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Direito das obrigações

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Direito das obrigações
Surge em 323 a. c na Grécia antiga, Roma.
Justino estabelece a lei Lex Poetillia papiria” onde o direito das obrigações não recai mais sob a pessoa devedora, e sim ao seu patrimônio.
A execução então passa a ser patrimonial
CONCEITO
A ideia de contrato, onde se estabelece o vínculo entre as partes, limitações naturais, livre manifestação do querer etc., surge da ais primitiva modalidade de contrato, a troca que mais tarde evolui para a figura de compra e venda.
Dessa forma passa a ter um vínculo jurídico, esse contrato se torna fonte de obrigação
Obrigação = vínculo de direito pelo qual alguém se propõe a dar, fazer, ou não fazer qualquer coisa em favor de outrem.
Elementos constitutivos das obrigações
Vínculo jurídico compreende de um lado, o dever, ou o débito da pessoa obrigada e do outro lado a responsabilidade em caso de inadimplemento .
As partes da relação obrigatória credor ( sujeito ativo) e o devedor ( sujeito passivo).podem ser sujeitos da obrigação tanto as pessoas naturais quanto jurídicas.
Objeto ou prestação dar, fazer ou não fazer alguma coisa. A maioria dos juristas apontam para que a prestação tenha sempre conteúdo patrimonial.
Para que haja uma obrigação é necessário que o objeto da obrigação tenha os seguintes requisitos:
Objeto possível: se o objeto da obrigação é impossível, nula será a obrigação.
Objeto lícito: é aquele que não é contrário a lei, moral e aos bons costumes
Objeto determinável: é em regra, o objeto da obrigação deve ser determinado pelo gênero , espécie, quantidade e pelos caracteres individuais. Quando não o for, que seja determinado pelos sujeitos da obrigação, ou por ato de terceiro.
Objeto com caráter patrimonial: o objeto pode ser reverter em uma obrigação de cunho pecuniário.
Fontes do direito das obrigações
Fontes imediatas das obrigações:
Lei ( tudo que a lei obriga a fazer)
Fontes mediatas :
Contrato
A declaração unilateral de vontades
O ato ilícito 
Fontes do direito das obrigações
Na visão de Silvia Rodrigues:
Obrigações que tem por fonte mediata ou vontade humana:
Se dividem entre aquelas que provêm do contrato (conjunto de vontades), e as que decorrem da manifestação unilateral da vontade, como, por exemplo: o título ao portador ou promessa de recompensa
Obrigações que tem por fonte mediata o ato ilícito:
São derivados dos atos ilícitos, são as que através de uma ação ou omissão culposa ou dolosa do agente causa dano à vítima. 
Obrigações que tem por fonte direta e imediata a lei:
A principal fonte do direito é a lei, onde há a obrigação de prestar alimentos, ou dar reparação do prejuízo causado em caso de responsabilidade informada pela teoria do risco.
“ lei fonte remota da obrigação, pois ela é que impõe ao devedor o mister de fornecer sua prestação e comina sanção para o caso de inadimplemento 
Classificação das obrigações 
Vínculo jurídico: sujeito ativo, sujeito passivo e objeto ou prestação.
Quanto ao vínculo:
São elementos essenciais à formação da relação jurídica ( credor e devedor, objeto e vínculo jurídico) fundada no vínculo juris decorrente da lei ( fonte direta), de ato strictu sensu, de negócios jurídicos bilaterais ou unilaterais, e de atos ilícitos ( fonte mediata), tendo- se portanto, debitum e obligatio
Há hipóteses em que se tem obrigações fundadas em um vinculum solius aequitatis ( sem obrigação) sem obligatio , apesar de ter o sujeito ativo, passivo e o objeto, falta a responsabilidade do devedor, de modo que não há o direito de ação para exigir seu cumprimento ( obrigação moral e natural não tem obligatio)
Trata-se das obrigações moral e natural, às quais a lei empresta um dos efeitos de uma obrigação civil, ou seja soluti retentio (liberado da retenção)
Obrigação moral
É aquela que constitui um dever de consciência, sendo cumprida apenas por razões de princípios, podemos exemplificar da seguinte forma: o cumprimento de declaração de última vontade, que não esteja expressamente em testamento ( no testamento há a prova, pois o testamento é um objeto)
Exemplo: no leito de morte, um homem entrega á seu neto uma joia e pede ao mesmo para que entregue a sua tia. Não há nada escrito, apenas o desejo de última vontade.
O dever moral não deverá permanecer alheio ao direito, pois uma vez cumprida espontaneamente a ordem jurídica a tornará irrevogável, conferindo a soluti retentio (direito de retenção) ao que recebeu a prestação a título de liberalidade.
Exemplo: logo se o neto entrega a joia e a quer de volta, a sua tia tem a soluti retentio.
Obrigação civil
São aqueles em que existe débito e responsabilidade, sendo juridicamente exigíveis. 
Exemplo: cheque, nota promissória, contrato de financiamento, duplicata etc.
E se estabelece um vínculo jurídico entre o credor e o devedor, sendo que a pessoa obrigada tem responsabilidade no caso de inadimplemento, o que dá possibilidade ao credor de exigir sua tutela jurisdicional, pedindo a execução do devedor e ainda que esta execução vá atingir diretamente o patrimônio do devedor.
Obrigação natural
São aqueles em que existe o débito, mas inexiste a responsabilidade, sendo portanto, inexigíveis juridicamente ( dividas prescrita)
Exemplo: uma dívidas adquirida, mas que no entanto já prescreveu, não é necessário pagar)
Os casos mais comuns no direito pátrio são as dívidas prescritas, as dívidas de jogo, o empréstimo feito a menor e os juros não previamente convencionados
Art. 814 do CC
As dívidas de jogos ou de apostas não obrigam a pagamento, mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganho por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
Art. 588 do CC
O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização daquele cuja guarda estiver, não pode ser reavido sem do mutuário, nem de seus fiadores.
Classificação quanto aos objetos : dar, fazer e não fazer
Obrigação de dar : 
É aquela em que consiste em comprometer-se o devedor a entregar alguma coisa ao credor, sendo que esta coisa pode ser uma coisa certa ou incerta.
Certa: objeto definido, bem especificado.
Incerto: obrigação genérica, só se sabe o gênero e a quantidade.
Restituição:
A obrigação de restituir tem como característica principal a devolução da coisa, havendo ter recebido a coisa, terão que devolvê-la ao dono em determinado tempo, a relevância que existe neste caso é que o credor é o dono da coisa, já o que não acontece na obrigação de dar.
Exemplos: Empréstimo de um objeto, Aluguel de uma casa
Obrigação de dar a coisa certa:
É a obrigação que estabelece entre as partes, um vínculo através do qual o devedor se compromete a entregar ao credor um objeto perfeitamente determinado que se considera em sua individualidade
Exemplo: uma obra de arte, uma joia, um animal etc.
Art. 233 do CC
A obrigação de dar coisa certa, abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 239 do CC
se a coisa se perder por culpa do devedor responderá este pelo equivalente a perdas e danos.
Art. 241 do CC
Se no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242 do CC
Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso de regulará pelas normas deste código atinentes à benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou má-fé.
Obrigação de dar a coisa incerta:
Esta obrigação ao contrário de dar a coisa certa, tem em seu objeto a entrega da coisa não considerada em sua individualidade, mas sim ao gênero que pertence. Ela será mencionada com referência a seu gênero e quantidade. 
Exemplo: um fazendeiro (devedor) que vendeu ao atacadista (credor) 500 sacas de arroz de determinado tipo, ao credor não importa de o produto vem de sp ou mg, o que importa é o gênero e quantidade, essa é uma obrigação genérica.
Mas a obrigação de dar a coisa incerta pode ser transformada em coisa certa,ou seja, as partes que se vinculam a uma obrigação genérica, devem antes do adimplemento da obrigação, escolher qual das espécies componentes do gênero deverá ser entregue como pagamento .
Exemplo: o fazendeiro que vende 50 cabeças de gado de seu rebanho, deverá antes de proceder a entrega escolher e individualizar os animais que pretender vender.
Individualização= obrigação de dar a coisa certa.
Art. 243 do CC
A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244 do CC
Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem ser obrigado a prestar a melhor.
Art. 245 do CC
Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na seção antecedente .
Art. 246 do CC
Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
Tradição (transferência de domínio)
Podemos observar que em nosso ordenamento pátrio. O adquirente da coisa não é considerado dono imediato da coisa, esse adquirente tem portanto a prerrogativa de reclamar a sua entrega. Antes da tradição o direito real não se transpassa.
Art. 137 do CC
Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço, se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único: os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Destino da obrigação em face do perecimento ou da deterioração da coisa
Perecimento: perda, ou seja, o elemento corpus desaparece.
Deterioração: o elemento corpus tem seu desgaste natural ou sofre avaria, tornando impossível o cumprimento da obrigação original.
