernandez 
Gonçalves... [et al.]. – Santa Maria: CCR/Departamento de 
Zootecnia, 2005. (Caderno Didático; n.2) 
 134 p.: il. 
 
 1. Zootecnia 2. Nutrição animal 3. Alimentação 4. Alimentos 5. 
Exigências nutricionais I. Gonçalves, Maria Beatriz Fernandez 
 II. Saccol, Ana Gabriela de Freitas III. Silva, Alexandre Coradini 
Fontoura da IV. Trevisan, Naíme de Barcellos V. Título VI. 
 Série 
 
 CDU: 636.084/.085 
 
 
 
Ficha Catalográfica elaborada por 
 Luiz Marchiotti Fernandes CRB 10/1160 
 Biblioteca Setorial do CCR/UFSM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 3
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA 
CENTRO DE CIÊNCIAS RURAIS 
 
 
 
Prof. Paulo Jorge Sarkis 
Reitor da UFSM 
 
 
 
Prof. Clóvis Silva Lima 
Vice-Reitor da UFSM 
 
 
 
Prof. Luiz Carlos de Pellegrini 
Diretor do CCR/UFSM 
 
 
 
Prof. Paulo Thomé 
Vice-Diretor do CCR/UFSM 
 
 
 
 
 4
Nutrição Animal 
 
 
Autores 
Maria Beatriz Fernandez Gonçalves¹ 
Ana Gabriela de Freitas Saccol² 
Alexandre Coradini Fontoura da Silva³ 
Naíme de Barcellos Trevisan³ 
 
Caderno Didático N°. 02 
 
Comissão Editorial do CCR 
Pedagoga Venice Teresinha Grings 
 
Editoração: 
Tatiane Genz4 
Rita Franchi da Silva5 
 
 
UFSM 
 
 
________________________ 
1 Zootecnista, Professora da UFSM, mbeatriz@voyager.com.br 
2 Zootecnista, Professora da UNICRUZ, gabi@comnet.com.br 
3 Aluno(a) de Graduação em Zootecnia da UFSM, salso@vant.com.br; naime.trevisan@zipmail.com.br 
4 Acadêmica do Curso de Pedagogia – Bolsista da Unidade de Apoio Pedagógico 
5 Acadêmica do Curso de Pós-Graduação Especialização em Educação Ambiental 
 5
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................11 
1. CONCEITOS BÁSICOS ......................................................................................................12 
1.1 Objetivos da disciplina ..........................................................................................................12 
1.2 Nutrição..................................................................................................................................12
1.3 Alimentação............................................................................................................................12
1.4 Alimento ou forragem............................................................................................................12 
1.5 Suplementos...........................................................................................................................12 
1.6 Nutrientes...............................................................................................................................13 
1.7 Nutriente Digestível................................................................................................................13
1.8 NDT = Nutriente digestível Total (%) ...................................................................................13
1.9 Digestibilidade........................................................................................................................13
1.10 Degradabilidade ruminal .....................................................................................................13 
1.11 Ração ...................................................................................................................................14
1.11.1 Requisitos básicos da composição e apresentação das rações................................14 
1.12 Ração Balanceada ................................................................................................................14
1.13 Dieta ....................................................................................................................................14 
1.14 Refeição................................................................................................................................15
1.15 Normas ou Tabelas de Alimentação.....................................................................................15
1.16 Exigências nutricionais.........................................................................................................15
2. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS .............................................................................16
2.1 Volumosos .............................................................................................................................16
2.2 Concentrados .........................................................................................................................17
2.2.1 Concentrados energéticos .........................................................................................18
2.2.2 Concentrados protéicos ............................................................................................18
2.3 Suplementos minerais ............................................................................................................19
2.4 Suplementos vitamínicos .......................................................................................................19
2.5 Aditivos .................................................................................................................................19 
3. REVISÃO DOS MÉTODOS UTILIZADOS PARA ANÁLISE NUTRICIONAL 
DOS ALIMENTOS ...................................................................................................................20 
3.1 Método de Weende ................................................................................................................20
3.1.1 Matéria Seca .............................................................................................................21
3.1.2 Matéria mineral ........................................................................................................22
3.1.3 Proteína Bruta ......................................................................................................... 22 
 6
3.1.4 Extrato Etéreo ...........................................................................................................23
3.1.5 Fibra Bruta ...............................................................................................................24 
3.1.6 Extrativo Não Nitrogenado ......................................................................................24 
3.1.7 Vantagens do Método de Weende ............................................................................25
3.1.8 Desvantagens do Método de Weende ......................................................................25 
3.2 Método de Van Soest .............................................................................................................25
3.2.1 Conteúdo Celular (CC) ............................................................................................26 
3.2.2 Parede Celular ou Fibra em Detergente Neutro (FDN) ............................................27
3.2.3 Fibra em Detergente Ácido (FDA) ...........................................................................27
3.2.4 Ligninaem Detergente Ácido (LDA) ......................................................................27 
3.2.5 Hemicelulose ............................................................................................................27
3.2.6 Celulose ....................................................................................................................27
3.3 Digestibilidade .......................................................................................................................27
3.4 Degradabilidade .....................................................................................................................28
4. VALOR ENERGÉTICO DOS ALIMENTOS.....................................................................30
4.1 Formas de determinar.............................................................................................................30
4.1.1 Nutrientes Digestíveis Totais (NDT)........................................................................30 
4.1.2 Pela partição da energia ............................................................................................30
4.1.3 Pelo uso de equipamentos como o NIRS .................................................................32
4.2 Formas de estimar ..................................................................................................................32
4.2.1 Equações de regressão ..............................................................................................32
4.2.2 Pelo coeficiente de digestibilidade da matéria orgânica ..........................................32 
4.2.3 NDT e suas equivalências com ED, EM e EL .........................................................33 
4.3 Transformações de ED, EM e EL ..........................................................................................34
5. CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL DOS PRINCIPAIS ALIMENTOS 
UTILIZADOS NA DIETA DOS ANIMAIS.............................................................................35
5.1 Alimentos Energéticos............................................................................................................35
5.1.1 Principais concentrados energéticos..........................................................................35
a) Milho .............................................................................................................................35
b) Sorgo.............................................................................................................................38 
c) Trigo...............................................................................................................................39
d) Trigo sarraceno .............................................................................................................41 
e) Triticale..........................................................................................................................41
f) Centeio............................................................................................................................42
g) Arroz...............................................................................................................................42 
h) Aveia...............................................................................................................................43 
 7
i) Cevada .................................................................................................................................44 
j) Mandioca..............................................................................................................................45 
k) Polpa de citrus.....................................................................................................................47 
l) Milheto em grãos.................................................................................................................48 
m) Melaço................................................................................................................................48 
5.2. Alimentos protéicos de origem vegetal......................................................................................49 
5.2.1 Principais concentrados protéicos de origem vegetal ...................................................50 
a) Soja......................................................................................................................................50 
b) Algodão...............................................................................................................................53 
c) Amendoim...........................................................................................................................54 
d) Girassol...............................................................................................................................56 
e) Linho...................................................................................................................................57 
f) Fava......................................................................................................................................59 
g) Mamona..............................................................................................................................59 
h) Colza...................................................................................................................................59 
i) Canola .................................................................................................................................60 
j) Levedura..............................................................................................................................61 
5.3 Alimentos protéicos de origem animal .......................................................................................62 
5.3.1 Principais concentrados protéicos de origem animal ....................................................62 
a) Farinha de carne..................................................................................................................62 
b) Farinha de carne com osso .................................................................................................63 
c) Farinha de peixe..................................................................................................................63 
d) Farinha de sangue................................................................................................................64 
e) Farinha de penas hidrolizadas ............................................................................................64 
f) Cama de frango ou de aviário..............................................................................................65 
g) Esterco de poedeiras ...........................................................................................................66 
h) Farinha de ovos ou resíduos de incubatórios .....................................................................66 
i) Farinha de resíduo do abate de aves....................................................................................67 
j) Farinha de vísceras .............................................................................................................67 
5.4 Alimentos alternativos ................................................................................................................67 
a) Resíduo da pré-limpeza de grãos .......................................................................................67 
5.5. Problemas decorrentes do armazenamento de grãos..................................................................68 
5.6 Formas de avaliar os alimentos ...................................................................................................69 
5.6.1 Custo por kg do ingrediente ..........................................................................................695.6.2 Custo por kg de ganho ...................................................................................................69 
6. ADITIVOS ..................................................................................................................................71 
 8
6.1 Antioxidantes ..............................................................................................................................71 
6.2 Antihelmínticos............................................................................................................................71 
6.3 Pigmentantes................................................................................................................................71 
6.4 Aglutinantes.................................................................................................................................71 
6.5 Antifúngicos................................................................................................................................71 
6.6 Anabolizantes..............................................................................................................................72 
6.7 Palatabilizantes (Flavorizantes)...................................................................................................72 
6.8 Antimicrobianos..........................................................................................................................72 
6.9 Antibióticos.................................................................................................................................72 
7. CARACTERÍSTICAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS DO TGI DOS ANIMAIS......73 
8. ÁGUA ..........................................................................................................................................77 
8.1 Importância..................................................................................................................................77 
8.2 Propriedades................................................................................................................................77 
8.3 Funções.......................................................................................................................................77 
8.4 Fontes..........................................................................................................................................78 
8.5 Fatores que influenciam o consumo de água..............................................................................78 
8.6 Necessidades de água .................................................................................................................79 
8.7 Ingestão excessiva de água..........................................................................................................79 
8.8 Ingestão restrita de água..............................................................................................................79 
8.9 Vias de excreção de água.............................................................................................................80 
8.10 Absorção de água.......................................................................................................................80 
9. PROTEÍNA .................................................................................................................................82 
9.1 Importância..................................................................................................................................82 
9.2 Funções........................................................................................................................................82 
9.3 Porque o estudo dos aminoácidos (aa) em nutrição animal?.......................................................82 
9.4 Classificação das proteínas .........................................................................................................83 
9.5 Digestão da proteína nos Monogástricos.....................................................................................84 
9.6 Digestão da proteína nos Ruminantes..........................................................................................84 
9.7 Síntese Protéica............................................................................................................................85 
9.8 Metabolismo Protéico Endógeno.................................................................................................86 
9.9 Metabolismo Protéico Exógeno...................................................................................................86 
9.10 Condições fundamentais para a síntese protéica.......................................................................86 
9.11 Falta de proteína na dieta...........................................................................................................86 
9.12 Sobra de proteína na dieta.........................................................................................................86 
9.13 Avaliação protéica dos alimentos e necessidades protéicas dos animais..................................86 
9.14 Fracionamento da Proteína Bruta utilizada nos estudos com ruminantes ................................93 
 9
9.15 Valor Biológico aparente e real do Nitrogênio ........................................................................93 
9.16 Balanço de Nitrogênio .............................................................................................................93 
9.17 Proteína Ideal ...........................................................................................................................94 
9.18 Utilização de compostos nitrogenados.....................................................................................94 
10. CARBOIDRATOS ..................................................................................................................97 
10.1 Classificação.............................................................................................................................97 
10.2 Funções dos carboidratos .........................................................................................................98 
10.3 Digestão dos carboidratos nos Monogástricos.........................................................................98 
10.4 Locais de absorção dos carboidratos nos Monogástricos.........................................................99 
10.5 Formas de absorção .................................................................................................................99 
10.6 Velocidade de absorção ..........................................................................................................99 
10.7 Digestão dos carboidratos nos Ruminantes ............................................................................100 
10.8 Ácidos Graxos Voláteis (AGV) ..............................................................................................100 
10.9 Locais de absorção dos carboidratos nos Ruminantes ............................................................101 
10.10 Fatores que influenciam a digestibilidade da FB no rúmen .................................................102 
10.11 Fracionamentos dos carboidratos quando utilizados pelos ruminantes ................................102 
11. LIPÍDIOS ................................................................................................................................103 
11.1 Classificação ...........................................................................................................................104 
11.2 Classificação do ácidos graxos voláteis ..................................................................................104 
11.3 Processo de transformação das ligações .................................................................................10411.4 Grau de saturação dos AGV ...................................................................................................105 
11.5 Funções dos lipídios ...............................................................................................................105 
11.6 Fontes de gordura ...................................................................................................................105 
11.7 Motivos da adição de gordura na dieta dos animais................................................................105 
11.8 Digestão dos lipídios nos Monogástricos................................................................................106 
11.9 Digestão dos lipídios nos Ruminantes.....................................................................................106 
11.10 Gordura Protegida .................................................................................................................108 
12. MINERAIS ..............................................................................................................................109 
12.1 Conceito...................................................................................................................................109 
12.2 Classificação............................................................................................................................109 
12.3 Funções dos minerais ..............................................................................................................109 
12.4 Metabolismo............................................................................................................................110 
12.5 Sintomas de deficiência ou desequilíbrio................................................................................111 
12.6 Toxicidade Mineral .................................................................................................................111 
12.7 Considerações sobre o Fósforo................................................................................................112 
12.8 Recomendações para Ruminantes...........................................................................................112 
 10
12.9 Condições para formular uma mistura mineral ......................................................................113 
12.10 Disponibilidade biológica ou biodisponibilidade .................................................................113 
12.11 Características de uma boa mistura mineral..........................................................................113 
13. VITAMINAS............................................................................................................................114 
13.1 Conceito..................................................................................................................................114 
13.2 Classificação............................................................................................................................114 
13.3 Diferenças entre os grupos de vitaminas.................................................................................115 
13.4 Funções das vitaminas..................................... .......................................................................115 
13.5 Locais de Depósito..................................................................................................................116 
13.6 Absorção..................................................................................................................................116 
13.7 Sintomas de deficiência ..........................................................................................................117 
13.8 Alterações vitamínicas.............................................................................................................118 
13.9 Fatores determinantes de um consumo inadequado de vitaminas...........................................118 
13.10 Fatores que afetam as exigências e utilização das vitaminas................................................118 
13.11 Suplementação vitamínica.....................................................................................................119 
14. UTILIZAÇÃO DAS TABELAS DE EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS.............................121 
15. CÁLCULO DE RAÇÕES ......................................................................................................124 
15.1 Métodos para o cálculo de misturas ........................................................................................124 
16. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................132 
17. REFERÊNCAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................................133 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
INTRODUÇÃO 
 
