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A atuação do Psicólogo Escolar em relação ao Bullying

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39
FACULDADES INTEGRADAS DE JAÚ
PSICOLOGIA
LUCIMARA BARBOSA
SILVIANE ROSSI TONIN
A atuação do Psicólogo Escolar em relação ao Bullying
 
Jaú – SP
2016
LUCIMARA BARBOSA
SILVIANE ROSSI TONIN
A atuação do Psicólogo Escolar em relação ao Bullying
	
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Jaú, como parte dos requisitos para obtenção do Bacharelado em Psicologia, elaborado sob a orientação da Profa. Dra. Elaine Cristina Gardinal Pizato
Jaú – SP
2016
FICHA CATALOGRÁFICA
LUCIMARA BARBOSA
SILVIANE ROSSI TONIN
A atuação do Psicólogo Escolar em relação ao Bullying
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Psicologia das Faculdades Integradas de Jaú, como parte dos requisitos para obtenção do Bacharelado em Psicologia, elaborado sob a orientação da Profa. Dra. Elaine Cristina Gardinal Pizato
Data da aprovação: Jaú, de de 2016
Profa. Dra. Elaine Gardinal Pizato – Orientadora - FIJ
________________________________________________
_________________________________________________
______________________________________________
AGARADECIMENTOS
Primeiramente a Deus, que permitiu que tudo isso acontecesse ao longo de nossas vidas. Ele é o maior Mestre que alguém pode conhecer!
Agradecemos a todos os professores da graduação, que foram tão importantes nas nossas vidas acadêmicas e no desenvolvimento dessa monografia.
Às nossas amigas Cláudia Scachetti e Jéssica Daiana dos Santos Lima, pela amizade, compreensão e carinho. 
A todos que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação, o nosso muito obrigado!
DEDICATÓRIA
“A intolerância, a ausência de parâmetros que orientem a convivência pacífica e a falta de habilidade para resolver os conflitos são algumas das principais dificuldades detectadas no ambiente escolar. Atualmente, a matéria mais difícil da escola não é a matemática ou a biologia; a convivência, para muitos alunos e de todas as séries, talvez seja a matéria mais difícil de ser aprendida.”
Cleo Fante
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABRAPEE		Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional
ANPEPP		Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Psicologia
ECA			Estatuto da Criança e do Adolescente
RESUMO
	
O presente trabalho aborda o fenômeno bullying, buscando compreender suas características, bem como as maneiras mais eficazes de combatê-lo e preveni-lo. Para tal objetivo buscou-se também aprofundar-se na atuação do psicólogo escolar e em seu papel junto ao enfrentamento do bullying. Trata-se de um estudo de natureza teórica, baseado na consulta à literatura da área. Foi possível constatar uma estreita ligação entre a ocorrência do fenômeno e as características do ambiente escolar. Também foi possível verificar que para o combate eficaz do bullying mudanças nas estruturas das instituições de ensino deveriam acontecer e que o profissional capacitado para analisar e propor tais mudanças seria o profissional da psicologia escolar. Nesta pesquisa também foram discutidas as práticas específicas do psicólogo escolar e os motivos pelos quais é tão escassa a presença desse profissional no ambiente educacional. Sendo assim, notou-se que as mudanças nas escolas precisam ser, sobretudo, em relação ao modo como se dão as relações interpessoais. Por meio da atuação do psicólogo escolar é possível contribuir para a construção de uma nova dinâmica no ambiente educacional, auxiliar na transformação das relações sociais, buscando torná-las mais tolerantes e menos conflitivas. Desse modo, será possível criar um clima desfavorável para a manutenção da violência e do bullying.
Palavras-chave: bullying; violência escolar; psicologia.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO	11
2 MÉTODO.........................................................................................................14 
3 BULLYING: UMA VIOLÊNCIA LATENTE	15
3.1 O fenômeno bullying: histórico e caracterização	15
3.2 Estratégias e propostas para prevenção e enfrentamento do fenômeno bullying	20
4 A PSICOLOGIA ESCOLAR	22
4.1 Psicologia Escolar: um breve histórico	23
4.2 Psicologia Escolar contemporânea: contribuições, práticas e desafios..........................................................................................................27
5 O PAPEL DA ESCOLA E DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE AO ENFRENTAMENTO DO BULLYING	30
5.1 A relação entre o ambiente escolar e o desenvolvimento da violência	31
5.2 A contribuição da Psicologia Escolar para a prevenção e combate ao bullying	33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS	36
 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	37
INTRODUÇÃO 
A história da violência na humanidade é tão antiga quanto às tentativas de reprimi-la. De início o termo violência era restrito ao aspecto físico, mas atualmente ele tem se expandido passando a abranger outros aspectos que também podem ser igualmente violentados, como o social e o psicológico. As crianças sempre foram as maiores vítimas da violência devido à ideia fortemente disseminada de que a criança pertence aos genitores, justificando assim diversas formas de abuso. (LOPES NETO, 2011).
Para Fante (2011), é necessário que se atente também para uma violência específica entre as crianças e adolescentes, que tem crescido vertiginosamente, no ambiente escolar. Não somente a violência que se manifesta de maneira explícita, mas na que ocorre de forma silenciosa. São comportamentos cruéis e persistentes, que visam intimidar, humilhar e constranger vítimas específicas. É o chamado bullying.
A palavra inglesa bully significa valente, que faz referência ao agressor e o termo bullying denomina os atos a fim de intimidar e humilhar (DEBARBIEUX; BLAYA, 2002). Esse tipo de violência silenciosa costuma desencadear a violência explícita, gerando um ciclo preocupante (FANTE, 2011).
A prática do bullying acontece desde a educação infantil até a universidade, variando o perfil das vítimas e dos agressores de acordo com a faixa etária. As agressões podem ocorrer de forma direta ou indireta, sendo as do primeiro tipo manifestações físicas, verbais, gestuais, sonoras ou relacionais. E as do segundo tipo atos praticados na ausência da vítima, mas que a atinjam de alguma forma, como ameaças, furtos, danos materiais, exclusão, entre outras (LOPES NETO, 2011). 
As brincadeiras e chacotas intencionais e repetitivas, que antigamente eram tidas como inofensivas sempre existiram nas escolas, porém a partir de estudos realizados pelo psicólogo Dan Olweus, na década de 80, o bullying foi caracterizado como um problema com causas, consequências e que deveria ser prevenido e combatido. O tema chegou ao Brasil no início de 2000 e, desde então, tem gerado um forte debate acerca das consequências e das medidas preventivas e punitivas para o problema (FREIRE; AIRES, 2012).