Temos que aí tomar cuidado e analisarmos se o perecimento ou a deterioração da coisa se deu por culpa ou não do devedor.
Exemplos de deterioração:
Batida de carro que está à venda
Celular seminovo 
Livro usado
Perecendo a coisa por culpa do devedor
Responderá o culpado não só pelo equivalente, mas também pelas perda e danos. 
Art. 234 do CC
Se no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambos as partes, se a perda resulta de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Deteriorando-se a coisa por culpa do devedor
Poderá o credor resolver o contrato exigindo as perdas e danos, ou aceitar a coisa no estado em que se encontra reclamando além disso a composição do prejuízo.
Art. 236 do CC
Sendo culpado o devedor, poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um outro caso, indenização das perdas e danos.
Perecendo a coisa sem culpa do devedor
Se acontece esta hipótese de a coisa se perder sem a culpa do devedor, a obrigação se desfaz, quer seja ela de dar ou restituir.
Art. 234 do CC
Se no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambos as partes.
Deteriorando-se a coisa sem culpa do devedor
Nesse caso deverá haver uma distinção para saber-se se a obrigação era de dar ou de restituir, se for a obrigação de dar, o credor pode considerar resolvida a obrigação, ou ainda ode aceitar a coisa no estado abatendo no preço o valor dos estragos causados.
Art. 235 do CC
Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Já se a obrigação era de restituir e a coisa se deteriorou sem culpa do devedor, a obrigação original se altera, pois o credor só pode reclamar a coisa deteriorada, no estado em que se encontra.
Art. 240 do CC
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização, se por culpa do devedor observar-se-á o disposto no art. 239.
Exemplo de obrigação de dar:
Um ciclista arranha o carro quando este, está sendo levado ao comprador, ou se abate o valor ou se desfaz o negócio.
2.11 perda ou deterioração da coisa objeto da prestação
1) obrigação de dar, perda da coisa objeto de prestação:
Se a coisa se perdeu antes da tradição (antes do domínio do credor) sem culpa do devedor, a obrigação se desfaz.
Exemplo: caio vende para tico um filhote de pitbull, antes da entrega o filhote adquiri uma doença e morre, neste caso o vendedor é quem sofrerá o prejuízo 
2) Obrigação de dar, deterioração da coisa objeto da prestação
A coisa se deteriora antes da tradição sem culpa do devedor, sendo que nessa hipótese a legislação abre espaço para que o comprador solucione a questão. Podendo receber a coisa abatendo de seu valor, os prejuízos.
Exemplo: caio vende para tico um computador, antes da tradição o equipamento apresenta um defeito.
Há duas possibilidade: tico desfaz o negócio ou aceita com redução dos valores da venda devido o defeito. 
Tradição : transferência de domínio, entrega efetiva.
Restituição: obrigatoriedade de devolução de algo emprestado.
3) obrigação de restituir, perda da coisa objeto da prestação.
Aquele que recebeu a coisa para guardar (depositário) deve devolvê-lo, quando lhe pedida a coisa de volta pelo dono (depositante), neste caso o depositário é o devedor e o depositante o credor. E a coisa perece (se perde) será o credor, ou seja, o depositante, pois ele é o dono da coisa assim como preceitua o art. 238 do cc
Art. 238 do CC
Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor , se perder antes da tradição sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados, os seus direitos até o dia da perda.
Exemplo: empréstimo de livro, cai uma chuva torrencial e inunda o carro do depositário, perdendo livros e outros materiais, logo o devedor não é obrigado a devolver sem culpa.
4) Obrigação de restituir, deterioração da coisa objeto da prestação
Em um contrato de empréstimo de coisa infungível, o comodatário (devedor, depositário) deve devolver ao comodante( credor , depositante) ao fim do prazo o, objeto emprestado se sem culpa do devedor, ou seja, o comodatário a coisa se deteriorou (avaria) o credor, no caso, o comodante receberá a coisa sem direito à indenização, no estado em que se encontra, e quem terá o prejuízo é o credor, ou seja, o comodante, pois ele na verdade é o dono da coisa
Artigo 240 do CC
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal que se ache, sem direito à indenização se por culpa do devedor, observar-se-á o artigo. 239.
Exemplo: empréstimo de livro, cai uma chuva torrencial e inunda o carro, mas o depositário consegue salvar o livro e apenas algumas páginas são danificadas. O devedor não é obrigado a restituir quando não tem culpa.
Empréstimo comodato = empréstimo gratuito.
2.12 acessórios da coisa
Como já vimos, o domínio só se transfere com a tradição da coisa, sendo que antes desta coisa pertence ao devedor, e todos os melhoramentos e acréscimos, como acessórios que pertencem ao principal, que é incorporado ao patrimônio do titular da propriedade, que pode exigir o aumento do preço conforme nos falar o artigo 237.
Artigo 237 do CC
Até a tradição ( domínio de transferência) pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único: os frutos percebidos são do devedor, cabendo o credor os pendentes.
Exemplo: um criador de cavalos vende uma égua à determinada pessoa e antes da tradição(domínio de transferência) observa que o animal está prenha, sendo que aquele filhote que ira nascer, lhe pertence. Sendo perfeitamente possível aumentar o preço do animal em virtude da gestação.
Ainda preceitua o artigo 241 do CC, se a coisa na obrigação de restituir, tiver melhoramento ouacréscimo sem despesas ou trabalho do devedor, quem lucrará será o credor, ou seja, o dono.
Exemplo: empréstimo de casa de veraneio à amigo. A prefeitura da cidade pavimenta a rua da casa e reforma muro e calçada, valorizando o imóvel. Contrariu sensu, se meu amigo o tivesse feito, eu deveria ressarcir.
2.13 obrigação de fazer e de não fazer
É aquela que se vincula o devedor à prestação de um serviço ou ato positivo
Exemplo: fazer um muro, pintar uma casa, escrever um livro, pintar um quadro, criar um projeto, acompanhar processo.
A obrigação de fazer, que ao lado da obrigação de dar, pertence à classe das obrigações positivas, pode ser contraída, tendo em vista que a figura do devedor, o credor pode escolher determinado devedor para prestar a obrigação, não admitindo a sua substituição, isto em razão de o devedor ser um técnico especializado, artista ou porque simplesmente o credor vê no obrigado qualidades essenciais para o cumprimento da obrigação.
2.13.1 distinções entre a obrigação de fazer e a obrigação de dar
Nem sempre é esta a crítica que costumeiramente é feita, existe distinção entre as obrigações de dar e de fazer.
Exemplo: na compra e venda, o vendedor contrai a obrigação de entregar a coisa ( um dar) bem como de responder pela evicção ( quando o credor perde a propriedade da coisa por sentença judicial) e vícios redibitórios (vícios ocultos)
Exemplo: na empreiteira, o empreiteiro contrai a obrigação de fornecer a mão de obra (fazer) e de entregar os materiais necessários (dar).
A prestação da coisa na obrigação de dar, consiste na entrega de um objeto sem que tenha de fazê-lo previamente, e na de fazer, na realização de um ato ou na confecção de uma coisa, para depois entregá-lo ao credor, logo na de dar a prestação consiste na entrega de um bem prometido para transferir seu domínio, conceder seu uso ou restituí-lo ao seu dono, e na de fazer, o objeto da prestação é um ato do devedor com proveito patrimonial para o credor ou terceiro.
Prazo pra detectar e ajuizar ação no caso de vício redibitório:
Objeto móvel: 30 dias
Objeto imóvel: 1 ano
Obrigação de dar= há tradição
Obrigação de fazer= não há tradição
2.13.2 espécies de obrigações a fazer
Obrigações a fazer fungível (impessoais)
É aquela em que a prestação do ato pode ser realizada indiferentemente tanto pelo devedor como por terceiro, caso em que o credor será livre de mandar executar o ato à custa do devedor, havendo a recusa ou mora deste, ou ainda pedir indenização pelas perdas e danos à luz do art. 249 do CC
Artigo 249 do CC
Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor, mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Exemplo: o taxista que manda pintar seu carro em uma oficina especializada, não importa para ele se será o pintor a ou b que pintará seu carro, o que vai importar é o resultado do serviço.
Obrigação de fazer coisa infungível (pessoais e personalíssimas)
Por se constituir num fazer que só pode, ante a natureza da prestação ou por disposição contratual, ser executado pelo próprio devedor, sendo portanto um intuitu personae, uma vez que levam em conta as qualidade pessoais do obrigado, ou seja sua técnica, cultura, reputação e experiência.
Artigo 247 do CC
Incorre na obrigação de indenizar perda e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível
Logo a pessoa do devedor é fator essencial, visto que celebrou o negócio em atenção aos seus requisitos pessoais, logo não está obrigado a aceitar substituto. 
