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Apostila de Introducao ao Estudo do Direito

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Introdução ao Direito Aula 01 – 17-02-2009
Noções Gerais:
- O Mundo da Natureza e O Mundo da Cultura
- O que é Direito?
- Qual é a finalidade do Direito?
- Acepções da palavra Direito
- Direito Natural x Direito Positivo
- Direito Objetivo e Direito Subjetivo
- Ordem Jurídica
O Mundo da Natureza e O Mundo da Cultura
Podemos considerar a realidade sob duas formas distintas, quais sejam: o 
Mundo da Natureza e o Mundo da Cultura.
Mundo da Natureza
É tudo aquilo que nos foi dado. Existe independente da atividade 
humana.
Trata-se de realidade natural. Aqui existem as leis físico-matemáticas que 
são regidas pelo princípio da causalidade, ou seja, são leis cegas aos valores. 
São meramente indicativas.
Ex: a Terra é um planeta.
Princípio da causalidade: na natureza nada ocorre por acaso. Cada 
fenômeno tem sua explicação em uma causa determinante. Esse princípio 
corresponde ao nexo existente entre a causa e o efeito de um fenômeno.
Mundo da Cultura
É tudo aquilo que vem sendo construído pelo homem ao longo da 
história.
Trata-se de realidade humano-cultural-histórica.
É aqui que se situa o DIREITO.
O homem produz as leis culturais, que são normas imperativas – “dever 
ser”.
Ex: O homem deve ser honesto.
O pai e a mãe devem alimentar seus filhos.
O devedor deve pagar o credor.
Não se deve matar ninguém.
O homem planeja e constrói seu mundo de acordo com seus ideais. 
Tem liberdade criadora.
Humaniza a natureza.
O DIREITO faz parte dessa humanização, que foi criado para regular e 
possibilitar a convivência e as relações humanas, ou seja A GARANTIA DE 
COEXISTÊNCIA.
2
O que é Direito?
Conceito 01: “Conjunto de normas/leis estabelecidas por um poder 
soberano, que disciplinam a vida social de um povo” (Dicionário Aurélio)
Conceito 02: “ O Direito é processo de adaptação social, que consiste em 
se estabelecerem regras de conduta, cuja incidência é independente da adesão 
daqueles a que a incidência da regra jurídica possa interessar”. (Pontes de 
Miranda)
Qual é a finalidade do Direito?
“O Direito está em função da vida social. A sua finalidade é a de 
favorecer o amplo relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é 
uma das bases do progresso da sociedade” (Paulo Nader)
“O Direito propõe-se a promover os alicerces da convivência pacífica e 
promissora. Essa é a finalidade do conjunto de normas jurídicas impostas pela 
sociedade a si mesma, através do Estado, para manter a ordem e coordenar os 
interesses individuais e coletivos” (João Batista Nunes Coelho)
Finalidade básica – COEXISTÊNCIA PACÍFICA
Máxima em Direito:
 “NINGUÉM PODE ALEGAR DESCONHECIMENTO DA 
LEI” (art.3°, do Decreto-Lei n° 4657/42)
“O fim atribuído ao Direito não é o de criar uma ordem 
ideal, mas uma ordem real de convivência”.
Thomas Hobbes (1588-1679)
Acepções da palavra Direito
Direito = referência à Ciência do Direito
Ex: Fulano é aluno de Direito. (aqui, Direito não significa normas de 
conduta social, mas sim a ciência que estuda o Direito).
Ciência do Direito = setor do conhecimento humano que investiga e 
sistematiza os conhecimentos jurídicos.
3
Direito Natural e Direito Positivo
São duas realidades distintas.
Direito Natural: revela ao legislador os princípios fundamentais de 
proteção ao homem que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação 
a fim de que se obtenha um ordenamento jurídico justo.
O Direito Natural não é escrito, não é criado pela sociedade e nem é 
formulado pelo Estado. É um Direito espontâneo que se origina na natureza 
social do homem e que é revelado pela experiência e razão. Princípios de 
caráter universal e imutáveis. Ex: direito à vida, direito à liberdade.
Direito Positivo: é o Direito institucionalizado pelo Estado. É a ordem 
jurídica obrigatória em determinado tempo e lugar. Ex: Código Civil, Código 
Penal.
Direito Objetivo e Direito Subjetivo
Não são realidades distintas, mas dois lados do mesmo objeto.
Direito Objetivo: o Direito é norma de organização social.
Jus norma agendi
Ex: Código Civil, Código Penal.
Direito Subjetivo: corresponde às possibilidades ou poderes de agir que a 
ordem jurídica garante a alguém.
Jus faculta agendi
Ex: Fulano tem direito à indenização por danos morais.
É A PARTIR DO CONHECIMENTO DO DIREITO OBJETIVO QUE 
DEDUZIMOS O DIREITO SUBJETIVO.
Ordem Jurídica
É a expressão que coloca em destaque uma das qualidades essenciais do 
Direito Positivo, que é a de agrupar normas que se ajustam entre si e formam 
um todo harmônico e coerente de preceitos.
4
Introdução ao Direito
Aula 2
Ementa:
- Noções gerais de Norma Jurídica
- Diferenças entre Direito, Moral, Regras de Trato Social e Religião
Noção geral de Norma Jurídica
“O estudo da norma jurídica é de fundamental importância, porque se 
refere à substância própria do Direito objetivo.
Conhecer o Direito é conhecer as normas jurídicas em seu encadeamento 
lógico e sistemático. As normas ou regras jurídicas estão para o Direito de um 
povo, assim como as células para um organismo vivo.
Para promover a ordem social, o Direito objetivo deve ser prático, ou 
seja, relevar-se mediante normas orientadoras das condutas interindividuais.
Não é suficiente, para se alcançar o equilíbrio da sociedade, que os 
homens estejam dispostos à prática da justiça; é necessário que se indique a 
fórmula da justiça que satisfaça a sociedade em determinado momento 
histórico.
A norma jurídica exerce justamente esse papel de ser o instrumento de 
definição da conduta exigida pelo Estado.” (Paulo Nader, p.83)
- diferença entre norma jurídica, regra e lei:
“As expressões norma e regra jurídicas são sinônimas, apesar de alguns 
autores reservarem a denominação regra para o setor da técnica e, outros para o 
mundo natural”. (Paulo Nader, p. 83)
“Distinção há entre norma jurídica e lei. 
LEI: é apenas uma das formas de expressão das normas, que se 
manifestam também pelo Direito costumeiro e, em alguns países pela 
jurisprudência”. (Paulo Nader, p.83)
A norma pode ser : uma lei
Instrução normativa
Portaria
Decreto
A lei é espécie de norma (gênero).
5
- conceito de norma jurídica:
“As normas jurídicas são esquemas que fornecem modelo de condutas, 
tendo em vista os valores da coletividade”. (Miguel Reale)
“ A norma contém um comando geral e abstrato, isto é, vale para uma 
pluralidade de casos indeterminados”. (Ronaldo Poletti)
NORMA JURÍDICA É A CONDUTA EXIGIDA OU O MODELO 
IMPOSTO DE ORGANIZAÇÃO SOCIAL. (Paulo Nader, p.83)
- conceito de lei: 
“A lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do 
Poder Legislativo, que estabelece normas de acordo com os interesses sociais.
As vantagens que a lei oferece do ponto de vista da segurança jurídica fazem 
tolerável um coeficiente mínimo de distorções na elaboração do Direito 
objetivo”. (Paulo Nader, p.146)
Lei em sentido amplo: “é uma referência genérica que atinge a lei 
propriamente, à medida provisória1 e ao decreto2”. 
Lei em sentido estrito: “ lei é o preceito comum e obrigatório, emanado 
do Poder Legislativo, no âmbito de sua competência”.
Diferença entre Direito, Moral, Regras de Trato Social e Religião
1 Criada pela Constituição Federal de 1988, a medida provisória é ato de competência do Presidente da 
República, que poderá editá-la na hipótese de relevância e urgência, excluída a permissão constitucional 
sobre matéria afeta à nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos, Direito Eleitoral, 
Penal, Processual Penal e Processual Civil, entre outros assuntos, conforme prevê o art. 62 da Emenda 
Constitucionaln° 32, de 11 de setembro de 2001. Caso não logre a conversão em lei dentro do prazo de 
60 dias da publicação, a medida provisória perderá seu caráter obrigatório, com efeitos retroativos ao 
início de sua vigência. Ocorrendo essa hipótese, o Congresso Nacional deverá disciplinar as relações 
sociais afetadas pelas medidas provisórias rejeitadas. 
2 Os atos normais de competência do Chefe do Executivo – Presidente da República, Governador de 
Estado, Prefeito Municipal – são baixados mediante simples decreto. A validade destes não exige o 
referendo do Poder Legislativo. 
6
O Direito não é o único instrumento responsável pela harmonia da vida 
social, além dele temos:
MORAL
REGRAS DE TRATO SOCIAL
RELIGIÃO
A importância de conhecer essa diferenciação está no fato de que 
devemos demarcar o território do Direito, para não passarmos a legislar sobre 
todas as condutas, pois
“Toda norma jurídica é uma limitação à liberdade individual e por isso o 
legislador deve regulamentar o agir humano dentro da estrita necessidade de 
realizar os fins que estão reservados ao Direito: SEGURANÇA ATRAVÉS DOS 
PRINCÍPIOS DE JUSTIÇA”. (Paulo Nader)
Direito Moral Regras de Trato Social Religião
Normas jurídicas Normas morais Normas de trato 
social
Normas religiosas
Pretensão de 
efetividade dentro de 
toda a sociedade 
Coação/força
Sugerem condutas Sugerem condutas Sugerem condutas
 - Direito e Religião 
7
Por muito tempo, a Religião exerceu domínio absoluto sobre as coisas 
humanas. A falta de conhecimento era suprida pela fé.
As crenças religiosas formulavam as explicações necessárias a tudo que 
acontecia. O Direito era considerado expressão da vontade divina.