 A produtividade animal depende, de maneira decisiva, do aproveitamento dos nutrientes 
ingeridos através da alimentação, bem como da sanidade, manejo e potencial genético dos animais. 
Conhecer os princípios básicos que regem os mecanismos de interação entre os alimentos e os 
animais, as fontes de alimentos disponíveis e suas combinações para o fornecimento dos nutrientes 
aos animais se constituem em pontos fundamentais ao qual se destina a disciplina de Nutrição 
Animal. 
 O objetivo do trabalho é apresentar subsídios que auxiliem para a correta nutrição das 
diferentes espécies zootecnicamente exploradas, de modo a atendê-las eficiente e economicamente. 
 Os autores desejam, com este caderno didático, contribuir para o aprendizado de uma 
nutrição animal adequada, estando a disposição para qualquer crítica e contribuição que possam 
melhorar a qualidade do mesmo em edições posteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12
NUTRIÇÃO ANIMAL 
 
1 – CONCEITOS BÁSICOS 
 
1.1 Objetivo da disciplina: 
Aplicar conhecimentos sobre exigências nutricionais dos animais e composição dos 
alimentos para a correta nutrição das espécies zootecnicamente exploradas, de modo a atendê-las 
eficientemente e economicamente. 
 
1.2 Nutrição: 
É a ciência que estuda os fenômenos físicos, químicos e biológicos mediante os quais os 
alimentos ingeridos pelos animais são digeridos e os produtos da digestão são absorvidos e 
metabolizados para atender suas exigências de manutenção e produção. A nutrição, juntamente 
com a genética, sanidade e manejo constitui a base que irá determinar a produtividade dos animais 
economicamente explorados. 
 
1.3 Alimentação: 
É um ramo da nutrição, envolvendo a escolha, preparo e fornecimento do alimento aos 
animais. É o ato ou efeito de alimentar-se, constituído pelo conjunto de substâncias de que um 
indivíduo costuma ingerir. 
 