As obrigações infungíveis:
São intransmissíveis, não podem ser executadas por outras pessoas, assim sendo com óbito do devedor, será extinto o contrato. Pois era personalíssima
Não podem ser cedidas, de modo que se substituído, o devedor deverá fazer novo contrato
São anuláveis, havendo erro essencial sobre a pessoa do contratante
2.13.3 consequências do descumprimento das obrigações de fazer
I- impossibilidade- esta ocorre quando a prestação se torna irrealizável, a própria lei estabelece nova distinção, conforme referida impossibilidade advenha ou não de culpa do devedor, deve ele compor o prejuízo.
Artigo 242 do CC
Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação, se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Inadimplemento = não cumprimento da obrigação.
Se o devedor não tiver culpa, devolve-se o dinheiro e se desfaz a obrigação.
Exemplo: artista que cancela show ás vésperas por estar doente.
Caso tenha culpa, pode cobrar perdas e danos.
Exemplo: artista que cancela show por se recusar à se apresentar.
O artista deve devolver o cachê, e se alguém se manifestar, este caso deve ser imputado ao caso fortuito ou a força maior.
Artigo 393 do CC
O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de casos fortuitos ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.
Se a impossibilidade advém de culpa do devedor, sendo este, o causador do impedimento como: o promitente vendedor que vende por escritura o imóvel a outro compromissado, ou ainda o artista que se mantém de férias no dia da apresentação de seu show.
Artigo 248 do CC
Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á as obrigações, se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Exemplo: vendo uma casa, recebo o sinal e o restante após. Então recebo proposta mais alta de outrem, devolvo o valor recebido + juros+ perdas e danos+ custos do advogado, etc.
Outra hipótese que o legislador considera é a do inadimplemento voluntário, ou seja, o devedor poderia cumprir a obrigação, apenas não o faz por não lhe convir.
Obrigações infungíveis:
São impostas ao devedor tendo em vista uma de suas qualidades pessoais e somente ela poderá cumpri-la.
Quando infungível, o credor em regra não poderá obter sua execução direta, posto que isto envolveria questões de violação da liberdade individual do indivíduo, pois ninguém ode ser compelido a prestar um fato contra a sua vontade
Exemplo: forçar um advogado um ato processual na causa que defende (independência funcional)
Obrigações fungíveis são aquelas que podem ser realizadas pelo devedor ou por terceiro.
Quando fungível, e o devedor estiver em mora ( atraso do serviço) ou inadimplemento (descumprimento), a lei faculta ao credor a executar o serviço por terceiro à custa de devedor ou ainda lhe cobrar perdas e danos.
Artigo 249 do CC
Se o fato puder ser executado por terceiros, será livre o credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Exemplo: pedreiro contratado para levantar um muro e não dá andamento ao serviço, compete ao credor contratar terceiro que execute o serviço e cobre o valor d devedor, ou ainda, resolver contrato exigindo indenização por perdas e danos.
2.14 obrigação de não fazer ( ato de se abster)
As obrigações de dar e fazer são consideradas obrigações positivas, enquanto que as obrigações de não fazer são obrigações negativas.
Enquanto que na obrigação de dar e fazer, o devedor compromete-se a realizar algo, nas obrigações de não fazer, o devedor se compromete a uma abstenção.
 exemplo: a obrigação contraída pelo locatário de não sublocar a coisa, a obrigação do alienante de estabelecimento comercial em não se estabelecer no mesmo ramo dentro de determinada região.
A imposição de uma obrigação negativa determinar ao devedor uma abstenção que pode ou não ser limitada no tempo.
A obrigação de não fazer pode surgir com o simples dever de tolerância, como o não realizar atos que possam obstar ou perturbar o direito de uma das partes o de terceiros, como se dá no caso do locador que se compromete a não obstar o uso pleno da coisa objeto de locação
Na realidade nessa espécie de obrigação, o devedor compromete-se a não realizar algo que normalmente, estando ausente a proibição, poderia fazer, o cumprimento ou adimplemento dessa obrigação dá-se de forma toda especial,ou seja pela abstenção mais ou menos prolongada de um fato ou de um ato jurídico
2.14.1 inadimplemento das obrigações de não fazer
É caracterizado quando o devedor praticou o ato de que prometeu abster-se assim os mesmos princípios que informam o inadimplemento da obrigação de fazer, aplicam-se às da obrigação de não fazer, e também deve se distinguir se o descumprimento derivou de culpa ou não do devedor.
Se a abstenção prometida se tornou impossível sem culpa do devedor, a obrigação se extingue.
Art. 250
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato que se obrigou a não praticar.
Exemplo: A prometeu a N não erguer muro em seu terreno, sendo que a prefeitura obrigou A construir tal muro, surgindo a impossibilidade devido a um ato imperioso e que podemos equiparar a força maior sendo que este ato de impossibilidade, não partiu do devedor, põe fim à obrigação.
Se este descumprimento da obrigação partiu do devedor que por negligência ou interesse preferiu desprezá-la e praticou o ato vedado, abre-se para o credor duas possibilidades:
Se aplica as regras do disposto no art. 251 do cc.
Art. 251 do CC
 praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Exemplo: assim que ele se obriga a não construir um muro com mais de 1,5 m de altura no terreno contiguo ao credor, foge a regra do contratado e constrói um de 3 m de altura, pode o credor intimá-lo à derrubar o muro, sob pena do devedor não o fazer, o credor mandar derrubar às custas de do devedor + perdas e danos.
Nesta aplica-se as regras contidas no artigo 389.
Art. 389 do CC
não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidas, e honorários de advogado.
Exemplo: um químico de determinada indústria, em seus experimentos cria algo inovador para ser usado na indústria a que trabalha objetivando a melhora na qualidade do produto final daquela empresa, e se compromete com esta empresa de não divulgar seu invento por um determinado tempo, em seguida ele vende a inovação à outra empresa, e nesse caso, o dano é irreparável, a única solução apontada pelo direito é a reparação desse prejuízo.
2.15 obrigação positiva e negativa
Obrigação positiva: são as características das obrigações de dar e fazer
Obrigação negativa: caracterizadas na obrigação de não fazer
2.16 obrigação de restituir
Englobada pela lei dentro das obrigações de dar a coisa certa, é aquela que tem por objeto uma devolução da coisa certa, por parte do devedor, coisa essa que por qualquer título, encontra-se em poder do devedor, como ocorre por exemplo no caso do comodato, depósito e na locação.
Sendo que na obrigação de restituir coisa certa, a prestação consiste na devolução da coisa ao credor, que já era seu proprietário, em época anterior à criação da obrigação.
Na obrigação de dar , a coisa certa pertence ao devedor até o momento da tradição, já na obrigação de restituir a coisa já pertence ao credor, que recebe de volta.
Não existe obrigação de restituir na obrigação de fazer
2.17 obrigações divisíveis e indivisíveis
Obrigação divisível: é aquela que pode ser fracionada em partes homogêneas e distintas sem alteração da qualidade essencial do todo e sem que possa diminuir o valor do produto, devendo cada parte ser autônoma, tendo mesma espécie e qualidade do todo dividido.
Obrigações indivisíveis são aquelas que por natureza não poderão ser repartidas sem alteração de sua substância e de seu valor. E essa indivisibilidade pode ainda ser por determinação judicial como ocorre:
Art. 1389 do CC
As servidões prediais são indivisíveis e subsistem no caso da divisão de imóveis, em beneficio de cada uma das porções do prédio dominante e continua a gravar cada uma das do prédio serviente, salvo se, por natureza ou destino, só se aplicarem a certa parte de um ou de outro.
Art. 1791 do CC
A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros
como já visto, a obrigação divisível é aquela cuja prestação é suscetível de cumprimento parcial sem prejuízo de sua substância ou de seu valor ,se haver multiplicidade de credores ou devedores em obrigação divisível está presumir-se-á a dividida em tantas obrigações iguais e distintas quanto forem os credores e devedores
Art. 257 do CC
Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações iguais e distintas quanto os credores e devedores
Assim se a obrigação for divisível com pluralidade de devedores, dividir-se-á em tantas obrigações iguais e distintas quanto forem os devedores.
Exemplo: se Pedro, Manoel e Joaquim devem R$ 1.200,00 à João, essa dívida deverá ser partilhada em partes iguais entre os três, ou seja, cada um deverá pagar o equivalente à R$ 400,00.
Exemplo: João deve R$ 1.200,00 à Pedro, Manoel e Joaquim, João deverá pagar a cada um deles a quantia de R$400,00
Observa-se o artigo 314 do CC.
Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Já na obrigação indivisível, a mesma só pode ser cumprida por inteiro, não comportando sua divisão em várias obrigações parceladas distintas, pois uma vez cumprida parcialmente, o credor não terá nenhuma utilidade, ou obtém a que não representa a parte que resultaria o adimplemento integral.
