Buscar

SAR - Aula 01 - Desenvolvimento socioeconomico brasileiro

Prévia do material em texto

02/09/2014
1
Universidade Federal dos Vales do Universidade Federal dos Vales do 
Jequitinhonha e Mucuri Jequitinhonha e Mucuri -- UFVJMUFVJM
Disciplina de Sociologia e Associativismo Rural
AGR064AGR064
DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOMICO DESENVOLVIMENTO SOCIOECONOMICO 
BRASILEIROBRASILEIRO
Perspectiva histórica
Brasil pré-colonial – 1500/30
O território permanece 
praticamente 
inexplorado
A exploração de pau-
brasil é feita sob 
monopólio da Coroa 
portuguesa, através de 
contratos de 
arrendamento com 
companhias 
particulares
Brasil colônia – 1530/1822
Modelo fundiário
– 15 capitanias hereditárias 
e sesmarias
– Governo Geral é 
instituído em 1548
– O sistema de capitanias 
é extinto em 1759 
Economia colonial
é integrada ao processo mundial de expansão do capitalismo 
mercantil
Baseada no monopólio colonial – Portugal tem a exclusividade 
do comércio com a colônia 
é altamente especializada e dirigida para o mercado externo. 
Internamente tem caráter predatório sobre os recursos naturais: 
pau-brasil (Caesalpinia echinata)
Economia colonial
Cana-de-açúcar: 1580 a 1700
As técnicas agrícolas 
utilizadas são rudimentares 
e provocam rápido 
esgotamento da terra. 
A produção está centrada na 
grande propriedade 
monocultora, o latifúndio, e 
na utilização de numerosa 
mão-de-obra escrava –
primeiro dos indígenas e 
depois dos negros.
Economia colonial
Tráfico de escravos
O tráfico negreiro é 
oficializado em 1568 
pelo governador-geral 
Salvador Correa de Sá. 
Não há consenso entre 
os historiadores sobre o 
número de escravos 
trazidos para o Brasil. 
Estima-se esse número 
entre 3 milhões e até 
13,5 milhões.
02/09/2014
2
Economia colonial
Mineração
Na passagem do século XVII 
para o XVIII, são descobertas 
ricas jazidas de ouro no 
centro-sul do Brasil. 
A região das minas espalha-
se pelos territórios dos atuais 
Estados de Minas Gerais, 
Goiás e Mato Grosso e torna-
se pólo de atração de 
migrantes.
Economia colonial
Diversificação agrícola
A agricultura de subsistência e a pecuária 
desenvolvem-se ao longo dos caminhos para 
as minas e nas proximidades das lavras. 
O crescimento demográfico aumenta 
rapidamente os lucros dessas atividades. 
Sesmarias são doadas na região a quem 
queira cultivá-las. 
Novas culturas surgem em outras áreas da 
colônia.
Economia colonial
Novos produtos agrícolas
Em meados do século XVII, o 
algodão, o tabaco e o cacau 
passam a ser produzidos em 
larga escala e a integrar a 
pauta de exportações da 
colônia. 
– A produção algodoeira 
desenvolve-se no Nordeste, 
em especial Maranhão e 
Pernambuco.
Economia colonial
O tabaco é produzido principalmente na Bahia, 
seguida por Alagoas e Rio de Janeiro e, ao longo do 
século XVII, o produto é usado como moeda de troca 
para aquisição de escravos nos mercados da costa 
africana. 
O cacau é explorado inicialmente apenas em 
atividade extrativista, no Pará e no Amazonas. 
Começa então a ser cultivado na Bahia e no 
Maranhão com mão-de-obra escrava. 
Economia colonial
Expansão do açúcar
A agroindústria açucareira do nordeste volta 
a se expandir no século XVIII, quando as 
revoltas escravas nas Antilhas interrompem a 
produção local. 
O aumento das exportações brasileiras 
estimula a expansão dos canaviais para o 
Rio de Janeiro e São Paulo, já enriquecidos 
pelo comércio do ouro.
Economia colonial
Pecuária
Fator essencial na ocupação e povoamento do interior, a 
pecuária se desenvolve no vale do rio São Francisco (produção 
de couro e criação de animais de carga ) e na região sul 
(produção do charque para o abastecimento da região das 
minas ) da colônia. 