1.4 Alimento ou Forragem: 
É todo o ingrediente presente na dieta ou substâncias que podem ser ingeridas, parcialmente 
ou totalmente digeridas e assimiladas, constituídas por produtos de origem animal, vegetal, de 
subprodutos preparados a partir destes; como também de substâncias sintéticas (uréia, por 
exemplo) utilizadas para suplementar os alimentos naturais, contribuindo para manutenção e 
produção dos animais. Os alimentos não têm a mesma composição e não são completos, 
significando que sempre haverá deficiência ou excesso de algum nutriente. Exceção: ovo e leite 
para uma determinada fase da vida do animal. 
 
1.5 Suplementos: 
 Alimentos utilizados, normalmente associados com outros, com o intuito de melhorar o 
balanço nutritivo. Podem ser energéticos, protéicos, minerais ou vitamínicos. 
 
 
 
 13
1.6 Nutrientes: 
Constituintes dos alimentos, deigual ou semelhante composição química que auxiliam na 
manutenção da vida e produção. 
São compostos químicos ou grupos de compostos que, quando ingeridos podem ser 
aproveitados no organismo animal, preenchendo alguma fração nutricional, isto é, são utilizados na 
síntese de algum composto do organismo animal ou queimados para a produção de energia. 
 
1.7 Nutriente Digestível: 
É a fração possível de ser digerida pelo animal, ou seja, a fração que não é eliminada nas 
fezes. Alimentos com a mesma composição bruta mas com coeficientes de digestibilidade distintos, 
terão aproveitamentos diferentes. 
 
Exemplo: Alimento 1 Alimento 2 
 Proteína Bruta 10 % 10 % 
 Coef. de Digestibilidade 70 % 50 % 
 Proteína Digestível 7 % 5 % 
 
1.8 NDT = Nutriente Digestível Total (%): 
É uma das formas de expressar a concentração energética dos alimentos e representa o 
somatório das frações orgânicas digestíveis, fazendo-se a correção para a fração gordura. 
% NDT = PD + FD + ENND + (EED * 2,25) 
 
Exceção: Matéria Mineral (fração inorgânica) 
* A gordura (Extrato Etéreo) libera aproximadamente 9 kcal de EB/g, enquanto os demais 
componentes orgânicos (Proteína Bruta, Fibra Bruta e Extrativos Não-Nitrogenados) liberam 
aproximadamente 4 kcal de EB/g, o que confere um fator de correção de 2,25. 
 
1.9 Digestibilidade: 
Consiste da fração do alimento aparentemente aproveitada pelo animal, ou seja, a diferença 
entre a quantidade ingerida e a quantidade excretada nas fezes. 
 
1.10 Degradabilidade ruminal: 
Estima o desaparecimento do substrato (alimento), quer seja por degradação microbiana, 
hidrólise ou simples solubilização. 
 14
1.11 Ração: 
Total de alimento, incluindo água, consumido por um animal num período de 24 horas. Na 
literatura encontra-se a palavra dieta como sinônimo de ração, muito embora o termo dieta também 
se refere a enumeração dos alimentos que compõem a ração. 
 
1.11.1 Requisitos básicos da composição e apresentação das rações: 
► A ração deve cobrir as necessidades nutricionais tanto do ponto de vista quantitativo 
como qualitativo. 
Ex: Em aves não se deve verificar apenas a quantidade de proteína bruta ou digestível da dieta, mas 
também os aminoácidos essenciais que são incapazes de serem sintetizados numa velocidade 
suficiente para atender a demanda biológica por proteína. 
► A ração deve ser fisiológica, os alimentos que a compõem devem ser adequados para cada 
animal, para um perfeito funcionamento do aparelho digestivo. Exemplos: 
- Uma ração para ruminantes deve conter alimentos ricos em fibra, para que o processo de 
ruminação e movimentos peristálticos não sejam alterados. 
- Para suínos a ração não pode ser excessivamente fibrosa devido à baixa capacidade de digestão da 
celulose. Apenas recomenda-se maior quantidade de fibras para suínos quando a ração é destinada 
para porcas no terço final de gestação. 
► A ração deve ser higiênica. Os alimentos devem estar em boas condições, sem sofrer 
fermentações indesejáveis ou outras alterações que ponham em risco a saúde do animal. Se os 
grãos ricos em gordura forem triturados, haverá a exposição do conteúdo celular à presença de O2, 
ativando a enzima lipase, o que causa a oxidação e deterioração do produto. Ex: Farelo de arroz 
integral: a presença de gordura no farelo de arroz integral favorece a rancificação. Na ocorrência 
desta, haverá redução na palatabilidade e, conseqüentemente no consumo, além de redução do 
aporte de vitaminas lipossolúveis. 
 
1.12 Ração Balanceada: 
Total de alimento que um animal consome em 24 horas, capaz de atender às suas exigências 
nutricionais. Portanto a ração deve conter todos os nutrientes exigidos pelo animal para satisfazer 
um determinado requerimento fisiológico (mantença, lactação, etc). 
 
1.13 Dieta: 
Normalmente se refere à enumeração dos alimentos que o animal ingere. 
 
 
 
 15
1.14 Refeição: 
Parte da ração distribuída e consumida de cada vez. Quanto maior o número de refeições a 
serem oferecidas, maior será a eficiência de utilização do alimento. 
 
1.15 Normas ou Tabelas de Alimentação: 
Guias indispensáveis para a correta formulação das rações. As normas descrevem as 
quantidades de nutrientes que os animais necessitam bem como fornecem a composição nutricional 
dos alimentos. Nelas se encontram as especificações das quantidades dos nutrientes que devem ser 
incluídos nas rações de acordo com a espécie, categoria, sexo, peso vivo, nível de produção, etc. As 
normas mais utilizadas são: NRC (National Research Council) e AFRC (Agricultural Research 
Council), CSIRO, Andriguetto et al. (forma resumida e traduzida do NRC), Viçosa, etc. 
 
1.16 Exigência Nutricional: 
As exigências nutricionais são especificações das quantidades de nutrientes que devem ser 
incluídos nas rações de acordo com a espécie animal, categoria, sexo, peso vivo, condição corporal, 
propósito de ganho, etc. Os valores são encontrados em tabelas, cujos dados são provenientes de 
trabalhos de pesquisa, normalmente efetuados em outras condições, que não as nossas. 
 
Comparação das exigências nutricionais de espécies de animais em crescimento segundo NRC: 
Frangos de Corte (NRC 1994) Bovinos de Corte (NRC 1984 e 1989) 
Energia (EM) Energia (ED, EM, EL, NDT) 
Proteína Bruta Proteína Bruta: PDR e PNDR 
 Aminoácidos: 
“H I L L M A FE TRI TRE VA” 
_ 
Vitaminas Lipossolúveis: A D E K Vitaminas Lipossolúveis (eventualmente) 
Vitaminas Hidrossolúveis: C e “B” _ 
Minerais Minerais 
 
Estas diferenças são devidas ao fato de que na fermentação microbiana do rúmen ocorre: 
a) Síntese de proteína microbiana a partir de proteína e de outras fontes de nitrogênio da 
dieta. 
b) Síntese de vitaminas do complexo B e vitamina K. 
c) Melhor aproveitamento de CHO estruturais: celulose e hemicelulose 
Essas tabelas são periodicamente revisadas e fornecem indicações baseadas na média das 
populações de uma determinada espécie animal, embora admite-se que os animais têm 
comportamento próprio. 
 16
2 - CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS 
 
De acordo com as Tabelas de Composição dos Alimentos da América Latina (Harris et al., 
1968), os alimentos são classificados, segundo critérios de utilização e de composição química, em 
8 classes: 
1) Forrageiras secas e grosseiras: são produtos com igual ou mais de 18% de fibra bruta na 
MS do alimento. Estão representadas pelos fenos de leguminosas e gramíneas, palhas, cascas, 
forragens (parte aérea com espigas, com palhas ou inflorescências), soqueiras ou resteva (parte 
aérea sem espigas, sem palhas, sem inflorescências) e outros produtos. Esta classe inclui todas as 
forrageiras e os volumosos cortados e secos. Forrageiras ou volumosos são pobres em energia 
líquida por unidade de peso, usualmente devido ao alto conteúdo de fibra; 
 
2) Pastagens cultivadas, pastos nativos e forrageiras utilizadas verdes: estão neste grupo 
todas as forrageiras utilizadas na forma in natura, ou seja, “frescas” e que apresentam igual ou mais 
que 18% de fibra bruta na MS do alimento; 
 
3) Silagens: representadas normalmente pelas silagens das plantas de milho, sorgo e de 
gramíneas como o capim elefante, além de algumas leguminosas. 
 