A indivisibilidade da obrigação poderá ser:
Física: obrigação física ou material que não pode ser fracionada em prestações homogêneas, cujo o seu valor, seja proporcional ao todo.
Exemplo: obrigação de restituir a coisa alugada.
Legal : se a obrigação for indivisível por preceito legal, que por motivos variáveis impedem a sua divisão, embora seja naturalmente divisíveis.
Exemplo: servidões prediais.
Convencional (acordo de vontades) ou contratual: se a indivisibilidade de sua prestação advir da vontade das partes, apesar de materialmente divisível.
Exemplo: contrato feito por dois vendedores de suco que se comprometem de entregar à fábrica, em uma só partida a quantidade de 1.000 litros de suco.
Judicial: quando sua indivisibilidade é proclamada por decisão dos tribunais.
Exemplo: obrigação de indenizar nos acidentes de trabalho.
Se A, B e c devem entregar uma obra de Camões, a entrega da obra terá que ser feita por qualquer um deles, podendo o credor reclamá-la tanto de um quanto de outro.
Se a obrigação for de multiplicidade de credores, cada um deles poderá exigir o débito por inteiro, mas o devedor somente se desobrigará pagando à todos conjuntamente ou a um deles tendo este, a caução de ratificação dos outros credores.
Exemplo: se A deve entregar à B, C e D um cavalo, poderá cumprir esta obrigação entregando o animal aos três ou a um deles que o exija.
2.18 obrigações solidárias
As obrigações solidárias são aquelas que na mesma obrigação concorre mais de um credor ou devedor, cada um com um direito, ou obrigação à dívida toda. Se o concurso é de vários credores, a solidariedade será ativa e se o concurso é de vários devedores, esta será passiva.
Caracteriza-se pela coincidência de interesses, para a satisfação dos quais se correlacionam os vínculos constituídos, segue-se daí que nenhuma circunstância extinta ou modificativa de um dos vínculos produzirá seu efeito próprio, em toda a relação, se a satisfação do interesse do credor não for completa.
Na obrigação solidária, devedores e credores estão unidos para conseguir o mesmo fim.
Exemplo: se Caio e Tico causarem danos ao imóvel de Paulo, com valor estimado em r$2.000,00 e de acordo com o disposto do artigo 942 do CC. Paulo poderá exigir de um só deles, ou seja, Tico paga aquela quantia e Caio fica desobrigado.
2.18.2 vantagem da solidariedade
A solidariedade ativa como veremos, vai influir pouco interesse,pois a solidariedade passiva representa importante elemento para assegurar o inadimplemento das obrigações.
E a solidariedade passiva representa para o credor, que ao invés de acionar cada devedor em cobrança de uma fração do crédito, reclama de um, de alguns o pagamento de todos.
2.18.3 fontes da solidariedade
Artigo 265 do CC
A solidariedade não se presume, resulta da lei ou da vontade das partes.
Legal: solidariedade legal é aquela que deriva da lei, da vontade do legislador.
Artigo 154 do CC
Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela tivesse ou devesse ter conhecimento a parte que a aproveite, e esta responderá solidariamente com aquele por perdas e danos.
Artigo 585 do CC
 se duas ou mais pessoas forem simultaneamente comodatários de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o comodante.
Vide também, os artigos: 672, 680, 829, 942, 1460 e 1986.
Convencional: é aquele que provém da livre manifestação de vontade das partes, mas é imprescindível que não se tenha dúvidas quanto a intenção dos contratantes em impor solidariedade, pois havendo dúvidas a utilização de palavras solenes, basta que a instituição da solidariedade resulte de expressões como: por inteiro, pelo todo, cada um, todos, um por todos e todos por um.
2.18.4 solidariedade ativa
O concurso de credores na mesma obrigação, tendo todos mesmo direito á dívida por inteiro.
Não é usual constitui-la ,a solidariedade ativa apresenta alguns inconvenientes de ordem prática, que se produzem em razão da disciplina a que esta subordinada sua relação interna. Paga a dívida toda a um dos credores, cumpre-lhes rateá-la entre os demais, uma vez que cada qual responda uma parte de prestação, após ter sido satisfeito
Assim cumprida a obrigação, os credores que não receberam a dívida passam a ter direito ao crédito contra aquela que foi paga, o risco de que não queira ou não possa fazer a divisão da quantia recebida determina a raridade da solidariedade ativa.
Cabe ao devedor escolher o credor, a menos que um deles haja exercido a pretensão, propondo ação de cobrança, neste caso, opera-se a prevenção judicial, não podendo o devedor pagar senão ao credor que o adicionou, necessário porém que a ação tenha sido proposta.
De qualquer forma, efetuando o pagamento, extingue-se a obrigação, o devedor também se libera por qualquer do modos indiretos de extinção das obrigações, tais como a novação ou remissão, desde que abranjam a totalidade da dívida.
A lei estatui regras especiais na disciplina da solidariedade ativa e prevê três situações:
Morte de um dos credores (art. 270)
Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota de crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário.
2.18.5- solidariedade passiva
É aquela que obriga todos os devedores ao pagamento total da dívida, é muito grande a sua importância na vida negocial porque , como já sinalizado, se trata de meio muito eficiente de garantia, de reforço do vínculo, facilitando o adimplemento, para que o credor insatisfeitos é necessário que todos os devedores fiquem insolventes, uma vez que pode acionar qualquer um deles pela dívida toda, como vimos desde que presente a solidariedade. Fica facilitada a conduta, sua aplicação.
2.18.6 – Renúncia
Pode o credor renunciar em favor de um, alguns ou todos os devedores.
Se o credor renunciar parcialmente, o devedor beneficiado ficará obrigado perante o credor apenas por sua parte no débito, respondendo, em relação aos demais codevedores, apenas pela sua parte, apesar de ser obrigado a contribuir com a quota insolvente, dessa maneira, a solidariedade prosseguirá relativamente aos demais codevedores, ocorrendo a sua exoneração em benefício de um dos coobrigados. Ao credor para que se possa demandar com os codevedores solidários remanescentes , cumpre abater na dívida a quantia alusiva à parte devida pelo liberado.
Explicação (carta forense)
Remissão: perdão da dívida
Renúncia: o débito permanece.
Com a contribuição da teoria dualista, percebemos que o perdão da dívida, ou seja, sua remissão, diminui o valor do débito como um todo. Assim se tivermos cinco devedores solidários da importância de R$ 100.000,00, caso o credor perdoa um dos devedores, o valor da dívida passa a ser R$ 80.000,00
Artigo 388 do CC
A remissão concedida a um dos codevedores extingue a dívida na parte à ele correspondente, de modo que, ainda reservando o credor a solidariedade contra os outros, já lhes não pode cobrar o débito sem dedução da parte remitida.
Por outro lado, a renúncia solidária não implica em diminuição do valor do débito. A solidariedade é uma garantia que tem o credor de demandar um ou alguns dos devedores por parte da dívida ou pela dívida toda (art. 264)
A renúncia solidária apenas acaba com a garantia (Hatfung). Assim, se tivermos cinco devedores solidários da importância de R$ 100.000,00, caso o credor renuncie à solidariedade com relação à todos, o valor da dívida ainda será de R$ 100.00,00 só que a obrigação possa a ser divisível e cada devedor só responderá pela sua parte- quota (art. 257)
Se quando da renúncia da solidariedade quanto à todos os devedores, as relações obrigacionais que estavam unidas pelo vínculo da solidariedade passam a ser autônomos e a obrigação divisível, a renúncia parcial surte e efeito semelhante, liberando um dos devedores solidários do feche obrigacional passando sua relação a ser autônoma quanto aos demais.
2.18.7- Execução
Embora só deva parte da prestação pode ser compelido a resgatá-la por inteiro, se isso ocorrer sofreu ele um empobrecimento em favor dos coobrigados que, sendo devedores e nada havendo desembolsado, experimentam um enriquecimento, e para recompor tal equilíbrio, confere a lei ao devedor que pagou o todo, o direito de exigir de cada coobrigado a sua quota.
Artigo 284 do CC
No caso do rateio entre os codevedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incubia ao insolvente.
2.18.8- Inadimplemento da obrigação solidária
O inadimplemento da obrigação, por parte de um dos devedores, conduz ordinariamente o credor a reclamar de outro o pagamento da prestação, e assim por diante, até receber o seu crédito.
Entretanto, é possível que a prestação se impossibilite, isto é, podem ocorrer duas hipóteses.
Se a impossibilidade deriva de força maior, a obrigação se extingue, ficando liberados todos os devedores.
Exemplo: se os devedores solidários deveriam entregar um obra literária rara e a mesma pereceu um incêndio ocasional.
Se a impossibilidade é resultante da culpa de um dos devedores, o credor tem o direito de receber o equivalente da prestação, mais perdas e danos.