Nos oráculos os sacerdotes recebiam de Deus as leis e os códigos. Ex: 
Código de Hamurabi, 2000 a.C – legislação mesopotâmica.
Quem possuía o domínio sobre o conhecimento jurídico era a classe 
sacerdotal. Durante a Idade Média, existiam os “juízos de Deus” que se 
fundavam na crença de que Deus acompanhava os julgamentos e interferia na 
justiça. Ex: a as decisões ou ordálias eram um jogo de sorte ou azar.3 
(Santa Inquisição)
Foi apenas no século XVIII que ocorreu a separação entre o Direito e a 
Religião, na França pré- Revolução Francesa.
Dto x Religião = a causa final de ambos integra a idéia do BEM, que no Dto é a justiça.
#
Direito Religião
Coexistência harmônica e Atingir a 
justiça
 Finalidade de orientar os homens na 
busca e conquista da felicidade eterna
Concebe a justiça dentro de um valor 
social estipulado na norma jurídica
Justiça em sentido amplo com relação 
aos deveres do homem com Deus
A sanção jurídica atinge a liberdade 
(prisão) ou o patrimônio 
A sanção limita-se ao plano espiritual
Norma jurídica Estabelece uma escala de valores a ser 
cultivada e dispõe a conduta. Ex: 10 
mandamentos
Convivência pacífica Instrumento de harmonia e 
solidariedade entre os homens 
(caridade)
1ª # Estrutural: Alteridade é essencial, 
pois a idéia do próximo é um 
elemento necessário ao Dto
Alteridade não essencial, pois é o 
diálogo do homem com Deus - bem
2ª # Estrutural: tem por meta a 
segurança a partir da certeza 
ordenadora
Aqui é revelada a fraqueza e a 
insegurança humana – questões 
transcendentais
(Paulo Nader, p. 34)
3 Um exemplo de ordália é a prova da cruz – por ela, quando alguém fosse morto em rixa, escolhiam-se 
sete rixadores, que eram levados à frente de um altar. Sobre este punham-se duas varinhas, uma das quais 
marcada com uma cruz, e ambas envolvidas em pano. Em seguida tirava-se uma delas: se saía a que não 
tinha marca, era sinal de que o assassino não estava entre os sete. Se, ao contrário, saía a assinalada, 
concluía-se que o homicida era um dos presentes. Repetia-se a experiência em relação a cada um deles, 
até sair a vara com a cruz, que se supunha apontar o criminoso”.
8
“A norma religiosa é dada unilateralmente pela divindade e tem o poder 
de coerção interna pela força conferida à crença”. (João Batista Nunes Coelho)
“Vivemos num ESTADO LEIGO-LAICO (sem religião), totalmente 
separado da Igreja Católica Romana, que foi nossa religião oficial à época do 
Império, mas nem por isso podem as leis e demais manifestações do Dto 
DEIXAR DE CONSIDERAR O SENTIMENTO RELIGIOSO do povo, e não 
apenas o Cristianismo, mas também outras religiões. Por outro lado, o Dto não 
pode deixar de considerar os ATEUS E AQUELES DESINTERESSADOS PELO 
VALOR DA SANTIDADE”. (Ronaldo Poletti, p.102)
Direito e Moral
Trata-se de uma diferenciação muito interessante que vem sendo 
discutida desde a Antiguidade pelos grandes filósofos.
Sua importância é tal, que há no curso de Direito uma disciplina apenas 
voltada a essa discussão, a Filosofia do Direito.
Dto e Moral são instrumentos de controle social que se complementam e 
influenciam. O Dto é fortemente influenciado pela moral, de quem recebe 
valiosa substancia.
O Dto é diferente da moral porque se contenta com a legalidade, 
enquanto a moral exige não somente o comportamento externo, mas uma 
moralidade, isto é, um agir derivado da obrigação. O que há é uma diversidade 
de motivos.
 
Direito # Moral
Tem origem no Estado Origem nos costumes e valores
É coercitivo (ex:prisão) Externamente É apenas coercitiva internamente
Bilateral, nasce de um acordo de 
vontades
Unilateral, apenas dada ao indivíduo. 
É um ato de liberdade
Sanção já prefixada em lei Sanção é incerta e sofrida pelo 
indivíduo na reprovação de seu ato 
pela sociedade, amigos, parentes – 
meio social
Obriga independente da vontade das 
pessoas
As pessoas agem por vontade própria
9
Direito e Regras de Trato Social
Direito # Regras de Trato Social
Coexistência harmônica, busca pela 
justiça
São amortecedoras do convívio social. 
Ex: regras de cortesia, etiqueta, 
protocolo, cerimônias, moda, 
linguagem, boa educação, 
companheirismo, amizade, etc
Tem origem no Estado Incidem na maneira como o homem se 
apresenta perante seu semelhante. 
Visa à aparência. Ex: Bom dia! 
Obrigada!
Sua finalidade é proporcionar um 
ambiente de bem-estar aos membros 
da coletividade. É um aprimoramente 
das relações humanas.
Bilateral e Coercitivo Unilaterais e incoercíveis – ninguém 
tem o poder de exigir o seu 
cumprimento.
Sanção prefixada em lei A sanção é incerta e consiste na 
reprovação, censura, críticas sociais.
Há isonomia em relação à sanção. Ex: 
por classes sociais e níveis de cultura, 
ex: vestimenta, linguagem.
RESUMÃO
Direito Moral R. de Trato Social Religião
Quanto à 
obrigatoriedade:
Bilateral Unilateral Unilateral Unilateral
Quanto à origem:
Estado
Costume e 
valores
Costume e 
valores
Costume e 
valores da 
doutrina religiosa
Quanto à sanção:
Coercível
Incoercível Incoercível Incoercível 
Quanto à aplicação da 
sanção:
Prefixada na lei
Difusa Difusa Geralmente 
prefixada 
Quanto à finalidade: 
coexistência e 
segurança
Melhorar o 
homem para agir 
segundo o justo, o 
bom, o certo
Melhorar o 
convívio social
Atingir a 
felicidade eterna
10
O mundo do Direito – Mundo da Cultura
Enquanto as leis naturais são universais, imutáveis, invioláveis e se 
manifestam com o caráter de absoluta isonomia, as leis jurídicas revestem-se de 
outros predicados:
a) O Direito Positivo não é universal , pois varia no tempo e no espaço, a fim 
de expressar a experiência de um povo, manifesta em seus costumes, 
cultura e desenvolvimento em geral.
b) O Direito não é imutável , pois é um processo de adaptação social. À 
medida que seoperam mudanças sociais, o Direito deve apresentar-se 
sob novas formas e conteúdos.
c) Apesar de o Direito ser obrigatório e possuir coercibilidade, não dispõe 
de meios para impedir a violação de seus preceitos. Os mecanismos 
sociais de segurança por mais aperfeiçoados que sejam, revelam-se 
impotentes para impedir as diversas praticas de ilícito.
d) No Direito, o princípio da isonomia, segundo o qual todos são iguais 
perante a lei, não possui a eficácia absoluta que existe no mundo da 
natureza. Se, do ponto de vista teórico, a isonomia da lei é princípio de 
validade absoluta, no campo das aplicações práticas o absoluto se 
transforma em relativo, por força de múltiplos fatores de distorções.
e) Enquanto as leis da natureza são regidas pelo princípio da causalidade, o 
Direito é regido pelo principio da finalidade, segundo o qual a idéia de 
fim a ser alcançado é responsável pelo fenômeno jurídico.
f) A ordem natural das coisas é obra do Criador, enquanto o Direito 
Positivo é obra humana.
g) Os objetos naturais são neutros em relação aos valores, enquanto que o 
Direito é um processo que visa a realização dos valores.
11
Introdução ao Direito
Aula 03 e 04
Ementa:
- O que é Moral; - Ordem Jurídica; - Noções históricas do Direito Romano
- Direito Público e Direito Privado; - Sistemas jurídicos; - Codificação
MORAL
(texto com base na obra “Direito, Justiça, Virtude Moral e Razão” de Moacyr 
Motta da Silva, Editora Juruá, 2003)
O QUE É MORAL Segundo: Platão, Aristóteles, Hobbes, Kant, Hegel, Scheler e Hartmann.
1- PLATÃO : (Atenas, 428 a.C – 348 a.C ) PENSAMENTO ANTIGO
Busca explicar a noção de justiça a partir de 3 categorias:
a) virtude moral; b) virtude política; c) razão
A concepção da palavra virtude, busca a idéia de “bem” e “bom”. Tem 2 
categorias:
a) virtude técnica: tarefas voltadas ao ofício, aprendidas pela educação e 
experiência. Ex: navegador, médico, sapateiro, músico.
b) virtude intelectual: b.1) moral, b.2) política
Virtude Moral e Virtude Política, são unidade moral do homem.
As duas buscam garantir a ordem jurídica. São vistas como formas de 
alcançar o progresso do homem. São expressão do bem, considerado o 
elemento de maior valor do homem.
BEM = enquanto utilizada a razão e o conhecimento na busca pela 
verdade. É a razão que faz o homem distinguir entre o bem e o mal.
VIRTUDE MORAL:
Designa forma de vida justa e honrada.
Regra de convivência em sociedade balizada pela honra e justiça.
Tem início na família – aqui são construídos os princípios da VM.
Ex: respeito pela família, obediência hierárquica, cidadão x Estado.
É a boa vontade que nasce no homem a partir da educação voltada a esse 
fim.É o aperfeiçoamento que vocaciona o homem ao bem.
VIRTUDE POLÍTICA: 
Segundo a teoria da educação, é o ensino de princípios, de condutas 
destinadas a formar o cidadão para a administração do Estado.
=ADMINISTRAR O ESTADO COM JUSTIÇA=
12
2 – ARISTÓTELES: (Macedônia, 384 a.C – 322 a.C ) P. ANTIGO
São duas as formas de excelência (Virtude): a)intelectual ; b)moral.
