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* Exemplos de sistemas de Flotação * * Aspectos práticos da flotação * * Relação Recuperação metálica x teor * * Configurações Típicas de Circuitos de Flotação Flotação em etapas – Flotação Direta Rejeito Final Concentrado Final * * 5.2 – Configurações Típicas de Circuitos de Flotação Flotação em etapas – Flotação Reversa Rejeito Final Concentrado Final * Circuitos de flotação Minério de Ferro Fosfatos Carvão Sulfetos * Minério de Ferro Mineralogia dos Minérios de Ferro: Minerais-minério: óxidos de Fe (hematita e magnetita) e hidróxido (goethita). Minerais de ganga: principalmente silicatos, dos quais quartzo é o predominante; minerais de alumínio como a gibbsita; exemplos de outros silicatos são a caulinita, micas e talco; em alguns casos fosfatos como a apatita e a wavellita. * Qualidade química dos produtos * Minério de Ferro Objetivo: A flotação tem por objetivo a separação seletiva entre quartzo e minerais portadores de ferro. Problemática: Todos os minerais envolvidos, com a exceção do talco (que é raro), são muito HIDROFÍLICOS. * Minério de Ferro Possíveis rotas: Flotação direta dos minerais de ferro com coletores aniônicos em pH neutro. Flotação reversa dos silicatos com coletores catiônicos (mais aplicada industrialmente). * Flotação Direta Potenciais coletores: Oleato de sódio (ácido oléico) Outros ácidos graxos e seus sabões Sulfatos e sulfonatos graxos Hidroxamatos A adsorção destas espécies promovem alta hidrofobicidade no óxidos de ferro! * Flotação Direta Chart1 10 10 15 10 35 25 75 40 95 65 90 50 82 35 73 25 60 15 35 10 10 5 5x10-6M 5x10-5M pH % flotabilidade Flotação de hematita com oleato de sódio - esquemático Sheet1 pH Quartz 6 20 25 10 7 30 40 10 8 45 55 15 9 65 75 35 9.5 80 90 45 10 85 95 50 10.5 82 95 35 11 87 95 25 11.5 80 85 15 12 65 70 10 12.5 45 50 5 schematic Sheet1 5x10-6M 5x10-5M 1x10-4M Quartz pH % flotability Quartz Flotation with Dodecylamine Hydrochloride - schematic Sheet2 pH Hematita 4 3 10 10 5 7 15 10 6 20 35 25 6.5 35 75 40 7 38 95 65 7.5 35 90 50 8 21 82 35 8.5 10 73 25 9 7 60 15 10 3 35 10 11 3 10 5 schematic Sheet2 5x10-6M 5x10-5M pH % flotabilidade Flotação de hematita com oleato de sódio - esquemático Sheet3 * Dificuldades: Atingir alta seletividade: Custo operacional elevado por causa de alto consumo específico ou de alto custo com reagentes (hidroxamatos). Flotação Direta -Íons em solução causam a precipitação de espécies coletoras indiscriminadamente sobre todas as superfícies, mesmo na presença de depressores/dispersantes. -Ativação inadvertida da superfície dos silicatos pelas espécies iônicas em solução causando também perda de seletividade. * Potenciais coletores: Coletores catiônicos da família das aminas (especialmente acetatos de eteramina e éter diamina). Flotação Reversa * Flotação Reversa Combinação típica de reagentes: Depressor: amido gelatinizado com soda; dosagem 400-800g/t. (normalmente amido de milho, mas também pode ser usado amido de mandioca). Coletor: acetato de éter amina (C10, cadeia carbônica: isodecil); dosagem 30-80g/t. Espumante: quando necessário usa-se poliglicol sintético; dosagem 5-10g/t. Modulador de pH: NaOH; dosagem 300g/t; pH entre 9,5 e 11. (após a flotação usa-se, normalmente, CO2 para adequar o pH para a filtragem) . * AMIDO - gelatinização * * Flotação Reversa Interações entre os reagente e as partículas minerais: Primeiramente o amido é adicionado no sistema e se adsorve seletivamente na superfície da hematita. Posteriormente, adiciona-se a amina que se adsorve na superfície do quartzo. Forças de van der Waals