Este equivalente à prestação é por todos devido, de maneira que todos são pelo mesmo responsáveis, continuando com a prerrogativa do credor de exigi-lo de um, alguns ou todos os devedores, trata-se de uma consequência da solidariedade que continua a incidir.
Mas com respeito as perdas e danos, porventura devidos, o são por culpa de um dos devedores apenas, ou seja, daquele que culposamente deu causa à impossibilidade.
Artigo 279 do CC
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos os encargos de pagar o equivalente, mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
2.18.9- Efeitos da morte do devedor solidário
Com a morte de um dos devedores solidários não rompe a solidariedade, que continua a onerar os demais codevedores. Os herdeiros respondem pelos débitos do falecido, desde que não ultrapassem as forças da herança segundo o CC. Logo cada um responderá pelo quota correspondente ao seu quinhão hereditário.
Classificação quanto ao modo de execução
Obrigações alternativas : obrigações alternativas ocorrem quando múltiplo o objeto da obrigação, o devedor se exonerar satisfazendo uma das obrigações
Para se definir qual a prestação a ser cumprida, será feita a escolha.
A obrigação alternativa sediferencia da obrigação de dar coisa incerta, porque na obrigação alternativa existem várias prestações e uma será escolhida, enquanto na incerta só há uma prestação definida apenas pelo gênero.
A obrigação alternativa é vantajosa, pois caso pereça uma prestação, ainda há outras
2.19.2 a escolha e seus efeitos
Caso não haja algo específico no contrato, cabe ao devedor.
Quando a escolha é deferida ao devedor, não pode este forçar o credor a receber parte em uma prestação e parte em uma outra obrigação.
Caso o devedor não cumpra a obrigação , deixando de oferecer uma das prestações, poderá o credor através do processo de execução, intimar o devedor para que no prazo de 10 dias cumpra a prestação, não o fazendo, a escolha caberá ao credor, que irá prosseguir na execução
Art. 800 do NCPC
Nas obrigações alternativas, quando a escolha couber ao devedor, esse será citado para exercer a opção e prestar a prestação dentro de 10 dias, se outro prazo não lhe foi determinado em lei ou contrato.
§ 1º devolver-se-á ao credor a opção, se o devedor não a exercer no prazo determinado.
§ 2º a escolha será indicada na petição inicial da execução quando couber ao credor exercê-la 
Caso a escolha caiba ao credor, este não exercendo, caberá ao devedor fazê-lo, podendo depositar a coisa por ele escolhida.
Entretanto se a escolha cabia ao credor e uma das prestações se tornam impossíveis de serem cumpridas, por culpa do devedor, dá direito ao credor de exigir a prestação subsistente, ou o valor da perdida, mais perdas e danos
Se perdeu a coisa por culpa do devedor o credor poderá cobrar o valor da prestação mais perdas e danos
Art. 255 do CC
Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perda e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclama o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos
2.19.3 direito de escolha
Pode ser transferido aos herdeiros do credor ou devedor
A escolha é a declaração unilateral de vontade, provida de obrigatoriedade, e uma vez feita e comunicada à parte contrária, é definitiva e irrevogável, pois aquele a quem compete a escolha poderá exercer a variatio.
Entretanto, se tratar de prestações periódicas ou reiteradas, a escolha efetuada em determinado tempo não priva o titular do direito de escolha da possibilidade de optar por prestações diversas no período seguinte :
Art. 252 § 2º
Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
Exemplo: se o devedor se obriga a pagar ao credo durante 4 anos, 10 automóveis ou R$ 100.000,00 a cada no podrá optar pela entrega dos veículos ou da quantia em dinheiro, pois a escolha se fez em um ano, o que não obriga a mantê-la nos anos seguintes.
2.19.4 impossibilidade ou inexequibilidade de um ou de todas as obrigações
Se o objeto da prestação era a entrega de determinado imóvel ou de um número de apólices e o prédio foi expropriado, ocorre aí a concentração e a obrigação deixa de ser complexa, para se tornar simples. O devedor só deverá prestar as apólices referidas, mas não se pode furtar a esse dever, alegando a perda da alternativa.
Se no entanto, a escolha competir ao credor e uma das prestações se tornara impossível por culpa do devedor, mudam-se os termos do problema, realmente, neste caso, a negligência ou imprudência do devedor pode causar dano ao credor, a quem talvez interessasse escolher justamente a prestação tornada impossível, por conseguinte a lei, atendendo a tal possibilidade, defere ao credor a prerrogativa ou de exigir a prestação ao credor, ou valor da outra, acrescidos das perdas e danos.
Da impossibilidade de todas as prestações
I) se todas as prestações se tornarem impossíveis, sem culpa do devedor, aplica-se a regra geral já analisada à respeito das obrigações de dar, fazer, ou não fazer, pois a obrigações se extingue, pura e simplesmente.
II) se, cabendo-lhe a escolha, não puder o devedor por sua própria culpa, cumprir nenhuma das prestações, ficará este obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, acrescido das perdas e danos..
III) finalmente, se todas as prestações se impossibilitem, por culpa do devedor, cabendo a escolha ao credor, pode este último reclamar o valor de qualquer delas, adicionado perdas e danos
É importante diferenciar quem escolhe, e se a coisa se perde com ou sem culpa do devedor.
2.20 obrigações facultativas
É aquela que não tendo por objeto senão que uma única prestação dá ao devedor a faculdade de substituir essa prestação por outra.
É aquela que tendo por objeto senão que uma única prestação dá ao devedor a faculdade de substituir essa prestação por outra prevista
Nessas obrigações, há uma prestação principal, que constitui o verdadeiro objeto da obrigação, e uma acessória ou subsidiária, essa segunda prestação constitui um meio de liberação que o contrato reconhece ao devedor.
Na obrigação alternativa, a escolha pode competir ao credor ou ao devedor, enquanto que na obrigação facultativa a faculdade de escolha, é exclusiva do devedor, porque isso é inerente à esta classe de obrigação.
2.21 obrigações cumulativas
Advém de uma relação obrigacional múltipla por conter duas ou mais prestações de dar, de fazer, ou de não fazer, decorrentes da mesma causa ou do mesmo título, que deverão realizar-se totalmente, pois o inadimplemento de uma envolve o seu descumprimento total
O credor não pode ser obrigado a receber uma sem a outra, e nem o devedor a pagar por partes, se assim não o convencionou.
Mas se houve ajuste, o pagamento poderá ser simultâneo ou sucessivo, assim sendo o devedor somente estará liberado da obrigação fornecendo todas as prestações. Quem contrai esse tipo de obrigação terá que satisfazer as várias prestações como se fosse uma só.
2.22 obrigações simples
São aquelas que existem apenas a figura de um credor, um devedor e apenas um objeto.
Classificação quanto ao seu conteúdo
Obrigação de meio e obrigações de resultado e garantia
MEIO: as obrigações de meio são aquelas exercidas por alguém que promete fazer todas os esforços para alcançar um resultado satisfatório, sem toda via garantir o êxito.
RESULTADO: são aqueles em que o obrigado promete um resultado e se este resultado não acontece, fica o obrigado inadimplente.
GARANTIA: tem por conteúdo, a eliminação de um risco, que pesa sobre o credor, visa portanto reparar as consequências de realização do risco, o devedor assumi-lo representará o adimplemento da obrigação
Classificação quanto ao tempo de adimplemento
Obrigação instantânea
Instantânea, momentânea, transeunte ou transitória é aquela que se consuma em ato em certo momento.
Exemplo: entrega de mercadoria mediante pagamento, transporte público etc.
2.21 obrigação de execução continuada
Continuada, duradoura, contínua ou periódica são aquelas que se consumam com o tempo, caracterizando-se pela prática ou abstenção de atos reiterados, solvendo-se em um espaço de tempo mais ou menos longo.
Exemplo: a venda à prazo de um automóvel ou eletrodoméstico, o fornecimento de certa mercadoria em quantidades previamente ajustada, no caso do fornecedor de batatas que se compromete a vender 100 toneladas do produto, mas divididos em 10 carregamento iguais.
2.27- obrigação modal
É a que se encontra onerada com um modo ou encargo (deve-se cumprir o que foi imposto), isto é, por cláusula acessória, que impõe um ônus à pessoa natural ou jurídica contemplada pela relação creditória.
Exemplo: obrigação imposta ao donatário de construir no terreno doado um prédio destinado para abrigar uma escola. O onerado passa então, a ter o dever de empregar o bem recebido pela maneira e com finalidade estabelecida pelo instituidor, de tal sorte que, se não houvesse essa cláusula, ele não estaria vinculado a qualquer prestação, pois o modo, em regra adere-se a atosde liberalidade.
Geralmente o encargo é aposto à doações, porém, a restrição é possível em qualquer ato de índole gratuita, como nos testamentos, na cisão não onerosa, na renúncia, são obrigações decorrentes de declaração unilateral de vontade. 
Quando aceito a liberalidade, o sujeito fica obrigado ao encargo.