4) Alimentos energéticos: são os que contém menos de 20% de proteína e menos que 18% 
de fibra bruta na MS do alimento; 
 
5) Suplementos protéicos: são os alimentos que contém menos de 18% de fibra e 
apresentam 20% ou mais de proteína na MS do alimento; 
 
6) Suplementos minerais; 
 
7) Suplementos vitamínicos; 
 
8) Aditivos. 
 
De uma maneira geral classificam-seos alimentos em: 
2.1 Volumosos: 
São alimentos que possuem 18% ou mais de FB na MS do alimento, sendo utilizados de 
forma significativa na alimentação de ruminantes. 
Podem ser: 
 17
- aquosos: silagens, pastagens, capineiras; 
- secos: fenos, restevas e socas. 
Exemplo: A pastagem de aveia + azevém, no estádio inicial de desenvolvimento apresenta 
14% de MS e cerca de 3% de FB na forma como o alimento se apresenta. Logo, o teor de FB na 
matéria seca do alimento será de 21,4% 
 
Pastagem de aveia + azevém = 14% MS ------ 3% FB 
 100 ------ x 
 x = 21,4% de FB na MS 
 
Os alimentos volumosos têm a sua composição bromatológica alterada com o estádio 
fisiológico. 
Exemplo (conforme o estádio de desenvolvimento da planta) 
 Estádio inicial Estádio final 
 MS = 15-25% > 25% 
 PB = 30% 3% 
 FB = 20% 40% 
 CHO Solúveis = 30% 4% 
 EE = 4% 4% 
 
 ⇑ CAROTENO ⇓ CAROTENO 
 ⇑ VITAMINA E ⇓ VITAMINA E 
 ⇑ VITAMINA B ⇓ VITAMINA B 
A fração matéria mineral varia com a espécie cultivada, idade da planta, tipo de solo, clima e 
eventuais adubações. 
 
2.2 Concentrados: 
São alimentos com menos de 18% de FB ma MS do alimento. Podem ser classificados como 
energéticos e protéicos. 
 Grãos de cereais e/ou subprodutos 
 
Energéticos 
 Óleo de origem animal 
 Gorduras (x 2,25) 
 Óleo de origem vegetal 
 
 18
 Origem vegetal 
 
 Protéicos Origem animal 
 
 Sintéticos (NNP – ruminantes) 
 
2.2.1 Concentrados energéticos ou alimentos básicos: possuem concentração <20% PB na 
MS e <18% FB na MS. Caracterizam-se por: 
 
 ⇑ em E (NDT ou ED, EM, EL) 
 ⇓ em FB 
 ⇓ em PB 
 Qualidade da proteína geralmente ⇓ 
 
 Níveis de Minerais e Vitaminas: 
- médio em P (bom quando comparado com as forrageiras) 
- alto em Tiamina 
- baixo em Riboflavina, B12 e ácido pantotênico 
- alto em Niacina (porém não é disponível) 
- médio em Vitamina E 
 
2.2.2 Concentrados protéicos: Apresentam valores >20% PB na MS do alimento e <18% 
de FB na MS do alimento. A proteína é um nutriente crítico para animais jovens e de rápido 
crescimento e para animais adultos de alta produção como vacas em lactação. Os suplementos 
protéicos são sempre mais caros que os energéticos, e o uso inadequado aumenta o custo de 
produção. 
 Monogástricos e pré-ruminantes: é importante a qualidade protéica (aminoácidos), que é a 
medida da capacidade de fornecer os aminoácidos exigidos pelos animais e que não são 
sintetizados na mesma velocidade com que são exigidos. 
 Ruminantes: a necessidade protéica é uma combinação dos requerimentos para nutrir 
microorganismos e para fornecer aminoácidos adequados ao indivíduo. 
 Os concentrados protéicos podem estar representados pelos alimentos protéicos de origem 
vegetal, animal e sintéticos. 
- Origem vegetal: sementes oleaginosas e subprodutos 
- Origem animal: farinha de carne, farinha de sangue, farinha de penas, resíduos de 
incubatórios. 
 19
- Sintético: uréia, amônia, biureto (duas moléculas de uréia). 
 
2.3 Suplementos minerais: 
Estão constituídos pelos minerais que podem se apresentar de forma isolada ou em misturas. 
 
2.4 Suplementos vitamínicos: 
Estão constituídos por grupos de vitaminas na forma de complexo ou na forma individual e 
que tem como objetivo auxiliar na regulação de diversas funções do organismo animal. 
 
2.5 Aditivos: 
São ingredientes adicionados na dieta em pequena quantidade com ou sem valor nutritivo, 
com a finalidade de melhorar o sabor, a coloração, a textura, a conservação, o aroma, etc. 
Ex: palatabilizantes, antioxidantes, ionóforos, conservantes, antifúngicos, entre outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
3 - REVISÃO DOS MÉTODOS UTILIZADOS PARA A ANÁLISE NUTRICIONAL 
DOS ALIMENTOS 
 
3.1 Método de Weende: 
 A análise dos alimentos é o ponto de partida para a formulação de rações. Normalmente os 
alimentos são analisados seguindo a proposta desenvolvida por Stohmann & Henneberg (1864), na 
Estação Experimental de Weende, Alemanha. O método, conhecido como análise proximal ou 
Método de Weende, separa os alimentos em frações que contenham substâncias que apresentam 
alguma propriedade em comum, permitindo análises químicas do grupo. Logo não é uma análise de 
nutrientes do alimento. O significado nutritivo de cada uma das frações não é muito claro porque 
cada fração é uma combinação de substâncias das quais algumas representam aporte nutritivo, 
outras não. 
 ALIMENTO 
 
 Estufa a 105° C 
 
Água Matéria seca (MS) 
 
 Mufla a 600°C 
 
Matéria orgânica Matéria mineral 
 (MO) (MM) 
 
 
 
 
 
 
 PB FB EE ENN 
 (N x 6,25) (CHO estruturais) (Gordura bruta) (CHO solúveis) 
 
Este método não é totalmente satisfatório principalmente no que diz respeito a determinação 
da fração fibrosa dos alimentos volumosos. Contudo, até o momento, apesar das críticas feitas ao 
Método de Weende ainda não surgiu um método substitutivo que seja mais eficiente, econômico e 
rápido para a análise dos alimentos. 
 
 21
3.1.1 Matéria seca: é o ponto de partida da análise dos alimentos, sendo de suma 
importância para o nutricionista e para o produtor. A matéria seca de alimentos aquosos é 
determinada em duas etapas: a primeira é denominada pré-secagem e é feita em estufas, 
normalmente de ar forçado a uma temperatura de aproximadamente 55°C; a segunda é denominada 
secagem definitiva. É realizada em estufa a 105°C. Para alimentos como os grãos e farelos 
normalmente se usa somente a secagem definitiva. Por diferença de 100, estima-se o teor de 
umidade ou água e, ácidos e bases voláteis, caso estejam presentes no alimento. 
 É importante conhecer esta fração porque o valor obtido indicará as condições do produto 
sob o ponto de vista de conservação. Além do mais, serve como base para comparação do valor 
nutritivo de dois ou mais alimentos numa mesma época ou em diferentes épocas, regiões, locais. 
Também é útil no momento de calcular a quantidade de cada alimento que será fornecido aos 
animais, uma vez que as exigência nutricionais, para ruminantes, referem-se ao consumo de 
matéria seca. 
 A composição de um alimento pode ser expressa em termos de como o alimento é 
oferecido e em base de matéria seca. Muitas vezes a forma de expressar os resultados gera 
confusão na interpretação e muitose tem feito para unificar as bases de expressão do registro dos 
resultados das análises. É comum em formulação de rações aplicar a uma amostra verde, a 
percentagem de um constituinte determinado em base seca. Isto ocorre por falta de esclarecimentos 
sobre qual base estão expressos os resultados. A matéria seca reflete uma medida que se pode 
utilizar para comparar amostras em qualquer estação, ano ou umidade. De outra forma, como 
compararíamos a quantidade de proteína existente na farinha de carne e no leite? 
 Para melhor exemplificar este fato, foram utilizadas duas sub-amostras de milho 
provenientes de uma única amostra e conservadas em dois locais distintos: livre de umidade e em 
ambiente úmido. Os valores obtidos com relação as diferentes frações foram: 
 
 MS* MM* PB* EE* FB* ENN* 
Amb. Seco 94,5 4,5 7,3 4,4 6,5 71,8 
Amb. Úmido 88,0 4,2 6,8 4,1 6,1 66,8 
 
*Dados expressos na amostra como é oferecida. 
 