Entretanto, muito tem sido feito a fim de enfrentar e punir o bullying por meio de medidas judiciais, como a criação de projetos de lei, divulgação de disque denúncias, entre outras ações do tipo. Entretanto, para Freire e Aires (2012) o problema deve ser encarado como um fenômeno social, devendo ser pensado dentro do contexto de cada escola, das características sociais, econômicas e psicológicas dos alunos nela inseridos. Sendo assim, diante da ampla diferença de perfis de uma escola para outra, as medidas preventivas e punitivas não podem ser iguais, devem ser elaboradas de acordo com as especificidades. 
O enfrentamento do bullying tem que ser baseado sobretudo em ações de caráter preventivo. O profissional adequado para pensar, planejar e executar essas ações dentro da escola é o psicólogo escolar, que a partir de uma análise institucional é capaz de elaborar medidasque vão ao encontro das necessidades de determinada instituição e de suas características. A proposta de prevenção e enfrentamento do bullying vai ao encontro da atuação do psicólogo escolar, que visa, entre outros objetivos, analisar e buscar aperfeiçoar os processos interativos entre os diversos agentes da comunidade escolar. Nesse caminho é possível identificar precocemente situações que configuram tipos de violência escolar, como o bullying. (FREIRE; AIRES, 2012). 
Por meio do mapeamento detalhado da escola, o psicólogo escolar pode compreender quais são suas características, seus conflitos e como se dão as relações entre os agentes institucionais e os alunos. Sendo assim possível elaborar medidas e ações específicas de acordo com o levantamento de dados da instituição analisada. Ações como o fortalecimento da relação escola-família a fim de auxiliar na detecção precoce de conflitos, a criação de espaços para debate sobre o bullying e outras formas de violência, bem como o diálogo sobre outros problemas da instituição que também precisem ser sanados ou evitados. Igualmente importante são as ações que visem conscientizar acerca dos papéis de cada um dentro da instituição, a fim de assegurar relações mais saudáveis dentro do ambiente (MARINHO-ARAÚJO; ALMEIDA, 2008).
Dessa forma, fica evidente que não há uma fórmula única ou pronta para o enfrentamento do bullying. Sendo ele um fenômeno é essencial considerar o contexto onde ele ocorre e o perfil geral dos envolvidos. Fica claro também a necessidade da inserção do psicólogo escolar na rotina das instituições para o enfrentamento do fenômeno, já que papel do profissional da psicologia é fundamental para realizar a análise do perfil da escola, dos alunos e do demais agentes da instituição. Bem como compreender de que forma se dão as relações entre os agentes no ambiente, a fim de estipular estratégias de prevenção e enfretamento de acordo com o contexto (FREIRE; AIRES, 2012) 
Considerando a relevância do tema bullying na contemporaneidade e a urgente necessidade de compreender suas origens para poder combate-lo e preveni-lo, busca-se, neste trabalho, compreender suas características, causas, consequências, bem como refletir sobre o que tem sido feito a fim de evitar e prevenir este fenômeno nas escolas. Discute-se também o papel do psicólogo escolar como agente de mudança diante de conflitos da complexidade do bullying. 
2 MÉTODO
O presente trabalho consiste em um estudo de natureza teórica, baseado na consulta à literatura da área, que visa descrever e compreender o bullying, bem como discutir o papel do psicólogo escolar diante do problema. Para se atingir os objetivos pretendidos, procedeu-se à consulta à literatura da área, em bases de dados científicas, como Scielo e Bvspsi, utilizando as seguintes palavras-chaves: bullying, violência escolar e psicologia. A consulta à bibliografia especializada foi realizada ao longo dos meses de janeiro, fevereiro e março do ano corrente. Além de livros específicos sobre o tema. Foram consultados, selecionados e utilizados livros e artigos científicos que se mostraram compatíveis com o tema desta pesquisa, isto é, o bullying na escola e a atuação do psicólogo escolar.
Tabela 1. Dados da pesquisa por artigos
	Palavra-chave pesquisada
	Base de dados
	Quantidade 
	Bullying; violência escolar; psicologia
	Bvspsi
	9 artigos
	Bullying; violência escolar; psicologia
	Scielo
	12 artigos
Total								 21 artigos	
3 BULLYING: UMA VIOLÊNCIA LATENTE 
	O bullying consiste em uma forma de violência escolar e tem sido enfaticamente pesquisado devido à frequência cada vez maior que casos de vítimas desse fenômeno tem vindo à tona. Para pensar em maneiras e estratégias de combate-lo e preveni-lo é preciso primeiramente entender que o bullying é apenas um tipo entre inúmeras violências que acometem crianças e adolescentes e que suas práticas são muito amplas (FANTE, 2011). Dessa forma, na primeira parte do trabalho será abordado brevemente a história dos direitos das crianças e dos adolescentes no Brasil, a conceituação do bullying e suas particularidades, bem como o que tem sido feito para combater o fenômenos em alguns países.
3.1 O fenômeno bullying: histórico e caracterização
A história da violência contra crianças e adolescentes na humanidade é de longa data e segundo Lopes Neto (2011) a crença de que os genitores são proprietários dos menores contribuem para os altos índices de violência. Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, a violência contra crianças e adolescentes também tem maior aceitação social pois, muitas vezes, é utilizada com o pretexto de disciplinar. Sendo que violência nesses casos não fica restrito à violência física, mas também à sexual e à psicológica, por meio de intimidações, humilhações e constrangimentos. No Brasil, apenas recentemente, há pouco mais de vinte anos, foi assegurado oficialmente os direitos da criança e do adolescente, em 1988, por meio da Constituição Federal e, posteriormente, através da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº8.069/1990) (BRASIL, 2010).
Parágrafo único.  Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem.
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. (BRASIL, 1990, s/p).
Além das diversas formas de violência doméstica que ocorrem entre crianças e adolescentes, há também as violências específicas que acontecem em outros ambientes, como a violência escolar. Apesar de não existir uma definição exata sobre violência escolar, ela abrange desde manifestações mais explícitas como vandalismos, agressões e atos que gerem danos à instituição e a seus dirigentes e funcionários até discriminações, provocações com a intenção de humilhar, gerar raiva, estresse em outro membro do ambiente escolar. (STELKO-PEREIRA; WILLIANS, 2010). Para Fante (2011), uma modalidade de violência escolar tem crescido vertiginosamente, a que ocorre de forma silenciosa, o bullying. 
O termo bully, de origem inglesa significa valente, tirano, aquele que gosta de brigar ou intimidar, faz referência ao agressor. E a palavra bullying se refere aos atos violentos, intimidadores e repetitivos praticados pelo agressor (DEBARBIEUX; BLAYA, 2002). 
O bullying consiste em uma série de comportamentos intencionais, violentos e repetitivos contra uma pessoa ou grupo específico. É uma das formas mais frequentes de violência entre as crianças e adolescentes, sobretudo no ambiente escolar. Somente é considerado bullying quando os indivíduos, agressor e vítima, estão inseridos em um contexto de convivência cotidiana, seja um espaço físico ou virtual (FANTE, 2011).
