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Aula 20 - Trauma Térmico

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Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
Trauma Térmico 
Queimadura  trauma causado por cauterização, fricções, explosões, eletricidade, radiações e agentes químicos. 
Ocorre um impulso doloroso por parte do sistema nervoso autônomo, a mudança de temperatura e de pH e 
radiação leva à desnaturação protéica e queimaduras de grande extensão levam a problemas sistêmicos. 
Anatomia da pele 
Órgão que cobre a área de 2m² e é dividida em duas camadas: 
 Epiderme: camada não vascularizada, que possui células produtoras de queratina 
 Derme: camada vascularizada que possui função mecânica, sensorial e homeostática. Dividida em derme 
papilar e reticular. 
Características da queimadura 
A queimadura vai formar zonas de lesão tecidual: 
 Zona de coagulação: área onde vai ocorrer a maior destruição tecidual, gerando necrose irreversível. 
 Zona de estase: área intermediária onde as lesões são reversíveis 
 Zona de hiperemia: zona mais externa que possui um maior fluxo sanguíneo. 
As queimaduras podem ser classificadas quanto a sua extensão/profundidade: 
Grau Área atingida Achados clínicos 
Primeiro Epiderme Vermelhidão e dor 
Segundo  superficial Epiderme e derme papilar 
Hiperemia intensa, dor, 
edema, hipersensibilidade 
ao estimulo a exsudação 
Segundo  Profunda 
Epiderme, derme papilar e 
reticular 
Bolhas, hiperemia e baixa 
exsudação. (pode evoluir 
para 3º grau) separação da 
derme e da epiderme, 
extravasamento de líquido 
dos vasos adjacentes. 
Terceiro 
Toda a espessura da pele é 
destruída 
Área espessa, seca com 
aspecto de couro, 
esbranquiçadas, 
carbonizadas, trombose de 
vasos sanguíneos. (maior 
risco de infecção) 
Quarto 
Toda pele mais tecido 
adiposo, órgãos, músculos e 
ossos 
carbonização 
 
Abordagem Inicial 
Verificar se a cena é segura para PDS, deve-se interromper o processo de queimadura com lençol com água ou água 
corrente em grande quantidade e evitar hipotermia. 
Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
 
Avaliação primária 
A - Via aérea (Airway) 
Manter vias aéreas pérvias com mecanismos usuais, sempre reavaliando para a descoberta de edema de via aérea 
tardia. Em casos de queimaduras, a intubação é perigosa e difícil e ocorrendo erro forma-se edema traqueal. 
 
B - Ventilação (Breathing) 
No trauma térmico ocorre o estreitamento de vias aéreas e especialmente em queimaduras circunferenciais a 
capacidade de ventilação sofre déficit, porém a ventilação com ambu é difícil ou impossível na maioria dos casos. 
 
C - Circulação (Circulation) 
Na medição da PA ocorre imprecisão ou impossibilidade. Nas queimaduras circunferenciais deve-se elevar o membro 
para evitar a síndrome compartimental. Deve-se ministrar acesso intravenoso para a reposição volêmica, o acesso 
deve ser feito longe da região traumatizada (fitas nas queimaduras), uma alternativa para o acesso é o acesso 
intraósseo. 
D - Incapacidade / Estado Neurológico (Disability) 
Avaliação de déficit neurológico com AVDI e déficit motor. Também deve se identificar lesões secundárias na coluna 
vertebral, fraturas ósseas e traumatismo craniano. 
E - Exposição / Controle do ambiente (Expose / Enviroment) 
Exposição completa do paciente, inspecionando-o com cuidado à procura de lesões secundárias, retirando roupas e 
jóias, mas sempre evitando hipotermia pois a vítima de trauma térmico tem uma maior incapacidade de reter calor 
corpóreo. 
Avaliação secundária 
Estimativa da extensão da queimadura para administração de reposição volêmica: 
- Regra dos nove 
Não indicado para uso pediátrico pela proporção 
variável com a idade 
 
 
- Tabela de Lund Brownder 
Mais recomendada para pacientes pediátricos. 
 