Não é uma atividade dirigida para a exportação e combina o 
trabalho escravo com a mão-de-obra livre: mulatos, pretos 
forros, índios, mestiços e brancos pobres. 
02/09/2014
3
Economia no primeiro reinado
1822-1831
A economia brasileira não se altera com sua 
independência política: mantém-se agrário-
exportadora e baseada no trabalho escravo. 
Livre do colonialismo português, o país passa 
inteiramente para a esfera econômica da 
Inglaterra. 
Os ingleses tornam-se os únicos 
compradores dos produtos primários 
brasileiros e os principais fornecedores de 
bens manufaturados. 
Economia no primeiro reinado
Café
A partir do século XIX, o café começa a ser plantado na 
região Sudeste do país e desenvolve-se rapidamente no 
Rio de Janeiro, sudeste de Minas e em São Paulo. 
Entre 1820 e 1830, já é responsável por 43,8% das 
exportações brasileiras, o equivalente a uma venda anual 
de cerca de 3 milhões de sacas de 60 kg. 
O vale do rio Paraíba, em São Paulo e Rio de Janeiro, 
torna-se o principal centro da produção cafeeira: formam-
se as grandes fazendas trabalhadas por escravos e as 
imensas fortunas dos "barões do café", um dos pilares de 
sustentação do Império até 1889.
Economia no primeiro reinado
A partir de 1820, começam a cair preços do algodão, do cacau 
e do açúcar no mercado internacional e os ingressos com o 
café não são suficientes para superar os déficits da balança 
comercial. 
O tabaco perde seu principal mercado, a África, em 
conseqüência das pressões inglesas para o fim do tráfico de 
escravos. 
Para contornar o problema, o governo desvaloriza a taxa 
cambial e faz empréstimos no exterior, principalmente na 
Inglaterra. 
Em 1828, o Banco do Brasil abre falência e, no ano seguinte, é 
liquidado oficialmente. 
A crise econômica prolonga-se até 1840. 
Economia no segundo reinado
A partir da metade do século XIX, a 
economia brasileira entra num período de 
prosperidade e diversificação de atividades. 
O café torna-se a base da economia do país 
e a indústria começa a se desenvolver. 
Outros produtos agrícolas também ganham 
destaque na pauta de exportações 
brasileiras. 
Economia no segundo reinado
O cacau, produzido na Bahia, a borracha, 
explorada na bacia do rio Amazonas, 
o algodão, cultivado em larga escala no 
Maranhão, Pernambuco e Ceará
– Em 1860 o algodão chega a ser o segundo 
produto de exportação nacional. 
A pecuária, embora voltada para o mercado 
interno, é a mais importante atividade 
econômica na região centro-sul. 
– Também é responsável pela efetiva ocupação e 
povoamento do chamado Triângulo Mineiro e sul 
do Mato Grosso.
Economia no segundo reinado
Economia Cafeeira
o café atinge o oeste paulista (de Campinas a 
Ribeirão Preto) em meados do século XIX
As fazendas do Vale do Paraíba, primeiro centro 
cafeeiro da região Sudeste, não têm mais do que 50 
mil pés de café. 
As do oeste paulista, por sua vez, chegam aos 600 
mil ou 800 mil cafeeiros. Nos últimos anos do século 
XIX, tornam-se empresas modernas e mecanizadas 
– utilizam equipamentos aperfeiçoados, como 
ventiladores, despolpadores e separadores de grãos
02/09/2014
4
Economia no segundo reinado
As atividades industriais, pouco significativas nos 
primeiros decênios do século XIX, começam a 
crescer junto com a economia cafeeira, na segunda 
metade do século XIX
Fim do tráfico
Em 7 de novembro de 1831 é votada a lei que
determina o fim do tráfico. Nunca posta em prática, o
episódio dá origem à expressão "para inglês ver".
No Brasil, o fim do tráfico negreiro é definido pela Lei
Eusébio de Queiroz, aprovada em 4 de setembro de
1850.
Fim do escravismo
O fim do tráfico negreiro estimula a imigração de 
europeus, inclusive de operários qualificados, e libera 
grandes quantidades de capitais, até então empregados 
no comércio de escravos, dois fatores determinantes para 
a diversificação econômica do país. 