2.28 obrigação a termo
Data que começa ou termina o contrato.
É aquela em que as partes subordinam os efeitos do ato negocial à um acontecimento futuro e certo. Termo é o dia em que se começa ou extingue a eficácia do negócio jurídico, não atua portanto, sobre a validade da relação obrigacional mas apenas sobre seus efeitos, o termo pode ser: inicial, final, certo ou incerto.
INICIAL: ( dies a quo) ou suspensivo, se fixar momento em que a eficácia do negócio jurídico deve iniciar-se, retardando o exercício do direito, art. 131 do CC, não suspende, portanto, a aquisição do direito que surge imediatamente, mas que só se torna exercitável com a superveniência do termo. Daí as seguintes consequências: o devedor pode pagar antes do advento do termo, os riscos da coisa certa ficam a cargo do credor, o credor não pode exigir a obrigação antes do tempo, a não ser que tenha se estabelecido em seu favor, a prescrição começa a fluir do momento em que o direito se torna exequível e permitidos estão os atos destinados a conservação do direito.
Exemplo: no caso da locação que se iniciar dentro de dois meses, o locatário poderá exercer os atos de conservação do imóvel.
FINAL: (dies ed qum) ou resolutivo art. 135 do CC, se determina a data da cessação dos efeitos do ato negocial, extinguindo as obrigações dele oriundas.
Exemplo: no caso da locação que se deverá findar dentro de 30 meses
CERTO: quando se estabelece uma data, dia, mês e ano
Exemplo: daqui a 3 anos, ou quando João atingir a maioridade.
INCERTO: se refere à um acontecimento futuro, que ocorrerá em data determinada
Exemplo: um determinado imóvel passa a ser de outrem, a partir da morte de seu proprietário atual.
Classificação das obrigações reciprocamente consideradas
Obrigação principal: é aquela existente por si só, abstrata ou concretamente, sem qualquer sujeição a outras relações jurídicas.
Exemplo: o vendedor que se obriga a alienar um bem, a entregá-lo ao comprador, o locatário que se compromete à restituir a coisa findo o prazo da locação
2.30 obrigação acessória
São aquelas que surgem com a simples finalidade de se agregarem á outras.
Exemplo: os juros, para existirem dependem de uma obrigação principal. Na fiança, uma vez que a obrigação do fiador cessa com a extinção do débito na principal.
A obrigação acessória segue a principal, desaparecendo a principal, desaparece a acessória, porém não é recíproco 
Pode o contrato ser perfeito, sendo nula a fiança por incapacidade do agente, e sendo assim o contrato principal segue.
Sendo nulo o contrato principal não há o que se falar em fiança, porque desapareceu a eficácia da obrigação principal, não tendo mais o que a fiança garantir.
Exemplo: contrato de fiança, contrato de garantia.
Classificação de obrigação anômalas ou híbrida
Obrigação “ PROPTER REM” : é a obrigação real, que liga o proprietário à coisa diretamente.
É aquela em que o devedor, por ser titular de um direito sobre uma coisa, fica sujeito a uma determinada prestação que, por conseguinte, não derivou da manifestação expressa ou tácita da sua vontade.
O que o faz devedor, é a circunstância de ser titular do direito real, e tanto isto é verdade, que ele se libera da obrigação se renunciar à esse direito.
Exemplo: o proprietário de um prédio.
Art. 1297 do CC
O proprietário tem o direito a cercar, murar, valar ou tapar qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele a demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas.
Art. 1280 do CC
O proprietário ou possuidor tem o direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação destes, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente.
Art. 1315 do CC
O condomínio é obrigado, na proporção de sua parte, a concorrer, para as despesas de conservação ou divisão da coisa, e a suportar os ônus a que estiver sujeita.
2.31.1 características fundamentais da obrigação PROPTER REM
) prende o titular de um direito real, seja ele quem for, em virtude da sua condição de proprietário ou possuidor.
II) o devedor se livra da obrigação pelo abandono do direito real.
III) a obrigação se transmite aos sucessores à título singular do devedor.
2.32 efeitos das obrigações
Os efeitos das obrigações, antes o vínculo obrigatório que essas relações implicam, uma vez que o credor tem o direito de exigir a prestação e o devedor tem o dever de cumpri-la, abrangendo as seguintes questões: 
1º: dos modos extintivos das obrigações, isto é, dos atos que exoneram o devedor da relação creditória, libertando-0 do poder judiciário e do credor, de maneira que desapareça o direito deste contra aquele.
2º: das consequências do inadimplemento das obrigações, ou seja, dos meios pelos quais o credor poderá obter o que lhe é devido, compelindo o devedor a liberar-se da obrigação por ele contraída.
2.33 das pessoas vinculadas à obrigação
A obrigação personalíssima é aquela que vinculam as partes, em virtude de sua condição particular, isto é, por serem inerentes à pessoa, por exemplo: um artista de renome contratado para pintar um retrato, caso este venha a falecer, esta incumbência de pintar o retrato não poderá ser repassada aos seus herdeiros.
Todavia, se a obrigação não for personalíssima, as partes se vinculam juridicamente e estes vínculos são transmitidos aos seus herdeiros.
É por força desse vínculo que o credor pode exigir do devedor o cumprimento da obrigação devida e em caso do devedor o cumprimento da obrigação devida e em casa de inadimplemento, o credor pode recorrer ao judiciário para obter o ressarcimento do prejuízo advindo da inexecução da obrigação. 
2.3.4 promessa de fato de terceiro
Ninguém pode vincular terceiro à uma obrigação, a pessoa só se torna devedora ou por manifestação de as vontade, ou por força da lei, ou em decorrência de ato ilícito por ele praticado.
Por conseguinte, se alguém promete ato de terceiro, o terceiro não se obriga, a menos que dê sua anuência à proposta.
Todavia, não há ilícito no ato do promitente e sua promessa, apenas vincula a uma obrigação de fazer ou seja, a de conseguir o ato de terceiro, sendo que a inexecução desta obrigação de fazer o sujeita à indenização do prejuízo.
3.1 pagamento
Execução satisfatória da obrigação; adimplemento; resolução. Cumprimento (sentido lato)
Execução voluntária e exata da parte do devedor, da prestação devida ao credor, no tempo, forma e lugar previstos no título constitutivo, ou atendendo solicitação do credor, desde que não seja obrigado.
Meio direto e voluntário de extinguir a obrigação.
Quem deve pagar
Normalmente será o devedor obrigado a pagar o seu débito, mas pode ocorrer situações que o próprio legislador contemple como pessoas que podem pagar no lugar do próprio devedor
Pagamento efetuado por pessoa interessada
O principal interessado na solução da dívida é evidentemente, o devedor, a quem cabe não só o direito, mas como o dever de pagar, mas pessoas como o fiador podem se interessar igualmente.
Pois o fiador sendo ele, subsidiariamente responsável pela prestação, lhe convém muitas vezes, oferecer por ocasião do vencimento, para evitar que a mês ase agrave com os efeitos da mora, de modo que a leu lhe confere a prerrogativa de pagar, obrigando o outro lado, o credor a receber e dar a quitação.
Mas o pagamento também pode ser efetuado por sublocatário que purga a mora do inquilino, afim de evitar seu despejo por falta de pagamento de alugueis atrasados, ele tem interesse em elidir o despejo, e por essa razão, pode pagar o débito do inquilino,sem que seja lícito ao locador recusar a prestação.
Se houver recusa por parte do locador em receber o pagamento, pode o interessado pagar em consignado em juízo.
O pagamento feito por outro que não o próprio devedor pode gerar consequências em alta relevância, conduzindo a sub-rogação do solvens a todos os direitos do accipiens
Pagamento efetuado por terceiro não interessado
Não é só o devedor ou terceiro interessado que pode efetuar o pagamento, a lei admite que mesmo terceiros não interessados o promovam, sem que possa o credor rejeitá-lo, desde que o façam em nome e por conta do devedor. A regra se inspira no interesse individual e também no interesse social.
Sob o aspecto individual do credor, e desde que ele receba exatamente a prestação avançada é indiferente ser ela prestada por terceiros, pois de qualquer modo sua obrigação em nada se agrava.
Na primeira hipótese, o terceiro não interessado pode pagar a dívida em nome do devedor, nesse caso a obrigação se extingue se que surja ou possa surgir qualquer relação entre solvens e devedor beneficiado pelo pagamento, a doutrina consagra que nesse caso houve liberalidade por parte do terceiro.
Na hipótese de o terceiro pagar a dívida em seu próprio nome, terá o direito de reembolsar-se e não de se sub-rogar( tomar o lugar do credor)
Com o solvens pagou a dívida que não era sua sem qualquer causa jurídica que o justificasse, assim sofrendo um empobrecimento correspondente ao enriquecimento do devedor, tem o direito a devolução do valor. 