 
 
 
 
 
 
Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
 
 
- Regra da Palma 
Palma da mão = 1% da superfície corporal 
 
Os curativos devem ser de tecidos ou toalhas estéreis com uma maior concentração de prata (acticoat). 
O transporte para um centro especializado deve ser rápido para que a sobrevida do paciente aumente. 
A reposição volêmica deve ser mais agressiva do que em outros tipos de trauma, pela perda de fluido provocada 
pela queimadura. Deve se evitar ao máximo o choque hipovolêmico, pois ele pode gerar edema e evaporação, 
porém a reposição muito agressiva pode piorar os ferimentos. A reposição é feita com o Ringer lactato. 
Queimaduras especiais 
- Queimaduras elétricas: 
Lesões com maior grau de morbidade e representam de 3% a 5% das internações nos centros de queimados. Ela 
pode se apresentar de forma isolada ou associada a um politrauma, geralmente como quedas aliadas à falta de EPI’s. 
Ocorre necrose abrangente, porém os maiores danos são “internos” pois a eletricidade é conduzida internamente 
causando destruição muscular, liberando potássio, que gera arritmia e mioglobina que por ser nefrotóxica gera 
insuficiência renal aguda. A causa mais freqüente de morte nesse tipo de queimadura é fibrilação ventricular. Para 
determinar a lesão muscular deve se analisar sua contratilidade. 
O tratamento diferencial é feito com transporte com sonda urinária, manitol e NAHCO3. 
- Queimadura química 
Sua gravidade depende da natureza da substância que provocou a queimadura, da concentração aplicada, da 
duração do contato da sustância com a pele e do mecanismo de ação da queimadura. As principais substâncias que 
produzem essas queimaduras são: Fósforo branco, cimento, hidrocarbonetos, ácido, álcalis, enxofre e hipoclorito 
O tratamento diferencial é feito com a escovação cuidadosa para retirada da substância química com o auxilio de 
água corrente. Em lesões oculares deve se usar lente de Morgan e fazer uma irrigação constante do local. 
NÃO USAR AGENTES NEUTRALIZANTES, pois irão gerar reações exotérmicas que agravarão a situação. 
- Lesões por inalação de fumaça 
É a maior causa de morte em incêndios (vapores transmitem 4000x mais calor) e ocorre por contato com gases 
superaquecidos, tóxicos e particulados. Apresenta como sintomas e sinais: 
 Queimadura em espaço confinado em face ou tórax 
 Confusão e agitação 
 Chamuscamentos de sobrancelhas e vibrissas 
 Fuligem no escarro 
 Rouquidão, perda de voz e estritor 
Em casos de inalação de gases asfixiantes como butano, monóxido de carbono e cianeto, podem aparecer sinais 
adicionais como mudança da voz e salivação excessiva. 
Suporte básico de Vida – Ingrid C. Santos 
Feito a partir de anotações das aulas desta disciplina, sem revisão por professores. 
O tratamento diferencial é a suplementação com oxigênio umidificado e ventilação com intubação orotraqueal. 
Transporte 
 Critérios para transferência de queimados em unidade de Queimados: 
 Lesão por inalação 
 2º grau>10% ACST 
 Terceiro grau 
 Queimaduras elétricas 
 Queimaduras químicas 
 Doenças preexistentes 
 Trauma concomitante 
 Pacientes pediátricos em hospitais não preparados 
 Lesão por queimadura em doentes especiais 
 Face, mãos, pés, genitália 
 
PHTLS 2007 PHTLS 2011 
Parar a queimadura não significa 
resfriar a queimadura 
Novas experiências constatam : 
água a temperatura ambiente – 
melhora a progressão do 
tratamento 
Não enfatiza a verificação de 
vias aéreas. 
Enfatiza a verificação das vias 
aéreas – edema tardio de VA 
Coloração vermelho-cereja da 
pele: envenenamento por CO 
É um sinal tardio no 
envenenamento por CO. Melhor 
forma: oxímetro portátil

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