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Aula 01 Direito Tributário

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Direito Tributário para AFRFB/2015
Curso de Teoria e Questões
Prof. Fábio Dutra- Aula 01
AULA 01: Sistema Tributário Nacional: princípios 
gerais; Limitações ao Poder de Tributar (Parte I)
SUMÁRIO PÁGINA
Observações sobre a aula 01
Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar 02
Princípios Constitucionais Tributários 06
Lista das Questões Comentadas em Aula 67
Gabarito das Questões Comentadas em Aula 85
Observações sobre a Aula
Olá, amigo(a)! Tudo bem com você?
Seja muito bem-vindo ao nosso curso de Direito Tributário para o cargo 
de Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil!!!
Fico muito grato por você está lendo essa aula, pois isso é o sinal de 
que você depositou a sua confiança em nosso trabalho. Justamente por esse 
motivo é que estamos trabalhando dias e noites - algumas madrugadas, 
inclusive - para trazer aulas que venham agregar verdadeiro conhecimento 
para as temidas provas dos concursos da Receita Federal.
Vamos ao que interessa!
Na aula de hoje, estudaremos a primeira parte das limitações 
constitucionais ao poder de tributar. Vamos tratar apenas dos princípios 
constitucionais, sendo que as imunidades ficarão para a próxima aula (parte 
II). Ok?
Comecemos!
Prof. Fábio Dutra www. estrategiaconcursos. com. br Página 1 de 85
Direito Tributário para AFRFB/2015
Curso de Teoria e Questões
Prof. Fábio Dutra- Aula 01
1 - LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS AO PODER DE TRIBUTAR
Prezado candidato, vamos manter o foco total a partir de agora, pois 
esse assunto "despenca" em provas de concurso, e eu tenho certeza de 
que haverá pelo menos uma questão sobre o tema na sua prova! Por essa 
razão, vamos nos aprofundar no ponto certo para que você domine o assunto e 
seja capaz de "detonar" a questão que cair! Tudo bem? Vamos lá!
Conforme você já deve ter estudado no Direito Constitucional, para a 
formação de um Estado são necessários três elementos: território, povo e 
governo soberano.
Perceba que é dessa soberania do governo que surge o poder de
tributar do Estado. Na aula passada, nós já havíamos aprendido que o 
Estado existe para a consecução do bem comum, e é para isso que ele é 
dotado de poderes que o colocam em condições de superioridade em relação 
aos contribuintes. Afinal de contas, se não houvesse certa coação, ninguém se 
sentiria obrigado em contribuir.
Assim, os entes federados receberam competência tributária (assunto 
a ser detalhado em momento oportuno), que é o poder constitucional para 
instituir tributos - impostos, taxas, contribuições de melhorias, por exemplo.
Contudo, precisamos entender que o poder de tributar não é 
ilimitado, pois se o fosse, a vontade arrecadatória estatal poderia ser 
desmedida a ponto de prejudicar a vida financeira dos cidadãos. Muito lógico, 
não?!
Nesse rumo, para que tal poder represente a vontade do povo em um 
Estado democrático de direito, ele deve estar previsto no texto constitucional. 
Podemos dizer que o poder de tributar é um poder de direito. Portanto, a 
relação entre contribuinte e Estado deve ser dotada de juridicidade, e 
não simplesmente uma imposição de poder.
Com isso, nossa Constituição Federal impõe limitações ao poder de 
tributar, por meio de princípios e de imunidades tributárias, em seus 
artigos 150, 151 e 152.
Basicamente, podemos dizer que as limitações ao poder de tributar 
são constituídas por princípios e regras que disciplinam o exercício da 
competência para instituir e modificar tributos.
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Direito Tributário para AFRFB/2015
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Prof. Fábio Dutra- Aula 01
As limitações constitucionais ao poder de tributar são 
constituídas por princípios e imunidades. Guarde isso!
Há que se ressaltar, no entanto, que nem todas as limitações foram 
previstas nesse trecho, ou mesmo no texto constitucional, pois o próprio 
art. 150 menciona que pode haver outras garantias asseguradas aos 
contribuintes, além daquelas previstas naquele texto.
De fato, há limitações previstas em outras partes da CF/88, como a 
imunidade de pagamento de taxas para obtenção de certidões na hipótese 
prevista no art. 5°, XXXIV, b. Além disso, o § 2°do mesmo artigo menciona 
que os direitos e garantias expressos na CF não excluem outros decorrentes do 
regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em 
que a República Federativa do Brasil seja parte.
É relevante observar também que cabe à lei complementar regular as 
limitações constitucionais ao poder de tributar (art. 146, II, CF/88). Preste 
atenção, pois isso cai bastante em prova.
A lei complementar apenas regula as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, não tendo 
autonomia para instituir novas limitações.
Cumpre-nos destacar também a relação entre as limitações ao poder de 
tributar e as cláusulas pétreas. Você já ouvir falar sobre isso?
O legislador constituinte determinou - art. 60, § 4°, IV, da CF - que os 
direitos e garantias individuais não podem ser abolidos por emendas 
constitucionais. A essa proibição d l nominamos cláusula pétrea. Tais normas 
são previstas como uma espécie de blindagem, para que a Constituição não 
sofra sucessivas emendas que a desvirtue dos princípios que foram nela 
consolidados quando houve sua promulgação.
Com base no que acabamos de aprender, grande parte das limitações 
constitucionais ao poder de tributar podem ser consideradas como direitos 
individuais do contribuinte, sendo, portanto, cláusulas pétreas.
Não é possível, portanto, que uma emenda constitucional venha reduzir, 
criar exceções ou mesmo suprimir uma limitação ao poder de tributar, pois 
estaria abolindo um direito individual. Note que o contrário não é proibido, ou 
seja, é permitido que uma emenda constitucional venha acrescentar
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novos direitos aos contribuintes, instituindo outras limitações ao poder 
de tributar.
Devemos estar atentos também ao fato de que a forma federativa de 
Estado também é uma cláusula pétrea (art. 60, §4°, I). Como ainda vamos 
ver, a imunidade recíproca (imunidade, como vimos, é uma forma de limitação 
ao poder de tributar) proíbe que os entes federados instituam impostos sobre o 
patrimônio, rendas ou serviços uns dos outros. Nesse contexto, se uma 
emenda constitucional permite que a União cobre impostos sobre o patrimônio 
dos Municípios, por exemplo, estaria violando uma cláusula pétrea também.
Portanto, não é somente a limitação ao poder de tributar referente aos 
direitos dos contribuintes que podem ser caracterizadas como cláusulas 
pétreas. O exemplo que eu dei em relação à imunidade recíproca ilustra que 
devemos analisar cada situação para verificar se a emenda está ferindo ou não 
o art. 60, § 4° e suas hipóteses.
Abaixo, vou exemplificar as limitações que já foram consideradas pelo 
STF como cláusulas pétreas:
• Princípio da anterioridade (previsto no art. 150, III, b, da CF/88);
• Princípio da anterioridade nonagesimal (previsto no art. 195, § 6°, 
da CF/88)
• Princípio da imunidade tributária recíproca (previsto no art. 150, 
VI, a, da CF/88);
• Imunidade dos templos de qualquer culto (prevista no art, 150, VI, 
b, da CF/88);
• Imunidade do patrimônio, renda e serviços dos partidos políticos, 
entidades sindicais e instituições de educação e assistência social sem 
fins lucrativos (prevista no art, 150, VI, c, da CF/88);
• Imunidade dos livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão (prevista no art. 150, VI, d, da CF/88).
Agora que já tivemos uma noção razoável do que são as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, podemos começar a falar dos princípios 
tributários.
HORA DE
praticar!
Questão 01 - ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Emmatéria tributária, de acordo com a Constituição Federal, compete à Lei 
Complementar instituir as limitações constitucionais ao poder de tributar.
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Comentário: De acordo com o art. 146, II, da CF/88, cabe à lei complementar 
regular as limitações constitucionais ao poder de tributar. No entanto, a 
instituição de novas limitações é tarefa exclusiva do legislador constituinte. 
Questão errada.
Questão 02 - CESPE/MPE-RR/2008
Consoante jurisprudência firmada pelo STF, o poder que tem o Estado de 
tributar sofre limitações que são tratadas como cláusulas pétreas.
Comentário: De fato, como vimos, muitas das limitações constitucionais ao 
poder de tributar já foram consideradas pelo STF como cláusulas pétreas. 
Questão correta.
Questão 03 - CESPE/Juiz-Sergipe/2004
O poder de tributar decorre de uma relação de poder e não de uma relação 
jurídica, de modo que seu exercício não depende de previsão expressa no 
texto constitucional.
Comentário: A relação entre o contribuinte e o fisco é dotada de juridicidade, 
pois existe uma lei instituiu o tributo. Como a lei é criada pelos representantes 
do povo, não podemos afirmar que há uma relação de poder, mas sim uma 
relação jurídica à que se sujeitam os próprios contribuintes. Questão errada.
