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9 - Resumo II Berne - Organização da função motora

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Organização da função motora
Resumo II – Fisiologia do Sistema Nervoso
Berne
Fusos musculares são receptores sensoriais complexos encontrados no músculo esquelético. Eles se situam paralelamente ás fibras musculares regulares e contêm fibras musculares intra-fusais com sacos nucleares e com cadeias nucleares.
As fibras aferentes do grupo Ia formam terminações primárias nas fibras nucleares com sacos e com cadeias, e as fibras aferentes do grupo II formam terminações secundárias somente nas fibras com cadeias nucleares.
As terminações primárias mostram respostas estáticas e dinâmicas, que sinalizam o comprimento do músculo e a velocidade de mudança do comprimento muscular. As terminações secundárias mostram apenas respostas estáticas e sinalizam apenas o comprimento muscular.
Os órgãos tendinosos de Golgi estão localizados nos tendões dos músculos e são dispostos em série com o músculo. São inervados por fibras aferentes do grupo Ib e excitados por estiramento e contração do músculo.
Os reflexos são respostas motoras simples e estereotipadas a um estímulo. Um arco reflexo inclui as fibras aferentes, os inter-neurônios e os moto-neurônios responsáveis pelo reflexo.
Os arcos reflexos de muitos reflexos estão localizados na medula espinhal ou no tronco encefálico.
A transecção da medula espinhal revela os reflexos que dependem somente de circuitos medulares. Estes incluem o reflexo de estiramento (miotático), o reflexo miotático invertido e o reflexo de retirada.
O reflexo de estiramento inclui:
Uma via excitatória mono-sináptica de fibras aferentes no fuso muscular do grupo Ia
Moto-neurônios do tipo alfa que suprem os mesmos músculos e os músculos sinergistas
Uma via inibitória di-sináptica para moto-neurônios que inervam os músculos antagonistas.
Os reflexos de estiramento fásicos são desencadeados pelas respostas dinâmicas das fibras do grupo Ia, e os reflexos de estiramento tônicos são desencadeados pelas respostas estáticas das fibras aferentes dos grupos Ia e II.
O reflexo miotático invertido é provocado pelos órgãos tendinosos de Golgi. Atividade aferente nas fibras do grupo Ib de um dado músculo causa uma desinibição di-sináptica de um moto-neurônio alfa para músculos antagonistas. 
O reflexo de retirada é provocado por impulsos em fibras aferentes que inervam vários receptores, inclusive os nociceptores. No reflexo de retirada, em geral, são excitados moto-neurônios flexores ipsi-laterais, enquanto os moto-neurônios extensores ipsi-laterais são inibidos através de vias poli-sinápticas. Pode ocorrer o padrão oposto contra-lateralmente.
Os reflexos espinhais podem ser estudados por estímulos elétricos aplicados em fibras aferentes em filetes nervosos e registrando os impulsos nos axônios motores alfa das raízes ventrais.
Os moto-neurônios da medula espinhal são organizados topograficamente. Aqueles na porção lateral do corno ventral suprem os músculos distais dos membros, enquanto aqueles na porção medial do corno ventral suprem os músculos axiais.
As vias descendentes podem ser sub-divididas em:
Um sistema lateral, que termina nos moto-neurônios para os músculos dos membros e no grupo lateral de inter-neurônios;
Um sistema medial, que termina no grupo medial de inter-neurônios.
O sistema lateral inclui o trato córtico-espinhal lateral e parte do trato córtico-bulbar. Estas vias influenciam os moto-neurônios contra-laterais que suprem a musculatura dos membros, especialmente os dedos, e os músculos da parte inferior da face e da língua.
O sistema medial inclui os tratos córtico-espinhal ventral, vestíbulo-espinhal lateral e medial, retículo-espinhal e tecto-espinhal. Estas vias afetam principalmente a postura e proporcionam a base motora para movimentos dos membros e dos dedos.
As vias mono-aminérgicas descendentes afetam o nível geral da excitabilidade dos circuitos reflexos da medula espinhal e das vias ascendentes.
As vias que se originam no tronco encefálico influenciam a postura, a locomoção e os movimentos oculares. Os reflexos posturais incluem vários reflexos vestibulares (o reflexo vestíbulo-cólico, a reação de colocação vestibular e a contra-rolagem ocular), os reflexos tônicos cervicais e os reflexos de endireitamento.
A locomoção é desencadeada por comandos re-transmitidos através do centro locomotor do mesencéfalo. No entanto, os geradores de padrão central formados por circuitos medulares e influenciados por impulsos aferentes são os responsáveis pela organização detalhada da atividade locomotora.
Os movimentos conjugados do olhar são produzidos por vários sistemas de controle diferentes (inclusivo o reflexo vestíbulo-ocular, o reflexo opto-cinético, o sistema de perseguição visual e o sistema sacádico). Os movimentos oculares vergentes são controlados pelo sistema de vergência.
Os centros do tronco encefálico para controle do movimento ocular incluem os núcleos vestibulares, os centros de olhar vertical e horizontal, e os colículos superiores.
Os movimentos voluntários dependem de interações entre áreas motoras do córtex cerebral, o cerebelo e os núcleos da base.
Áreas motoras do córtex cerebral incluem:
O córtex motor primário, que controla músculos distais dos membros
A área pré-motora, que ajuda a controlar os músculos proximais dos membros e os músculos axiais
Córtex motor suplementar, que participa do planejamento motor e da coordenação
Campos oculares frontais, que ajudam a iniciar os movimentos oculares sacádicos.
Os neurônios córtico-espinhais individuais apresentam atividade celular antes que ocorram contrações voluntárias de músculos relacionados. Os seus disparos estão relacionados mais á força contrátil do que á posição articular.
Os neurônios córtico-espinhais recebem uma retro-alimentação dos sistemas sensoriais por meio do córtex somato-sensorial e da porção posterior do lobo parietal; esta aferência sensorial ajuda a corrigir os comandos motores.
O cerebelo influencia a velocidade, a amplitude, a força e a direção dos movimentos. Também influencia o tônus muscular e a postura, bem como os movimentos oculares e o equilíbrio.
O vestíbulo-cerebelo se conecta com o sistema vestibular e influencia os movimentos oculares e o equilíbrio por conexões com os tratos vestíbulo-espinhal e retículo-espinhal.
O espino-cerebelo recebe aferências das vias medulares. Controla:
A musculatura axial, através do sistema medial das vias descendentes
Os músculos proximais dos membros, através do sistema lateral
O cérebro-cerebelo recebe informações do córtex cerebral por meio de núcleos pontinos. Controla os músculos distais dos membros por conexões com o córtex motor (através do tálamo) e com o trato córtico-espinhal lateral
A maior parte das aferências para o cerebelo se faz através de vias que terminam como fibras musgosas. Estas provocam potenciais de ação isolados chamados potenciais simples nas células de Purkinje.
As projeções da oliva inferior para o cerebelo terminam como fibras trepadeiras. Uma fibra trepadeira produz descargas repetitivas de uma célula de Purkinje.
Os gânglios da base incluem várias estruturas telencefálicas profundas (incluindo o núcleo caudado, o putâmen e o globo pálido). As estruturas dos gânglios da base interagem com o córtex cerebral, com o núcleo sub-talâmico, com a substância negra e com o tálamo.
A atividade transmitida do córtex cerebral através dos gânglios da base pode facilitar ou inibir neurônios talâmicos que se projetam as áreas motoras do córtex.
Os gânglios da base regulam a eferência do córtex motor. Doenças do cerebelo e dos gânglios da base afetam profundamente o comportamento motor.

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