Em 28 de setembro de 1871 é promulgada a Lei do 
Ventre Livre, que dá liberdade aos filhos de escravos, 
mas deixa-os sob tutela dos senhores até 21 anos de 
idade.
Em 28 de setembro de 1885 é promulgada a Lei dos 
Sexagenários, queliberta os escravos com mais de 65 
anos, de pouco efeito, pois a expectativa de vida do 
escravo não ultrapassa os 40 anos
Fim do escravismo
Em 13 de maio de 1888 é assinada a Lei 
Áurea, extinguindo a escravidão no país. 
A decisão, porém, não agrada aos 
latifundiários, que exigem indenização pela 
perda dos "bens". Como isso não acontece, 
passam a apoiar a causa republicana. Os 
escravos, por seu lado, ficam abandonados à 
própria sorte. 
Marginalizados pela sociedade, vão compor 
a camada mais miserável das classes 
populares. 
Os imigrantes
Portugueses, espanhóis, italianos, alemães, austríacos, 
entre outros povos, são atraídos pelas propagandas 
divulgadas em seus países, que acenam com uma vida 
melhor para quem quiser se aventurar nos trópicos. 
É da Itália, porém, que vem a maioria dos imigrantes. 
Fogem da falta de empregos e da fome generalizada. 
A maioria dos imigrantes =>lavouras de café de São 
Paulo. Um número expressivo dirige-se ao Paraná, Santa 
Catarina e Rio Grande do Sul, onde se desenvolve uma 
colonização baseada na pequena propriedade agrícola. 
Muitos ficam nos núcleos urbanos, como operários ou 
artesãos autônomos. 
República
O período republicano começa com a
derrubada do Império e a Proclamação da
República, em 15 de novembro de 1889, e se
estende até hoje.
Costuma ser dividido em cinco fases
distintas:
– Primeira República ou República Velha – 1889 a
1930
– Era Vargas – 1930 a 1945
– Segunda República – 1945 a 1964
– Regime Militar – 1964 a 1985
– Redemocratização – 1985 até hoje
Primeira República
Com sua economia centrada em produtos agrícolas 
de exportação, o país depende do mercado externo 
e sua política internacional tende a alinhar-se com a 
de seus principais compradores.
Durante a 1a Guerra Mundial alinha-se com os 
Estados Unidos e é o único país da América do Sul a 
participar do conflito.
a economia brasileira permanece centrada na 
produção cafeeira, mas avança o processo de 
modernização e diversificação das atividades 
econômicas. 
02/09/2014
5
Primeira República
No final do século XIX, os engenhos nordestinos 
modernizam-se com a instalação de usinas 
mecanizadas. 
No sul do país, as pequenas propriedades de 
colonização estrangeira aumentam sua participação no 
mercado interno e externo, com núcleos econômicos 
exportadores de charque e erva-mate. 
Na região Amazônica intensifica-se a exploração da 
borracha, valorizada pela nascente indústria 
automobilística (estrangeira).
Primeira República
A indústria brasileira também cresce com capitais vindos da 
cafeicultura ou estrangeiros, e expandem-se os organismos 
de crédito. 
Em 1910 o Brasil possui cerca de 3.500 indústrias. Dez anos 
mais tarde já são 13 mil estabelecimentos industriais. Destes, 
5.936 surgem entre 1915 e 1919, em conseqüência das 
dificuldades de importação durante a 1a Guerra e da política de 
incentivo à industrialização dos governos republicanos. Em 
1924, o país produz 99% dos sapatos consumidos 
internamente, 90% dos móveis e 86% dos têxteis. A indústria 
de alimentação é a que mais cresce nas primeiras décadas da 
República e chega a representar 40% dos estabelecimentos 
industriais do país.
Primeira República
No final do século XIX, a alta do preço do café no 
mercado internacional estimula a expansão da lavoura no 
país. 
O resultado é uma superprodução e, em conseqüência, a 
queda dos preços nos mercados consumidores. 
O governo intervém e desvaloriza seguidamente a moeda 
brasileira: embora o café renda menos em moeda 
estrangeira, esta pode comprar mais moeda nacional, 
garantindo os ingressos dos grandes produtores.
Primeira República
Com a desvalorização da moeda, o governo fica sem 
condições de pagar os juros da dívida externa e é 
obrigado a contrair novos empréstimos para honrar os 
anteriores.
