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Aula 19 - Trauma no idoso

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Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
Trauma no idoso 
Pelo aumento da idade ocorre um agravante no trauma: a presença de condições clinicas pré-existentes. Esse fato 
juntamente com déficits sensoriais, como audição e visão, senilidade e diversas alterações fisiológicas propiciam um 
desafio maior no APH. Por isso o profissional da saúde deve estar atento às necessidades específicas no processo de 
envelhecimento e como os problemas médicos pré-existentes irão influenciar no trauma. Para a melhor avaliação, 
no APH a vítima é considerada idosa quando: 
 Possui 65 anos ou mais 
 Fisicamente parecido com idoso 
 Vítima com problemas médicos típicos dessa idade 
Pontos anatômicos e fisiológicos importantes: 
1. Influência das doenças crônicas 
Doenças com efeito cumulativo gerando diminuição das qualidades vitais e menor capacidade de resistência a 
agressões. Assim, traumas considerados menos graves podem acabar levando a óbito. 
2. Ouvidos, nariz e garganta 
Coroas, pontes fixas/móveis soltas e dentadura propiciam obstrução de vias aéreas e uma dificuldade maior na 
vedação da máscara de ventilação e da visualização da via aérea no momento da intubação. E idosos por terem 
tecidos da nasofaringe mais frágeis, o risco de hemorragia aumenta consideravelmente. 
3. Sistema respiratório 
Diminuição da função ventilatória pela diminuição da expansão e contração da caixa torácica, enrijecimento da via 
aérea, pela diminuição da área alveolar dificultando a hematose, diminuição da saturação da hemoglobina por O2 e 
a curvatura da coluna vertebral dificulta movimento respiratório. 
4. Sistema cardiovascular 
As doenças cardiovasculares constituem a principal causa de morte, pois no processo de envelhecimento ocorre a 
diminuição da função circulatória, pela diminuição da elasticidade dos vasos sanguíneos (diminuindo assim sua 
capacidade de resistência vascular periférica) e pelo decréscimo em 50% do débito cardíaco. A defesa circulatória é 
menor, principalmente em idosos com marca-passo que acaba deixando a freqüência cardíaca e o débito cardíaco 
fixos, que não acompanham o aumento de oxigênio. Betabloqueadores  sem aumento de freqüência cardíaca 
como compensação de hipovolêmica. 
5. Sistema nervoso 
Em idosos o peso cerebral é menor, bem como o número de neurônio, então para manter a pressão intracraniana 
normal ocorre um aumento de líquor, que propiciam uma maior movimentação cerebral em lesões e um acumulo 
maior de sangue no espaço subaracnóideo. A velocidade dos impulsos nervosos decresce gerando tremores de 
extremidade, marcha instável e redução das habilidades psicomotoras. A diminuição da quantidade de córtex 
cerebral gera comprometimento de memória e mudanças na personalidade. 
6. Alterações sensoriais 
Perda/piora de audição e visão, gerando: menor acuidade visual, menor distinção entre cores, piora na visão 
noturna, menor produção lacrima e presença de catarata/presbiopia/presbiacusia. 
Também ocorre alteração na percepção de dor, pela maior tolerância. 
Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
7. Sistema musculoesquelético 
Com o aumento da idade ocorre a desmineralização óssea (principalmente em mulheres no período da menopausa) 
tornando os ossos menos flexíveis e mais frágeis, propiciando um aumento na incidência de fraturas em idosos. 
8. Pele 
Menor produção de melanina, menor elasticidade, diminuição no número/atividade de glândulas sebáceas e 
sudoríparas, diminuição da camada de tecido adiposo e na “taxa” de vascularização propiciando uma porpensão a 
hipotermia, por a pele ser fina e seca ocorre um maior risco de infecções em feridas abertas, todos esses fatores 
acabam gerando diminuição no número de células e da força tecidual gerando dificuldades na cura das feridas. 
 