Para Lopes Neto (2011) os tipos de práticas do bullying variam de acordo com a faixa etária e com o perfil da vítima e do agressor, porém elas podem acontecer desde a educação infantil, a partir do terceiro ano de vida. Mas é no início da adolescência, entre 11 e 13 anos, que ocorre a maior incidência das práticas. A prática do bullying se divide em duas categorias, a direta e a indireta. As manifestações diretas são aquelas praticadas na presença da vítima, podendo ser de caráter físico, gestual, sonoro ou relacional. Variando desde agressões, como chutes e socos, até a criação de apelidos, insultos, piadas difamatórias ou discriminações de qualquer ordem. Já o bullying indireto é realizado na ausência da vítimaatravés de atos que a atinjam, como ameaças, furtos, exclusão, danos materiais, entre outros. Segundo o autor, há outra modalidade mais recente que vem sendo praticada e disseminada sobretudo entre os adolescentes, o bullying digital ou cyberbullying. Eles consistem na prática de atos que buscam intimidar, agredir ou ameaçar de forma intencional e repetitiva por meio de redes sociais e de outros recursos tecnológicos. 
O bullying é um fenômeno social que envolve a participação de diversos papéis, no qual todos atuam como protagonistas, direta ou indiretamente. Para Lopes Neto (2011), são quatro tipos identificados: agressor, vítima, agressor/vítima e testemunhas. O agressor ou autor possui características mais agressivas, é mais comum ser do sexo masculino e pode apresentar dificuldades referentes à socialização.
Não existem características que predeterminem o comportamento ou o papel a ser desempenhado pelo envolvido nas situações de bullying, mas há alguns indicadores que podem ser compreendidos como facilitadores, tais como aspectos pessoais, familiares ou sociais. Segundo Olweus (1991), crianças expostas a maus tratos e à falta de afetividade no ambiente familiar ou até mesmo excesso de permissividade por parte dos genitores estão mais propensas a desenvolver um padrão de comportamentos mais agressivo
. O autor ou agressor geralmente sente pouca empatia com a vítima, é dotado de impulsividade e necessidade de dominar, e no caso dos meninos possui um porte físico maior ou mais forte que o da maioria. De acordo com Lopes Neto (2011), também faz parte do perfil do agressor ser popular, temido ou admirado, ter atitude agressiva também com autoridades, tais como pais e professores, sentir prazer em causar sofrimento e ter dificuldade em relacionamentos. Olweus (1991) também mostra através de pesquisas que o praticante de bullying, devido ao padrão de comportamentos antissociais, tem maior risco de futuro envolvimento com atos ilícitos, criminalidade e abuso de drogas.
 Há também os autores ou agressores passivos, que são aqueles que participam dos atos de bullying mas geralmente não tomam a iniciativa. Muitos desempenham esse papel como forma de se assegurar de que não serão os alvos. Cabe ressaltar também a relação entre as práticas utilizadas pelos agressores e os gêneros. É mais comum que autores do sexo masculino se utilizem mais de agressões físicas e verbais, enquanto do sexo feminino preferem formas menos explícitas, tais como difamar e ridicularizar (LOPES NETO, 2011).
Já o perfil das típicas vítimas ou dos alvos também possui algumas características em comum. Geralmente são cautelosos, sensíveis, retraídos e mais ansiosos e inseguros do que a maioria dos estudantes. No caso de o alvo ser do sexo masculino, é mais comum que ele seja mais fraco fisicamente que os outros garotos. Em geral, quando ocorrem as agressões reagem chorando ou fugindo da situação, sobretudo os de idade menor. As vítimas usualmente possuem baixa autoestima, autoimagem negativa, sentem-se fracassadas e envergonhadas. Além de terem pouca socialização já que pouco participam de atividades em grupo por medo de rejeição (OLWEUS, 1991). Para se sentirem seguros procuram maneiras de evitar o ambiente escolar e o convívio social, é comum queixas de mal-estar, dores de cabeça ou de barriga se tornarem frequentes. Além do sofrimento decorrente das agressões, muitas vezes os pedidos por ajuda a pais e professores resultam no agravamento do quadro, diante das críticas feitas sobre seu comportamento que culpam a própria vítima. Por isso, o abandono escolar ou o baixo rendimento devido às faltas frequentes são comuns entre as vítimas. A vivência das agressões do bullying na infância e na adolescência podem gerar consequências desastrosas para toda a vida. As vítimas são mais sujeitas a se tornarem pessoas e profissionais inseguros, a desenvolver depressão, fobia social ou escolar, além de poderem desenvolver dificuldades afetivas (LOPES NETO, 2011).
De acordo com Fante (2011), há também outros tipos de perfis de vítima além do típico, que são os perfis de vítima provocadora e agressora. A vítima provocadora é aquela que possui costumes irritantes, que costumam causar tensão no ambiente e provocar reações agressivas, não sendo, posteriormente, capaz de lidar com elas. Já a vítima agressora é aquela que repete as agressões sofridas na direção de um alvo mais frágil que ela, perpetuando o bullying e gerando ainda mais vítimas. Dessa forma, a vítima agressora é aquela que ora sofre e ora pratica agressão, ora é alvo e ora é agressor. 
	Por último, outro tipo identificado como protagonista nas situações de bullying é o observador ou espectador, este representa a maior parte dos estudantes. O observador é o aluno que testemunha os atos de agressão, não os pratica, nem os sofre, entretanto também não denuncia ou toma qualquer atitude a fim de coibir a violência. Entre as várias razões para adotar a lei do silêncio em relação ao bullying, está a sensação de impotência, o medo em se tornar uma vítima do agressor, bem como a descrença de que a escola conseguirá cessar o problema (LOPES NETO, 2011).
Os comportamentos agressivos e antissociais entre alunos nas mais diversas culturas sempre existiram e já foram mascarados como inofensivos e normais no decorrer da vida escolar. Em outros países há diversos termos que fazem referência ao mesmo tipo de comportamento nas escolas, o que evidencia a magnitude desse tipo de violência praticada entre crianças e adolescentes no ambiente escolar independente da região ou cultura (FANTE, 2011).