EXCELÊNCIA INTELECTUAL:
Nasce da instrução, experiência e tempo.
Há pessoas que são boas por natureza, pelo hábito ou pelo ensino – 
enquanto educação que ensina o bom, o útil, a garantia da ordem e a justiça.
EXCELÊNCIA MORAL:
Nasce do hábito, dos costumes, da inteligência de discernir entre o bem 
e o mal. É concretizada através da ação humana que deve buscar o bem através 
da utilidade. A ação, os meios e os fins – devem ser morais, para que a ação seja 
considerada MORAL.
O maior bem da EM é a justiça. O homem, ser racional, desenvolve a 
idéia do bem, do justo e passa a formar uma tábua de valores éticos.
3 – THOMAZ HOBBES: (Inglaterra 1588 – 1679) Pensamento Moderno
Obra: “O Leviatã” – influência de Platão e Aristóteles.
Hobbes teoriza a categoria virtude em 2 ambitos:
a)intelectual: natural (experiência) e adquirido (educação)
b) moral: funda-se na vontade do espírito para a realização do bem em 
sentido universal.
Na filosofia moral a PAZ constitui o bem maior a que o homem aspira.
A PAZ é encontrada através da prática da justiça, humildade, perdão, 
prudência, coragem, amor, etc).
Fundamentos: educação é o maior bem moral de um povo. Assume o 
sentido de solidariedade, de amor ao próximo. Educar os membros da 
sociedade a fim de constituir uma sociedade justa. Prudência e misericórdia 
como forma livre e consciente de agir moral correspondem à idéia do bem.
A ausência da moral em sociedade, predispõe o homem à ganância, à 
ingratidão, à arrogância, ao orgulho e a outras iniqüidades.
Nenhuma teoria moral se sustenta com desrespeito à dignidade, 
considerada um dos valores supremos da pessoa humana. O homem constitui o 
centro de todas as esferas de valores. Os valores morais e espirituais encontram-
se na escala mais elevada dos valores do homem.
O valor moral nasce da experiência, do talento de discernimento.
13
4 – KANT: (Prússia, 1724 – 1804) Pensamento moderno
O estudo da moral desenvolve-se em 2 âmbitos:
a) antropologia moral: ciência do homem. Ser humano como agente moral;
b) metafísica moral: conhecimento racional da moral
ANTROPOLOGIA MORAL :Tem o homem como centro da atenção 
moral. Vê a natureza humana com uma tendência para o mal por causa da 
subjetividade do ser, causada pela ausência de força moral, fraqueza, 
fragilidade humana. Teoriza a educação como meio para construir-se a 
consciência moral entre os homens.
METAFÍSICA MORAL: Nem todo o conhecimento nasce da experiência , 
ao contrário de Platão, Aristóteles e Hobbes.
Há um conhecimento que independe de impressões subjetivas, de 
natureza individual. É o conhecimento puro, “a priori”.
Moral = razão pura, razão universal e não particular.
Age de maneira que uses a humanidade, tanto na tua pessoa como na 
pessoa de qualquer outro, sempre e simultaneamente como um fim e nunca 
como um meio. O imperativo categórico volta-se para o sentido ético como guia 
para a sociedade política.
Ética: a ciência que investiga a conduta livre, consciente e responsável do 
homem.
A ética representa parte da filosofia que tem por objetivo os valores que 
orientam o comportamento humano em suas relações existenciais. O conceito 
de ética volta-se para um sentido universal. A ética constitui pauta de valores 
que se estruturam em harmonia com a sociedade. Todo valor tem por 
fundamento o “dever ser” – criado pela razão como condição necessária e 
universal destinado a regular o modo de agir ou deixar de agir.
O direito positivo representa a capacidade do ser humano determinar-se 
para viver em sociedade política organizada pela uso da razão. (leis)
5 – HEGEL: (Alemanha, 1770 – 1831) Pensamento Moderno
Em relação aos demais, tem visão multidisciplinar.
Viveu durante a 1ª Revolução Industrial. Na Alemanha ocorria o fim da 
dominação francesa de Napoleão Bonaparte, Tratado de Viena, idéias de 
liberdade e nacionalismo que o inspiraram a teorizar os fundamentos da 
Moralidade Objetiva = Eticidade – idéias marcadas pelo pensamento de Kant.
Eticidade= corresponde à vida ética de um povo fundado na idéia de 
liberdade. O ser despoja-se de si para integrar-se ao meio social. O conceito não 
se completa apenas com a idéia do bem. É necessária a passagem da vontade 
subjetiva livre para a vontade objetiva, como dado real concreto. O ser assume 
deveres éticos perante a sociedade.
Hegel elege 3 instituições que dão partida à M.OBJ: família, sociedade 
civil e Estado.
14
6 – SCHELER: (Alemanha 1878 – 1928) Pensamento Moderno
Max Scheler integra a correntefilosófica dos pensadores que investigam 
os problemas éticos, morais, religiosos e sociais sob o ponto de vista 
fenomenológico. Estuda os valores como expressões do ser, imanentes das 
emoções das experiências, das manifestações dos sentidos.
Categorias: virtude, valor e humanismo.
Investiga manifestações emocionais a partir da experiência. 
Fenomenologia é o método destinado a interpretar a natureza humana, 
particularmente as emoções.
Os valores éticos, os valores morais constituem dados da realidade 
humana. É a experiência emocional que dita o valor no sentido positivo ou 
negativo.
A idéia de virtude denota qualidade inerente ao homem do ângulo 
moral. A maior expressão da virtude apóia-se no amor, vontade interior que se 
encontra em potencia em todo ser humano e funda-se na solidariedade humana 
– que viabiliza a vida em sociedade.
O ódio, rancor, ressentimento provocam a destruição dos valores éticos e 
morais.
Enquanto Hegel procura interpretar a historia da humanidade como 
processo racional do homem, Scheler teoriza a história do homem como 
processo de sentimento, do humanismo. – inspiração em Platão “ o homem é a 
medida de todas as coisas”. 
7 – HARTMANN: (Alemanha 1882 – 1950) Pensamento moderno
Busca compreender o valor moral e a razão.
VALOR MORAL: 
O conceito de valor moral parece ter origem na consciência do ser 
espiritual, como fenômeno de Natureza existencial. O ser espiritual elege o 
valor moral a partir de sua realidade histórica. Trata-se de juízo de valor que o 
ser desenvolve como processo existencial.
Hartmann utiliza parte da teoria moral de Kant ao vincular o conceito de 
valor moral aos fundamentos da razão.
Aceita a concepção através da qual o ser espiritual em sua trajetória 
histórica constrói pelo conhecimento novos valores porem sem o caráter do 
“dever ser”. Foca o agir no sentido do bem na escala mais elevada.
RAZÃO:
Esse conceito apóia-se no conhecimento do ser. A razão como faculdade 
do intelecto opera como a memória, a imaginação. Constitui a razão a baliza 
que orienta os impulsos, as emoções, sejam no sentido positivo ou negativo.
15
NOÇÕES DE DIREITO ROMANO: 
(introdução para entender sistemas jurídicos, diferença entre Dto Público e Dto Privado 
e fontes do Direito)
(Obra base: Direito Civil, Parte Geral. Silvio de Salvo Venosa. 5ª ed. 2005. Ed. Atlas. 
São Paulo)
 Conceito de Direito Romano: é o complexo de normas jurídicas que 
vigorou em Roma e nos países dominados pelos romanos há mais ou menos 
2000 anos.
O Dto Romano nunca morreu. Suas instituições revelaram-se como uma arte 
completa e uma ciência perfeita. Sempre almejou uma cultura jurídica superior.
Finalidade do estudo: dar ao iniciante do curso de Dto fundamentos 
principais do Dto em geral.
Ao pesquisar as origens do nosso Dto inevitavelmente retornamos às 
fontes romanas.
Os Estados de direito ocidental, como o Brasil, herdaram sua estrutura 
jurídica do Dto romano. Não existe nenhuma legislação tão antiga mais 
conhecida que a romana.
3 importâncias fundamentais do estudo:
a) importância histórica
b) modelo jurídico – desenvolvimento do raciocínio jurídico
c) seu maior valor está no fato de ter causado profunda revolução no 
pensamento jurídico chegando a ser como o próprio cristianismo um 
fundamento básico da civilização moderna.
FASES DO DIREITO ROMANO:
a) período régio: da data convencional da fundação de Roma (754 aC) até 
a expulsão dos reis em 510 aC;
b)período da República: de 510 aC até a instauração do Principado com 
Otaviano Augusto em 27 aC; 
c) período do Principado: de Augusto até o imperador Diocleciano – 27 
aC a 284 dC;
d) período da Monarquia Absoluta: de Diocleciano até a morte de 
Justiniano em 565 dC.
16
a) período régio: da data convencional da fundação de Roma (754 aC) 
até a expulsão dos reis em 510 aC.
Fase essencialmente legendária.
Roma era formada por trabalhadores do campo que viviam da cultura do 
solo e da criação de animais.
O regime familiar era patriarcal, sob a chefia de um “pater famílias” – 
possuía poder absoluto no meio familiar.
Perante a sociedade, o rei exercia papel na justiça criminal.
FONTES de Dto: costumes e as “leges regiae”: impostos, serviço militar, 
serviço eleitoral, voto.
Nessa época Roma inicia suas conquistas.
b)período da República: de 510 aC até a instauração do Principado com 
Otaviano Augusto em 27 aC.
A realeza teria terminado de forma violenta.
O poder é passado a dois dirigentes ou cônsules – Senado ganha 
importância política.
Os plebeus conseguem a criação do “tribuni plebis” e posteriormente a 
codificação do dto ate então costumeiro.
A lei das XII Tábuas surge entre um conflito da plebe e o patriciado. É a 
primeira noticia de dto escrito. Traz no seu conteúdo embriões de modernos 
institutos de Dto Civil e Penal. – 450 aC
c) período do Principado: de Augusto até o imperador Diocleciano – 27 
aC a 284 dC.