 
 
 
 
 
 22
Quando estes resultados são expressos em base de matéria seca, os valores são: 
 
 MS* MM** PB** EE** FB** ENN** 
Amb. Seco 94,5 4,8 7,7 4,7 6,9 75,9 
Amb. Úmido 88,0 4,8 7,7 4,7 6,9 75,9 
 
*Dados expressos na amostra como é oferecida. 
**Dados expressos na amostra seca. 
 
A água contida nos alimentos dilui seu valor nutritivo por unidade de peso e aumenta o custo 
líquido dos nutrientes, se não for tomada alguma medida para compensar sua presença. Alimentos 
baratos, com alto percentual de água, podem se transformar em alimentos caros pelo custo da 
conservação, transporte e custo por unidade de nutrientes presentes na matéria seca. 
Para evitar perdas nos alimentos armazenados é necessário manter a umidade a níveis 
máximos de 14%. Do contrário o alimento poderá ser perdido por ação de mofos ou até mesmo por 
combustão expontânea. 
 
3.1.2 Matéria mineral: representa o resíduo inorgânico de uma amostra incinerada. Fornece 
uma indicação da “riqueza mineral” de uma amostra. Isto só será válido se a amostra for de origem 
animal, permitindo uma estimativa dos teores de Ca e P. No caso de alimentos de origem vegetal, a 
composição das cinzas é variável, pois alguns alimentos são ricos em sílica, a qual não apresenta 
valor nutritivo. Por diferença de 100, obtém-se a estimativa de matéria orgânica. 
 Portanto, serve também para indicar a presença de material mineral adulterante, o que, às 
vezes, não ocorre de forma intencional e sim pela contaminação com a terra trazida pelo vento ou 
pelos respingos da chuva. Para reduzir estes efeitos uma alternativa seria lavar o material a ser 
analisado com água. Isso, as vezes, pode ser difícil porque junto com a terra os carboidratos mais 
solúveis podem estar sendo lixiviados, acarretando em outro tipo de erro, ou seja, o de subestimar o 
teor de carboidratos solúveis. 
 
3.1.3 Proteína bruta: é importante conhecer o % de PB dos alimentos, pois além de auxiliar 
na sua classificação, o fornecimento em excesso de proteína significa a conversão deste nutriente 
em energia. O método utilizado na estimativa, na verdade, determina o teor de Nitrogênio (N) 
contido no alimento incluindo o nitrogênio protéico e outros compostos nitrogenados não protéicos 
como aminas, amidas, nitratos, etc. 
 A maior parte do N de uma planta está em forma de aminoácidos formando proteína. A 
proporção de nitrogênio amínico varia de 52 a 83% do nitrogênio total e, de nitrogênio não 
 23
protéico, de 23 a 30%. Deste nitrogênio não protéico, cerca de 47 a 64% está na forma de peptídeos 
e aminoácidos livres. 
 Um dos defeitos desta metodologia é não considerar que certos compostos nitrogenados 
não estão disponíveis e o animal não pode utilizá-los. Esta fração de nitrogênio não disponível 
ocorre naturalmente em muitas forragens sendo mais elevada em leguminosas do que em 
gramíneas, podendo ser muito elevada em plantas ricas em tanino. 
 Para a determinação de N, o método parte do princípio que em média, as proteínas 
apresentam 16% de Nitrogênio, originando um fator de correção de 6,25. Não se utiliza um fator de 
correção específico para cada alimento, o que pode alterar o valor real da proteína, pois como pode 
ser observado no quadro abaixo, a % de N na proteína varia de acordo com as distintas fontes 
protéicas. 
 
Fatores de conversão de N total para as proteínas em diferentes fontes protéicas 
 
Fontes protéicas % de N na proteína FC 
Semente de algodão 18,87 5,30 
Semente de soja 17,51 5,71 
Cevada (grão) 17,15 5,83 
Milho (grão) 16,00 6,25 
Aveia (grão) 17,15 5,83 
Trigo (grão) 17,15 5,83 
Ovo 16,00 6,25 
Carne 16,00 6,25 
Leite 15,58 6,38 
Folhas de plantas 15,00 6,60 
 
 
3.1.4 Extrato Etéreo: mede todas as substâncias extraídas pelo solvente orgânico utilizado. 
Porém, muitas das substâncias solúveis em éter, não apresentam valor energético para os animais. 
Nesta fração estão incluídos triglicerídios, fosfolipídios, ácidos graxos livres, colesterol, lecitina, 
vitaminas lipossolúveis, clorofilas, substâncias alcalinas, óleos voláteis, resinas e ceras. Destes, se 
sabe que as clorofilas, substâncias alcalinas, óleos voláteis, resinas e ceras não apresentam valor 
nutritivo. 
A gordura é fonte de ácido graxo essencial (linoléico) e de energia, uma vez que fornece 
2,25 vezes mais energia que a proteína e os carboidratos. 
 
 24
O teor de gordura afeta a conservação dos alimentos, uma vez que a gordura representa ao 
mesmo tempo a fração mais energética para os animais e a fração menos estável dos alimentos. 
Grãos com alto % de gordura, quando inteiros, são estáveis. Porém, quando moídos, estão sujeitos 
à ativação da lipase pelo calor e umidade, podendo provocar rápida rancificação do material. Com 
a rancificação, além do gosto desagradável, ocorrem perdas de substâncias como a vitamina A, ou 
carotenos, bem como de alguns ácidos graxos que são destruídos pela oxidação. As alterações 
químicas provocadas pela rancificação podem dar origem a substâncias nocivas, como aminas. 
Quanto maior for o grau de saturação dos ácidos graxos dos alimentos, tanto maior é o risco de 
ocorrerem alterações. Todas as gorduras das plantas oleaginosas rancificam facilmente. 
 
3.1.5 Fibra bruta: os constituintes desta fração são: celulose, hemicelulose, lignina e 
pentosanas, os quais são considerados carboidratos de difícil digestão. A fibra bruta é uma 
determinação empírica, pois inclui no grupo apenas a celulose e a lignina insolúvel em álcalis. 
Durante a digestão alcalina, perde-se o aporte de celulose e de lignina, principalmente a fração 
solúvel em álcalis que farão parte da fração extrativo não nitrogenada. 
 Quando da alimentação de monogástricos, a fibra bruta, possui a função principal de 
auxiliar nos movimentos peristálticos, já que é hidrófila (retém água), ajudando a manter a 
consistência branda e a umidade das fezes e facilitando sua progressão para o intestino grosso. Para 
ruminantes é considerada fonte de energia tendo como produtos finais ácidos graxos e gases. 
 
3.1.6 Extrativo não nitrogenado: esta fração é obtida por diferença e, em razão deste fato, 
sobre esta análise, recaem todos os erros cometidos durante a realização das demais análises. 
É constituída pela fração solúvel dos alimentos, incluindo amido, açúcares, parte da lignina, 
hemicelulose e celulose solúvel em álcalis e também vitaminas hidrossolúveis. Do ponto de vista 
nutricional, é sabido que a hemicelulose, a pectina e a lignina solúveis em álcalis não apresentam as 
mesmas características nutricionais dos outros compostos pertencentes a esta fração. 
Na maioriadas vezes, esta fração é superestimada nos alimentos volumosos, principalmente 
devido a contaminações por constituintes que deveriam ficar retidos na fração fibra bruta. 
Nos volumosos o ENN representa em média 40% da MS e nos alimentos concentrados cerca 
de 70% da MS. 
É obtido pelo seguinte cálculo: 
 
ENN = 100 - ( % ÁGUA + %EE + % PB + %FB + %MM) 
 
 
 25
3.1.7 Vantagens do Método de Weende 
 
- Prático e de fácil execução; 
- Aceitável mundialmente; 
- Possibilita o calculo da % de NDT (%FBD + %PBD +%ENND + %EED X 2,25); 
- Baixo custo; 
- Utilizado em rótulos dos produtos comerciais como níveis de garantia. 
 