A ocorrência do bullying se iniciou em paralelo ao surgimento das escolas, entretanto começou a ser delineado como um fenômeno apenas em meados dos anos 70 e 80 nos países escandinavos. O pioneiro nas pesquisas acerca do tema foi o pesquisador norueguês Dan Olweus, que caracterizou o fenômeno como um problema de proporções mundiais, com causas e consequências, que deveria ser prevenido e combatido (FREIRE; AIRES, 2012). Os estudos e pesquisas se intensificaram a partir de 1982, quando três crianças de idade entre 10 e 14 anos cometeram suicídio na Noruega, motivadas pelas situações de agressões e humilhações a que eram submetidas no ambiente escolar. A partir da ocorrência da tragédia foram criadas e divulgadas intensas campanhas com o objetivo de diminuir e evitar a ocorrência do bullying nas escolas, por meio de ações como clarificar as regras contra o bullying nas escolas, envolver ativamente pais e professores no problema, conscientizar e promover apoio para as vítimas (FANTE, 2011)
Atualmente a pesquisa sobre o tema bullying tem sido enfatizada em vários países, como nos Estados Unidos, sobretudo devido às diversas ocorrências do fenômeno nas escolas e universidades norte americanas. Muitos episódios envolvendo alunos e ex-alunos que invadiram escolas e universidades promovendo verdadeiros massacres contra outros estudantes e funcionários das instituições ganharam forte repercussão nas mídias, tais como os ataques em Columbine, em 1999 e na universidade de Virgínia Tech, em 2007. Sabe-se hoje que cerca de 75% dos jovens que praticaram os ataques haviam sido ou eram vítimas de bullying na instituição, de acordo com o Serviço Secreto norte americano. No Brasil, também houve vários episódios de massacres similares, tais como o caso de Remanso, na Bahia, no ano de 2004, em que o autor do ataque, de 17 anos, deixou dois mortos e três feridos. Também houve o ataque em Realengo, no Rio de Janeiro, que foi o mais violento, onde o autor de 23 anos, ex-aluno da escola, invadiu a instituição armado matando 13 estudantes entre 10 e 14 anos e se suicidou em seguida (LOPES NETO, 2011). 
Como pode-se notar o fenômeno é antigo, mas só começou a ser abordado e pesquisado recentemente. No Brasil, é ainda mais recente, a preocupação com a violência escolar começou na década de 80, mas com o bullying especificamente teve início apenas nos anos 2000 e, desde então, tem gerado grande debate em torno das formas de prevençãoe do que pode ser feito para evitá-lo (FREIRE; AIRES, 2012).
3.2 Estratégias e propostas para prevenção e enfrentamento do fenômeno bullying
Diversos especialistas da área da educação têm deixado claro que ações e estratégias pensadas de acordo com o contexto em que o bullying ocorre, é fundamental para a eficácia de programas que visam prevenir e enfrentar o fenômeno. Baseado nessa conclusão em alguns países têm sido desenvolvidos programas antibullying com a intenção não de punir, mas de prevenir os atos de agressão, buscando sensibilizar, conscientizar e preparar os alunos para mediação e solução de conflitos. Na Espanha, em uma parceria entre universidades e o Ministério da Educação e Ciência, foram elaboradas iniciativas e campanhas com o intuito de trabalhar e desenvolver os sentimentos, valores e relações interpessoais entre os membros das escolas. Outro exemplo é o projeto chamado “Estar a salvo”, desenvolvido e aplicado na Irlanda nas escolas de ensino primário, secundário e superior. O programa engloba a participação de professores, promovendo a capacitação, pais, informando e orientando sobre a conduta para proteger suas crianças e alunos, ensinando técnicas de segurança pessoal (FANTE, 2011).
De acordo com Fante (2011), no Brasil, a discussão e, consequentemente, as ações e estratégias antibullying são mais recentes. Dessa forma, as campanhas têm sido desenvolvidas mais para combater as manifestações de violência escolar explícita, sendo escassos os projetos visando a redução e prevenção do fenômeno bullying. Um caso que foge à regra foi a criação de um programa que objetivava a redução do comportamento agressivo entre alunos, em 2003, no Rio de Janeiro. Seus objetivos eram identificar situações de bullying entre os alunos participantes, distinguir os tipos de agressões mais utilizados, verificar a eficácia dos métodos de proteção utilizados, entre outros. Para Lopes Neto (2011) a conscientização de toda a comunidade escolar sobre o que é e sobre a gravidade das consequências do fenômeno bullying é fundamental para que qualquer campanha possa ser bem-sucedida, sendo essencial a capacitação dos professores para que saibam identificar as situações de agressão, bem como os recursos e estratégias mais adequados para intervir e prevenir. 
Recentemente tem sido implementado em algumas escolas do Brasil e de Portugal, o programa Educar para a Paz, elaborado pela educadora e pesquisadora Cleo Fante, que estuda o fenômeno bullying há mais de dez anos no Brasil. Este programa é fundamentado na necessidade das escolas trabalharem também os valores humanos da tolerância e da solidariedade, para que as crianças e adolescentes possam aprender a tolerar as frustrações e a conviver com maior facilidade e, também, a desenvolver habilidades assertivas para resolução de conflitos interpessoais. Os objetivos propostos pelo programa Educar para a Paz são a conscientização dos alunos sobre o bullying e sobre quais sentimentos e pensamentos ele desperta, a fim de que possam empaticamente compreender o sofrimento da vítima e o que leva o agressor a ter esse tipo de conduta. Bem como, transformar o aluno em um agente de mudança, comprometido com o bem comum e com a paz no ambiente escolar. Fante (2011) sugere as etapas, passo a passo, de como deve ser implementado o programa antibullying nas escolas, de acordo com o público alvo.
Um importante passo foi dado no Brasil em consonância com as propostas dos pesquisadores acerca do combate e da prevenção ao fenômeno bullying. Em novembro de 2015 foi sancionada a lei nº 13.185/15, que institui o Programa de Combate à Intimidação Sistemática, o bullying, em todo o território nacional. A lei regulamenta o que é o fenômeno, considerando todos os tipos de manifestação direta ou indireta. Estipula como objetivos do programa a conscientização sobre o bullying, a capacitação dos docentes para identificação precoce de situações de agressão, prevenção e enfrentamento, a implementação de campanhas que atinjam alunos, professores e pais, entre demais objetivos. A lei entrou em vigor em fevereiro de 2016, representando um considerável avanço nos assuntos relacionados à prevenção e ao combate ao fenômeno bullying (BRASIL, 2015). 
4 A PSICOLOGIA ESCOLAR 
	O início da psicologia escolar data de há mais de cem anos nos países mais desenvolvidos, porém sua história no contexto brasileiro é bastante recente. Desde seu início muitas mudanças vêm ocorrendo rumo a uma conformação mais sólida. Na segunda parte do trabalho serão abordados o histórico da psicologia escolar no mundo e no Brasil, o desenvolvimento e as contribuições dessa área da psicologia, bem como os desafios dos psicólogos escolares na construção de novas práticas de atuação aliadas ao comprometimento social.