também desempenham um papel na formação de espécies diméricas (espécie catiônica + não-iônica), chamadas de HEMIMICELAS. Estes dímeros (agregados iono-moleculares) aparentemente aumentam o grau de hidrofobicidade da superfície do quartzo por sua co-adsorção. * HEMATITA - - - - - - - - - - - - - * Superfície do Quartzo Interface - - - - - - - - - - - - - - - - - - - AMINA IÔNICA AMINA MOLECULAR * HEMATITA QUARTZO - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - * BOLHA DE AR HEMATITA - - - - - - - - - - - - - * BOLHA DE AR * AGREGADO PARTÍCULA-BOLHA BEM SUCEDIDO * AGREGADO PARTÍCULA-BOLHA BEM SUCEDIDO * Flotação Reversa Vantagens: Menor sensibilidade a espécies iônicas dissolvidas. Menor consumo de coletor e seu potencial uso como espumante. Excelente combinação coletor/depressor, em termos de seletividade e de dosagem em níveis econômicos. Boa modulação da coleta através do pH. Flexibilidade para o emprego de espumantes sintéticos e/ou surfatantes não iônicos como reforçadores quando necessário. Alto grau de hidrofobização do quartzo por aminas. Potencial reutilização da amina por dessorção seletiva. * Flotação Reversa Desvantagens: Na presença de hidróxido de alumínio, a seletividade é afetada pois os silicatos podem ser co-deprimidos pelo amido. Custo relativamente alto do coletor. Espumas mineralizadas de difícil manuseio, requerendo, por exemplo, dimensionamento de bombeamentos com altos fatores de espuma. * Exemplo de um circuito de flotação de minério de ferro em coluna. ? ? Flotação direta ou reversa ? Segunda etapa de flotação (scavenger ou cleaner)? * Fosfatos Mineralogia dos Minérios Fosfáticos: Minerais-minério: apatita. Minerais de ganga: magnetita, micas, quartzo, calcita, dolomita, anatásio, barita. * Fosfatos Objetivo: A flotação tem por objetivo a separação seletiva entre a apatita e minerais de ganga. Problemática: Seletividade (devido à grande similaridade de comportamento dos minerais de fosfatos e de ganga frente ao processo de flotação aniônica). * Fosfatos Variáveis na flotação: Características da amostra (estrutura e composição, ex.: cristalinidade e impurezas). Características do coletor (seletividade do grupo funcional, comprimento de cadeia e concentração). * Fosfatos Depressor: Amido de milho (fubá) - Tornar hidrofílico minerais contidos na ganga. Um aumento excessivo de amido acarreta depressão dos minerais de interesse reduzindo a recuperação. Silicato de sódio – Deprime quartzo e dispersa lama. * Coletor: Oleato ou sulfosuccinamato (Hidrocol). Um aumento excessivo acarreta a coleta de minerais de ganga reduzindo o teor de P2O5 no concentrado. Excessos podem também acarretar a perda de recuperação devido à mudança de orientação da carga do coletor Fosfatos * Carvão Valorização das frações finas mudanças nas políticas econômicas e utilização de recursos energéticos. * Carvão Aplicação: O objetivo da flotação em uma usina de beneficiamento de carvão mineral é apenas aumentar a recuperação de finos metalúrgicos, sendo que as frações grosseiras são recuperadas por processos densitários, que possuem menor custo e não necessitam do uso de reagentes químicos, portanto, com menores riscos ao meu meio ambiente. * Carvão Carvão betuminoso é naturalmente apolar. Mineral-minério: carvão. Minerais de ganga: pirita e minerais silícicos. * Carvão Reagentes utilizados na flotação: Reforçadores de hidrofobicidade: hidrocarbonetos líquidos derivados do petróleo. Oléo diesel (950 g/t) Espumante: Óleo de pinho (ação coletora) (200g/t) Metil-isobutil-carbinol (espuma “rala”, mas menor teor de cinzas) Depressor: Pirita: cal, NaCl, KCl