Assume também uma política de deflação: corta 
despesas públicas, interrompe obras, demite funcionários, 
restringe o crédito e aumenta impostos. 
A longo prazo, os efeitos dessa política são desastrosos: 
a dívida externa e a inflação crescem ainda mais e a 
manutenção artificial dos preços estimula a produção nos 
países concorrentes do Brasil. 
CRISE DE 1929
A quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929,
tem reflexos desastrosos sobre a economia brasileira.
Os preços internacionais do café despencam e os
créditos para o país são cortados.
O governo fica sem condições de manter a política de
valorização do café e a situação é agravada pela
produção recorde do ano: 30 milhões de sacas. Inúmeros
fazendeiros vão à ruína e multiplicam-se as falências no
comércio e na indústria.
O governo faz crescentes emissões de moeda, política
que agrava ainda mais a crise do país e enfraquece a
hegemonia das burguesias paulista e mineira.
A Era Vargas – 1930/45
Vargas suspende o pagamento da dívida 
externa em 1931. No mesmo ano, reinicia a 
política de valorização do café e cria o 
Conselho Nacional do Café. Em 1º de junho 
de 1933 cria também o Instituto do Açúcar e 
do Álcool (IAA) para coordenar a agricultura 
canavieira, controlar a produção, comércio, 
exportação e preços do açúcar e do álcool 
de cana
Entre 1930 e 1945, o governo chega a 
comprar e destruir cerca de 80 milhões de 
sacas de café. A medida, no entanto, 
alimenta um círculo vicioso pois as repetidas 
supersafras continuam forçando a queda 
dos preços do produto no mercado 
internacional.
02/09/2014
6
A Era Vargas – 1930/45
A redução das divisas e da capacidade de importar
favorecem o desenvolvimento da indústria.
Entre 1930 e 1945 o país passa por um surto de 
desenvolvimento industrial. Na década de 30 o 
crescimento da indústria é de 125% ao ano, em 
média, enquanto a agricultura cresce a uma taxa de 
20%.
A expansão industrial continua no pós-guerra e, em 
meados da década de 50, a indústria supera a 
agricultura na composição do Produto Nacional 
Bruto.
A Era Vargas – 1930/45
A expansão das atividades industriais não diminui a 
dependência da economia brasileira em relação ao 
exterior. 
A maior produção de bens de consumo exige mais 
importações de bens de capital, matérias-primas e 
combustíveis. 
Mantém-se o desequilíbrio do balanço de 
pagamentos. As emissões de moeda e os 
empréstimos externos são freqüentes. O resultado é 
uma inflação constante durante todo o governo 
Vargas.
Segunda República – 1946/64
Nos 18 anos da Segunda República 
o país passa por um acelerado 
processo de industrialização por 
substituição de importações. 
A política econômica do governo 
Juscelino Kubitschek estimula a 
indústria nacional e, ao mesmo 
tempo, abre o mercado brasileiro 
para o capital estrangeiro sob a 
forma de empréstimos ou de 
investimentos diretos
Segunda República
Para Juscelino Kubitschek e os ideólogos do 
desenvolvimentismo, as profundas desigualdades 
do país só serão superadas com o predomínio da 
indústria sobre a agricultura. 
O governo JK empenha-se em baratear o custo da 
mão-de-obra e das matérias-primas, subsidia a 
implantação de novas fábricas e facilita a entrada de 
capitais estrangeiros. 
Entre 1955 e 1959 os lucros na indústria crescem 
76% e a produtividade, 35%. Os salários sobem 
apenas 15%.
Segunda República
Juscelino isenta de impostos as importações de 
máquinas, equipamentos e todo capital estrangeiro 
que aqui se estabeleça, desde que em associação 
com o capital nacional. 
Financia a ampliação da indústria pesada. Investe na 
construção de siderúrgicas e hidrelétricas, amplia a 
capacidade produtiva da Petrobrás, abre novas 
estradas e levanta Brasília.
Os índices de inflação crescem durante a Segunda 
República. Eles resultam das constantes emissões 
de moedas para sustentar os investimentos estatais 
e pagar os empréstimos externos.
Segunda República
Durante a Segunda República a 
população urbana superaa rural e a 
migração campo-cidade se intensifica. 