4.1 Psicologia Escolar: um breve histórico
A psicologia aplicada à educação é uma área recente e que está em expansão no Brasil, porém sua origem se deu há mais de cem anos no final do século XIX e início do século XX, tanto nos Estados Unidos quanto em diversos países da Europa. Não há apenas um único país de origem ou somente um pesquisador pioneiro, segundo Gomes (2012) a psicologia escolar começou a ser desenvolvida em várias partes do mundo paralelamente, sobretudo devido às necessidades educacionais e escolares relacionadas a problemas de aprendizagem e comportamentais que estavam surgindo nas escolas. Na época, nos países mais desenvolvidos, ocorria a migração das famílias do campo para a cidade, dessa forma os adultos e as crianças que eram acostumados a hábitos rurais e a fortes vínculos familiares, passaram repentinamente para um ambiente urbano e industrializado e com escassos laços comunitários. Essa nova conjuntura gerou uma expansão nas escolas públicas e problemas relacionados aos menores, tais como abandono e delinquência. Dessa forma, surgiu a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as situações e com os problemas advindos dessa nova demanda junto às escolas e aos órgãos jurídicos (PFROMM NETTO, 2011). 
Nos Estados Unidos, os pesquisadores que deram início à psicologia escolar foram Granville Stanley Hall e Lightner Witmer. O grande interesse de Hall por temas ligados à área da educação gerou um importante desenvolvimento de pesquisas nessa área, culminando na criação de sociedades de estudo da criança em diversos países e na valorização e no fortalecimento da psicologia escolar. Em 1896, na Pensilvânia, Witmer deu origem à primeira clínica psicológica dos Estados Unidos, com o objetivo de atender a demanda de crianças com dificuldades escolares. A clínica perdurou por mais de trinta anos e foi um importante marco tanto para a psicologia escolar quanto para à clínica. (PFROMM NETTO,2011). 
Na Europa a história da psicologia escolar é muito extensa pois vários países forneceram importantes contribuições. Na Grã-Bretanha, Francis Galton se destacou pelas suas pesquisas estatísticas e por fundar um serviço pioneiro em Londres, ainda em 1886, de atendimento psicológico infantil. Importante ressaltar que entre os ingleses, no início, foi adotado o termo psicologia educacional, diferentemente do utilizado pelos norte-americanos. Na Suíça e na Bélgica houve uma maior ênfase nas pesquisas acerca das crianças com algum déficit ou atraso escolar. Uma das mais importantes obras da história da psicologia escolar são de Edouard Claparède, da Universidade de Genebra. Seu livro se tornou referência na área, sendo traduzido para diversos idiomas e influenciando grandes nomes, tais como Bovet e Jean Piaget. Na Alemanha as primeiras pesquisas em relação às crianças escolares datam de 1885 e importantes estudos foram realizados gerando forte influência na psicologia e na educação alemãs e nas de diversos outros países. No final do século XIX e início do século XX foram fundados o Instituto de Psicologia Aplicada e a União Para a Psicologia da Criança. Já na Itália foi onde se teve o primeiro registro de uma equipe interdisciplinar nas intervenções com crianças com atraso escolar.De início as equipes eram compostas por psicólogo, psiquiatra, professor especializado e assistente social. Um dos maiores nomes na área da educação, que é referência ainda hoje, é a médica italiana Maria Montessori. Na França, entre vários nomes importantes, Alfred Binet se destacou pela criação da Escala Métrica de Inteligência, juntamente com Simon. O instrumento foi criado para auxiliar no diagnóstico de crianças que apresentavam dificuldades para aprender (PFROMM NETTO, 2011). 
Na história da psicologia escolar brasileira também teve marcos importantes, tais como a publicação da obra “Noções de Pedagogia Experimental”, do professor brasileiro Alípio Franco, em 1915. Entre vários outros importantes acontecimentos e pesquisadores de destaque, o desenvolvimento da psicologia relacionada à educação no Brasil é bastante recente por diversos motivos, porém, sobretudo, devido à histórica desvalorização da educação no país desde a época da colonização portuguesa. Segundo Pfromm Netto (2011) a história da psicologia escolar no Brasil se divide em três períodos, sendo o primeiro referente às escolas normais entre os anos de 1830 e 1940, o segundo ao ensino universitário de psicologia durante o período anterior à regularização da psicologia no país, entre 1940 e 1962 e, por fim, a terceira parte que compreende desde 1962, ano da regularização da psicologia no Brasil, até o presente momento. Neste último período fatos importantes marcaram a história da área escolar da psicologia no país, como a realização do Primeiro Congresso Nacional de Psicologia Escolar, do XVII Congresso Internacional de Psicologia Escolar, na cidade de Campinas e a criação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE).
A psicologia escolar no Brasil, por ser mais tardia, sofreu forte influência, sobretudo dos estudos norte-americanos, de Hall e dos franceses, de Binet e Simon. No início da psicologia escolar brasileira foram criados diversos laboratórios juntos às escolas, onde eram realizadas pesquisas psicométricas utilizando instrumentos psicológicos a fim de mensurar e avaliar os alunos com necessidades educacionais especiais e dificuldades de aprendizagem. Entretanto, apesar do forte caráter clínico, também teve início outras pesquisas que objetivavam compreender as relações entre o indivíduo e o contexto social, como as desenvolvidas por Helena Antipoff e Manoel Bomfim (BARBOSA; ARAÚJO, 2010).
Nos anos de 1970 a insatisfação dos psicólogos escolares brasileiros com a atuação predominantemente de caráter clínico e psicométrico, gerou uma forte crise já que as questões pelas quais a psicologia escolar foi motivada no país não estavam mais sendo respondidas. Essa crise propiciou reflexões, pesquisas e discussões acerca do tema e do papel do psicólogo escolar, culminando na criação da ABRAPEE, o que possibilitou o início da construção e solidificação da identidade e do papel do psicólogo escolar na realidade brasileira. Outro fator que teve papel fundamental na mudança dos rumos da psicologia escolar foi o contexto político e social em que o Brasil estava inserido nos anos 60 e 70, a ditadura militar. Nessa época houve uma eclosão de movimentos sociais reivindicando direitos e mudanças que buscassem transformar as estruturas políticas, econômicas e sociais do país. Nesse sentido, surgiu também um forte movimento entre os psicólogos movido pelo desejo de expansão, democratização e maior acessibilidade da psicologia, já que esta era na época muito restrita ao contexto clínico e ao atendimento de uma pequena parcela da população mais elitizada. Dessa forma, ganhou força o desenvolvimento de diversas áreas da psicologia no Brasil, como a social, a da saúde e a da educação (BARBOSA; ARAÚJO, 2010). 