3.1.8 Desvantagens do Método de Weende 
 
- Separa o alimento em grupos de substâncias e não em nutrientes; 
- Analisa na fração proteína bruta todos os compostos nitrogenados, sendo ou não protéicos; 
- O fator de correção do nitrogênio não é específico para cada alimento, e sim 6,25, 
considerando que todos os alimentos tenham 16% de nitrogênio; 
- Não separa os componentes da fibra bruta; 
- Todos os erros aparecem no extrativo não nitrogenado, mesmo sendo de outras frações por 
ser este calculado por diferença e não determinado; 
- Na determinação da matéria mineral alguns sais podem sofrer redução. 
 
3. 2 Método de Van Soest 
 
Na tentativa de resolver o problema com relação à determinação da fração fibrosa, 
principalmente dos alimentos volumosos, foi proposto em 1967, por Van Soest, um método que 
fracionasse a fibra em componentes solúveis em detergente neutro e ácido, permitindo a obtenção 
das frações: Parede Celular (PC) ou Fibra em Detergente Neutro (FDN), Fibra em Detergente 
Ácido (FDA) e Lignina em Detergente Ácido (LDA). Por cálculo, é possível estimar os teores de 
Hemicelulose (FDN - FDA) e de Celulose (FDA - LDA), caracterizando melhor os componentes 
da fibra bruta. Este método utiliza como critério de separação das frações a solubilidade em 
soluções detergentes, através da variação do pH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 26
ALIMENTO 
 
 Digestão com detergente neutro 
 
 
 Insolúvel Solúvel (Conteúdo Celular) 
 (componentes da PC ou FND) 
 
 ALIMENTO 
 
 Digestão com detergente ácido 
 
 
 Insolúvel Solúvel 
 (lignocelulose ou FAD) (CC +hemicelulose +N da PC) 
 
 
 
 Digestão com ácido sulfúrico 72% 
 
 
 
 Insolúvel Solúvel 
 (lignina + sílica + cutina) (celulose) 
 
 Incineração 
 
Lignina perdida por ignição (LAD) 
 
A partir de uma amostra de alimento (aproximadamente 5 gramas) a matéria seca é dividida 
em: 
3.2.1 Conteúdo celular (CC): Fração solúvel incluindo: glicídios solúveis, pectina, amido, 
lipídios, maior parte das proteínas, de compostos nitrogenados não protéicos e de outras 
substâncias solúveis, como cinzas, proteína solúvel, etc. Possui, em média, 95 a 98% de 
digestibilidade. 
 
 27
3.2.2 Parede celular ou fibra em detergente neutro (PC ou FDN): Fração fibrosa 
constituída por celulose, hemicelulose, lignina, proteína insolúvel e sílica que são as cinzas 
insolúveis. Sua digestibilidade é dependente da lignificação da fração FDA. 
Obs.: Alto conteúdo de PC pode limitar o consumo em ruminantes, pois tende a aumentar o 
volume da ração, dando sensação de enchimento ruminal e portanto saciedade ao animal. 
 
3.2.3 Fibra em detergente ácido (FDA): constituída por celulose, lignina e sílica, 
nitrogênio lignificado, cutina. 
 
3.2.4 Lignina em detergente ácido (LAD): constituída por lignina + contaminações por 
sílica. 
 
3.2.5 Hemicelulose = PC - FAD 
 
3.2.6 Celulose = FAD - LAD 
 
3.3 Digestibilidade: 
Esse parâmetro pode ser determinado a partir de ensaios de digestibilidade in vivo ou 
estimado através de técnicas laboratoriais reconhecidas como técnicas in vitro como a técnica de 
Tilley & Terry (1963), a técnica de produção de gases descrita por Menke et al., (1979) e por 
Theodorou et al., (1993) e adaptada por Maurício et al, (1999), bem como pela técnica de 
simulação do rúmen (RUSITEC) descrita por Czerkawski & Breckenridge (1977) e pelo método 
dos três estágios descrita por Calsamiglia & Stern (1995), além de outros. 
A digestibilidade in vivo, descrita por Schneider & Flatt (1975) é o método mais preciso para 
a determinação da digestibilidade aparente total, porém não permite o estudo da digestão parcial 
dos alimentos, inviabilizando o entendimento da interação alimento x ecossistema ruminal. Dentre 
os fatores limitantes desta técnica estão: necessidade de grande quantidade de alimento, de infra-
estrutura, de mão-de-obra, de disponibilidade de animais, custo elevado, demorado, baixa 
repetibilidade, além de proporcionar a avaliação de poucos alimentos por vez. 
A técnica proposta por Tilley & Terry (1963) apresenta alta correlação com os dados de 
digestibilidade in vivo para alimentos volumosos de alta até média qualidade. É menos dependente 
de animais e necessita pequena quantidade de amostra do alimento avaliado, além de permitir a 
avaliação da digestibilidade de vários alimentos por vez. Possui custo baixo, alta repetibilidade e é 
mais rápida do que as metodologias in vivo. 
A técnica de produção de gases tem sido atualmente reconhecida como uma das melhores 
técnicas para descrever a cinética fermentativa dos alimentos. A produção de gases é diretamente 
 28
proporcional à fermentação microbiana do alimento e, como pode ser medida a intervalos 
freqüentes, permite analisar o modo como ocorre o ataque microbiano na degradação do alimento 
no rúmen. Assim é possível correlacionar a produção microbiana com a matéria orgânica 
fermentada. Atualmente se estuda a possibilidade de avaliar o uso de fezes como fonte de inóculo. 
A técnica de três estágios descrita por Calsamiglia & Stern (1995) estuda um parâmetro por 
vez e depende de enzimas purificadas que oneram o custo da análise. É mais adequada para a 
estimativa da utilização de diferentes fontes protéicas. 
A digestibilidade aparente é a fração do alimento que desaparece na passagem pelo tubo 
digestivo e é calculada pela fórmula: 
 
 
Digestibilidade aparente = (kg nutriente consumido – kg nutriente fecal) x 100 
kg nutriente consumido 
 
 
Já para o cálculo da digestibilidade verdadeira são considerados os componentes endógenos 
(provenientes do organismo animal), como por exemplo a descamação do epitélio intestinal. Esta, 
geralmente é superior a digestibilidade aparente, porém, na rotina, é um parâmetro menos utilizado. 
 
 
Digestibilidade verdadeira = 
kg nutriente consumido – (kg nutriente fecal – kg nutriente endógeno) x100 
 kg nutriente consumido 
 
 
3.4 Degradabilidade: 
É um parâmetro obtido através de técnicas gravimétricas, como a proposta por Mehrez & 
Orskov (1977) que estima a degradabilidade in situ, ou seja, avalia a degradação dos alimentos ou 
de frações destes. Amostras de alimentos são colocadas em sacos de náilon, presas à cânula 
ruminal e suspensas por um fio de náilon em recipientes plásticos que são colocados no interior do 
rúmen por um determinado tempo, permitindo a livre movimentação das sacolas no seu interior.Os 
tempos de incubação variam com o tipo de amostra.. Os dados de degradação são normalmente 
ajustados no modelo matemático proposto por Orskov & Mc Donald (1979): 
p = a + b (1-e -c) 
Onde: 
p = quantidade de nutriente degradado no tempo t 
 29
a = é a intersecção da curva do tempo zero e representa a fração solúvel em água 
b = é a fração insolúvel em água mas potencialmente degradável no interior do rúmen 
c = taxa de degradação por hora da fração b 
e = é o logarítmo natural da constante. 
 