Período de maior poderio de Roma.
O monarca assume poderes soberanos.
FONTES de dto : costumes, leis, editos dos magistrados.
d) período da Monarquia Absoluta: de Diocleciano até a morte de 
Justiniano em 565 dC.
O centro de interesses do império desloca-se para Constantinopla.
Burocracia toma conta de todas as instituições. – (herança)
O imperador passa a deter todos os poderes.
A legislação é em geral comum aos dois impérios. FONTE: as 
constituições imperiais.
Distingue-se uma evolução interna no Dto Romano dividindo-o em “ius 
civile” e “ius gentium”. 
17
IUS CIVILE
O romano é prático e submete-se à lei na medida de sua utilidade. A 
utilidade é para o espírito romano a fonte verdadeira e suficiente para justificar 
o direito.
Os pontífices, juristas canônicos interpretam o direito divino FAZ. Os 
juristas leigos vão interpretar o direito dos homens IUS.
Compreendia tanto o Dto Público como o Dto privado.
Entende-se que o dto não é infalível nem imutável devendo atender às 
necessidades sociais. Predomina o formalismo.
Fontes: costumes e a lei das XII Tabuas.
Roma parte para a lei escrita quando percebe que a incerteza do costume 
já não satisfaz a suas necessidades.
Nunca a codificação foi responsável por uma estagnação no direito.
IUS GENTIUM 
O “ius civile” convinha a uma cidade de estreitos confins.
À medida que o estado romano trava contato com outros povos, 
aumentando os contatos com estrangeiros, o excessivo formalismo do “ius 
civile” torna-se insuficiente e inconveniente.
Roma deixa de ser uma cidade essencialmente agrícola para tornar-se um 
centro de atividade comercial.
Surge um dto mais elástico apropriado aos estrangeiros e ao comércio - 
+- um dto internacional.
Esse sistema tinha muita relação com o direito natural inspirado no bom, 
justo e eqüitativo.
Com o “ius gentium” o “ius civile” ameniza-se, torna-se menos 
formalístico.
O centro político do império transfere-se ao Oriente (Constantinopla) 
enquanto Roma cai nas mãos dos bárbaros.
CODIFICAÇÃO DE JUSTINIANO
Uma obra importante é imposta por um governante esclarecido e feita 
por verdadeiros juristas.
A obra legislativa de Justiniano não entra em vigor no Ocidente devido 
ao isolamento desde do império do Oriente e ao fracasso de Justiniano em 
reconquistar os territórios invadidos pelos germânicos.
Essa codificação compreende 4 obras: O CÓDIGO (CODEX), O 
DIGESTO, AS INSTITUTAS E AS NOVELAS.
Sua grandeza reside no fato de ser a última criação da ciência jurídica 
romana. Sua importância é tão grande para o dto moderno como o foi a Lei das 
XII Tábuas para o direito antigo.
18
CÓDIGO – CODEXFeito em 2 anos.É obrigatório como lei do império.
Começa com uma invocação a Cristo. Fontes do dto. Dto de asilo. 
Funções dos agentes imperiais. Processo. Dto privado. Dto penal. Dto 
administrativo e Dto fiscal.
DIGESTO
É obra mais completa que o Código e ofereceu maiores dificuldades em 
sua elaboração.
Nunca houve um trabalho assim antes.
Codificou e reuniu todo o dto clássico.
INSTITUTAS
São um breve manual de estudo.
NOVELAS
A maioria foi editada em língua grega e contém reformas fundamentais 
como no direito hereditário e no direito matrimonial.
A compilação torna-se uma ponte que liga o direito contemporâneo ao 
Direito romano clássico, já que o sistema dos povos romano-germânicos é nela 
baseado.
No século XIX surge na Alemanha uma proposta de restituir a verdade 
histórica do Dto Romano, com Savigny, reencontrando a universalidade do 
Dto Romano.
DIREITO CIVIL BRASILEIRO E DIREITO ROMANO
A história de nosso dto está ligada a Portugal, que por sua vez 
recepcionou o Dto Romano, assim como França, Alemanha, Espanha, Itália e 
qse todos os países do Ocidente.
Em Portugal, temos: 1446 Ordenações Afonsinas
Início do séc. XVI Ordenações Manuelinas
1603 Ordenações Filipinas
Código Civil 1867
Brasil Colonial: a legislação portuguesa com base no dto romano teve 
incidência até 1916 com a promulgação do Código Civil.
19
DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO: 
A distinção entre dto público e privado na vida prática não tem a 
importância que alguns juristas pretendem dar. O Direito deve ser entendido 
como um todo. Fazemos, porém, a distinção entre o dto privado e o dto público 
por motivos didáticos e para favorecer a pesquisa.
Em que pese às dificuldade em dividir os dois grandes compartimentos, 
é preciso optar por um critério. 
Melhor será considerar como direito público o direito que tem por 
finalidade regular as relações do Estado, dos Estados entre si, do Estado com 
relação a seus súditos, quando procede com seu poder de soberania.
EX: D. Constitucional (base), Penal, Administrativo, Financeiro, 
Internacional Público, Internacional Privado, Processual.
Direito privado é o que regula as relações entre particulares naquilo que 
é de seu peculiar interesse .
EX: D. Civil (base), Comercial, Trabalho.
Modernamente há compartimentos de direito e os chamados 
microssistemas como o CDC que muitos defendem como um terceiro gênero 
denominado direito social.
Teorias:
Segundo Ronaldo Poletti, em Introdução ao Direito, Saraiva, 3ª ed, 2006:
1. Teoria do Interesse e Teoria Romana : 
Direito Público romano é o que provêm do povo romano – “res publica”.
Direito Privado é o que concerne aos bens dos particulares.
A diferença entre o Estado Romano e o Estado Moderno: em Roma não 
havia o sentido do Estado Nacional. Era apenas sinônimo de Império ou 
República.
Para os modernos, o direito público é o dto do Estado, enquanto garantia 
de liberdade e limitação do poder do Estado.
O critério do interesse é vão. Quase sempre o interesse público e o 
privado se confundem. Ex: Família é interesse privado, no entanto, tem grande 
valor à sociedade, logo, as normas de dto da família são públicas.
2. Teoria da Natureza da Relação: 
Determinadas relações são reguladas pelo dto público e outras pelo dto 
privado dependendo das partes envolvidas e da sua posição perante o conceito 
de igualdade que as preside.
Se a igualdade entre as partes for absoluta = dto privado
Se a igualdade entre as partes for relativa = dto público
20
Segundo Paulo Nader, em Introdução ao Estudo do Direito, 30ª ed, 2008:
1. Teoria Monista de Hans Kelsen:
Todas as formas de produção jurídica se apóiam na vontade do Estado, 
inclusive os negócios jurídicos firmados entre os particulares, que apenas 
realizam a “individualização de uma norma geral”. Todo o dto é público.
2. Teorias Dualistas: teorias substancialistas e teorias formalistas:
2.1 TEORIAS SUBSTANCIALISTAS: (conteúdo)
2.1.1 Teoria do Interesse em jogo : (ULPIANO) denominada clássica ou 
romana, é a mais antiga. O dto público é o que se liga ao interesse 
do Estado Romano. Privado é o que corresponde à utilidade dos 
particulares. Motivos que levaram os romanos a essa 
diferenciação: a) a necessidade de separação entre as coisas do rei 
e as do Estado; b) vontade de conceder algum dto aos 
estrangeiros.
2.1.2 Teoria do fim : (SAVIGNY E STAHL) tem por base a finalidade da 
norma jurídica. Quando o dto tem o Estado como fim e os 
indivíduos ocupam lugar secundário caracteriza-se o dto público. 
Quando as normas têm por finalidade o indivíduo e o Estado 
apenas figura como meio, o dto é privado.
Esse critério também não satisfaz. Ex: se o Estado adquirir um 
bem imóvel. Trata-se de legislação civil – de dto privado e não 
público só pq o Estado é uma das partes no contrato.
2.2 TEORIAS FORMALISTAS: (forma)
2.2.1 Teoria do titular da ação: (THON) Se a iniciativa da ação compete 
ao Estado o dto é público; se a movimentação judicial for da 
competência dos particulares o dto é privado.
FALHA: há normas de dto público que sendo violadas a ação fica 
na dependência da iniciativa privada.
2.2.2 Teoria das normas distributivas e adaptativas : (KORKOUNOV) o 
Direito é uma faculdade de se servir a algum bem. A utilização 
dos objetos se faz por distribuição ou por adaptação. O dto 
privado é distributivo e o público é adaptativo. Os bens que não 
podem ser distributivos, ex: um rio navegável, impõem seu 
aproveitamento mediante adaptação.
FALHA: inadequação ao Dto Penal – a sanção tem caráter 
distributivo mas é de âmbito público.
2.2.3 Teoria da natureza da relação jurídica: (A MAIS EM VOGA) 
Quando a relação for de coordenação, isto é, quando o vínculo se 
der entre particulares num mesmo plano de igualdade, a norma 
será de dto privado. Quando o poder público participa da relação 
21
jurídica impondo sua vontade, a relação jurídica será de 
subordinação e a norma de dto público. 
SISTEMAS JURÍDICOS
Toda sociedade política possui seu próprio ordenamento jurídico. Nele 
há um conjunto de normas ditadas para ter vigência sobre essa determinada 
sociedade. Nem sempre, porém, a sociedade política juridicamente ordenada 
em Estado terá o mesmo ordenamento jurídico.
Ao iniciante do estudo do Dto é importante conhecer a diversidade de 
ordenamentos jurídicos.
Sistema jurídico: é um agrupamento de ordenamentos unidos por um 
conjunto de elementos comuns, tanto pelo regulamento da vida em sociedade 
como pela existência de instituições jurídicas e administrativas semelhantes.