Desde então, a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) vem fomentando discussões acerca das práticas em psicologia escolar. Até hoje não há um modelo das práticas delineadas de acordo com o contexto brasileiro, Guzzo (2011) enfatiza que as dificuldades para a atuação do profissional da psicologia escolar na conjuntura brasileira são ainda maiores do que as dos outros países devido à precariedade do sistema educacional do país somado à falta de um currículo específico para uma formação adequada do profissional na área. Para a pesquisadora, no Brasil existe uma irrisória quantidade de profissionais da psicologia atuando nas escolas, perpetuando, assim, a manutenção do modelo clínico de encaminhamento e atendimento dos estudantes em consultórios particulares,
fora do contexto escolar. Essa modalidade de intervenção por parte das escolas demonstra implicitamente que os seus papéis são os de apenas identificar o problema e delegar a solução ao aluno e a família, partindo da concepção de que o sistema escolar não tem responsabilidade sobre a dificuldade do estudante. Dessa forma, é possível notar claramente o despreparo das escolas para receber e atender as diferentes características de seu público. Nesse sentido, evidencia-se a necessidade do psicólogo no ambiente escolar para subsidiar professores e alunos auxiliando a lidar com as questões relacionadas ao desenvolvimento humano e a pensar nas dificuldades e estratégias para saná-las ou minimizá-las. Apesar das práticas em diversos países serem bastante comuns, nas escolas brasileiras a presença do psicólogo no ambiente educacional é muito escassa.
4.2 Psicologia Escolar contemporânea: contribuições, práticas e desafios 
O início da psicologia escolar teve forte caráter clínico, tanto nos Estados Unidos quanto nos países europeus, sendo predominado por estudos em laboratórios e focado no individual e nos alunos com dificuldades de aprendizagem. Entretanto os interesses e as práticas na área estão tomando outras direções, mais comprometidos com a coletividade e com o aspecto social. Entre os maiores desafios dos psicólogos na área da educação estão o de construir práticas alinhadas aos contextos da realidade política, social e econômica das escolas, dos alunos e das famílias, bem como deixar para trás a tradição do atendimento individual e fora do contexto escolar, passando a atuar sobretudo em práticas preventivas (FREIRE; AIRES, 2012). De acordo com Gomes (2011) no caso brasileiro há ainda outros desafios que se destacam, como o de consolidar a identidade profissional do psicólogo escolar, tanto em sua formação quanto em suas práticas.
Há diversos questionamentos e variações acerca do conceito de psicologia escolar e do papel do profissional da área, segundo a definição da ABRAPEE:[2: Definição de acordo com a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional disponível no site:www.abrapee.wordpress.com/sobre/o-psicologo-escolar/]
Psicologia Escolar e Educacional tem se constituído historicamente como importante campo de atuação da Psicologia. Psicólogos escolares e educacionais são profissionais que atuam em instituições escolares e educativas, bem como dedicam-se ao ensino e à pesquisa na interface Psicologia e Educação. As concepções teórico-metodológicas que norteiam a prática profissional no campo da psicologia escolar são diversas, conforme as perspectivas da Psicologia enquanto área de conhecimento, visando compreender as dimensões subjetivas do ser humano. Algumas das temáticas de estudo, pesquisa e atuação profissional no campo da psicologia escolar são: processos de ensino e aprendizagem, desenvolvimento humano, escolarização em todos os seus níveis, inclusão de pessoas com deficiências, políticas públicas em educação, gestão psicoeducacional em instituições, avaliação psicológica, história da psicologia escolar, formação continuada de professores, dentre outros.
	
No entanto, as práticas e as atuações do psicólogo escolar não foram ainda sistematizadas, o que contribui para a falta de definição do papel e da identidade do profissional nas instituições. O atual momento caracteriza-se como um período de transição em que novas práticas estão sendo discutidas e construídas, norteadas por diferentes expectativassobre o profissional da psicologia no âmbito escolar. Entre as diversas expectativas, espera-se que, sobretudo, o psicólogo desenvolva práticas no sentido de transformar o espaço escolar, humanizando as relações nele existentes (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). 
Os questionamentos acerca da expansão e das mudanças de foco das práticas do psicólogo escolar estão ocorrendo, ainda que em meio a muitas práticas divergentes. Segundo Barbosa e Marinho-Araújo (2010) a atuação do psicólogo escolar deve partir do conhecimento e da análise do ambiente escolar, dos aspectos subjetivos e objetivos e de todas as relações existentes nele. A partir do mapeamento completo da instituição é que o profissional poderá realizar intervenções nos espaços coletivos da escola, como nas reuniões de pais, nos grupos de professores, conselhos de classe, na coordenação e direção, entre outras práticas que objetivem prevenir conflitos, bem como buscar soluções em conjunto com os agentes escolares para os problemas já existentes. Para Gomes (2011) o papel do psicólogo escolar deve estar diretamente atrelado à educação, estar em constante convivência com as situações e com os variados tipos de interações do ambiente escolar. O profissional deve promover a solução de problemas, subsidiando os agentes escolares a lidar com as diferenças e dificuldades decorrentes da rotina da instituição. O trabalho do psicólogo na escola é bastante complexo pois requer a capacidade de compreender os múltiplos aspectos, as necessidades e os relacionamentos que caracterizam o ambiente educacional (FREIRE; AIRES, 2012).
Para Del Prette e Del Prette (2011) o profissional da psicologia escolar deve possuir e desenvolver algumas habilidades para desempenhar seu papel adequadamente. Primeiramente, a capacidade analítica para analisar e identificar os elementos integrantes do processo educacional e do contexto em que a escola está inserida. Bem como a habilidade de avaliar e pensar as situações problemáticas e as possíveis estratégias e intervenções para saná-las e evitá-las. Também é necessário a capacidade instrumental, que consiste no conjunto de habilidades técnicas e interpessoais, que, para a obtenção de um trabalho satisfatório, devem caminhar juntas.
Além da discussão acerca do desenvolvimento das possíveis práticas em psicologia escolar, também tem sido muito debatido a formação acadêmica nessa área. Segundo Guzzo (2012) a formação do psicólogo não tem sido adequada, gerando dificuldades na atuação profissional não apenas na área escolar, mas em todas as especialidades da psicologia, fazendo com que o profissional seja, na prática, desvalorizado. De acordo com Del Prette e Del Prette (2011) a formação acadêmica inadequada gera atuações igualmente inapropriadas e insatisfatórias, produzindo um ciclo que não contribui para a construção de padrões de práticas sólidas na área e para a legitimidade da identidade do profissional da psicologia escolar.
Na Psicologia, assim como em outras ciências humanas, o saber e o fazer, a teoria e a prática, devem caminhar juntas. Entretanto isso não condiz com a realidade da maioria dos cursos de formação em psicologia, em que o estágio e a prática são apenas partes da etapa final em meio aos estudos teóricos ao longo de toda a graduação. Geralmente, o exercício da prática é encarado como a vivência e a aplicação da teoria e não como um meio em que também é possível produzir conhecimento. Na área da psicologia e da educação, a prática deve ser compreendida como uma atividade com capacidade transformadora do sujeito e do contexto (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2011). 