Questão 04 - CESPE/JUIZ-TJ-BA/2012
Lei ordinária pode estabelecer normas gerais em matéria de legislação 
tributária, mas somente lei complementar pode regular as limitações 
constitucionais ao poder de tributar.
Comentário: Realmente, somente lei complementar pode regular as
limitações constitucionais ao poder de tributar.
No entanto, o art. 146, III, da CF/88, estabelece que apenas lei complementar 
pode estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária 
(estudaremos isso em outra aula). Isso é o que torna a questão errada.
Questão 05 - FCC/Proc. Leg.-Câmara-SP/2014
Na seção denominada das "limitações constitucionais ao poder de tributar" o 
texto constitucional dispõe sobre
a) princípios e regras que disciplinam o exercício da competência para instituir 
e modificar tributos.
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b) o rol taxativo dos impostos instituídos pela Constituição Federal para os 
entes federados, que não têm poder de instituir, mas apenas para cobrar.
c) capacidade tributária para cobrar tributos.
d) imunidades e isenções tributárias.
e) todos os institutos tributários que atuam no campo da cobrança dos tributos 
instituídos na Constituição Federal.
Comentário: Não será necessário analisar todos as assertivas, já que a 
questão é bastante direta. De acordo com o que estudamos, as limitações 
constitucionais ao poder de tributar são constituídas por princípios ou regras 
que disciplinam o exercício da competência para instituir e modificar tributos. 
Portanto, a resposta é a Alternativa A.
2 - PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS
2.1 - Princípio da Legalidade
O princípio da legalidade (art. 150, I, da CF/88) prevê a necessidade de 
que uma lei seja editada para instituir ou aumentar um tributo. Trata-se, na 
verdade, de uma forma de representação popular. Afinal de contas, as leis são 
editadas pelo Congresso Nacional, onde estão aqueles que representam a 
vontade do povo.
De acordo com o art. 5°, II, da CF/88, "ninguém será obrigado a fazer 
ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei". Como o tributo é 
uma prestação pecuniária compulsória (é uma obrigação, portanto), deve 
ser instituído em lei, como decorre do seu próprio conceito, estampado no 
art. 3° do CTN.
Da mesma forma, as multas tributárias, apesar de se distanciarem do 
conceito de tributo, devem ser instituídas em lei, pois elas são prestações 
obrigatórias, assim como aqueles.
Tal princípio também é denominado por alguns estudiosos de princípio da 
reserva legal. Portanto, caro candidato, você pode considerar correta a 
questão que fizer menção tanto à legalidade quanto ao princípio da 
reserva legal.
"A instituição dos emolumentos cartorários pelo Tribunal 
de Justiça afronta o princípio da reserva legal". (STF, ADI 
1.709)
Obs.: Os emolumentos cartorários são taxas judiciárias.
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Embora o dispositivo constitucional apenas se refira à instituição e 
majoração de tributos, devemos considerar que a norma que institui ou majora 
é a mesma que reduz ou extingue o tributo.
Em consonância com o disposto na CF/88 acerca do princípio da 
legalidade, o CTN ressalta, entre outros aspectos, que a instituição/extinção e 
a majoração/redução de tributos deve ser feita somente por lei, conforme 
vemos a seguir:
'' Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução
Outro ponto a ser estudado é a possibilidade de delegação do Congresso 
Nacional ao Presidente da República, para editar as chamadas leis delegadas. 
A princípio, seria estranho dizer que o Presidente da República poderia editar 
leis, mas como tal permissão foi prevista no texto da CF/88, não há qualquer 
vício nessa norma.
O que você precisa saber sobre o tema é que o Chefe do Executivo ( o 
Presidente da República) pode criar leis delegadas, inclusive sobre 
matéria tributária, pois tal assunto não foi proibido no § 1° do art. 68 da 
CF/88, o qual elenca as restrições de tais normas. Além disso, saiba que este 
instrumento normativo foi usado poucas vezes, por ser mais fácil editar uma 
medida provisória.
As medidas provisórias (MPs) são atos normativos editados pelo 
Presidente da República que possuem vida curta, e devem obedecer aos 
requisitos constitucionais de urgência e relevância (art. 62, caput). Além disso, 
são imediatamente submetidas ao Congresso Nacional, podendo ser ou não 
convertidas em lei.
De acordo com o STF (RE 217.162/DF), os requisitos 
de urgência e relevância são políticos. Isto é, em
princípio, a sua apreciação fica a cargo do Presidente da 
República. Contudo, admite-se o controle judicial se 
houver excesso do poder de legislar.
Há muitas discussões a respeito da possibilidade de que as medidas 
provisórias tratem sobre matéria tributária e se elas seriam capazes de instituir 
tributos.
O que o aluno deve guardar a respeito do assunto é que as MPs podem 
tratar sim de matéria tributária bem como instituir tributos, inclusive isso 
consta na Magna Carta (art. 62, § 2°), quando esta dispõe sobre a instituição e
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majoração de impostos por meio de MP, e que, além disso, esse tem sido o 
entendimento do STF:
EMENTA: Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A Medida 
Provisória, tendo força de lei, é instrumento idôneo para instituir e 
modificar tributos e contribuições sociais. Precedentes. 4. Agravo 
regimental a que se nega provimento.
(STF, AI 236.976/MG-AgR, Segunda Turma, Rel. Min. Néri da Silva, Julgamento 
em 17/08/1999)
Destaque-se que a MP não pode tudo na seara tributária, pois a CF 
(art. 62, 1°, III) proibiu a edição de MPs que versem sobre matéria 
reservada a lei complementar. Há vários temas, em matéria tributária, cujo 
tratamento é restrito às leis complementares.
Veremos durante este curso todas as situações em que tal requisito se 
faz necessário. Vai ser muito importante gravar todas as hipóteses, pois nem 
sempre a questão pergunta diretamente se uma MP poderegulamentar 
matérias destinadas às LCs. Algumas questões mencionam o assunto, e 
perguntam se é possível se utilizar de uma MP para regulamentar aquilo.
A grosso modo, você já pode fazer uma leitura nos arts. 146; 146-A; 
148; 153, VII; 154, I; 195, § § 4° e 11. Há ainda outros temas em Direito 
Tributário que devem ser tratados por lei complementar. Contudo, são bem 
específicos de cada tributo, motivo pelo qual deixarei para estudarmos quando 
estivermos nos aprofundando sobre cada assunto, ok?
2.1.1 - Exceções ao Princípio da Legalidade
Vimos até aqui que a regra geral é que a instituição/extinção e a 
majoração/redução devem obedecer ao princípio da legalidade ou reserva 
legal, correto?
Para a instituição e extinção, devemos considerar que a regra não possui 
exceção, ou seja, todos tributos são criados e extintos por lei! Contudo, 
isso não se repete quando o assunto é majoração/redução de tributos.
No texto constitucional inicial, foram previstas quatro exceções ao 
princípio da legalidade, no que se refere à alteração unicamente de alíquotas 
dentro dos limites legais, quais sejam:
• Imposto de Importação (II);
• Imposto de Exportação (IE);
• Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI);
• Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
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Segundo o CTN, é possível a alteração das alíquotas e bases de cálculo. 
Saiba que isso não deve ser encarado como verdadeiro, pois a CF 
recepcionou apenas a alteração de alíquotas como exceção ao 
princípio da legalidade.
Nesses casos, a alteração das alíquotas não ocorre por lei, mas por atos 
infralegais (por decreto do Presidente da República, por exemplo). Mas por que 
esses tributos gozam de tal privilégio?
Ora, trata-se de tributos extrafiscais, cuja finalidade principal não é 
arrecadar, mas sim regular a economia. Nós já estudamos as classificações dos 
tributos na aula anterior, lembra?
Pois bem, para cumprir com os fins que lhes foram propostos é mais do 
que necessário haver certa flexibilização para que o Governo intervenha na 
economia com agilidade e eficácia.
Além dessas exceções ao princípio da legalidade, duas outras surgiram 
com a Emenda Constitucional 33/2001, tratando sobre a tributação de 
combustíveis.
A primeira delas se refere à CIDE-Combustíveis, tributo que já foi por 
nós estudado também na aula anterior. A exceção foi prevista no art. 177, § 
4°, I, b, da CF/88, que afirma que a alíquota da referida contribuição 
poderá ser reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo.
Caro aluno, entenda que restabelecer a alíquota significa elevá-la ao 
limite máximo fixado inicialmente pela lei. Ou seja, a lei, quando cria o tributo, 
prevê certa alíquota, como, por exemplo, 30%. Com a redução por ato do 
Poder Executivo, a alíquota poderia ser reduzida para 10%. Neste caso, para 
permanecer como exceção ao princípio da legalidade, as alíquotas só poderiam 
ser restabelecidas ao que foi inicialmente previsto, que é 30%.