Ordenamentos de um mesmo sistema jurídico partem dos mesmos 
pressupostos filosóficos e sociais, dos mesmos conceitos e técnicas, embora com 
adaptações às situações que lhes são particulares.
O estudante de Direito deve estar em condições de situar o Direito de seu 
país dentro dos vários sistemas existentes, da mesma forma que deve 
enquadrar sua nação em um contexto histórico.
Sistemas jurídicos do mundo contemporâneo:
-ROMANO-GERMÂNICO
-COMMON LAW
-SOCIALISTAS
-FILOSÓFICOS OU RELIGIOSOS 
------------------------------------------------------------------------------------------------
ROMANO-GERMÂNICO
As normas surgem vinculadas a preocupações de justiça e moral. 
Predomina a lei como fonte de direito.
O Direito Civil é a base de todo o Dto.
Os herdeiros desse sistema sãos os herdeiros do Direito Romano. 
Estende-se da América Latina a uma grande parte da África e a países do 
extremo Oriente como o Japão.
Fala-se do surgimento do sistema romano-germânico a partir do séculoXIII, pois antes o direito feudal era assistemático.
Esse sistema se fundou exclusivamente sobre uma comunidade de 
cultura, sem qualquer conotação de significado político, ao contrário do 
“Common Law”.
Cristianismo x Direito Romano = O Cristianismo entendia que o Dto 
Romano era pagão. Santo Tomás de Aquino, no séc. XIII convenceu o 
Cristianismo que os princípios do justo e eqüitativo do Dto. Romano 
amoldavam-se perfeitamente à religião cristã.
22
Até então, nas Universidades era estudado o CORPUS JURIS de 
Justiniano. Porém, surgiu uma corrente inovadora, denominada Escola de 
Direito Natural, que introduz a noção dos direitos subjetivos que inexiste na 
tradição romana.
Essa Escola defende ainda a existência de uma direito perene, 
permanente, imutável, comum a todos os povos => influenciou o ramo público 
e no privado permaneceu o estilo da tradição romana.
Os princípios mais apontados no Dto Natural são: direito à vida, à 
liberdade, à participação na vida social, à união entre os seres para a criação da 
prole, à igualdade de oportunidades.
O motivo fundamental que canaliza o pensamento do Direito Natural é a 
permanente aspiração de justiça que acompanha o homem.
Direito Japonês - segue o modelo ocidental romano. CC de 1898 segue 
os rumos do CC Alemão. A partir de 1945 há influência do dto americano sobre 
as normas públicas.
COMMON LAW
Inglaterra, EUA, Canadá.
Foi elaborado com base no direito costumeiro e hoje é baseado em 
decisões judiciais. As soluções e o próprio direito são casuísticos.
Inglaterra: precedentes judiciais. Direito comum a toda a Inglaterra. 
Existe lei e desempenha papel importante. São particularizadas e não gerais.
EUA: #s com a Inglaterra
Aqui há o federalismo, há um dto federal e um dto dos Estados
Há hierarquia entre a Constituição Federal e as Estaduais, a Corte 
Suprema Federal é a guardiã final da CF.
As situações de dto bancário e trabalhismo são diferentes.
Cada Estado conta com sua própria estrutura judiciária.
O estudo é feito através do “case method”. Há muitos códigos.
SOCIALISTAS
Esse sistema esfacelou-se juntamente com o desaparecimento da União 
Soviética e do muro de Berlim. Antes pertenciam ao sistema romano-
germânico.
Parte da revolução comunista de 1917. Os revolucionários impunham 
uma nova ordem determinada pelo marxismo-leninismo. Queriam transformar 
totalmente a sociedade, para que as idéias de Estado e Direito desaparecem.
O direito buscava afastar-se de todas as normas que no entender dos 
revolucionários seriam “burguesas” – pró capitalistas.
23
A finalidade com a nova ordem seria acabar com a miséria e a 
criminalidade, extinguindo as classes sociais.
Devem ser suprimidas as classes sociais por meio da proibição da 
propriedade privada dos meios de produção, colocando-se esses meios à 
disposição da coletividade.
Entendiam que o dto era uma forma de opressão.
A lei continua como fonte fundamental do dto soviético mas interpretada 
conforme os interesses e orientações da política dos governantes.
Esse ideal mostrou inatingível.
FILOSÓFICOS OU RELIGIOSOS 
São independentes entre si e não agrupam em uma unidade de direitos 
nacionais.
O mais importante é o sistema de Direito Muçulmano que não é 
propriamente direito de Estado algum, mas refere-se aos Estados ligados à 
religião maometana. Em virtude da religião pretender substituir o Direito, mais 
que um sistema jurídico, é um conjunto de normas relativas às relações 
humanas.
A concepção islâmica é de uma sociedade teocrática em que o Estado 
apenas se justifica para servir a religião.
A principal fonte do Direito muçulmano é o Corão, livro sagrado dos 
árabes + Sunna (tradição), Idjima (consentimento universal dos muçulmanos) e 
Quiyás (analogia).
Da mesma forma é o direito hindu. É o direito de todos os países do 
sudeste asiático que aderiram ao hinduismo.
Direito Chinês - sua concepção é bem diferente do dto ocidental. O Dto 
apenas desempenha função secundária. O ideal chinês é que cada um se 
submeta a seu superior natural: jovem ao velho; filho ao pai.
Considera a promulgação de leis como algo mau em si mesmo porque os 
indivíduos ao conhecerem essas leis passam a entender-se com direito e tendem 
a prevalecer-se dos mesmos, abandonando as normas tradicionais de 
honestidade e moral que são as únicas que devem orientar a sua conduta.
CODIFICAÇÃO
Após transformar os costumes em leis, o legislador parte para uma 
ambição mais elevada: reunir em texto único e conexo todo o Direito em vigor. 
Trata-se da criação de um CÓDIGO.
Uniformizar o dto privado foi ambição de quase todos os governantes 
desde Hamurabi, Justiniano e Napoleão.
24
Cada época histórica tem seu momento para determinadas realizações. 
As codificações só surgem quando o Direito de um povo está amadurecido. O 
Direito é um contínuo e permanente acumular de experiências. CÓDIGO 
ALGUM SURGE DO NADA!
Códigos da Antiguidade:
Código de Hamurabi: 2000 a.C. 
Foi a ordenação que o rei da Mesopotâmia deu ao seu povo. Dotado de 
grande sentido de justiça. Separava o ordenamento jurídico do setor da Moral e 
da Religião. Consagrou a pena de talião.
Legislação Mosaica: +- 1200 a.C
Moisés foi o grande condutor do povo hebreu, livrou-o da opressão 
egípcia, fundou sua religião e seu dto. A legislação acha-se reunida no 
Pentateuco, um dos códigos mais importantes da Antiguidade e divide-se nos 
seguintes livros: Gênesis, Êxodo, Levídico, Números e Deuteronômio.
O núcleo desse dto é formado pelo Decálogo que Moisés teria recebido 
de Deus no Monte Sinai. É de índole humanitária e possuía pena de talião.
Lei das XII Tábuas: 500 aC
Foi a 1ª importante lei romana. Plebeus x Patrícios. (ver Dto Romano)
Código de Manu: séc. II a.C a séc. II d.C
Foi a legislação antiga da Índia que reunia preceitos de ordem jurídica, 
religiosa, moral e política.
Elaborado pela classe sacerdotal- divisão de castas. Injusto e obscuro.
Alcorão: séc. VII
É o livro religioso e jurídico dos muçulmanos. Ditado por ALÁ a Maomé. 
Possui complementação interpretativa: Sunna (costumes do profeta Maomé), 
Ichma (consentimento unânime da comunidade muçulmana) e quyas (analogia 
e equidade).
Com a evolução histórica o código foi ficando cada vez mais distanciado 
da realidade. Porem, sendo obra de Alá, apenas este pode reformulá-lo. Ainda 
em vigor, estabelece severas penalidades em relação ao jogo, bebida, roubo, 
além de situar a mulher em condição inferior ao homem.
Códigos Modernos:
25
Código de Napoleão: 1804 – Código Civil Francês
Individualista, inspirado nas “institutas” de Justiniano – dto romano e 
dto costumeiro. Formou o pensamento jurídico dos séc. XIX e XX. Hoje o 
diploma encontra-se alterado, mas conserva sua estrutura original.
Código Alemão: 1900
Marco espetacular no dto civil do nosso sistema. Savigny – Escola 
Histórica do Dto: elaborou uma doutrina jurídica alemã sobre os fundamentos 
do dto romano. Técnico. Influenciou os CC japonês e chinês.
Código Suíço 1907, superior ao alemão por ter aliado qualidades 
científicas-técnicas com clareza.
Código Italiano 1865 e revisto em 1942, unificou o dto civil e comercial.
Código Português 1967 clareza e grande influência italiana.
Código Civil Brasileiro – 1916 e 2002
CC-1916: o anteprojeto foi de autoria do jurista Clovis Bevilaqua.
É considerado de alto nível científico e técnico. Esta incluído entre os 
principais códigos do início do séc. XX. Sofreu influência dos CC francês, 
português, alemão, italiano.
Após 2 décadas de sua vigência,iniciaram-se as tentativas de 
reformulação.
1941: anteprojeto do C. das obrigações
1965: anteprojeto do CC – Orlando Gomes e Caio Mario da Silva
1969: o Governo Federal convida Miguel Reale para elaborar o 
anteprojeto do CC.
1988: Constituição Federal
10-01-2002: promulgado o CC (projeto de 69 com adequações à CF-88). 
Entrou em vigência 1 ano após sua promulgação. Princípios fundamentais: 
eticidade, sociabilidade e operabilidade.
Introdução ao Direito
Aula 05, 06 e 07.
26
Fontes do Direito:
A expressão “fontes do Direito” tem dois sentidos:
1- origem histórica;
2 – diferentes maneiras de realização do Direito.
Aqui, utilizamos os aspecto de fonte criadora do Direito.
Referem-se à criação do Direito. É a forma pela qual as normas jurídicas 
surgem no mundo do Direito.