Unir a teoria e a prática no sentido de construir e solidificar a psicologia escolar constitui-se apenas em um dos desafios da área. A atuação do psicólogo escolar torna-se muito mais difícil inserida na realidade brasileira, onde a desvalorização da educação é histórica, fazendo com que a implementação de um psicólogo no âmbito educacional seja considerada, muitas vezes, como uma despesa a mais e não como um investimento. Dessa forma, os desafios do psicólogo escolar vão além da construção de saberes e ações verdadeiramente comprometidos com a transformação social, eles também passam pela criação de espaços para atuação, sobretudo no setor público. Assim, caberá aos profissionais da psicologia escolar encontrar seus caminhos inseridos no contexto atual, em que a educação não é tratada como essencial, buscando práticas junto às escolas, aos alunos e às famílias que contribuam de forma significativa para a transformação social e para uma nova cultura de reconhecimento e valorização da educação (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010).
5. O PAPEL DA ESCOLA E DO PSICÓLOGO ESCOLAR FRENTE AO ENFRENTAMENTO DO FENÔMENO BULLYING
A dificuldade que as escolas têm apresentado para evitar e solucionar o fenômeno bullying esbarra em certas falhas das instituições educacionais, como a falta de atenção com o desenvolvimento social e pessoal dos estudantes e dos profissionais da educação, bem como a falta de diálogo entre a família e a escola. Nesse sentido, a psicologia escolar vai ao encontro dessas lacunas, tendo por objetivos trabalhar questões relacionadas ao desenvolvimento humano e social, bem como auxiliar na intervenção dos diversos conflitos decorrentes da interação social (FREIRE; AIRES, 2012). Dessa forma, a terceira parte do trabalho será acerca da relação entre o ambiente escolar e o desenvolvimento da violência e sobre a contribuição do psicólogo escolar na prevenção da violência nas instituições de ensino, sobretudo do bullying. 
5.1 A relação entre o ambiente escolar e o desenvolvimento da violência
As discussões acerca do fenômeno bullying têm se tornado cada vez mais frequentes, tanto entre profissionais da educação quanto entre os próprios estudantes que estão entrando em contato com o assunto. Apesar da prática do bullying ter se tornado mais discutida recentemente, ela é estudada há várias décadas em países mais desenvolvidos como a Noruega. A violência escolar existe em suas mais diversas modalidades, o bullying é um tipo de violência que possui características muito específicas. Sua prática, que ocorre de forma repetitiva e intencional, varia de acordo com as características do agressor e da vítima e também depende das particularidades do contexto em que estão inseridos. Dessa forma, o perfil das escolas podem favorecer ou desfavorecer a ocorrência do fenômeno (FANTE, 2011).
As primeiras experiências de socialização com uma ampla diversidade de pessoas ocorrem geralmente no ambiente escolar, para a maior parte das pessoas. Essas vivências, o modo como acontecem, a forma como cada um é tratado e a maneira como os conflitos interpessoais são resolvidos ficam registrados em cada indivíduo e, muitos, perpetuam os aprendizados sociais para as outras áreas de suas vidas. Para Fante (2011) as escolas não têm sido bem sucedidas nos quesitos socialização e no ensino acerca da tolerância de como solucionar conflitos interpessoais. As instituições de ensino partem do princípio da equidade, tratando todos os estudantes como se fossem iguais. Entretanto, dessa forma acabam homogeneizando indivíduos social e culturalmente distintos, ignorando suas necessidades e características particulares. Esse fato gera escolas democráticas na teoria, porém discriminadoras na prática. Isso pode ser observado atentando-se para a metodologia de ensino utilizada, como se todos tivessem as mesmas capacidades para aprender as disciplinas, para as soluções preestabelecidas e sem dinamismo com os problemas e com o tratamento disponibilizado aos alunos que não acolhe as diferenças entre eles. Até há poucas décadas atrás a escola era ainda mais marcada pela rigidez e pelo autoritarismo e controle sobre os estudantes, utilizava-se até mesmo de punições e castigos físicos. Assim, é possível notar que as escolas geravam e ainda geram um ambiente marcado pela apatia, hostilidade e agressividade, propiciando sentimentos de insatisfação, tédio e raiva.
O clima de raiva, autoritarismoe agressividade, a falta de empatia e compreensão com os alunos favorecem o surgimento e a disseminação da violência escolar. Os atos violentos, sejam os mais explícitos como vandalismos, agressões e atos que gerem danos à instituição e a seus dirigentes e até os menos visíveis, tais como discriminações e provocações a outro membro do ambiente escolar, são reflexos do que a escola representa e oferece a seus discentes (FANTE, 2011). De acordo com Stelko-Pereira e Willians (2010) as instituições de ensino deveriam não apenas investir e fornecer subsídios para o desenvolvimento intelectual do estudante, mas também ser fonte de estímulo e promoção do desenvolvimento pessoal, emocional, bem como das habilidades sociais. A escola é essencial para a plena formação do indivíduo, devendo representar uma referência de segurança e um espaço onde possa se sentir respeitado, acolhido e onde possa conhecer a si mesmo e aos demais. Entretanto, Fante (2011) enfatiza que os valores humanos e as habilidades sociais não estão sendo desenvolvidas nas escolas e, por isso, a intolerância e os conflitos consequentes da interação social e da convivência têm se tornado cada vez mais comuns. 
Desta maneira, o bullying e outras variáveis da violência encontraram nas escolas ambientes extremamente favoráveis e propícios para seu desenvolvimento. Alunos, muitas vezes, entediados, apáticos e com forte sentimento de insegurança, professores e funcionários sem manejo adequado para intermediar conflitos interpessoais, apenas agindo com punições a quem infringir as leis estabelecidas (TOREZAN, 2012). Certamente houve muitos avanços na tentativa de prevenir e combater a ocorrência da violência escolar e, mais especificamente, do bullying. No Brasil, onde a discussão e a pesquisa sobre o tema são mais recentes, as escolas têm, no geral, desenvolvido campanhas para combater as manifestações de violência explícita. No entanto, o trabalho preventivo, que tem se mostrado mais eficaz de acordo com pesquisas e experiências internacionais, tem tido pouca atenção por parte das instituições de educação. 
5.2 A contribuição da Psicologia Escolar para a prevenção e combate ao bullying
As escolas possuem um compromisso não apenas com o desenvolvimento intelectual de seus estudantes, mas são também, cada vez mais, responsáveis pelo desenvolvimento pessoal, emocional e social de seus alunos. Estas responsabilidades para serem atendidas exigem mudanças estruturais e de postura dos tradicionais modos com os quais os dirigentes das instituições de ensino costumavam ter. Embora a escola tenha por incumbência educar, estudos têm mostrado que a escola é também responsável pela violência escolar, como o caso do bullying. (HAMMES; SCHWINN, 2014). 