Caso fosse cobrado algo além desse percentual, estaria caracterizada a 
majoração de alíquotas, que deverá Scorrer por meio de uma lei.
A segunda das exceções que foram criadas pela EC 33/2001 é a 
referente ao ICMS-Combustíveis, prevista no art. 155, § 4°, IV, da CF/88. 
Perceba, pela redação do dispositivo em análise, que as alíquotas serão fixadas 
mediante deliberação dos Estados e do DF, por meio de convênios 
interestaduais, que, hoje, são realizados no âmbito do Conselho de Política 
Fazendária (CONFAZ).
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Não caia em "pegadinhas", afirmando que as alíquotas do 
ICMS podem ser fixadas por decreto estadual! Não 
existe essa possibilidade!
Neste caso, a fixação das alíquotas sempre estará excetuada da 
legalidade, mesmo que haja aumento superior ao que foi inicialmente previsto, 
pois isso é o que se extrai da norma constitucional. Na alínea "c" desse mesmo 
inciso IV, fala-se sobre o restabelecimento, mas veja que ele se refere a outro 
princípio, o da anterioridade, que será posteriormente estudado por nós ainda 
nesta aula. Pela riqueza de detalhes, deixarei abaixo um breve resumo do que 
estudamos neste último tópico:
• Existem 6 tributos, cuja alteração de alíquotas (e não as bases de 
cálculos) está excetuada da legalidade, que são: II, IE, IPI, IOF, CIDE- 
Combustíveis e ICMS-Combustíveis;
• As exceções da CIDE-Combustíveis e do ICMS-Combustíveis só 
entraram na CF com a EC 33/2001, e são justamente elas que guardam 
peculiaridades;
• A CIDE-Combustíveis, embora possa ter sua alíquota alterada por 
decreto do Poder Executivo, este somente poderá reduzir e 
RESTABELECER as alíquotas ao máximo que foi inicialmente 
previsto.
• O ICMS-Combustíveis deve ser alterado mediante deliberação dos 
Estados e do DF, mas pode ter a alíquota livremente fixada, sem se 
sujeitar ao rito legal.
Creio que com esse resumo não tenha ficado difícil para ninguém. Afinal, 
basta que o aluno guarde as 4 exceções que foram incialmente previstas, as 
duas que vieram depois, e que cada uma dessas duas últimas possui uma 
peculiaridade, que as distingue entre si e das outras 4.
Por fim, eu gostaria de acrescentar algumas situações em matéria 
tributária que escapam do rigor da lei, ou seja, são exceções ao princípio da 
legalidade. Trata-se da atualização do valor monetário da base de 
cálculo do tributo e da fixação do prazo para recolhimento da exação 
tributária.
A atualização do valor monetário da base de cálculo foi expressamente 
permitida pelo § 2° do art. 97 do CTN. Ressalte-se que não se deve 
confundir atualização com aumento, este está sujeito a edição de lei.
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Portanto, os entes federados devem observar o índice oficial de correção 
monetária para atualizar a base de cálculo dos tributos. A correção que for 
realizada em valor superior a tal índice revela aumento de tributo e isso só é 
possível por lei, como vimos. Não poderia, portanto, ser realizada por ato do 
Poder Executivo (decreto, por exemplo).
Nesse sentido, vejamos a seguinte súmula do STJ:
Súmula STJ 160 - É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante 
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção monetária.
No que se refere ao prazo para recolhimento dos tributos, o STF (RE 
195.218/MG) já se posicionou no sentido de que, se a matéria não foi prevista 
no art. 97 do CTN (dispositivo que relaciona as situações que se sujeitam ao 
princípio da legalidade), não há motivo para criar tal restrição.
^^átenção
Há exceção ao princípio da legalidade, no que se refere à 
majoração de alíquotas, não sendo extensível às bases 
de cálculo (permite-se, neste caso, apenas a atualização
monetária).
Resumindo, além das exceções relativas à alteração de alíquotas dos 
tributos citados, temos as seguintes matérias que não necessitam obedecer ao 
princípio da legalidade:
Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo; 
Alteração do prazo para recolhimento dos tributos.
HORA DE
praticar!
Questão 06 - FGV/Juiz-TJ-MS /2008
A vedação que impede a União, os Estados, o DF e os Municípios de exigir ou 
aumentar tributo sem lei que o estabeleça consagra o princípio da legalidade 
tributária.
Comentário: A questão conceituou o princípio da legalidade, estando, 
portanto, correta.
Questão 07 - CESPE/AGU/2004
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As alíquotas dos impostos de importação e exportação podem ser alteradas por 
decreto, de acordo com os limites previstos em lei, o que constitui atenuação 
ao princípio da legalidade.
Comentário: Conforme preceitua o art. 153, § 1°, da CF/88, as alíquotas do 
II, IE, IPI e IOF podem ser alteradas por decreto, que é um ato infralegal. 
Questão correta.
Questão 08 - CESPE/JUIZ FEDERAL-23 REGIÃO/2013
O município pode atualizar o IPTU, mediante decreto, em percentual não 
superior ao índice oficial de correção monetária.
Comentário: Trata-se de interpretação a contrario sensu da Súmula 160 do 
STJ. Questão correta.
Questão 09 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei, em sentido formal, 
configura o veículo apto para instituir tributo, razão pela qual é vedada a 
instituição de tributo por intermédio de medida provisória.
Comentário: Apenas lei, em sentido formal, ou instrumento normativo de
igual força pode instituir tributo. O entendimento do STF é no sentido da 
possibilidade de as MPs instituírem ou modificarem tributos, ressalvados os 
que estiverem sujeitos à reserva de lei complementar. Questão errada.
Questão 10 - CESPE/JUIZ-TJ-BA/2012
E vedado à União, aos estados, ao DF e aos municípios exigir ou aumentar 
tributo sem lei que estabeleça essa exigência ou esse aumento, não se 
aplicando essa vedação aos empréstimos compulsórios para atender a 
despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa 
ou sua iminência.
Comentário: Assertiva bastante forçada, não é mesmo? Instituição ou 
majoração de empréstimo compulsório sujeita-se à edição de lei 
complementar. Questão errada.
Questão 11 - FCC/AFR-SP/2013
E uma das limitações constitucionais do poder de tributar a legalidade 
tributária estrita, incluída na Constituição Federal de 1988 pela Emenda 
Constitucional 42, de 19 de dezembro de 2003.
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Comentário: O princípio da legalidade existiu em quase todas as constituições 
brasileiras, tendo sido previsto na CF/88 desde a sua promulgação. Portanto, a 
questão encontra-se errada.
Questão 12 - INÉDITA/2014
O princípio da legalidade, previsto no art. 150, I, da CF/88, dispõe que a 
instituição ou majoração de tributos deve ser feita por meio de lei. De acordo 
com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, os tributos podem ser 
também instituídos ou majorados por medida provisória.
Comentário: O STF entende que a medida provisória tem força de lei, 
podendo instituir ou modificar tributos. Questão correta.
Questão 13 - INÉDITA/2014
O princípio da legalidade, previsto no art. 150, I, da CF/88, dispõe que a 
instituição ou majoração de tributos deve ser feita por meio de lei. No entanto, 
admite-se, em alguns casos, a instituição de tributos extrafiscais por meio de 
decreto do Poder Executivo.
Comentário: Não há exceções quanto à instituição de tributos, devendo ser 
respeitado o princípio da legalidade. Questão errada.
Questão 14 - INÉDITA/2014
As alíquotas do ICMS podem ser fixadas pelo Poder Executivo estadual, por 
meio de decreto.
Comentário: Não confunda! Embora seja exceção à legalidade, a alteração 
das alíquotas do ICMS somente se faz possível por meio de convênios 
interestaduais, celebrados no âmbito do CONFAZ. Questão errada.
2.2 - Princípio da Isonomia
O estudo desse princípio exige o conhecimento de diversos 
entendimentos jurisprudenciais. Veremos todos os principais que já 
caíram e que possam vir a cair em provas de concurso. Por isso, vamos 
fazer da seguinte forma: estudaremos inicialmente os conceitos básicos do 
princípio, para, logo em seguida, partir para a análise dos posicionamentos dos 
tribunais. Ok?
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Precisamos saber, basicamente, que isonomia significa o mesmo que 
igualdade. Você deve estar pensando que igualdade seria tributar TODOS 
contribuintes igualmente, certo? Entretanto, esse pensamento não está 
correto. Vejamos o que a nossa CF fala acerca do princípio da isonomia:
"Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federai e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem 
em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de 
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;"
Antes de analisarmos a norma, quero ressaltar que o princípio da 
isonomia possui como destinatários tanto o legislador (Poder Legislativo) 
aplicador da lei (Poder Executivo e Judiciário). No primeiro caso, dizemos que 
se trata da igualdade na lei; no segundo, igualdade perante a lei. Vale dizer, o 
princípio deve ser obedecido não só no momento da elaboração das 
leis, mas também na sua aplicação.