No início da evolução social, antes mesmo de surgir a escrita, a principal 
fonte do Direito era os costumes. 
Posteriormente, a lei ganha foros de fonte principal.
Sob esses dois aspectos, decorrem os dois principais sistemas jurídicos 
atuais: o Common Law e o romano-germânico.
A lei de Introdução ao Código Civil, Decreto-lei nº 4.657, de 4-9-42), que 
não é simplesmente uma introdução ao Código Civil, mas a todo ordenamento 
jurídico brasileiro, apresenta em seu artigo 4º, como fontes de direito: a lei, a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito . 
FONTES DIRETAS: as que de per si possuem força suficiente para gerar 
a regra jurídica, tbém denominadas fontes imediatas, primárias ou formais.
Ex: a lei e o costume
FONTES INDIRETAS: são as fontes mediatas ou secundárias, que não 
têm a força das primeiras, mas esclarecem os espíritos dos aplicadores da lei e 
servem de precioso substrato para a compreensão e aplicação global do Direito.
Ex: a doutrina, a jurisprudência, a analogia, os princípios gerais de 
direito e a equidade. SÃO ESTRATÉGIAS PARA A APLICAÇÃO DO 
DIREITO.
=> São fontes do nosso Direito:
LEI
COSTUMES
JURISPRUDÊNCIA
DOUTRINA JURÍDICA
PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO: ANALOGIA
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
EQUIDADE
Lei =>> Fonte Direta
27
São os fatos que precisam ser regulamentados. A lei é a fonte direta e 
imediata do Direito.
COSTUMES
JURISPRUDÊNCIA ---------------------------------->> fontes indiretas
DOUTRINA JURÍDICA
PROCEDIMENTOS DE INTEGRAÇÃO: ANALOGIA
PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO
EQUIDADE
----------------------------------------- LEI ---------------------------------------------------
Lei é a forma moderna de produção do Direito Positivo. É ato do poder 
legislativo que estabelece normas de acordo com os interesses sociais.
Conceito: É uma regra geral de direito, abstrata e permanente, 
dotada de sanção, expressa pela vontade de uma autoridade competente, 
de cunho obrigatório e de forma escrita.
GERAL = porque não se distingue a um caso particular, mas a um 
número indeterminado de pessoas. É dirigida a todos os casos que se colocam 
em sua tipicidade. Da generalidade da norma jurídica deduzimos o princípio da 
isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei.
Da generalidade da lei, decorre que é abstrata e permanente.
ABSTRATA: porque regula uma situação jurídica abstrata. O legislador 
tem em mira condutas sociais futuras a serem alcançadas pela lei. Visando a 
atingir o maior numero possível de situações, a norma jurídica é abstrata, 
regulando os casos dentro do seu denominador comum e não de forma 
casuística.
PERMANENTE: existe o sentido de a lei reger todos os casos aplicáveis 
indefinidamente, até ser revogada, ou seja, deixar de ser obrigatória. (ver leis 
temporárias).
EMANA DE UM PODER COMPETENTE: em regra geral cabe ao 
Legislativo.
28
SANÇÃO: é o elemento constrangedor. Obriga o indivíduo a fazer o que 
a lei determina. Pode ser direta ou indireta. No direito penal é direta, pois o 
legislador obriga a não matar e impõem uma pena a quem praticar o crime de 
homicídio. Já no direito privado é indireta, ex: se para um contrato for exigida a 
presença de 2 testemunhas, sua ausência poderá acarretar a anulação do 
contrato, se for do interesse de uma das partes.
De nada adianta a lei ser obrigatória se não houver uma reprimenda a 
seu não-cumprimento.
FORÇA OBRIGATÓRIA: decorrente dos princípios de justiça e do 
poder do legislador.
ESCRITA: porque é da nossa tradição romano-germânica. 
BILATERALIDADE: o Dto existe sempre vinculando duas ou mais 
pessoas, atribuindo poder a uma parte e impondo dever à outra. 
Bilateralidade significa que a norma jurídica possui dois lados: um 
representado pelo direito subjetivo e outro pelo dever jurídico. 
Em toda relação jurídica há sempre um sujeito ativo, portador de dto 
subjetivo e um sujeito passivo, que possui o dever jurídico.
Coação e Sanção não se confundem.
Coação = é uma reserva de força a serviço do Direito.
Sanção = medida punitiva para a hipótese de violação da norma.
Classificação das Leis: (Ronaldo Poletti)
a) quanto ao sistema a que pertencem: 
-nacionais : são as normas que fazem parte do ordenamento jurídico de 
um Estado.
-estrangeiras: em face do Direito Internacional Privado, é possível que 
uma norma jurídica tenha aplicação além do território do Estado que a criou. 
Quando em uma relação jurídica existente em um Estado, for aplicável a norma 
jurídica própria de outro Estado, ter-se-á configurada a norma jurídica 
estrangeira.
- Direito uniforme: quando dois ou mais Estados resolvem, mediante 
um tratado, adotar internamente uma legislação padrão.
b) quanto à fonte:
- legislativas: são as normas jurídicas escritas, corporificadas nas leis, 
medidas provisórias, decretos.
-consuetudinárias: são as normas não-escritas, elaboradas 
espontaneamente pela sociedade. Para que uma prática social se caracterize 
29
costumeira, necessita ser reiterada, constante e uniforme, além de achar-se 
enraizada na consciência popular como regra obrigatória.
- jurisprudenciais: são as normas criadas pelos tribunais. No sistema de 
tradição romano-germânica, ao qual se filia o nosso Direito, a jurisprudência 
não é considerada como fonte formal do Dto. No sistema do Common Law, 
adotado pela Inglaterra e EUA, os precedentes judiciais tem força normativa.
c) quanto aos diversos âmbitos de validez:
Âmbito espacial de validez:
- Gerais: são as que se aplicam em todo o território nacional. (São sempre 
federais)
-Locais: as que se destinam apenas a parte do território do Estado. 
(Podem ser federais, estaduais ou municipais)
Âmbito temporal de validez:
- de vigência por prazo indeterminado: quando o tempo de vigência não 
é prefixado.
- de vigência por prazo determinado: ocorre com menos frequência, mas 
há leis que vêm com seu prazo de duração prefixado.
Âmbito pessoal de validez:
- genéricas: a generalidade é uma característica das normas jurídicas e 
significa que os preceitos se dirigem a todos que se acham na mesma situação 
jurídica.
- individualizadas: designam ou facultam a um ou a vários membros da 
mesma classe, individualmente determinados.
d) quanto à hierarquia:
- constitucionais: originais da Constituição Federal ou de Emendas. 
Condicionam a validade de todas as outras normas e tem o poder de revogá-las. 
Assim, qualquer norma jurídica de categoria diversa, anterior ou posterior à 
constitucional, não terá validade caso contrarie as disposições desta.
- complementares: na ordem jurídica brasileira há normas que se 
localizam em leis complementares à Constituição e se situam hierarquicamente 
entre as constitucionais e as ordinárias. A aprovação de normas 
complementares se dá de acordo com o art.69da CF, por maioria absoluta.
- ordinárias: localizam-se nas leis, medidas provisórias, leis delegadas.
- regulamentares: estão contidas nos decretos.
- individualizadas: testamentos, sentenças judiciais, contratos, etc.
e) quanto à sanção:
- perfeitas: quando prevê a nulidade do ato, na hipótese de sua violação.
- mais do que perfeitas: quando prevê além da nulidade, uma pena para 
os casos de violação.
- menos do que perfeita: determina apenas penalidade quando 
descumprida.
30
- imperfeita: quando não considera nulo ou anulável o ato que a 
contraria, nem comina castigo aos infratores.
f) quanto à qualidade:
- positivas: permitem a ação ou omissão.
- negativas: as que proíbem a ação ou omissão.
g) quanto às relações de complementação:
- primárias: são as normas cujo sentido é complementado por outras, que 
recebem o nome de secundárias.
- secundárias: são das seguintes espécies a) de iniciação, duração e 
extinção da vigência; b) declarativas ou explicativas; c) permissivas; 
d)interpretativas; e)sancionadoras.
h) quanto às relações com a vontade das partes:
- taxativas: resguardam interesses fundamentais da sociedade e por isso 
obrigam independente da vontade das partes.
- dispositivas: dizem respeito apenas aos interesses dos particulares, 
admitem a não-adoção de seus preceitos, desde que por vontade expressa das 
partes interessadas.
A formação da lei – Do processo legislativo: 
É estabelecido na CF e de desdobra nas seguintes etapas:
Apresentação do projeto
Exame das comissões, Discussão e aprovação
Revisão
Sanção
Promulgação e
Publicação
I - INICIATIVA DA LEI: art.61 da CF, a iniciativa compete:
• A qualquer membro ou comissão da Cam. Dos Deputados, do 
Senado Federal ou do Congresso Nacional;
• Ao Presidente da República; *
• Ao Supremo Tribunal Federal;
• Aos Tribunais Superiores;
• Ao Procurador-Geral da República e
• Aos cidadãos
* Presidente da República em 2 modalidades: 1- encaminhar o projeto em 
regime normal, 2- solicitar urgência na apreciação do projeto.
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II – EXAME PELAS COMISSÕES TÉCNICAS, DISCUSSÃO E 
APROVAÇÃO: 
Uma vez apresentado, o projeto passa por comissões parlamentares 
vinculados conforme o assunto.
Passado pelo crivo das comissões competentes vai ao plenário para 
discussão e votação.
No regime bicameral como o nosso, o projeto deve ser aprovado pelas 2 
casas.
III – REVISÃO DO PROJETO:
O projeto pode ser apresentado na Câmara ou no Senado. Iniciado na 
Câmara o Senado funcionará como Casa Revisora e vice-versa.
QUANDO o projeto for encaminhado pelo Presidente da República, STF, 
Tribunais superiores, primeiramente vai para a CÂMARA.