ou FeCl3 Minerais silícicos: silicato de sódio * Carvão Importância do uso de reforçadores de hidrofobicidade: Squeezing out effect ou efeito de segregação é importante pois, se a superfície do carvão estiver oxidada ou contaminada com outras espécies, ele garante a hidrofobicidade das partículas. SELETIVIDADE!!!!! * Resultados de testes de flotação em bancada de um minério de carvão com e sem óleo diesel. * Carvão Peculiaridades na flotação de carvão: Usualmente é feita em um estágio. Opera com granulometrias mais grosseiras. Polpas diluídas – 3 a 8% em peso. Cinética é fator de grande importância. * Planta de flotação de carvão com um estágio. Operando com o equipamento PNEUFLOT® * Sulfetos Os minerais sulfetados apresentam propensão a oxidação superficial, elevada condutividade elétrica e contêm enxofre, um elemento químico bastante eletronegativo. O potencial eletroquímico (Eh) dos sistemas de flotação de sulfetos devem ser bem controlados para garantir uma boa operação. * Sulfetos Sistemas de flotação de sulfetos: Cobre – calcosita(Cu2S), calcopirita(CuFeS2), bornita(Cu5FeS4), covelita(CuS) Chumbo – galena (PbS), cerusita(PbCO3), anglesita(PbSO4) Zinco – esfalerita (ZnS), willemita(Zn2SiO4) Níquel – pentlandita((Fe,Ni)9S8) Outros – sulfetos contendo ouro, cobalto, molibdênio, antimônio. * Sistema Cobre Assembléia mineral: calcosita(Cu2S),calcopirita(CuFeS2),bornita(Cu5FeS4), covelita(CuS). Os sulfetos de cobre associados a pirita (FeS2) e pirrotita (Fe(1-x)S (com x variando 0 a 0,2)) são os de mais difícil seletividade, pois o uso exagerado de depressores para o ferro pode deprimir o cobre também. Flotação em circuito alcalino, sendo a cal o modulador de pH, os coletores podem ser xantatos, ditiofosfatos, ditiocarbamatos sozinhos ou misturas. * * Sistema Chumbo-Zinco Minerais sulfetados – esfalerita (ZnS) e galena(PbS). Minerais de ganga – pirita, pirrotita, calcita, dolomita, quartzo, silicatos, barita. Principal fonte de zinco em todo o mundo é a esfalerita ou blenda. E a galena é a principal fonte de chumbo. * Sistema Chumbo-Zinco O processo: O procedimento padrão é flotar sequencialmente galena e a esfalerita, mas a flotação “bulk”, seguida de separação também é viável industrialmente. A galena flotada em pH 8-10 com etil ou propil-xantato, a esfalerita é desativada com sulfato de zinco na moagem. Aumenta-se o pH visando deprimir sulfetos de ferro, a esfalerita é ativada com sulfato cúprico e flotada com a adição de mais xantato ao sistema. O rejeito da flotação de zinco (sulfetos de Fe e pirita) é condicionado carbonato de sódio e reduz-se o pH para 9 flotando a pirita com isopropil xantato. Isso permite a recuperação do sulfeto de Fe para ser posteriormente aproveitado para produção de ácido sulfúrico e dos metias preciosos associados, especialmente à pirita. * Sistema cobre-chumbo-zinco Problemática: Apesar da facilidade teórica (quando se mistura os três sulfetos moídos) a complexidade dos minérios reais torna este sistema um dos mais complicados, especialmente quando a oxidação superficial leva à dissolução de íons cúprico que ativam a esfalerita, baixando a seletividade do processo. * Sistema cobre-chumbo-zinco O processo: Assemelha ao sistema chumbo-zinco, com exceção de uma primeira etapa, na qual realiza-se a flotação do cobre e chumbo. Na segunda etapa, tanto pode-se deprimir cobre quanto o chumbo. O cobre pode ser deprimido com cianeto e a galena com sulfito, SO2 ou dicromato. * Sistema cobre-níquel A pentlandita é o principal sulfeto de níquel, ocorre frequentemente associado a calcopirita e pirrotita (Fe(1-x)S) niquífera. A