Observe que, segundo o texto constitucional, é vedado a todos os entes 
federativos conferir tratamento desigual entre pessoas que se encontram em 
situação equivalente. Note que isso não significa tratar a todos igualmente, 
pois, da mesma forma que é vedado desigualar pessoas que se encontram em 
situações iguais, também é proibido tratar igualmente os contribuintes que são 
financeiramente desiguais.
Com efeito, se "A" aufere maiores rendimentos do que B, nada mais 
justo do que "A" tenha que arcar com o pagamento de valores maiores, a título 
de tributo. Por outro lado, se duas pessoas podem ser consideradas iguais, sob 
a ótica tributária, nada mais injusto do que tributá-las de maneira diferente.
Como já vimos na aula anterior, já foi julgado no STF (HC 77.530/RS), a 
adoção ao princípio do pecunia non olet. De acordo com o tribunal, para que 
não haja ofensa ao princípio da isonomia, os rendimentos auferidos com 
atividades ilícitas devem ser tributados. Isso ocorre porque seria injusto 
tributar quem aufere rendimentos decorrentes de atividades lícitas, e não fazer 
o mesmo com aqueles que ganham a vida ilicitamente, concordam?
Outro aspecto curioso é o parâmetro utilizado para igualar ou desigualar 
os contribuintes. Trata-se da capacidade contributiva das pessoas,
princípio que guarda íntima relação com a isonomia e que, por tal motivo, o 
estudaremos dentro do tópico a seguir.
2.2.1 - O princípio da capacidade contributiva
Primeiramente, devemos ressaltar que o princípio da capacidade 
contributiva não se limita a um parâmetro de isonomia tributária. Na verdade,
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ele existe para a busca da justiça na tributação, que pode ser considerada, a 
grosso modo, sinônimo de equidade.
Nesse contexto, surgem duas acepções para a equidade na tributação, 
quais sejam:
• Equidade Vertical: contribuintes que possuem capacidade contributiva 
diferente devem contribuir de forma desigual.
• Equidade Horizontal: contribuintes que possuem igual capacidade 
contributiva devem ser tributados de maneira igual.
Tal princípio foi previsto na CF/88 no art. 145 § 1°, como vemos a 
seguir:
"Art. 145: (...):
§ 1° - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão 
graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte."
Embora o dispositivo em análise só faça menção aos impostos, o 
entendimentoque o STF (RE 406.955-AgR) tem é o de que esse princípio 
(capacidade contributiva) também pode ser extensível a outras 
espécies tributárias, obedecendo, é claro, as singularidades de cada uma 
delas.
Partindo desse pressuposto, a capacidade contributiva é aferida de várias 
formas, adequando-se aos diversos impostos, bem como aos demais tributos 
aos quais se aplica o subprincípio.
A aplicação da capacidade contributiva aos tributos 
ocorre de maneira distinta.
Por exemplo, a progressividade ocorre quando se tributa 
proporcionalmente mais aqueles que possuem maior capacidade 
contributiva. Isso ocorre, por exemplo, com o Imposto de Renda, em que as 
pessoas que auferem maiores rendas contribuem com alíquotas maiores.
Para facilitar o seu entendimento, note a diferença entre a 
proporcionalidade e a progressividade. Alíquotas progressivas ocorrem quando 
o percentual a ser aplicado sobre a renda aumenta, à medida que a renda
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aumenta. Já a proporcionalidade está presente quando a mesma alíquota é 
aplicada sobre qualquer renda.
Com base no que acabamos de ver, se a progressividade está ligada à 
capacidade contributiva, de acordo com o STF, "não há tributo progressivo 
quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em 
consideração a capacidade contributiva".
A expressão "sempre que possível" mencionada no dispositivo 
constitucional refere-se ao fato de que em alguns casos não é possível graduar 
impostos segundo a capacidade contributiva, como é a regra nos impostos 
reais (que incidem sobre coisas). Analisaremos todos esses casos mais 
detidamente na próxima aula!
Por hora, eu preciso que você grave que os impostos 
reais (que incidem sobre coisas), via de regra, não 
podem ser progressivos. Quando chegar a hora, 
veremos os detalhes sobre o assunto.
Deve-se considerar também que, para o STF (AI 583.636-MS), a 
adequação do tributo de acordo com a capacidade contributiva não é 
obtida apenas como a alteração de alíquotas, mas também pode ser 
concretizada, por meio do escalonamento das bases de cálculo. Como 
assim?
A base de cálculo do IPTU, por exemplo, é o valor venal do imóvel. 
Contudo, para se chegar ao valor venal, vários critérios são utilizados pelos 
municípios. Um dos critérios poderia ser o tipo de construção (precário, 
popular, médio, fino e luxo). Ou seja, à medida que o padrão da construção 
aumenta, haverá consequente escalonamento da base de cálculo. Como o 
tributo é calculado multiplicando-se a base de cálculo pela alíquota, de acordo 
com a Suprema Corte, trata-se de "índice hábil à mensuração da frivolidade ou 
da essencialidade do bem, além de mpe conferir mais matizes para definição da 
capacidade contributiva".
A capacidade contributiva pode ser mensurada não só 
pela aplicação de diferentes alíquotas, mas também 
pelo escalonamento da base de cálculo.
Voltando nossa análise do art. 145, o dispositivo confere alguns poderes 
à administração tributária, para que ela seja capaz de aplicar o princípio da 
capacidade contributiva com efetividade. Dessa forma, é facultado a ela 
identificar o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do 
contribuinte.
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Perceba que tal poder não é ilimitado, já que devem ser 
respeitados os direitos individuais dos contribuintes, e 
nos termos da lei.
2.2.2 - Princípio da Isonomia e a Jurisprudência
Agora que já estudamos o princípio da isonomia, vamos trabalhar os 
entendimentos que os tribunais vêm adotando acerca desse princípio:
• Fere o princípio da isonomia a discriminação com base na função 
ou ocupação exercida (STF, AI 157.871-AgR)
No caso concreto, o contribuinte estava requerendo isenção de IPTU, em 
decorrência de ser funcionário público. Note que o próprio art. 150, II, da 
CF/88, proíbe qualquer distinção em razão da ocupação profissional ou função 
exercida.
Nesse rumo, o STF também já considerou inconstitucional lei 
complementar estadual que isenta os membros do Ministério Público 
do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e quaisquer 
taxas ou emolumentos (ADI 3.260).
• Não fere o princípio da isonomia o tratamento desigual a 
microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP) cujos sócios 
têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do 
Estado (ADI 1.643, Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-12-2002, 
Plenário, DJ de 14-3-2003.)
O legislador constituinte, no art. 146, III, d, previu a possibilidade de se 
conferir tratamento diferenciado às ME e EPP, para possibilitar que elas 
consigam concorrer com as grandes empresas. Essa é uma hipótese que nos 
faz crer que o princípio da isonomia deve ser interpretado em conjunto com as 
demais normas constitucionais. Neste caso, houve favorecimento a tais 
empresas, para favorecer o desenvolvimento delas.
Contudo, as sociedades civis de prestação de serviços 
profissionais, cujos sócios possuem preparo científico, por exemplo, 
não necessitam da assistência do Estado para disputar o mercado.
Portanto, não há motivos para conferir tais benefícios a estas sociedades.
Destaque-se que a lei pode discriminar os ramos de atividade 
econômica, desde que a distinção seja racional.
• Não fere o princípio da isonomia quando a lei estimula a 
contratação de empregados com determinadas características (por
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exemplo, idade mais elevada), por meio de incentivos fiscais (ADI 1.276, 
Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 28-8-2002)
No caso concreto, a Assembleia Legislativa de SP, por motivos 
extrafiscais, criou incentivo fiscal para estimular a contratação de empregados 
com mais de quarenta anos de idade. De acordo com a Suprema Corte, tais 
normas não ferem o princípio da isonomia.
• Não fere o princípio da isonomia a sobrecarga imposta aos bancos 
comerciais e às entidades financeiras, no que se refere à contribuição 
previdenciária sobre a folha de salários. (AC 1.109-MC, Rel. p/ o ac. 
Min. Ayres Britto, julgamento em 31-5-2007, Plenário, DJ de 9-10­
2007.)
Realmente, não há que se falar em conflito com o princípio da isonomia 
neste caso, já que o art. 195, § 9°, da Constituição prevê que as contribuições 
sociais a cargo do empregador poderão ter suas alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas, dependendo, entre outras características, do porte da empresa 
ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
• Não afronta o princípio da isonomia norma que proíbe a adoção do 
regime de admissão temporária para as operações de importação 
amparadas por arrendamento mercantil. (RE 429.306/PR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 16/3/11)
De acordo com a Lei 6.099/74, "a entrada no território nacional dos bens 
objeto de arrendamento mercantil, contratado com entidades arrendadoras 
domiciliadas no exterior, não se confunde com o regime de admissão 
temporária".