Se a casa revisora aprova, vai ao Presidente da República para sanção, 
promulgação e publicação.
Se a casa revisora rejeitar, será arquivado.
Se apresentar emenda, volta à casa de origem para apreciação, não 
admitida a emenda, é arquivado.
IV – SANÇÃO:
Consiste na concordância do Chefe do Executivo com o projeto aprovado 
no Legislativo.
É ato da alçada exclusiva do Poder Executivo: Presidente da República, 
Governador Estadual e Prefeito Municipal.
Presidente: 15 dias para sancionar ou vetar. a sanção pode ser tácita: qdo 
o prazo escoa sem manifestação ou expressa: qdo declara concordância no 
prazo.
se VETAR, o Congresso Nacional tem 30 dias para apreciar.
Para REJEITAR O VETO: CN deve ter voto da maioria absoluta dos 
deputados e senadores.
Vencido o prazo sem deliberação: o projeto entrará na ordem do dia da 
sessão seguinte e em regime prioritário.
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V – PROMULGAÇÃO: (existência da lei)
A lei passa a existir com a promulgação, que é ato do Chefe do 
Executivo. É a declaração formal da existência da lei.
Rejeitado o veto, será o projeto encaminhado à presidência para 
promulgação em 48h.
Não ocorrendo, o ao competirá ao presidente do Senado Federal em 48h.
Não ocorrendo, cabe ao vice presidente do Senado.
VI – PUBLICAÇÃO: (vigência da lei)
É indispensável para que a lei entre em vigor e deverá ser feita por órgão 
oficial. A conseqüência natural da vigência da lei é sua obrigatoriedade, que 
dimana do caráter imperativo do Direito.
Em face do significado da lei para o equilíbrio social, vigora o princípio: 
Art.3° da LICC: ninguém se escusa a cumprir a lei alegando que não a 
conhece.
Aplicação da Lei:
A aplicação da lei apresenta várias etapas:
1- Diagnose do fato: é o levantamento e estudo dos acontecimentos que 
aguardam a aplicação da lei. O juiz considera a narrativa das partes, examina as 
provas e firma um diagnóstico qto à matéria de fato.
2- Diagnose do direito: verifica-se se existe alguma lei que disciplina os 
fatos em questão.
3- Crítica formal: conhecidos os fatos e verificada a existência da lei, 
cumpre ao juiz examinar se a lei se reveste de todos os requisitos formais.
4- Crítica substancial: o juiz verifica a validade e a efetividade da lei. Se é 
constitucional, etc.
5- Interpretação da lei: com a definição dos fatos, certificada a existência 
da lei disciplinadora e a validade formal e substancial desta, cabe agora ao juiz 
conhecer o espírito da lei, ou seja, interpretá-la. Revelar o sentido e o alcance da 
lei.
6- Aplicação da lei: ou seja, a sentença judicial.
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------------------------------------ Costumes ----------------------------------------------
Na atualidade o costume tem pouca expressividade como órgão 
gerador do Direito. Enquanto a lei é um processo intelectual que se baseia em 
fatos e expressa a opinião do Estado, o costume é uma prática gerada de forma 
espontânea pelas forças sociais. Sua formação é lenta.
Podemos conceituar costume como sendo um conjunto de normas de 
conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, 
uniforme e que gera a certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo 
Estado.
Apesar do costume ser a expressão mais legítima e autêntica do Direito, 
pois produto voluntário das relações de vida, não atende mais aos anseios de 
segurança jurídica. O direito codificado favorece mais a certeza do Direito do 
que as normas costumeiras. É justamente essa circunstância que dá à lei uma 
superioridade sobre o costume.
 Lei Costume
Autor Poder Legislativo Povo
Forma Escrita Oral
Obrigatoriedade Vigência - promulgação A partir da efetividade
Criação Reflexiva Espontânea
Positividade Validade que aspira 
efetividade
Efetividade que aspira 
validade
Condições de Validade Cumprimento de formas 
e respeito à hierarquia 
das fontes
Ser admitido como fonte 
e respeito à hierarquia 
das fontes
Legitimidade Quando traduz os 
costumes e valores 
sociais
Presumida 
Elemento: repetição constante e uniforme de uma prática social.
Valor: Lei é a principal fonte do Direito, mas entre nós há certo valor 
costumes de direito comercial, direito trabalhista, internacional público.
JAMAIS será aplicado no Direito Penal : não há crime nem pena sem lei 
anterior.
Prova: art.337 do CPC – quem alegar deverá provar por documento, 
testemunha, vistoria, certidões, fichários comerciais etc.
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Espécies: 
“secundum legem” (qdo corresponde à lei. É o costume interpretativo, 
pois expressando o sentido da lei a prática social consagra um tipo de aplicação 
da norma. Já foi erigido em lei, portanto perde a característica de costume 
propriamente dito), 
“praeter legem” (qdo há lacuna na lei, consta no art.4º da LICC, é um dos 
recursos de que se serve ao juiz quando a lei for omissa) e 
“contra legem”(qdo a prática social contraria as normas de dto escrito. A 
lei é suprema não podendo se reconhecer validade a um costume contra a lei 
pois isso gera instabilidade jurídica) jáhouve casos!.
------------------------------------------ Jurisprudência ---------------------------------
No Direito Antigo, jurisprudência significava a sabedoria dos prudentes, 
os sábios do Dto ou, mesmo a Ciência do Direito.
Modernamente significa o conjunto de decisões dos tribunais, ou uma 
série de decisões similares sobre uma mesma matéria.
Em seu contínuo labor de julgar, os tribunais desenvolvem a análise do 
direito, registrando na prática, as diferentes hipóteses de incidência das normas 
jurídicas. Sem o escopo de inovar, essa atividade oferece importante 
contribuição à experiência jurídica. 
Ao revelar o sentido e alcance das leis, o Poder Judiciário beneficia a 
ordem jurídica, tornando-a mais definida, mais clara e mais acessível ao 
conhecimento.
Para bem se conhecer o Direito que efetivamente rege as relações sócias, 
não basta apenas conhecer a lei, é indispensável o estudo das decisões judiciais 
dos tribunais.
Entre a jurisprudência e o costume há semelhanças e alguns pontos de 
distinção.
Jurisprudência e Costume:
==A formação de ambos exige a pluralidade de prática: enquanto o 
costuma necessita da repetição de um ato pelo povo, a jurisprudência requer 
uma série de decisões judiciais sobre determinada matéria de Direito.
## enquanto o costume é obra de uma coletividade a jurisprudência é 
produto de um setor da organização social;
##Costume é criado no relacionamento comum entre as pessoas e a 
jurisprudência forma-se diante de conflitos que são julgados pelos tribunais;
## o costume é criação espontânea, enquanto a jurisprudência é criação 
intelectual, reflexiva.
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O grau de liberdade dos juízes
Quanto à margem de liberdade a ser atribuída ao Judiciário, a doutrina 
registra três propostas:
1- A livre estimação: 
Norteada pelo idealismo de justiça esta corrente preconizou ampla 
liberdade aos juízes que poderiam aplicar o dto com base nos princípios de 
equidade.
Buscam possibilitar a justiça do caso concreto independentemente do 
ditame legal – Ex: direito alternativo
Visando tornar o direito positivo mais racional e adequado aos valores 
éticos, o princípio da razoabilidade e proporcionalidade pelo qual as normas jurídicas 
devem ser entendidas como fórmulas lógicas e justas para a realização de 
determinados fins, tem sido atualmente consagrada pela doutrina e pelos juízes.
2- Limitação à subsunção:
Aqui o juiz opera apenas com os critérios rígidos das normas jurídicas, 
com esquemas lógicos, sem possibilidade de contribuir com a sua experiência, 
na adaptação do ordenamento à realidade emergente.
Com essa orientação se evitaria o subjetivismo e o arbítrio nos 
julgamentos, ao mesmo tempo em que se preservaria a integridade dos códigos.
3- Complementação coerente e dependente do preceito:
Como um ponto de equilíbrio entre os dois radicalismos acima, esta 
constitui a posição mais aceita e que reconhece a necessidade de se conciliarem 
os interesses de segurança jurídica pelo respeito ao direito vigente, com um 
indispensável margem de liberdade aos juízes.
A Jurisprudência cria o Direito ?
Para o Common Law a jurisprudência constitui uma importante forma 
de expressão do Direito. Ao fundamentar uma pretensão judicial, os advogados 
indicam uma série de sentenças ou acórdãos prolatados pelos tribunais com 
pertinência ao caso enfocado.
Para os ordenamentos do sistema romano-germânico, prevalece o 
entendimento de que o papel da jurisprudência limita-se a revelar o dto 
preexistente.
- Súmula Vinculante.
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-------------------------------DOUTRINA JURÍDICA---------------------------------
Conceito: “A doutrina jurídica compõe-se de estudos e teorias, desenvolvidos 
pelos juristas, com o objetivo de sistematizar e interpretar as normas vigentes e de 
conceber novos institutos jurídicos, reclamados pelo momento histórico.”(Paulo 
Nader)
A doutrina jurídica é considerada como um fator de conservação da 
organização social, por fornecer suporte científico ao Direito que estrutura e 
informa às instituições e aos órgãos da sociedade.
O cientista do Direito, que indaga o desconhecido, para cumprir o seu 
papel, necessita reunir algumas qualidades: 
- independência;
- autoridade científica;
- responsabilidade.
Funções da doutrina
1- Formação das leis;
2- interpretação do Direito Positivo;
3- crítica aos institutos vigentes.
Influência da doutrina no mundo jurídico
A Ciência do Direito proporciona resultados práticos no setor da 
legislação, dos costumes, na atividade judicial e no ensino do Direito. 
A doutrina se desenvolve apenas no plano teórico, oferecendo valiosos 
subsídios ao legislador, na elaboração dos documentos legislativos.
Se ao legislador compete a atualização do Direito Positivo, a tarefa de 
investigar os princípios e institutos necessários é própria dos juristas.