Art. 305 do CC
O terceiro não interessado que paga a dívida em seu próprio nome tem direito a reembolsar-se do que pagar, mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Na terceira hipótese, o pagamento pode ser efetuado por terceiro não interessado pode ocorrer com a anuência ou com oposição do devedor.
No primeiro caso, ou seja o terceiro não interessado paga o débito com a anuência do devedor,, mas pode acontecer de o devedor recusar com ou sem motivo ao pagamento de sua dívida por terceiro não interessado, caso seja irrelevante suas razões, o legislador ignora seu protesto.
Mas se sua oposição ao pagamento por terceiro advier de bons motivos, tais como exceções pessoais oponíveis ao credor capazes de elidir a cobrança da divida, a lei dando validade ao fato, para efeito de extinguir a relação jurídica original
Art. 306 do CC
O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para elidir a ação.
Pagamento efetuado pela transmissão da propriedade
O pagamento nem sempre consiste em uma entrega de dinheiro, e não raro, se efetua pela transmissão do domínio de uma coisa móvel ou imóvel.
Por vezes ainda, a obrigação se cumpre pela dação em pagamento, esta é uma forma de execução voluntária da obrigação, e que consiste na entrega de uma coisa, que não a prestação devida, para extinguir a obrigação, logicamente que irá depender da anuência do credor.
Art. 313 do CC
O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Quer a prestação consista originalmente na entrega de uma coisa, quer se tenha transformado, pela concordância das partes, em uma obrigação de tal conteúdo, o pagamento só valerá quando feito por quem possa alienar o objeto
Aqui se trata não só da capacidade genérica para qualquer ato jurídico, como também da capacidade específica para o ato de alienação que se tem em vista.
Podíamos mesmo distinguir, de um lado, as restrições referentes à pessoa do solvens, e de outro, as restrições concernindo o objeto a ser dado em pagamento
Não basta que seja capaz o solvens, é mister que se tenha legitimação ativa para efetuar o pagamento, assim, o tutor não pode dar em pagamento, imóvel do tutelado sem autorização judicial.
Dação de pagamento: ato de liberalidade do credor, o objeto oferecido não precisa ser do valor da dívida.
A quem se deve pagar
Para que o pagamento exonere o devedor da obrigação, é mister que seja feito ao credor, ou que de direito de represente.
Art. 308 do CC
O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ter ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Do pagamento efetuado diretamente ao credor
O credor, é originalmente a pessoa indicada para receber a prestação, só excepcionalmente é que o pagamento é que o pagamento a ele efetuado não libera o devedor.
DO PAGAMENTO EFETUADO AO CREDOR INCAPAZ: sendo o pagamento efetuado ao credor incapaz de quitar o débito não existe ali qualquer prova, por definição, mesmo a quitação por ele emanada é nenhuma.
Art. 310 do CC
Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em beneficio dele efetivamente reverteu.
Assim, se alguém pagar a menor impúbere, e não a seu pai, tutor ou curador, a importância que devia ao primeiro, mas que deveria ter sido entregue ao segundo, ou seja, seu representante legal, não é apenas quitação que se mostra inadequada para revelar a extinção da obrigação, mas é o próprio pagamento que se considera irrealizado.
No entanto pode o incapaz, o accipiens (aquele que recebe), tenha dado ao dinheiro um bom destino, de modo a se aproveitar da prestação.
Mas se o menor impúbere recebeu a prestação em virtude de seu pouco amadurecimento, a esbanjou, e se isto acontecer o pagamento não será válido.
Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado
Existem na verdade, outras duas situações em que o pagamento feito ao credor não libera o devedor, dá-se quando o devedor houver sido intimado: a) de penhora feita sobre o débito por que é responsável. B) de impugnação a ele oposta por terceiro. Sendo em ambas as situações cuida-se de resguardar direitos dos credores do credor.
Pagamento efetuado ao representante do credor
O pagamento é válido não só quando feito ao credor, mas também ao seu representante, são espécies de representantes: 
Legais: são os pais, tutores ou curadores
Judiciais: são nomeados pelo juiz como depositário judicial
Convencionais: são os portadores de mandato
Prova do pagamento e quitação
Prova é a demonstração material, palpável de um fato, ato ou negócio jurídico, é a manifestação externa de um acontecimento, e sendo quem paga tem o direito a se munir da prova desse pagamento, da quitação
Art. 319 do CC
O devedor que paga tem direito a quitação regular , e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 320 do CC
A quitação que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com assinatura do credor ou do seu representante
É um direito dele, e é dever do credor dar quitação uma vez recebido o pagamento.
Recibo é documento idôneo para comprovar o pagamento das obrigações de dar e fazer, já nas obrigações de não fazer, o ônus da prova é do credor, que deve evidenciar se foi praticado o ato.
Se o credor se recusar a conceder a quitação ou não dá na devida forma, pode o devedor adicioná-lo, e a sentença substituirá a regular quitação, trata-se de ação para obrigar o réu a uma manifestação de vontade, sendo que a sentença substitui esta vontade renitente.
Presunção de pagamento
Art. 322 do CC
Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
A posse do título pelo credor é presunção de que o título não fora pago pelo devedor. O mais lógico é entender que o credor não receberia a última prestação se a anterior não tivesse sido paga, admite-se, no entanto, prova em contrário, daí porque é costume, por exemplo, nas contas de fornecimento de energia elétrica, agua, etc. vir inserida a declaração de quitação da última conta não faz presumir a quitação de débitos anteriores. 
Art. 323 do CC
Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.Art. 324 do CC
A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento 
Quando o título representa a obrigação, essa presunção é relativa porque o título pode ter sido obtido com violência, a remessa do título pode ter sido efetuado por engano
Art. 325 do CC
Presume-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação, se ocorrer aumento por fato do credor, suportará esse a despesa acrescida.
Salvo em estipulação, não é justo que o devedor arque com despesas por fator supervenientes para os quais não concorreu.
Lugar do pagamento
No silêncio da avença, o pagamento será efetuado no domicilio do devedor
Art. 327 do CC
Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
O problema surge quando o devedor muda de domicílio, sendo que o credor não pode ficar preso ao capricho do devedor, embora haja divergências na doutrina e sendo a lei omissa, o mais lógico é que o credor opte por manter o mesmo local originalmente indicado, se isso não for possível e o pagamento tiver que ser necessariamente em outro local o devedor terá que arcar com as despesas de deslocamento do credor.
Tempo do pagamento
É muito importante a determinação do instante em que se deve começar a pagar o débito, visto que ele só será exigível quando vencer, o momento em que se pode reclamar a dívida designa-se vencimento, mas deve ser observado se houve ou não determinação negocial.
Havendo determinação negocial: se as partes estipularam data para o cumprimento da d´vida, esta deverá ser paga no seu vencimento, sob pena de incorrer em mora e em suas consequências. 
Art. 394 do CC
Considerar-se em mora o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não quiser recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou a convenção estabelecer.
Não havendo determinação negocial: se as partes não ajustaram data para o pagamento da dívida, o credor poderá exigi-lo imediatamente, faltando a estipulação do dia do vencimento, vigorará o principio da satisfação imediata
Art. 331 do CC
Salvo disposição legal em contrário, não tendo sido ajustada época para o pagamento, pode o credor exigi-lo imediatamente 
Art. 334 do CC
Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legal
Pagamento indevido
Caso atípico de obrigação de restituir, fundada no princípio de enriquecimento sem causa, segundo o qual ninguém pode enriquecer à custa alheia, sem causa que a justifique.
Art. 876 do CC
Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incube àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
O pagamento indevido é uma das formas de enriquecimento ilícito, por decorrer de uma prestação feita por alguém com o intuito de extinguir uma obrigação erroneamente pressuposta, gerando a quem receber, por imposição legal, o dever de restituir.
Pressupostos da ação in rem verso
Para que haja pagamento indevido e consequentemente, o direito do solvens de propor a ação in rem verso, é preciso que ocorram os seguintes pressupostos.
Enriquecimento patrimonial do accipiens (credor): tal aumento do patrimônio é dado pela diferença entre a situação econômica em que o accipiens se encontra e aquela em que estaria, se não houvesse pagamento indevido. Dessa forma, terá a titularidade do direito à restituição.
Empobrecimento do solvens (devedor): por consequência de seu ato, ter-se-á uma diminuição em seu patrimônio, visto que haverá um deslocamento, para o ativo patrimonial alheio, de algo que lhe pertencia.
Relação de imediatidade: isto é, o enriquecimento de um deve decorrer diretamente da diminuição patrimonial do outro. O empobrecimento do solvens deve ocorrer simultaneamente com o enriquecimento do accipiens, para que se caracterize o indébito, tanto o empobrecimento quanto o enriquecimento deverão resultar de uma mesma circunstância 
Falta de causa jurídica justificada do pagamento: se alguém enriquecer às custas de outrem em razão de contrato ou de força da lei, não terá o menor cabimento a propositura de ação in verso, vigora em nosso direito, portanto o principio de que somente o enriquecimento sem causa jurídica ocasione diminuição patrimonial de outrem acarreta obrigação de restituir a quem foi lesado com o pagamento.