Consoante a Suprema Corte, "o arrendamento mercantil foi adotado no 
Brasil para que os interessados possam usufruir de suas virtudes intrínsecas, 
mas não para que obtenham tratamento fiscal mais benéfico, se
comparado ao previsto em relação às operações de compra e venda 
financiada".
• Não afronta o princípio da isonomia a vedação de importação de 
automóveis usados, sob a alegação de a União estar atuando contra as 
pessoas de menor capacidade econômica (STF, RE 312.511, rel. min. 
Moreira Alves, Primeira Turma, DJ de 28.06.2002)
A proibição de importação de veículosusados consta na Portaria n° 8/91 
do Departamento de Operações de Comércio Exterior (DECEX), e não pode ser 
considerada como discriminação, tendo em vista que está de acordo com os 
interesses fazendários. Afinal de contas, o art. 237 da CF/88 delega a 
competência de controle do comércio exterior ao Ministério da Fazenda.
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HORA DE
praticar!
Questão 15 - ESAF/ATRFB/2009
Em razão do princípio constitucional da isonomia, não deve ser diferenciado, 
por meio de isenções ou incidência tributária menos gravosa, o tratamento de 
situações que não revelem capacidade contributiva ou que mereçam um 
tratamento fiscal ajustado à sua menor expressão econômica.
Comentário: Deve haver, sempre que possível, a diferenciação da carga 
tributária imposta aos contribuintes, em função da capacidade contributiva de 
cada um. Conforme estudamos, embora a CF/88 tenha se restringido aos 
impostos, para o STF, tal princípio é aplicável às demais espécies tributárias. 
Questão errada.
Questão 16 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
Dados os princípios da personalização e da capacidade contributiva, os 
impostos devem, sempre que possível, ter caráter pessoal e ser graduados de 
acordo com a capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à 
administração, respeitados os direitos individuais e os termos da lei, identificar 
os rendimentos do contribuinte, seu patrimônio e suas atividades econômicas.
Comentário: A questão realizou cópia do art. 145, § 1°, da CF/88. Questão 
correta.
Se a questão apenas mencionar os impostos, está 
correta, pois seguiu a CF. Por outro lado, se houver 
menção à jurisprudência do STF, o princípio se aplica a 
outras espécies tributárias.
Questão 17 - ESAF/MDIC/2012
A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, veda o 
tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação 
equivalente. Sobre esta isonomia tributária, é correto afirmar que o STF 
entendeu inconstitucional, por ofensa a tal princípio, norma que proibia a 
adoção do regime de admissão temporária para as operações amparadas por 
arrendamento mercantil.
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Comentário: O arrendamento mercantil não se confunde com o regime de 
admissão temporária, nos termos da Lei 6.099/74. O STF, ao analisar o 
dispositivo legal, entendeu que não há ofensa ao princípio da isonomia, tendo 
em vista que o arrendamento mercantil não deve ser utilizado para obter 
tratamento fiscal mais benéfico do que as operações de compra e venda 
financiadas. Questão errada.
Questão 18 - ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Considerando decisões emanadas do STF sobre o princípio da isonomia, julgue 
o seguinte item: A exclusão do arrendamento mercantil do campo de aplicação 
do regime de admissão temporária não constitui violação ao princípio da 
isonomia tributária.
Comentário: O STF, ao analisar o dispositivo da Lei 6.099/74, entendeu que 
não há ofensa ao princípio da isonomia, tendo em vista que o arrendamento 
mercantil não deve ser utilizado para obter tratamento fiscal mais benéfico do 
que as operações de compra e venda financiadas. Questão correta.
Questão 19 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Segundo o STF, é constitucional lei estadual que estabelece alíquotas 
diferenciadas do imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA) 
em razão do tipo do veículo, por entender que não há tributo progressivo 
quando as alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em 
consideração a capacidade contributiva.
Comentário: Como vimos, via de regra, os impostos reais não podem ser 
progressivos. No caso concreto, a lei estadual estava estabelecendo alíquotas 
diferenciadas em função do tipo de veículo, o que não parece ser um critério 
que leva em consideração a capacidade contributiva, correto?
Nesse sentido, o STF decidiu que não há tributo progressivo quando as 
alíquotas são diferenciadas segundo critérios que não levam em consideração a 
capacidade contributiva. Questão correta.
Questão 20 - ESAF/MDIC/2012
Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos 
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de 
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do 
simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho 
sem assistência do Estado.
Comentário: Conforme a jurisprudência do STF, Não fere o princípio da 
isonomia o tratamento desigual a microempresas (ME) e empresas de pequeno
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porte (EPP) cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem 
assistência do Estado. Questão correta.
Questão 21 - ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos 
extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de 
pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do 
simples aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho 
sem assistência do Estado.
Comentário: Repare como as bancas gostam de cobrar essa jurisprudência. 
Esta assertiva está idêntica à anterior. Questão correta.
Questão 22 - ESAF/MDIC/2012
Viola o princípio da isonomia a instituição, por parte de lei estadual, de 
incentivos fiscais a empresas que contratem empregados com mais de 
quarenta anos.
Comentário: O STF já decidiu que não há violação do princípio da isonomia se 
a lei institui incentivos fiscais a empresas que contratem empregados com 
mais de quarenta anos. Questão errada.
Questão 23 - ESAF/MDIC/2012
Não se permite a distinção, para fins tributários, entre empresas comerciais e 
prestadoras de serviços, bem como entre diferentes ramos da economia.
Comentário: O STF já permitiu a o tratamento desigual a microempresas e 
empresas de pequeno porte, dependendo de condições a elas peculiares. 
Ademais disso, o art. 195, § 9°, da Constituição prevê que as contribuições 
sociais a cargo do empregador poderão ter suas alíquotas ou bases de cálculo 
diferenciadas, dependendo, entre outras características, do porte da empresa 
ou da condição estrutural do mercado de trabalho. Questão errada.
Questão 24 - ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Considerando decisões emanadas do STF sobre o princípio da isonomia, julgue 
o seguinte item: A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades 
financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, 
fere o princípio da isonomia tributária.
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Comentário: De acordo com os comentários acima, a própria CF prevê, em 
seu art. 195, § 9°, a possibilidade de diferenciar as alíquotas ou bases 
decálculo das contribuições sociais a cargo do empregador, dependendo, entre 
outras características, do porte da empresa ou da condição estrutural do 
mercado de trabalho. Questão errada.
Questão 25 - ESAF/ATRFB/2009
A Constituição Federal, entre outras limitações ao poder de tributar, estabelece 
a isonomia, vale dizer, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente. Sobre a isonomia, é correto afirmar que 
diante da regra mencionada, o tratamento tributário diferenciado dado às 
microempresas e empresas de pequeno porte, por exemplo, deve ser 
considerado inconstitucional.
Comentário: O tratamento tributário diferenciado dado às microempresas eempresas de pequeno porte não pode ser considerado ofensível ao princípio da 
isonomia, haja vista sua previsão constitucional (art. 146, III, d, da CF/88). 
Questão errada.
Questão 26 - ESAF/ISS-RJ/2010
O princípio da isonomia tributária, previsto no art. 150, inciso II, da 
Constituição, proíbe o tratamento desigual entre contribuintes que se 
encontrem em situação equivalente. Entretanto, tal princípio exige a sua 
leitura em harmonia com os demais princípios constitucionais. Destarte, pode- 
se concluir, exceto, que:
a) em matéria tributária, as distinções podem se dar em função da capacidade 
contributiva ou por razões extrafiscais que estejam alicerçadas no interesse 
público.
b) relativamente às microempresas e empresas de pequeno porte, a 
Constituição prevê que lhes seja dado tratamento diferenciado e favorecido, 
por lei complementar, inclusive com regimes especiais ou simplificados.
c) a sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no 
tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere o 
princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional.
d) determinado segmento econômico prejudicado por crise internacional que 
tenha fortemente atingido o setor não permite tratamento tributário 
diferenciado sem ofensa ao princípio da isonomia.
e) a proibição de importação de veículos usados não configura afronta ao 
princípio da isonomia.
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Comentário:
Alternativa A: Pode haver tratamento desigual em função de diferentes 
capacidades contributivas, como também podemos ter distinções por razões 
extrafiscais, como, por exemplo, a aplicação de IPTU progressivo no tempo, 
em caso de não aproveitamento de solo urbano, nos termos do art. 182, § 4°, 
da CF/88. Item correto.
Alternativa B: De fato, há essa permissão no art. 146, III, d, da CF/88. Item 
correto.
Alternativa C: Tal distinção está prevista no art. 195, § 9°, da CF/88, não 
havendo, por conseguinte, ofensa ao princípio da isonomia. Item correto.
Alternativa D: O intuito do princípio da isonomia é tratar diferentemente os 
desiguais, na medida de suas desigualdades. Portanto, se um segmento 
econômico foi prejudicado por crise internacional, é mais do que razoável e 
isonômico que haja tratamento tributário diferenciado. Item errado.