Biomecânica do trauma 
As quedas são a principal causa de morte e invalidez em pacientes com idade maior que 75 anos e esse alto índice de 
mortalidade está associado às lesões secundárias como embolia pulmonar. As quedas geralmente são causadas pela 
perda/piora da visão, doenças do sistema nervoso ou por ambientes mal planejados. 
Já os traumas envolvendo veículos motores representam a principal causa de morte entre 65 e 74 anos e os idosos 
representam mais de 20% das vítimas pedestres fatais. Geralmente ocasionadas pela perda/piora da visão e por 
alterações sutis da memória 
As queimaduras envolvendo é o motivo de 20% das internações em centros de queimados, e pela diminuição da 
percepção da dor pelos idosos as queimaduras encontradas são mais graves, resultando numa mortalidade 7 vezes 
maior que em vítimas mais jovens 
Por serem altamente vulneráveis os idosos podem acabar sofrendo agressões, que acabam representando 10% das 
internações sendo que apenas 15% desses casos são denunciados. 
Na lesão cerebral traumática, ocorre uma diminuição do volume cerebral pela dura-máter ser mais aderida ao 
crânio, gerando assim uma maior incidência de hemorragia subdural. Um trauma encefálico concomitante a um 
choque hipovolêmico gera uma menor chance de sobrevida. 
Avaliação primária e Tratamento 
A - Via aérea (Airway) 
Examinar cavidade oral em busca de objetos estranhos obstruindo as vias aéreas. 
Difícil intubação orotraqueal pela menor elasticidade da parede cervical. 
 
B - Ventilação (Breathing) 
Medição da freqüência ventilatória e da ausculta pulmonar para a detecção de murmúrio vesicular (difícil). Evitar 
hipóxia. 
Manter saturação de oxigênio acima de 95% 
Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
 
C - Circulação (Circulation) 
Muitas vezes, pela utilização de medicamentos podem ocorrer desvios na leitura dos sinais vitais, sendo assim a 
freqüência cardíaca não é um bom indicador de trauma, bem como o aumento do tempo de enchimento capilar é 
considerado normal pela circulação do idoso ser menos eficaz. 
Reanimação volêmica com fluido em caso de suspeita de sangramento 
 
D - Incapacidade / Estado Neurológico (Disability) 
Perda do nível de consciência é sinal grave em qualquer caso. 
 
E - Exposição / Controle do ambiente (Expose / Enviroment) 
Menor capacidade de termoregulação, menor taxa metabólica e menor taxa de gordura são efeitos que propiciam 
hipotermia. Já AVC, antidiuréticos e antiparkinsonianos predispõem a uma hipertermia. 
Observar atentamente índicos de hipotermia e hipertermia 
 
Avaliação secundária 
Fazer questionário SAMPLA e questionários objetivos para a descrição da dor, sempre com paciência e de 
preferência com o acompanhamento de alguém próximo a vítima. Também devem ser avaliados a temperatura, 
pressão e o estado nutricional. Acompanhar avaliação da cena e aparência da vítima. 
Imobilização 
Pela menor camada de gordura o idoso, ao ser imobilizado, tem uma predisposição a desconforto, dor, ulceração e 
necrose, por esse motivo deve ser feito um acolchoamento adicional na cabeça, ombros e pernas. Em casos de 
artrite degenerativa da cervical pode ocorrer lesões vertebromedulares. Deve se ter cuidado para não comprimir as 
vias aéreas e as artérias carótidas. 
Transporte prolongado 
 Em caso de necessidade de um transporte prolongado, deve-se tomar alguns cuidados como: 
 Acolchoamento 
 Reavaliação de sinais vitais 
 Controle da hemorragia e reanimação volêmica 
 Evitar possível sobrecarga de volume 
 Cuidar da hipotermia 
 Considerar transporte aeromédico 
 Encaminhamento aos centros de trauma deve ser avaliado.

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