A atividade doutrinária de sistematização e interpretação das normas 
jurídicas beneficia o trabalho dos advogados, juízes, promotores.
A influência da obra dos juristas se torna mais palpável e decisiva no 
tocante ao ensino do Direito nas universidades.
A doutrina como fonte indireta do Direito
Ao submeter o Dto Positivo a uma análise crítica e ao conceber novos 
conceitos e institutos, a doutrina favorece o trabalho do legislador e assume a 
condição de fonte indireta do Direito.
Os estudos científicos, reveladores do Direito vigente e de suas 
tendências, não obrigam os juízes.
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Argumento de autoridade
O argumento “ab auctoritate” consiste na cotação de opiniões 
doutrinárias, como fundamento de uma tese jurídica que se desenvolve, 
normalmente perante a justiça. 
Ao atuar nos pretórios, em defesa de seus clientes, o advogado deve 
empregar todos os elementos éticos disponíveis para induzir o julgamento às 
conclusões que lhe são favoráveis.
A citação doutrinária deve ser feita de forma razoável, sem excesso e com 
oportunidade.
O advogado deve procurar convencer com base em suas técnicas de 
interpretação, tomando como referência o Direito Positivo.
A doutrina não obriga os juízes, porém é mais fácil para o causídico e 
também para o magistrado que, receoso de errar, prefere ficar com a 
jurisprudência dominante e com os autores de projeção.
------------------------------------
ANALOGIA--------------------------------------------
Noções de integração e lacunas da lei
A integração é um processo de preenchimento de lacunas, existentes na 
lei, por elementos que a própria legislação oferece ou por princípios jurídicos, 
mediante operação lógica e juízos de valores.
A integração se processa pela analogia e princípios gerais de Direito.
A lacuna se caracteriza não só quando a lei é completamente omissa em 
relação ao caso, mas igualmente quando o legislador deixa o assunto a critério 
do julgador.
As falhas ou lacunas que os códigos apresentam não revelam, 
forçosamente incompetência do legislador, nem atraso da ciência.
A integração da lei não se confunde com as fontes formais, nem com os 
processos de interpretação do Dto. 
Os elementos de integração não constituem fontes formais porque não 
formulam diretamente a norma jurídica, apenas orientam o aplicador para 
localizá-las.
A pesquisa dos meios de integração não é atividade de interpretação, 
porque não se ocupa em definir o sentido e o alcance da lei.
Uma vez assentada a disposição aplicável, aí sim se desenvolve a 
interpretação. 
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O postulado da plenitude da ordem jurídica
Se há divergência doutrinárias quanto às lacunas jurídicas, do ponto de 
vista prático vigora o postulado da plenitude da ordem jurídica, pelo qual o Direito 
Positivo épleno de respostas e soluções para todas as questões que surgem no 
meio social.
Por mais inusitado e imprevisível que seja o caso, desde que submetido à 
apreciação judicial, deve ser julgado à luz do Direito vigente.
É princípio consagrado universalmente que os juízes não podem deixar 
de julgar, alegando inexistência de normas aplicáveis ou que estão obscuras.
Se o magistrado pudesse abandonar uma causa, sob qualquer 
fundamento, a segurança jurídica estaria comprometida.
Diz o art. 126 do CPC: “o juiz não se exime de sentenciar ou despachar 
alegando lacuna ou obscuridade da lei.”
Diz o art. 4º da LICC: “quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo 
com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.”
Conceito de analogia
Analogia é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma hipótese 
não-prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada para um outra 
hipótese, fundamentalmente semelhante à não-prevista.
Para haver analogia é necessário que ocorra semelhança no essencial e 
identidade de motivos entre as duas hipóteses: a prevista e a não prevista.
Fundamento
Na necessidade que o legislador possui de dar harmonia e coerência ao 
sistema jurídico, a analogia tem o seu fundamento.
O Direito Natural através de seus princípios basilares, que preconiza 
igual tratamento para situações em que haja identidade de motivos ou razões, 
tbém dá fundamento à analogia.
A analogia pressupõe uma grande percepção e um profundo sentimento 
ético do aplicador do Direito.
Ex: A lei civil não prevê, especificamente a ineficácia de um legado, 
quando o beneficiário deixa de cumprir encargo estabelecido em testamento. Os 
tribunais, todavia, assim vem decidindo, aplicando, por analogia, o disposto no 
art. 562 do CC-2002, que permite a revogação da doação onerosa por inexecução 
de encargo.
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Analogia e interpretação extensiva
Apesar de procedimentos distintos, muitas vezes são confundidos.
Na interpretação extensiva, amplia-se a significação das palavras até 
fazê-las coincidir com o espírito da lei; com a analogia não ocorre isso, pois o 
aplicador não luta contra a insuficiência de um dispositivo, mas com a ausência 
de dispositivos.
---------------------------------PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO-----------------------
Diante de uma situação fática, os sujeitos de direito, necessitando 
conhecer os padrões jurídicos que disciplinam a matéria, devem consultar, em 
primeiro plano, a lei.
Se a lei não oferecer a solução, seja por um dispositivo específico, seja por 
analogia, verifica-se se existem normas consuetudinárias.
Na ausência de lei, analogia e costume, o preceito orientador há de ser 
descoberto mediante os princípios gerais de direito.
Conceito
“São postulados que fundamentam o sistema jurídico de modo geral, embora não 
necessariamente estejam explicitados no direito positivo.” (João Batista Nunes 
Coelho)
Funções
1- na elaboração das leis
2- na aplicação do Direito
---------------------------------------EQUIDADE-----------------------------------------
“É a decisão baseada no senso de justiça do julgador. É meio supletivo para se 
encontrar o equilíbrio entre a norma, o fato que ela rege e o valor correspondente. A 
equidade faz encontrar o direito relativo ao caso concreto.” (João Batista Nunes 
Coelho)
Algumas normas há que se ajustam inteiramente ao caso prático, sem a 
necessidade de qualquer adaptação; outras há, porém, que se revelam rigorosas 
para o caso específico. Nesse momento, então, surge a equidade, que é o 
adaptar a norma jurídica geral e abstrata às condições do caso concreto.
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Equidade é a justiça do caso particular – concreto. Não é caridade nem 
misericórdia. Nem é fonte criadora do Dto, mas apenas sábio critério que 
desenvolve o espírito das leis projetando-o ao caso concreto.
Leva em conta o que há de particular em cada relação.
No direito brasileiro a equidade está prevista no art. 8° da CLT, que 
determina sua aplicação na falta de disposições legais ou contratuais.
A LICC é omissa, mas o CPC no art. 127 dispõe que o juiz só decidirá por 
equidade nos casos previstos em lei.
O CC-2002 quando fala sobre indenização- parágrafo único do art. 944 – 
autoriza o juiz a reduzir equitativamente a indenização na hipótese de excessiva 
desproporção entre a gravidade da culpa e do dano.
Igualmente o autoriza a fixar o valor da indenização equitativamente 
quando a vítima não puder comprovar prejuízo material (art. 953, parágrafo 
único)
41
Introdução ao Direito (Obra: Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro. Maria 
Helena Diniz, 13ª ed, Saraiva, 2007)
LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO CIVIL (LICC)
DECRETO-LEI N° 4657, DE 04-09-1942
Importância: 
A LICC trata de normas sobre a aplicabilidade das leis em geral, dando-
lhe autonomia de lei destacada.
É um complexo de disposições preliminares que antecedem o Código 
Civil. È inspirada no modelo alemão. Porém, não é parte integrante do CC, nem 
é lei introdutória do mesmo.
É tão-somente uma lei para tornar possível uma mais fácil aplicação das 
leis em geral.
É uma “lei de introdução às leis”.
Abrange: princípios determinativos da aplicabilidade das normas; 
questões de hermenêutica jurídica; normas de direito internacional.
Arts. 1º ao 6º: normas emanadas do espírito da Constituição Federal.
Arts. 7° ao 19: diretrizes para solução dos conflitos na lei e no espaço.
Análise Teórico-Científica da LICC:
Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
45 dias depois de oficialmente publicada.
Trata do início da obrigatoriedade da LEI.
Relembrar as etapas do Processo Legislativo:
INICIATIVA
DISCUSSÃO
DELIBERAÇÃO
SANÇÃO
PROMULGAÇÃO: Executivo autentica a lei -> existência da lei
PUBLICAÇÃO: no Diário Oficial -> obrigatoriedade da lei
“vacatio legis”: período que decorre do dia da publicação da lei à data 
em que entra em vigência, durante o qual vigora a anterior sobre o mesmo 
assunto.
Contagem de prazo de vigência da lei:
Conta-se o “dies a quo” (dia da publicação)
Incui-se o “dies ad quem” (último dia)
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Ex: Lei A, publicada em 02-01 para vigorar em 15 dias. 
1° dia: 02-01
Último dia: 16-01 – Vigora em 17-01 (ou, 02 + 15 = 17)
Se, o “dies ad quem” cair em feriado ou domingo, não se considerará 
prorrogado o prazo até o dia útil seguinte por não se tratar de cumprimento de 
obrigação.
§1º Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, 
quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
Trata da entrada em vigor da lei brasileira no estrangeiro, obriga países 
estrangeiros no que se refere às atribuições dos ministros, embaixadores, 
cônsules e demais funcionários de nossa representação diplomática.
§2º - não tem mais aplicação.
§3º Se, antes de entrar em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
começará a correr da nova publicação.
§4° As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova.
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que 
outra a modifique ou revogue. Trata da vigência temporal da norma.
§1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, 
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria 
de que tratava a lei anterior. Trata das formas de revogação.
Revogação: é tornar sem efeito uma norma, retirando sua 
obrigatoriedade.
2 espécies -> 1) ab-rogação: supressão total da norma
 2) derrogação: apenas uma parte da norma
Podem ser de 2 formas -> a) expressa: quando declara a extinção
b)tácita: quando incompatível

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