 O cálculo da degradabilidade efetiva é feita pela fórmula proposta por McDonald (1981): 
De = a + b x c 
 c + k 
Onde: 
De = degradabilidade efetiva 
K = taxa de passagem 
 
Esta técnica exige a manutenção de animais fistulados no rúmen e apresenta como 
desvantagens o fato de ainda não existir padronização entre laboratórios além de permitir a 
contaminação dos alimentos com microorganismos. Outros problemas se referem a maior ou menor 
abrasividade dos alimentos contra os poros dos sacos de náilon móveis no rúmen, relação 
quantidade de amostra com a superfície dos sacos, etc. 
Por outro lado é crescente a procura por técnicas não invasivas e que atendam as exigências 
das sociedades protetoras dos animais que almejam minimizar a utilização de formas de estudo que 
venham a ser agressivas aos animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30
4 - VALOR ENERGÉTICO DOS ALIMENTOS 
 
4.1 Formas de determinar 
O valor energético dos alimentos é determinado diretamente através da condução de ensaios 
de digestibilidade com o uso de animais em gaiolas metabólicas, podendo ser expressa das 
seguintes formas: 
 
4.1.1 Nutrientes Digestíveis Totais (NDT): representa a soma de todos os nutrientes 
orgânicos, digestíveis, dos alimentos e é expresso em %. 
 Envolve os somatórios das frações: 
 
% NDT: % PD + %FD + %ENND + (%EED x 2,25) 
 
Estima-se que a fração gordura produz em média 9 kcal de energia bruta enquanto que as 
frações protéicas e as que representam os carboidratos, tanto solúveis como estruturais, produzem 
em média 4 kcal de energia bruta/g. 
A determinação do NDT, na prática, é demorada e de custo elevado. Não é possível, 
portanto, ser determinada com amostras de alimentos. 
Normalmente, com forrageiras, o valor de NDT superestima a concentração energética, pois 
considera que a gordura de origem vegetal é igual à gordura de origem animal. Também não faz 
correção para o valor energético da proteína, admitindo-se que fisiologicamente as proteínas 
possuem valor energético igual ao dos carboidratos. Por outro lado, numa avaliação de alimentos 
para monogástricos, a fração NDT considera que o aporte energético da fração fibra bruta será o 
mesmo que a fração extrativo não nitrogenado e isso não é verdadeiro. 
 
4.1.2 Pela partição da energia: 
 
 Energia Bruta 
 - E fecal 
 Energia Digestível 
 - E urinária e E dos gases 
 Energia Metabolizável 
 - Incremento calórico 
 Energia Líquida (mantença, ganho, lactação) 
 
Podem ser expressas em: cal, kcal, Mcal, Joule. 
 31
Estas unidades representam: - 1 joule = 0,239 cal ou 
- 1 cal = 4,184 joules 
- 1 MJ = 106 joules 
 
A energia bruta é a quantidade de energia química que se desprende do alimento quando este 
é totalmente oxidado em bomba calorimétrica que contém de 25 a 30 atm. de oxigênio. É o ponto 
de partida para as outras determinações. 
A energia fecal pode ser oriunda da fração não digerida do alimento bem como das 
descamações do epitélio do trato digestivo, a qual varia com o consumo de matéria seca. 
A energia dos gases refere-se principalmente aos gases metano e carbônico, produzidos 
durante a fermentação da matéria orgânica nos ruminantes, podendo chegar a 5% da energia bruta 
ingerida. 
O incremento calórico (IC), também chamado de efeito calorigênico, é atribuído ao trabalho 
de digestão bem como ao efeito bioquímico, transporte de líquidos, produção de saliva, transporte 
de produtos e de íons para manter os potenciais iônicos das células. Dentre as causas que podem 
originar IC estão: 
- Ineficiência energética das reações em que o nutriente é metabolizado e absorvido. 
Ex: proteína → aminoácido 
- Energia gasta para mastigação, ruminação e propulsão do bolo alimentar. 
- Calor de fermentação 
 
Valores energéticos de alguns alimentos gordurosos, expressos em Mcal/kg de amostra 
como é oferecida. 
Alimentos EB EM aves ED suínos EM suínos 
Óleo de milho 9,39 - 8,404 8,193 
Óleo de soja 9,415 - 8,469 8,217 
Óleo de peixe - 8,6 - - 
Sebo bovino 9,414 7,4 8,353 8,059 
Óleo de coco 9,229 6,5 8,565 8,262 
 
Embora as tabelas forneçam os valores da concentração energética para os óleos e gorduras, 
muito cuidado deve-se ter por ocasião da sua inclusão em dietas, pois o perfil nutricional desses 
ingredientes é diferente entre espécies bem como entre categorias dentro de uma mesma espécie. 
Portanto, não é correto utilizar como base de cálculo um só valor energético para um determinado 
ingrediente. 
 32
4.1.3 Pelo uso de equipamentos como o NIRS (Near Infrared Reflectance Spectroscopy) 
ou Espectroscopia de Reflexão no Infravermelho Próximo. É interessante em situações nas quais se 
recebe uma grande quantidade de remessa de poucos alimentos. Para que possamos trabalhar no 
NIRS é necessário que o mesmo tenha sido anteriormente calibrado com análises convencionais. 
Para que ocorra a calibração do equipamento, devem ser feitas várias determinações (por exemplo, 
de PB em diferentes amostras de um único alimento). 
 
4.2 Formas de estimar: 
4.2.1 Equações de regressão: são específicas para espécie animal e classe de alimentos, 
seguindo recomendações de McDowell et al. (1974). Os valores da composição bromatológica 
devem ser expressos em base de matéria seca. 
 No entanto, estas equações são válidas apenas para alimentos que se enquadram nas Tabelas 
de classificação dos alimentos. Para aqueles que se encontram numa fase intermediária, por 
exemplo, farelo de arroz com alta inclusão da casca, resíduos de uma maneira geral, silagens com 
% FB inferior a 18% na MS (como é o caso de silagens de grãos úmidos), as equações não são 
adequadas e, por isso, os valores não são possíveis de serem utilizados. 
 
1) Bovinos ( para alimentos volumosos secos ) 
NDT = 92,464 – 3,338 (FB) – 6,945 (EE) – 0,762 (ENN) + 1,115 (PB) + 0,031 (FB)2 – 
0,133 (EE)2 + 0,036 (FB)(ENN) + 0,207 (EE)(ENN) + 0,100 (EE)(PB) – 0,022 (EE)2(PB) 
 
2)Equinos ( para alimentos volumosos secos ) 
NDT = 52,476 + 0,189 (FB) + 3,010 (EE) – 0,723 (ENN) + 1,590 (PB) – 0,013 (FB)2 + 
0,564 (EE)2 + 0,006 (FB) (ENN) + 0,114 (EE) (ENN) – 0,302 (EE) (PB) – 0,106 (EE)2 (PB). 
 
3) Ovinos (para alimentos volumosos secos ) 
NDT = 37,937 – 1,018 (FB) – 4,886 (EE) + 0,173 (ENN) + 1,042 (PB) + 0,015 (FB)2 – 
0,058 (EE)2 + 0,008 (FB) (ENN) + 0,119(EE) (ENN) + 0,038 (EE) (PB) + 0,003 (EE)2 (PB). 
 
4) Suínos ( para alimentos concentrados energéticos ) 
NDT = 8,792 – 4,464 (FB) + 4,243 (EE) + 0,866 (ENN) + 0,338 (PB) + 0,0005 (FB)2 + 
0,122 (EE)2 + 0,063 (FB) (ENN) – 0,073 (EE) (ENN) + 0,182 (EE) (PB) – 0,011 (EE)2 (PB). 
 
4.2.2 Pelo coeficiente de digestibilidade da matéria orgânica (DMO ou DIVMO): que 
pode ser obtido in vivo ou in vitro, cujos valores são semelhantes ao % de NDT. O teor de MO é 
facilmente obtido seguindo recomendações do Método de Weende e o coeficiente de 
 33
digestibilidade de MO pode ser estimado através de técnicas in vitro, mais especificamente através 
da técnicaproposta por Tilley & Terry (1963). 
Estima-se, em média, que: 
 
ED (MJ/kg de MS) = 0,19 x % DIVMO* 
 
*dados expressos na MS e na MO 
 
Exemplo: feno de alfafa com 85% de MS, 76,5% de MO e 66,10% de DIVMO. Os dados 
estão expressos na forma como se apresenta. 
Logo: 
 - % de MO na MS = 90% 
 - % DIVMO na MS = 78% 
 - % DIVMO na MS e na MO = 70% 
 
 ED (MJ/kg de MS) = 0,19 x 70= 13,3 
 Se 1 joule = 0,239 cal 
 1 Mjoule= 239.000 cal ou 0,239 Mcal 
 Então: ED (Mcal/kg de MS) = 3,18 Mcal/kg de MS 
 
4.2.3 NDT e suas equivalências com ED, EM, EL: Por definição caloria é o calor 
necessário para elevar a temperatura de 1g de água em 1°C. A ED poder ser expressa também em 
kcal, Mcal ou Joule. 
A ED representa a diferença entre energia bruta ingerida e a energia bruta excretada nas 
fezes. 
 