Alternativa E: O STF entende que não afronta o princípio da isonomia a 
vedação de importação de automóveis usados, sob a alegação de a União estar 
atuando contra as pessoas de menor capacidade econômica. Item correto.
Gabarito: Letra D
Questão 27 - ESAF/MDIC/2012
O princípio da capacidade contributiva, que informa o ordenamento jurídico 
tributário, estabelece que, sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, 
facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a 
esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da 
lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 
Sobre ele, assinale a opção incorreta.
a) Tal princípio aplica-se somente às pessoas físicas.
b) Constitui subprincípio do princípio da solidariedade.
c) Visa, entre outros objetivos, a assegurar o mínimo vital, ou mínimo 
existencial.
d) Constitui subprincípio do princípio da igualdade.
e) É compatível com a progressividade de alíquotas.
Comentário:
Alternativa A: Não há qualquer restrição quanto a isso. Logo, o princípio da 
capacidade contributiva aplica-se tanto às pessoas físicas quanto às pessoas 
jurídicas. Item errado.
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Alternativa B: O fato de tributar mais quem aufere mais renda está 
intimamente ligado ao princípio da solidariedade, pois aqueles que menos 
contribuem (por possuírem menor capacidade contributiva) são os que mais 
usufruem dos serviços prestados pelo poder público. Item correto.
Alternativa C: O princípio da capacidade contributiva tem como um de seus 
objetivos assegurar que o Estado não subtrairá a riqueza mínima do 
contribuinte, utilizada para a sua manutenção. Item correto.
Alternativa D: Podemos dizer que constitui subprincípio da igualdade, pois, 
como dito na aula, confere tratamento desigual conforme as diferentes 
capacidades contributivas. Item correto.
Alternativa E: A progressividade é um instrumento para conferir maior 
justeza na tributação das distintas capacidades contributivas, pois se tributa 
proporcionalmente mais quem aufere maiores rendimentos. Item correto.
Gabarito: Letra A
Questão 28 - ESAF/AFRFB/2012-Adaptada
Considerando decisões emanadas do STF sobre o princípio da isonomia, julgue 
o seguinte item: Lei complementar estadual que isenta os membros do 
Ministério Público do pagamento de custas judiciais, notariais, cartorárias e 
quaisquer taxas ou emolumentos fere o princípio da isonomia.
Comentário: De fato, esse tem sido o entendimento do STF, que foi estudado 
em aula. Questão correta.
Questão 29 - ESAF/ISS-RJ/2010
O efeito extrafiscal ou a calibração do valor do tributo de acordo com a 
capacidade contributiva não são obtidos apenas pela modulação da alíquota. O 
escalonamento da base de cálculo pode ter o mesmo efeito. Ao associar o tipo 
de construção (precário, popular, médio, fino e luxo) ao escalonamento 
crescente da avaliação do valor venal do imóvel, pode-se graduar o valor do 
tributo de acordo com índice hábil à mensuração da frivolidade ou da 
essencialidade do bem, além de lhe conferir mais matizes para definição da 
capacidade contributiva.
Comentário: Conforme explicamos durante a aula, não só a modulação da 
alíquota é capaz de adequar o tributo de acordo com a capacidade contributiva 
de cada contribuinte, mas também o escalonamento da base de cálculo. A
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questão foi elaborada com base na jurisprudência do STF, copiando parte da 
ementa do AI 583.636-AgR. Questão correta.
2.3 - Princípio do não confisco
Dando continuidade ao estudo dos princípios constitucionais tributários, 
veremos agora o Princípio do Não Confisco, previsto no art. 150, IV, da CF/88 
(acompanhe na sua Constituição Federal).
Na realidade, embora majoritariamente conhecido por princípio do não 
confisco, o que a Constituição quis proteger foi a tributação com efeito 
confiscatório, que é diferente do confisco em si.
Veja que confiscar bens significa aplicar pena de perdimento nos bens 
dos contribuintes. Tendo em vista que a perda de bens é considerada uma 
punição pela própria Magna Carta (art. 5°, XLVI, "b"), o tributo não poderia 
ser confiscatório, pois o art. 3° do CTN assevera que o tributo não 
constitui sanção por ato ilícito.
Então, o que seria a tributação com efeito confiscatório? Ora, seria uma 
sobrecarga de tributos de tal forma que se assemelhe a uma punição, pois o 
Estado estaria absorvendo boa parte da riqueza gerada pelos 
contribuintes.
Destaque-se que, para Luciano Amaro, o princípio da vedação ao 
confisco atua em conjunto com o princípio da capacidade contributiva, pois 
ambos visam preservar a capacidade econômica do contribuinte.
Agora que já sabemos o que é efeito de confisco, resta saber quando se 
configura a verdadeira tributação com efeito confiscatório. A principal 
informação que temos que gravar aqui é que se trata de um conceito 
indeterminado.
Diante disso, muitas vezes o Judiciário utiliza os princípios da 
razoabilidade ou proporcionalidade |dara conseguir enquadrara situação no 
verdadeiro efeito confiscatório.
De qualquer modo, para o Supremo Tribunal Federal, a caracterização do 
efeito confiscatório deve ser obtida, analisando a totalidade de tributos a 
que um contribuinte está submetido, dentro de determinado período, 
em relação à mesma pessoa política. Ou seja, se o objetivo é descobrir se 
determinado imposto federal está sendo utilizado com efeito de confisco, há 
que se verificar todo o ônus tributário com que certo contribuinte arca em 
relação à União.
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Princípio do não confisco: Totalidade da carga 
tributária / Mesma pessoa política (União, por exemplo).
No que se refere às taxas, para o STF (ADI-MC-QO 2.551/MG), a 
análise a ser feita é entre a relação do custo do serviço prestado ao 
contribuinte e o que foi efetivamente cobrado dele. Nesses casos, o 
princípio objetiva evitar a onerosidade excessiva da atividade prestada pelo 
Estado.
Cumpre-nos ressaltar que, embora não se trate de tributo, as multas 
tributárias também estão sujeitas ao princípio do não confisco. Esse é o 
entendimento adotado pelo STF (ADI 551/RJ):
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. §§ 2.° E 3.° DO ART. 
57 DO ATO DAS DOSPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS DA 
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. FIXAÇÃO DE VALORES 
MÍNIMOS PARA MULTAS PELO NÃO-RECOLHIMENTO E SONEGAÇÃO DE 
TRIBUTOS ESTADUAIS. VIOLAÇÃO AO INCISO IV DO ART. 150 DA CARTA DA 
REPÚBLICA. A desproporção entre o desrespeito à norma tributária e 
sua conseqüência jurídica, a multa, evidencia o caráter confiscatório 
desta, atentando contra o patrimônio do contribuinte, em 
contrariedade ao mencionado dispositivo do texto constitucional 
federal. Ação julgada procedente.
(STF, ADI 551/RJ, Plenário, Rel. Min. Ilmar Galvão, Julgamento em 
24/10/2002)
Com efeito, se um determinado contribuinte sonega tributo em certo 
montante, e o ente federado institui uma multa de, por exemplo, cinco vezes o 
valor que foi sonegado, resta claro que se trata de efeito confiscatório.
O princípio da vedação ao efeito de confisco também é 
aplicável às multas tributárias (tanto moratórias como 
punitivas). No entanto, as multas não se 
confundem com tributos (aprendemos isso na aula 
anterior).
Por último, fique atento ao fato de que a aplicação do princípio do 
não confisco deve ser atenuada, quando se trata de tributos 
extrafiscais. Tais tributos são utilizados como forma de controle, e por isso 
mesmo a doutrina e a jurisprudência aceitam que se estipule alíquotas 
elevadas nesses tributos.
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Nesse contexto, as alíquotas do IPI em relação aos cigarros, por 
exemplo, chegam a 300%, não sendo caracterizado confisco, haja vista que o 
interesse do Estado é o de que as pessoas evitem fumar. Portanto, a 
sobrecarga tem intuito extrafiscal, qual seja o de inibir certo 
comportamento das pessoas.
HORA DE
praticar!
Questão 30 - ESAF/AFRFB/2014
Sobre o entendimento do STF acerca da vedação da utilização, por parte da 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios, dos tributos com efeitos de 
confisco, pode-se afirmar que por veicular um conceito jurídico indeterminado, 
e não havendo diretriz objetiva e genérica, aplicável a todas as circunstâncias, 
é permitido aos Tribunais que procedam à avaliação dos excessos 
eventualmente praticados pelo Estado, com apoio no prudente critério do Juiz.
Comentário: Por não se tratar de um conceito jurídico indeterminado, cabe ao 
Juiz determinar quando há ou não incidência tributária confiscatória. Questão 
correta.
Questão 31 - FGV/SEAD-AP/2010
A vedação à instituição de tributos com efeito de confisco não atinge as multas 
moratórias ou punitivas, que podem ser fixadas em qualquer patamar 
conforme admitido pela jurisprudência.