separação pentlandita ((Fe,Ni)9S8) /calcopirita(CuFeS2) pode ser feita por flotação ou via pirometalúrgica. Na separação, por flotação, a penthandita e pirrotita são deprimidas por cal, cianeto ou dextrina e a calcopirita flotada com xantato. A separação da pirrotita geralmente ocorre por combinação de flotação e separação magnética. OBS: a pirrotita pode conter até 5% de níquel ou cobalto. * Sistema cobre-molibdênio A associação de molibdenita com sulfetos de cobre, especialmente calcopirita é bastante comum. Um exemplo de ocorrência de minérios de cobre com presença de molibdênio é em Andina e Chuquicamata, no Chile. Normalmente, aos minérios de cobre e molibdênio, estão associados os minerais bornita (Cu5FeC4), quartzo (SiO2), calcita (CaCO3) e calcocita (Cu2S). Molibdenita (MoS2): minério de molibdênio, normalmente é encontrado associado a silicatos de cálcio, scheelita e calcopirita. Calcopirita (CuFeS2): minério de cobre mais abundante na natureza, sendo uma das fontes mais importantes desse metal. A molibdenita é um dos poucos minerais que apresentam uma hidrofobicidade natural. O processo mais comum para separação de sulfetos de cobre e molibdênio é a depressão do sulfeto de cobre e flotação do sulfeto de molibdênio. * Sistema cobre-molibdênio Reagentes: Coletor: Os xantatos podem ser utilizados como coletores para molibdenita, no entanto não são específicos para este mineral. Utiliza-se também óleos minerais e vegetais não polares (hidrocarbonetos) como reforçadores de hidrofobicidade (são utilizados na forma de emulsão para aumentar a difusão em solução aquosa). Depressores: O cianeto de sódio tem o uso bastante difundido como depressor para sulfetos de cobre, especialmente calcopirita. No entanto, o hidrossulfito de sódio (NaHS) tem sido bastante utilizado devido a aspectos ambientais. Na sua utilização é indesejável polpas aeradas, pois o oxigênio oxida o enxofre a tiossulfato, sulfato, etc, resultando em um maior consumo do reagente. Uma opção para que não ocorra tal oxidação é o uso de nitrogênio como gás. O uso do depressor causa uma variação no potencial eletroquímico da calcopirita fazendo com que ela não possa ser coletada pelo xantato. * Sistema cobre-molibdênio Reagentes: Modificadores: Para regular o pH usa-se leite de cal (pois o íons cálcio não exerce papel de ativador ou desativador neste sistema). Espumante: iso-butil carbinol e/ou propileno glicol. * Sistema cobre-molibdênio Possível circuito para flotação de molibdenita: * Sistema ouro (associado a minério sulfetado: calcopirita/pirita) Unidade de Maracá (Goiás): O ouro está associado a calcopirita e/ou pirita. Deseja-se concentrado de cobre com teor superior a 25% (de acordo com especificação). Geralmente o ouro está associado à calcopirita, assim ouro flota junto com cobre concentrando-se no concentrado de cobre (paga-se melt => separar ouro e cobre) Dificuldade: algumas vezes o ouro associa-se predominantemente à pirita. Assim perde-se um pouco no teor de cobre do concentrado para favorecer o teor de ouro: “jogo de interesses”. Pirita é usada para produção de ácido sulfúrico. OBS: em outras unidades o ouro pode esta associado a arsenopirita. * Unidade de Maracá (Goiás): Adiciona-se xantato na moagem: coletor para todos os sulfetos. Células Rougher Adiciona coletor secundário: tionocarbamato (0,4% Cu => 5% Cu) ↑ pH: 10,5 a 11 (para deprimir pirita) Adiciona coletor secundário: tionocarbamato Células cleaner 5%Cu => 15% Cu Coluna cleaner 15%Cu => 25% Cu Sistema ouro (associado a minério sulfetado: calcopirita/pirita) *
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