Subsidiariedade da ação in rem verso: “ a ação in rem verso deve ser repelida quando uma outra ação poderia ter sido proposta e não foi, tendo prescrito a prerrogativa do autor, deve igualmente ser rejeitada quando o demandante a ela recorre para fugir à obrigação de provar, por escrito, o contrato que funda a sua dívida, ou quando o prejudicado lança mão de tal processo para obter uma prestação, ou um serviço, ou qualquer outro resultado que a lei ou o contrato excluíam, trata-se de impedir que a ação in rem verso, transtorne toda a ordem jurídica.
Presentes todos esses pressupostos, autorizado estará o lesado a obter o restabelecimento de seu patrimônio.
Pagamento por consignação
É o meio indireto do devedor exonerar-se do liame obrigacional, consiste no depósito judicial da coisa devida, nos casos e formas da lei.
É um modo especial de liberar-se da obrigação, concedido por lei ao devedor, se ocorrerem certas hipóteses excepcionais, impeditivas do pagamento, apenas nos casos previsto em lei, poderá o devedor ou terceiro, requerer com efeito de pagamento, a consignação da quantia ou coisa devida.
Se inexistir razão legal, se o devedor, sem nada justificar depositar a prestação devida, em vez de pagar diretamente ao credor ou ao seu representante, será ele tido como carente de consignatória, por não haver motivo para a propositura da ação, desse modo seu depósito será julgado improcedente e não se terá pagamento algum, sofrendo o depositante todas as consequências de sua conduta.
É meio indireto de pagamento, uma vez que a prestação, não é entregue por motivo justo ao credor, mas depositada em juízo para não sofrer as consequências da mora, ou seja, retardamento de cumprimento da obrigação.
Requisitos: os requisitos da consignação são os mesmos necessários para a validade do pagamento, quer em relação as pessoas, quer em relação ao objeto, quer em relação ao modo de efetuá-la
Art. 336
Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Quanto as pessoas, cumpre lembrar que a ação deve ser proposta contra o credor ou o seu representante, por quem tenha qualidade para efetuar, isto pe, o próprio devedor ou terceiro.
Ex: depósito efetuado pelo sublocatário, embora trata-se de um terceiro, tem ele o interesse de continuar na locação.
Quanto ao objeto, é mister que a prestação oferecida seja íntegra, consista na entrega da coisa avençada e na qualidade devida.
Ex: não procede a consignação se o devedor, descontando da prestação importâncias que acha indevidas, deposita apenas a diferença.
Pagamento por sub-rogação
O termo sub-rogação significa, em nossa ciência, substituição, a sub-rogação não extingue propriamente a obrigação. 
No pagamento com sub-rogação, um terceiro, e não o primitivo devedor, efetua o pagamento, esse terceiro substitui o devedor originário da obrigação, de forma que passa a dispor de todos os direitos, ações e garantias que tinha o primeiro. Ressalta evidente que, quando alguém paga o débito de outrem, fique com o direito de reclamar do verdadeiro devedor o que foi pago e que esse crédito goze das mesmas garantias originárias, não há prejuízo algum para o devedor, que em vez de pagar o que deve a um, deve pagar o devido ao outro.
Utilidade da sub-rogação
Como o inadimplemento das obrigações representa elemento de desequilíbrio na harmonia social, o ordenamento jurídico almeja o cumprimento em dia das obrigações, sendo que o terceiro que efetua o pagamento de dívida alheiatem da lei as garantias de reembolso.
Ora a sub-rogação, transferindo para o solvens todas as garantias e acessórias da dívida que pagou, mune-o dos direitos que o primitivo credor contava, aumentando-lhe as probabilidade de recobrar o que despendeu.
Portanto, sobre esse aspecto de ordem geral, a sub-rogação é um instituto bastante útil.
Sendo que a sub-rogação útil ao sub-rogado, porque lhe assegura reembolso, é útil para o credor original, porque pode conduzir terceiro a pagar a dívida, em momento em que o devedor talvez não pudesse fazê-lo, é útil ao devedor, que talvez não contasse com elementos para pagar a dívida e a quem a mudança de credor pode livrar de uma execução iminente.
Espécies de sub-rogação
Sub-rogação legal: é aquela que deflui da lei, o próprio legislador contemplando várias hipóteses em que terceiros saldam débitos de outrem, confere-lhes a titularidade dos direitos do credor, incorporando em seu patrimônio o crédito que resgataram, ela se processa de pleno direito, isto é. Automaticamente, independente, portanto de qualquer convenção entre os interessados .
Art. 346 do CC
A sub-rogação opera-se de pleno direito, em favor: III- do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Sub-rogação convencional: é aquela emanada da vontade das partes, seu caráter é puramente contratual, ela se dá por ajuste entre o credor e sub-rogado, quer pela avença entre o mesmo sub-rogado e o devedor.
Art. 347 do CC
A sub-rogação é convencional: I- quando o credor recebe pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos. II- quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar mutuamente sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Cláusula penal
É obrigação acessória pela qual se estipula pena ou multa destinada a evitar o inadimplemento da principal, ou o retardamento de seu cumprimento.
A cláusula penal consiste, em previsão sempre adjeta a um contrato, de natureza acessória, estabelecida como reforço ao pacto obrigacional, com a finalidade de fixar previamente a liquidação de eventuais perdas e danos devidas por quem descumpri-los.
Funções da cláusula penal
Atua como meio de coerção (intimidação) para compelir o devedor a cumprir a obrigação, e assim, não ter que pagá-la
Como prefixação das perdas e danos (ressarcimento) devidos em razão do inadimplemento do contrato.
Larenz ressalta esses aspectos, assinalando que a finalidade de semelhante pena contratual ou pena convencional é em primeiro lugar, estimular o devedor ao cumprimento do contrato. Fora da cláusula penal deve-se comprovar o prejuízo. 
Espécies de cláusula penal
Compensatória: estipulada para a hipótese de total inadimplemento da obrigação. Em geral é de valor elevado, igual ou quase igual ao da obrigação principal. 
Art. 410 do CC
Quando se estipular a cláusula penal para o caso de total inadimplemento da obrigação, esta converte-se em alternativa a benefício do credor.
Moratória: destinada a assegurar o cumprimento de outra cláusula determinada. Destinada a evitar o retardamento, a mora.
Art. 411 do CC
Quando se estipular a cláusula penal para o caso de mora, ou em segurança especial de outra cláusula determinada, terá o credor o arbítrio de exigir a satisfação da pena cominada juntamente com o desempenho da obrigação principal.
Juros legais e a mora
Juros compensatórios: também chamados de remuneratórios, são os devidos como compensação pela utilização de capital pertencente a outrem. Resultam de uma utilização consentida de capital alheio. Em regra são convencionados.
Juros moratórios: são os incidentes em caso de retardamento na sua restituição ou de descumprimento da obrigação. Os primeiros devem ser previstos no contrato, estipulados pelos contratantes, não podendo exceder a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de imposto devidos à Fazendo Nacional.
Juros legais: previsto ou impostos pela lei
Juros convencionais: são ajustados pelas partes, de comum acordo. Resultam, pois, de convenção por elas celebrada.
Dação em pagamento
A dação em pagamento vem a ser um acordo liberatório, feito entre o credor e o devedor, em que o credor consente na entrega de uma coisa diversa da avençada.
O art. 356 do CC fala da substituição do pagamento em dinheiro por outra coisa, mas a dação em pagamento, contudo não se restringe como a princípio demonstra a lei, à substituição de dinheiro por coisa, basta que se substitua, quando do cumprimento da obrigação, o objeto original dela. É um acordo liberatório que só pode ocorrer após o nascimento da obrigação, pode consistir na substituição de dinheiro por coisa, como também de uma coisa por outra, assim como a substituição de uma coisa por uma obrigação de fazer.
Requisitos e natureza jurídica
Para que ocorra a dação em pagamento, há necessidade de uma obrigação inicialmente criada, um acordo posterior, em que o credor concorda em aceitar coisa diversa e, por fim, a entrega da coisa diversa com finalidade de extinguir a obrigação.
Trata-se, pois, de um negócio jurídico bilateral, oneroso e real, pois implica a entrega de uma coisa, sua finalidade é extinguir a dívida, se a coisa entregue for imóvel, segue todas as regras aplicadas às alienações de bens imóveis, como escritura pública, registo de imóvel.
Na dação em pagamento não há necessidade de equivalência de valor na substituição, não há nem mesmo necessidade de que as partes expressem um valor, tão só que manifestem sua intenção de extinguir a dívida com a entrega.

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