Comentário: Vimos que o princípio que a tributação com efeito confiscatório é 
aplicável tanto aos tributos quanto às multas, sejam elas moratórias ou 
punitivas. Portanto, a questão está enl rada.
Questão 32 - ESAF/AFRFB/2009
Entre as limitações constitucionais ao poder de tributar, que constituem 
garantias dos contribuintes em relação ao fisco, é incorreto afirmar que a 
identificação do efeito confiscatório não deve ser feita em função da totalidade 
da carga tributária, mas sim em cada tributo isoladamente.
Comentário: Como vimos, para o STF, deve-se avaliar a totalidade da carga 
tributária a que o contribuinte esteja sujeito em relação à mesma pessoa 
política. Na presente questão, como se afirma que o conceito é incorreto - e 
realmente é -, a questão está correta.
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Questão 33 - CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
Conforme o caso concreto, é facultado à União, aos estados, ao DF e aos 
municípios, sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
utilizar tributo com efeito de confisco.
Comentário: De modo algum, pois é exatamente o contrário, ou seja, é 
vedado a todos os entes federados utilizar o tributo com efeito de confisco. 
Questão errada.
Questão 34 - ESAF/AFRFB/2009
O princípio do não-confisco ajuda a dimensionar o alcance do princípio da 
progressividade, já que exige equilíbrio, moderação e medida na quantificação 
dos tributos.
Comentário: Se não houvesse um princípio que vedasse a invasão desmedida 
ao patrimônio do contribuinte, por meio de tributos, a progressividade das 
alíquotas não teria nenhuma restrição. Questão correta.
Questão 35 - ESAF/AFRFB/2009
Uma alíquota do imposto sobre produtos industrializados de 150%, por 
exemplo, não significa necessariamente confisco.
Comentário: Quando se trata de tributos extrafiscais (que é o caso do IPI), há 
a atenuação do princípio do não confisco, pois a finalidade principal do Estado 
é a intervenção na economia, e não a arrecadação. Conforme exemplificado, os 
cigarros são tributados em 300% de IPI. Questão correta.
Questão 36 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013
Configura-se o caráter confiscatório de determinado tributo sempre que o 
efeito cumulativo, resultante das múltiplas incidências tributárias estabelecidas 
pela mesma entidade estatal, afetar, substancialmente e de maneira 
irrazoável, o patrimônio ou os rendimentos do contribuinte.
Comentário: A questão traz a definição perfeita do efeito confiscatório 
causado pelo excesso de tributação por parte do Fisco. Questão correta.
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Questão 37 - CESPE/JUIZ-TJ-PA/2012
A vedação do efeito confiscatório aplica-se tanto aos tributos propriamente 
ditos quanto às multas pelo descumprimento da legislação tributária.
Comentário: Para o STF, realmente o princípio do não confisco aplica-se 
também às multas pelo descumprimento da legislação tributária. Questão 
correta.
Questão 38 - CESPE/JUIZ-TJ-CE/2012
Segundo o STF, o denominado princípio da vedação ao confisco tem aplicação 
apenas em relação ao tributo e não à sanção, motivo pelo qual não estende a 
sua aplicação às multas moratórias.
Comentário: Na realidade, o STF entende que o princípio do não confisco 
aplica-se também às multas, inclusive às moratórias. Questão errada.
2.4 - Princípio da não surpresa
Como já sabemos, um Estado Democrático de Direito pressupõe a 
existência de princípios que protejam os particulares do excesso de poder do 
Estado.
Nessa concepção, surge o princípio da segurança jurídica, relacionado à 
estabilidadedas relações jurídicas, que protege o contribuinte contra 
alterações repentinas que possam trazer prejuízos inesperados ao seu 
patrimônio.
Relativamente à matéria tributária, a segurança jurídica é concretizada 
por meio do princípio da não surpresa. Mas o que viria a ser tal princípio?
Como o Direito Tributário rege as normas atinentes à instituição, 
arrecadação e fiscalização tributária, ou seja, envolve a subtração do 
patrimônio particular em benefício do Estado, é natural que a Constituição 
estabeleça princípios que evitem - ou reduzam - a alteração brusca das 
normas que venham a prejudicar os contribuintes.
Portanto, o princípio da não surpresa é representado, na CF/88, pelos 
princípios da anterioridade, noventena e até mesmo o da irretroatividade. 
Preferimos deixar para estudar este por último.
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Estudaremos, a partir de agora, esses três princípios. Contudo, apesar 
de a ordem em que inserimos acima ser a adotada pela CF/88, para fins 
didáticos, iniciaremos nosso estudo pelo princípio da anterioridade.
2.4.1 - Princípio da Anterioridade
De acordo com o que foi previsto no art. 150, III, b, da CF/88, é vedado 
a qualquer dos entes federativos (União, Estados, DF e Municípios) cobrar 
tributos "no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a 
lei que os instituiu ou aumentou".
O princípio da anterioridade também pode vir na prova 
com os seguintes títulos: anterioridade anual,
anterioridade de exercício ou anterioridade comum.
Isso significa que, como regra, se uma lei institui um tributo, o ente 
federado que a editou só poderá cobrá-lo no ano seguinte ao que foi publicada 
a lei instituidora.
Perceba que a essência do dispositivo é justamente proteger o 
contribuinte contra surpresas decorrentes de alterações legislativas que 
possam vir a prejudicá-lo.
Nesse sentido, alterações que venham trazer vantagens para os 
contribuintes não estão protegidas por esta norma. Com isso, a redução e 
extinção de um tributo obviamente não necessitarão aguardar tais 
prazos, produzindo efeitos imediatamente.
Destaque-se que, de acordo com o STF (RE-AgR 274.949/SC), a 
alteração de prazo para recolhimento de tributo não prejudica o contribuinte, 
mesmo que se trate de antecipação do prazo, não se sujeitando, tal medida, 
ao princípio da anterioridade.
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Vejamos também uma súmula do STF que corrobora o seu 
entendimento:
Súmula STF 669 - Norma legal que altera o prazo de recolhimento da 
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Ademais, de acordo com a Corte Suprema (RE-AgR 200.844/PR), a 
atualização do valor monetário do tributo também não constitui 
majoração de tributo, não sendo necessário que se submeta ao 
princípio da anterioridade.
Lembre-se de que tanto a alteração do prazo para 
recolhimento como a atualização monetária também 
são exceções ao princípio da legalidade.
No mesmo sentido, o STF (ADI 4.016/PR) já se posicionou, asseverando 
que a redução ou extinção de desconto legalmente concedido àqueles 
que pagam o determinado tributo antecipadamente não constitui 
majoração, não estando, portanto, sujeita ao princípio da anterioridade.
Seguindo a mesma linha, o STF (RE 204.062) considera que a 
revogação de isenção anteriormente concedida não se equipara à 
majoração de tributo, não se sujeitando ao princípio da anterioridade. 
Portanto, esta revogação produz efeitos imediatamente.
Contudo, não é essa a interpretação que pode ser extraída do Código 
Tributário Nacional, a saber:
"Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele
em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a
impostos sobre o patrimônio ou a renda:
III - que extinguem ou reduzem isenções..."
De acordo com o CTN, a revogação ou redução de isenção deve obedecer 
ao princípio da anterioridade, mas esta lei só faz essa restrição em relação aos 
impostos sobre o patrimônio ou renda. Observem que, para o STF, a 
revogação da isenção de qualquer tributo NÃO estaria sujeita ao referido 
princípio.
Mas e agora, qual linha devemos seguir para acertar as questões de 
concurso? Se a questão fizer menção ao STF, siga o posicionamento do 
Tribunal; se a questão mencionar o CTN, vá pelo que nele está escrito. A 
melhor maneira de identificar se a questão está seguindo o CTN, é procurar as 
palavras-chave "vigor" e "impostos sobre o patrimônio ou a renda".
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O princípio da anterioridade não se confunde com o 
da anualidade (não existente na CF/88). Este exigia 
prévia autorização orçamentária para que fosse feita sua 
cobrança.
Esquematizando:
Vamos ver agora os tributos que constituem exceções ao princípio da 
anterioridade.
2.4.1.1 - Tributos que constituem exceções ao princípio da
anterioridade
Os tributos que constituem exceções ao princípio ora estudado são os 
seguintes:
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Com esse esquema, não vai ficar difícil decorar, já que eu associei o 
tributo a algo que o faça lembrar das exceções. Vamos entender melhor esse 
esquema, correto?
Perceba que todos os tributos considerados extrafiscais (Imposto de 
Importação e Exportação, Imposto sobre Produtos Industrializados e 
Imposto sobre Operações Financeiras) foram excepcionados para 
conceder plena eficácia aos fins que lhes foram propostos.
Além disso, os impostos extraordinários de guerra e os empréstimos 
compulsórios (guerra e calamidade) foram excluídos da aplicação do princípio, 
por conta da situação urgente a que se referem.