Na prática do bullying, nota-se que a relação entre o agressor e a vítima, onde um manda, constrange e intimida e o outro obedece, teme e se sente ameaçado e inseguro, remete às relações entre pais e filhos, entre professores, diretores e alunos. Nesse sentido o fenômeno bullying se configura não como um problema, mas como um sintoma de que os modelos relacionais estão sendo inadequados. Assim, torna-se evidente que para mudar o cenário da violência escolar, apenas medidas punitivas, seja por parte dos pais ou da escola, não serão suficientes. É necessário reestruturar os modelos das relações interpessoais para que o ambiente social se torne mais humano e acolhedor das diferenças. Porém, o indivíduo não é consequência apenas do contexto escolar, mas também do familiar e de outras dimensões sociais. Assim, qualquer intervenção ao fenômeno bullying deve considerar todos os contextos e dimensões nos quais o indivíduo está inserido. Partindo dessa visão ecológica sobre o fenômeno, compreendendo que o bullying é um resultado de problemas presentes em várias dimensões, percebe-se que não há uma solução simplista (FREIRE; AIRES, 2012). Para pensar em métodos e intervenções eficazes a fim de prevenir a ocorrência do bullying é necessário um profissional com capacidade analítica para identificar os comportamentos e os modos como ocorrem as relações interpessoais entre os agentes escolares, bem como habilidade de avaliar e pensar as situações problemáticas e as possíveis estratégias e intervenções para saná-las e evitá-las. O profissional a quem cabe esse papel é o psicólogo escolar (DEL PRETTE; DEL PRETTE, 2011).
De acordo com Freire e Aires (2012) o trabalho do psicólogo escolar é complexo pois requer a capacidade de compreender os múltiplos aspectos, as necessidades e os relacionamentos que caracterizam o ambiente educacional, além das outras dimensões sociais em que o aluno está inserido, sobretudo a familiar. Para desempenhar seu trabalho o profissional da psicologia escolar precisa ter além da capacidade analítica e de intermediar conflitos, capacidade instrumental e habilidades técnicas. As atividades desenvolvidas contemplam todas as esferas que contribuem para a formação do indivíduo. Sendo assim, a atuação do psicólogo escolar é bastante abrangente e diversificada, buscando transformar as relações interpessoais dos indivíduos, para que reflitam em um ambiente escolar mais saudável e tolerante. 
Segundo Barbosa e Marinho-Araújo (2010) a partir do mapeamento da instituição, o psicólogo pode trabalhar com os alunos a fim de buscar ressignificar as relações sociais no ambiente escolar, fomentar o diálogo acerca das práticas que estejam impedindo a criação de um ambiente agradável e saudável na instituição, conscientizar sobre o bullying e demais problemas que possam estar ocorrendo na escola, além de criar espaços de escuta psicológica, contribuindo para a construção de um ambiente escolar mais empático, humanizado e acolhedor. As práticas da psicologia escolar também buscam transformar a relação da família do aluno com a escola, buscando torná-la mais acessível e aberta ao diálogo. Além disso, o psicólogo escolar deve trabalhar em conjunto com os docentes e com toda a equipe de agentes escolares, capacitando-os para lidar com os conflitos decorrentes do cotidiano da instituição da maneira mais adequada.
O diálogo e as discussões acerca do fenômeno bullying têm sido muito importantes no sentido de expor o problema e forçar a reflexão sobre as soluções para tal. Como é possível notar as soluções não são simples, pois as causas são múltiplas e são diretamente vinculadas a instituições plenamente consolidadas e a modelos de comportamentos extremamente arraigados na sociedade. Porém, a psicologia escolar tem exercido um papel fundamental no enfrentamento do bullying e das demais violências escolares, pois o psicólogo tem atuado como agente de mudanças, buscando transformar as estruturas a fim de proporcionar um ambiente educacional mais saudável prevenindo relações sociais abusivas (BARBOSA; MARINHO-ARAÚJO, 2010). 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O fenômeno bullying vem ganhando espaço na mídia e nas discussões entre pais, alunos e professores, entretanto, o fenômeno não é um acontecimento recente. Assim como as outras modalidades de violência, o bullying é um fenômeno social e histórico, por isso é também passível de mudanças. O meio em que ele se manifesta é o escolar e, apesar deste não ser o único responsável pelo problema, é possível verificar que mudanças no ambiente educacional são fundamentais para o enfrentamento e prevenção do fenômeno.
Foi possível verificar também que apenas medidas punitivas, por parte da escola ou da sociedade, não estão sendo suficientes para cessar e prevenir a ocorrência do bullying. Tem-se tornado evidente que apenas mudanças estruturais nas escolas podem ser capazes de alterar a forma como tem se dado as relações entre alunos, professores e familiares, repleta de intolerância e apatia. Para o início e a concretização de tais mudanças faz-se necessário a presença do psicólogo escolar nas instituições. Por meio da atuação do psicólogo escolar é possível contribuir para a construção de uma nova dinâmica no ambiente educacional, auxiliar na transformaçãodas relações sociais, buscando torná-las mais tolerantes e menos conflitivas. Desse modo, será possível criar um clima desfavorável para a manutenção da violência e do bullying.
 No entanto, a inserção do psicólogo escolar nas instituições brasileiras é ainda muito escassa. Devido à histórica desvalorização da educação no país, a implementação de um psicólogo no âmbito educacional é, por muitas vezes, considerada como uma despesa a mais e não como um investimento. Dessa forma, os desafios do psicólogo escolar vão além do desenvolvimento de um ambiente educacional que valorize o ser humano, eles também passam pela abertura e conquista de novos espaços para a consolidação da identidade do profissional da psicologia escolar.
7 REFERÊNCIAS
BARBOSA, R.M; MARINHO-ARAÚJO, C.M. Psicologia escolar no Brasil: considerações e reflexões históricas. Estudos de Psicologia, Campinas, v. 27, n. 3, jul./set. 2010.
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FANTE, C. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. Campinas: Verus, 2011. 224p.
FREIRE, A.N.; AIRES, J.S. A contribuição da psicologia escolar na prevenção e no enfrentamento do Bullying. Psicologia Escolar e Educacional, Maringá, v. 16, n. 1, jan./jun. 2012. 
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HAMMES, J.M.; SCHWINN, S.A. Violência na escola: a prática do bullying e o caminho para a prevenção. Disponível em: <http://online.unisc.br/acadnet/anais/index.php/sidspp/article/view/11763/1548>. Acesso em: 02 de set 2016.
LOPES NETO, A. A. Bullying: saber identificar e como prevenir. São Paulo: Brasiliense, 2011. 118p.
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