Equivalência: 
1 kg de NDT= 4,4 Mcal de ED 
EM= 0,82 da ED 
1 kg de NDT= 3,608 Mcal de EM 
 
Também é aceito que 1 kg de NDT= 4,4 Mcal de ED. Admite-se que a energia perdida na 
urina e gases corresponde a aproximadamente 18% da energia digestível, logo a EM vale 0,82 da 
ED. Portanto, 1 kg de NDT= 3,608 Mcal de EM. A energia digestível e metabolizável estão 
relacionadas com outros componentes tais como a matéria seca digestível e a matéria orgânica 
digestível através das seguintes estimativas: 
 34
1 kg de MS digestível da pastagem = 18 MJ ED ou 15 MJ EM 
1 kg de MO digestível da pastagem = 19 MJ ED ou 16 MJ EM 
ou 1 kg de NDT = 19 MJ ED ou 16 MJ de EM 
 
 
4.3 Transformações de ED, EM e EL 
 
Energia Digestível = EB – E fecal 
 
1g NDT = 4,4 Kcal ED 
 
Energia Metabolizável = EB – Efecal – E urinária – E gases 
 
1g NDT = 3,608 kcal EM, 
 82% da ED, 
 ou ED – E urinária – E gases 
 
 Para suínos, admite-se que: 
 
EM (kcal/kg) = ED x {(0,96 – 0,202) x % PB)} 
 100 
Energia Líquida = EM – Incremento Calórico 
 
Lofgreen & Garret (1968) estimaram: 
 
- ELm = 77/F 
- Elg = 2,54 – 0,0314F 
- F = g de MS/kg0,75 necessários para manter equilíbrio de E 
- Log F = 2,2577 – 0,2213 EM 
- Kg0,75 ⇒ Kg de peso metabólico, correlação entre peso vivo e área de superfície. 
 
Como a eficiência de utilização da energia líquida é variável com o propósito dos animais, a 
maioria das tabelas fornece EL para as diferentes funções como: mantença, ganho, produção de 
leite, ovos, etc. 
 
 
 35
5. CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL DOS PRINCIPAIS ALIMENTOS 
UTILIZADOS NA DIETA DOS ANIMAIS 
 
A necessidade crescente de estabelecer níveis aproximadamente ótimos que integrem a 
produção animal e os lucros gerados ao produtor torna importante o estudo, entre outros fatores, da 
nutrição animal e, como conseqüência, o estudo dos diferentes alimentos e sua composição 
nutricional. 
 
5.1 Alimentos Energéticos 
 
- Ricos em ENN e NDT e pobre em FB; 
- Baixos teores em PB: de oito a 12% de PB, de baixa qualidade, pela deficiência em alguns 
aminoácidos essenciais; 
- Teor de cálcio baixo e de fósforo relativamente alto; 
- Palatabilidade elevada; 
- Elevado teor de carboidratos (CHO): 78 a 83% na MS, com predominância do amido e 
apenas dois a 5% de fibra. Conseqüentemente são de alta concentração energética, com 75 a 
82% de NDT. Em média representam 3,29 kcal de ED por kg MS; 
- Teor de óleo de um a 6% no grão e de 10-35% na semente, permitindo a extração 
industrial. 
 
A energia requerida para a manutenção e produção não é só quantitativamente a maior 
exigência animal como também é indispensável à utilização de cada nutriente. Não é a mais 
importante, é a mais necessária em kg de matéria seca. 
Todos os nutrientes orgânicos podem fornecer energia ao organismo, mas os carboidratos 
solúveis são abundantes no reino vegetal e bem aceitos pelos animais constituindo-se na maior 
fonte de energia. No caso dos ruminantes, a fibra é outra fonte abundante de energia e é constituída 
por carboidratos estruturais, principalmente celulose e hemicelulose. 
Os alimentos energéticos estão representados pelos grãos de cereais, os quais normalmente 
são destinados ao consumo humano. Seus subprodutos, portanto é que são empregados na 
alimentação animal. 
 
5.1.1 Principais concentrados energéticos: 
a) Milho (Zea mays) 
O grão de milho contém cerca de 9% de PB; 4% de EE; 0,02% de Ca; 0,26% de P; 80% de 
NDT e 3,4 Mcal de EM/kg. A literatura cita uma produção de aproximadamente 51 toneladas de 
 36
matéria verde/ha, correspondendo a cerca de 15 a 20 toneladas/ha. O grão de milho contém amilose 
e amilopectina na proporção de 27% e 73%, respectivamente, conferindo a este alimento o alto 
valor energético, pois seu alto conteúdo de amido encontra-se na forma facilmente digestível. Os 
lipídios do milho estão representados pelos ácidos graxos palmítico (12%), esteárico (2%), oléico 
(27%), linoléico (55%) e linolênico (0,8%) sendo o ácido linoléico de grande importância na 
alimentação dos monogástricos. 
É rico em ENN, ácidos graxos insaturados e amido. É rico também em pigmentos como 
caroteno, xantofila e criptoxantina (precursores da Vitamina A). Esta é de muito interesse na 
indústria avícola porque contribui na coloração da pele das aves e na gema do ovo. O milho branco 
não apresenta caroteno, sendo produzido com a finalidade de elaborar farinha de milho para o 
consumo humano. 
É pobre em FB e, conseqüentemente, altamente digestível. Pobre também em minerais e 
vitaminas, principalmente as vitaminas D, E, riboflavina e ácido pantotênico. No entanto apresenta 
bons níveis de Tiamina. 
Entre os grãos é o que apresenta maior palatabilidade. 
O grão de milho é formado por dois tipos de proteína: 
- Zeína: proteína relativamente insolúvel, com baixos teores em aminoácidos essenciais, 
particularmente Lisina e Triptofano. Encontra-se no endosperma e é quantitativamente a mais 
importante. 
- Glutelina: encontrada no endosperma e no gérmen. Apresenta maior riqueza de 
aminoácidos essenciais que a zeína. 
O valor biológico da proteína é baixo porque é deficiente em Lisina, Triptofano e Metionina. 
A adubação nitrogenada pode aumentar o teor de PB, mas não modifica sua qualidade. Trabalhos 
de pesquisa mostram que a adubação nitrogenada proporciona um aumento no teor de proteína, 
sendo este acompanhado de uma diminuição na qualidade protéica em função do aumento da 
fração zeína. Quando o teor protéico diminui, baixa a fração zeína e permanece a fração glutelina 
que contém lisina, aumentando assim a porcentagem de lisina em relação à proteína. Recentemente 
estudos têm sido realizados para promover o aumento da concentração protéica do milho. Uma das 
ferramentas utilizadas é o bombardeamento de genes através da introdução de um gene que 
codifica uma proteína de reserva da soja para o interior de células do milho de forma que este se 
integre ao patrimônio genético do milho. 
 
 
 
 
 
 37
Composição química média (%) do grão de milho e seus componentes 
 
Fração Grão Amido Proteína Lipídios Açúcares Cinzas 
Grão inteiro 71,5 10,3 4,8 2,0 1,4 
Endosperma 82,3 86,4 9,4 0,8 0,6 0,3 
Embrião 11,5 8,2 18,8 34,5 10,8 10,1 
Pericarpo 5,3 7,3 3,7 1,0 0,3 0,8 
Ponta 0,8 5,3 9,1 3,8 1,6 1,6 
 
Observações importantes: 
- Quando o milho estiver presente na dieta de aves ou suínos em doses elevadas, deve-se 
tomar cuidado com a possibilidade do aparecimento da doença chamada Pelagra, a qual se 
desencadeia pela deficiência de Triptofano o qual é o precursor da Niacina (vitamina do 
complexo B).

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