Os empréstimos compulsórios instituídos com base na 
hipótese de investimento público de caráter urgente 
não foram excepcionados da anterioridade. Então, a 
princípio, os investimentos não são tão urgentes 
assim!
No que se refere às contribuições destinadas ao financiamento da 
seguridade social, vale ressaltar que, desde a promulgação da CF/88, elas 
estiveram sujeitas apenas ao princípio da noventena (será visto a seguir), 
constituindo, portanto, exceção ao princípio da anterioridade.
Há ainda os casos específicos do ICMS-Combustíveis (também 
denominado ICMS-monofásico-Combustíveis) e da CIDE-Combustíveis, que são 
exceção à anterioridade apenas em caso de redução (dedução óbvia do próprio 
princípio) e do restabelecimento. Se houver majoração das alíquotas, portanto, 
haverá a consequente sujeição ao princípio estudado.
HORA DE
praticar!
Questão 39 - FGV/ AFRE-RJ /2011
A cobrança de qualquer tributo só poderá ser realizada um ano após a sua 
criação, em decorrência da previsão constitucional do princípio da 
anterioridade.
Comentário: Embora a regra geral seja a aplicação do princípio da 
anterioridade, a questão conceitua erroneamente o referido princípio. A 
exigência constitucional é que não se cobre o tributo no mesmo exercício 
financeiro da publicação da lei que instituiu ou majorou. Não existe previsão 
para se aguardar um ano corrido. Questão errada.
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Questão 40 - CESPE/Procurador-PGE-PB/2008
Nos casos de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse 
nacional, a União pode instituir empréstimo compulsório no mesmo exercíciofinanceiro em que a lei seja publicada.
Comentário: Não caia nessa pegadinha de investimento de caráter urgente e 
relevante interesse nacional. O empréstimo compulsório, em se tratando de 
investimento público, fica sujeito tanto anterioridade quanto à noventena, pois 
não foi excepcionado de nenhum dos dois princípios tributários. Questão 
errada.
Questão 41- CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013
A União pode criar empréstimos compulsórios visando investimentos públicos 
de caráter urgente e de relevante interesse nacional, mas está impedida de 
cobrar tais tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada 
a lei que os instituiu.
Comentário: Conforme acabamos de estudar, somente os empréstimos 
compulsórios decorrentes de guerra externa ou sua iminência e calamidade 
pública constituem exceções ao princípio da anterioridade (e noventena 
também). Questão correta.
Questão 42 - CESPE/PROCURADOR-MP-TCDF/2013
Uma norma legal que apenas altere o prazo de recolhimento das contribuições 
sociais destinadas à previdência social não se sujeitará ao princípio da 
anterioridade.
Comentário: A mera alteração de prazo de recolhimento de contribuições 
sociais não se sujeita ao princípio da anterioridade. Aqui vale uma observação: 
mesmo que fosse feita a majoração, as contribuições sociais para previdência 
social não ficariam sujeitas à anterioridade, pois tais tributos são 
excepcionados da aplicação desse princípio. Questão correta.
Questão 43 - FCC/AFR-SP/2013
É uma das limitações constitucionais do poder de tributar o princípio da 
anualidade, vigente na atual ordem constitucional, que impõe a necessidade, 
para a cobrança de determinado tributo, de sua previsão na lei orçamentária 
aprovada na legislatura no ano calendário anterior, salvo as exceções 
constitucionalmente previstas.
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Comentário: No ordenamento jurídico em vigor, não há que se falar em 
princípio da anualidade em matéria tributária. Questão errada.
Questão 44 - CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
O princípio da anualidade confunde-se com o princípio da anterioridade 
tributária, ambos com o mesmo fundamento jurídico.
Comentário: Os referidos princípios não se confundem, pois o princípio da 
anualidade consiste na prévia autorização orçamentária para que seja feita a 
cobrança dos tributos. Como já foi destacado anteriromente, esse princípio não 
encontra previsão na CF/88. Questão errada.
Questão 45 - ESAF/AFRF/2002
As contribuições de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categorias profissionais ou econômicas podem ser instituídas por lei ordinária e 
só podem ser cobradas a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da sua 
publicação.
Comentário: É necessário alertar o candidato em relação ao que foi cobrado 
nessa questão. As CIDEs, como regra, estão sujeitas à anterioridade, sendo 
excepcionadas apenas a CIDE-Combustíveis. No que se refere às contribuições 
de interesse das categorias profissionais ou econômicas, não há exceção. 
Questão correta.
Questão 46 - ESAF/ATRFB/2012
Atende ao princípio da anterioridade a majoração de um imposto no dia 2 de 
dezembro de um ano, para ser cobrado no exercício seguinte?
Comentário: Ainda que a majoração ocorresse em 31 de dezembro, seria 
possível a cobrança no exercício seguinte. Para definir o dia exato, seria 
necessário analisar a situação com base também no princípio da noventena, 
que será estudado a seguir. Questão correta.
Questão 47 - CESPE/JUIZ-TJ-ES/2011
De acordo com o princípio da anterioridade anual, previsto 
constitucionalmente, é vedado à União, sem prejuízo de outras garantias 
asseguradas ao contribuinte, cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em 
que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
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Comentário: Essa é a restrição trazida pelo princípio da anterioridade anual. 
Na realidade, não é somente a União que encontra-se sujeita ao mencionado 
princípio, mas todos os entes federados. Como não houve nenhum termo 
restritivo (apenas, somente etc.) na redação da assertiva, podemos considerá- 
la correta.
Questão 48 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013
A edição pela União de norma modificadora alterando o prazo para o 
recolhimento de determinada obrigação tributária deve respeitar o princípio da 
anterioridade.
Comentário: A alteração de prazo para o recolhimento de determinada 
obrigação tributária não necessita obedecer ao princípio da anterioridade (nem 
mesmo o da legalidade), segundo orientação do STF. Questão errada.
Questão 49 - CESPE/JUIZ FEDERAL-53 REGIÃO/2013
O imposto sobre operações financeiras submete-se ao princípio da 
anterioridade anual.
Comentário: O IOF é uma das exceções ao princípio da anterioridade anual. 
Questão errada.
Questão 50 - CESPE/JUIZ FEDERAL-23 REGIÃO/2011
Pelo princípio da anterioridade tributária, nenhum tributo, seja da União, dos 
estados, do DF ou dos municípios, pode ser cobrado no mesmo exercício 
financeiro em que tenha sido aprovada a lei que o instituiu.
Comentário: Embora a aplicação do princípio da anterioridade tributária seja 
a regra geral, há diversas exceções por nós estudadas no decorrer da aula. 
Portanto, a questão está errada.
Questão 51 - CESPE/JUIZ-TJ-PI/2012
Apesar de não constar do elenco de direitos fundamentais previstos 
expressamente no art. 5.° da CF, o princípio da anterioridade tributária 
constitui garantia individual fundamental, conforme reconhece a jurisprudência 
do STF.
Comentário: O princípio da anterioridade já foi reconhecido pelo STF como 
cláusula pétrea por configurar garantia individual do contribuinte. Sendo 
assim, a questão está correta.
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Questão 52 - FCC/Juiz-TJ-PE/2011
A regra da anterioridade, que veda cobrar tributos no mesmo exercício 
financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, NÃO 
se aplica
a) aos impostos de importação e exportação.
b) ao IR.
c) ao ITR.
d) às contribuições sociais.
e) aos impostos estaduais.
Comentário: A única exceção ao princípio da anterioridade é a Letra A, que 
se refere ao II e IE. O candidato até poderia ficar em dúvida com relação à 
Letra D, contudo, devemos lembrar que nem todas as contribuições sociais são 
as destinadas à seguridade social (apenas estas constituem exceções ao 
princípio). Na dúvida, retorne à aula anterior para relembrar o que lá 
estudamos. A alternativa correta é Letra A.
2.4.2 - Princípio da Noventena
O princípio da noventena (também denominado anterioridade 
nonagesimal) prega que a cobrança de tributos deve ocorrer apenas 90 dias 
após a publicação de uma lei que institua ou majore tributos.
Observação: Não caia em "pegadinhas" de prova, dizendo que o prazo é de 3 
MESES. São 90 dias!
O princípio da noventena também pode vir na prova com 
os seguintes títulos: anterioridade nonagesimal,
privilegiada, qualificada ou até mesmo mitigada.
Conforme explicamos no tópico anterior, as contribuições para o 
financiamento da seguridade social estão sujeitas apenas ao princípio da 
noventena. Aliás, elas são a única hipótese prevista no texto constitucional, na 
data da sua promulgação, em 1988.
Contudo, ficou provado que o princípio da anterioridade, na verdade, não 
protegia de forma efetiva os contribuintes, tendo em vista que se uma lei que 
torne um tributo mais oneroso seja publicada no dia 31 de dezembro de 
determinado ano, no dia seguinte tal lei já estaria surtindo

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