O principal pólo de atração é a região 
centro-sul, onde se concentra o parque 
industrial do país. O crescimento do 
operariado é acompanhado do 
fortalecimento das classes médias 
urbanas
02/09/2014
7
Segunda República
Trabalhadores rurais
A partir dos anos 50, o desenvolvimento do capitalismo no
campo vai alterando as relações tradicionais de trabalho.
Antigos colonos, meeiros e parceiros começam a ser
expulsos de suas posses.
Migram para as cidades e muitos transformam-se em
proletários rurais: trabalhadores ”volantes”, ou "bóias-
frias", que vivem nas periferias urbanas e trabalham no
campo.
Suas condições de vida e trabalho pioram sensivelmente.
Crescem as tensões sociais no campo e o número de
organizações de trabalhadores rurais.
Segunda República
Ligas camponesas
Em janeiro de 1955 é fundada a Sociedade
Agrícola e Pecuária de Plantadores de
Pernambuco, embrião das ligas camponesas
do Nordeste.
Seu objetivo é lutar pela reforma agrária e
pela posse da terra.
Um de seus principais líderes é Francisco
Julião, deputado pelo Partido Socialista.
Segunda República
Em 1961 os trabalhadores rurais realizam o
1º Congresso Nacional de Lavradores e
Trabalhadores Agrícolas, em Belo Horizonte.
Com centenas de participantes, o Congresso
exige reforma agrária e CLT para o
trabalhador rural.
Em 1962, com a aprovação do Estatuto do
Trabalhador Rural, muitas ligas camponesas
transformam-se em sindicatos rurais.
Regime Militar
O Regime Militar é instaurado pelo 
golpe de estado de 31 de março de 
1964 e estende-se até a 
Redemocratização, em 1985. 
O plano político é marcado pelo 
autoritarismo, supressão dos 
direitos constitucionais, 
perseguição policial e militar, 
prisão e tortura dos opositores e 
pela imposição de censura prévia 
aos meios de comunicação. 
Regime Militar
Na economia, há uma rápida diversificação e 
modernização da indústria e serviços, 
sustentada por mecanismos de concentração 
de renda, endividamento externo e abertura 
ao capital estrangeiro. 
A inflação é institucionalizada através de 
mecanismos de correção monetária e passa 
a ser uma das formas de financiamento do 
Estado. 
Acentuam-se as desigualdades e injustiças 
sociais.
Milagre Econômico
No início do Regime Militar a inflação chega a 80% 
ao ano, o crescimento do Produto Nacional Bruto 
(PNB) é de apenas 1,6% ao ano e a taxa de 
investimentos é quase nula.
Para sanear a economia, o governo impõe uma 
política recessiva
o modelo de crescimento econômico instaurado pela 
ditadura conta com recursos do capital externo, do 
empresariado brasileiro e com a participação do 
próprio Estado como agente econômico. O PNB 
cresce, em média, 10% ao ano entre 1968 e 1973
02/09/2014
8
Milagre Econômico
A partir de 1973, após o 1º choque nos preços do 
petróleo, o crescimento econômico começa a 
declinar. 
No final da década de 70 a inflação chega a 94,7% 
ao ano. Em 1980 bate em 110% e, em 1983, em 
200%. 
Nesse ano, a dívida externa ultrapassa os US$ 90 
bilhões e 90% da receita das exportações é utilizada 
para o pagamento dos juros da dívida. 
O Brasil mergulha em nova recessão e sua principal 
conseqüência é o desemprego.
Redemocratização
Apesar do grande crescimento e diversificação da
economia brasileira durante os 21 anos do Regime
Militar, o país chega à Redemocratização com uma
difícil herança econômica:
– a máquina do Estado inchada, centralizadora e ineficiente;
– uma inflação sem controle
– e taxa de crescimento negativa.
Numa época de globalização da economia, o país
mantém setores de produção oligopolizados e
protegidos por barreiras alfandegárias injustificáveis.
Redemocratização
Além da crise econômica, o crescimento da
população economicamente ativa é maior
que a capacidade dos setores produtivos de
gerar empregos – o que faz crescer o
desemprego estrutural.
Para conter a inflação, os governos do
período de Redemocratização lançam
sucessivos planos de estabilização e
saneamento econômico.
Todos esbarram na dificuldade em reduzir o
déficit público, principal motor da inflação.

Outros materiais