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ESCOLA DE MINAS UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DECAT – DEP. DE ENG. DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO Prof. Rúben C. Barbosa (rubencbarbosa@gmail.com) PARTE 06.2: Controle de Máquinas de Corrente Contínua CAT169 – Acionamentos Elétricos CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA O circuito de malha aberta pode ser convertido em um sistema de controle de malha fechada pela inclusão de um sinal de realimentação e um controlador: Regulação da velocidade de operação do motor C.C.. Manutenção das características operacionais do acionamento na presença de distúrbios. Limitação de corrente ou torque para a proteção da máquina durante operações transitórias (aceleração e/ou desaceleração). CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA Controle de velocidade do motor C.C.: Através do valor médio da tensão de saída do conversor que alimenta a armadura. • Neste contexto, o fluxo deve ser assegurado em seu valor nominal com o propósito de obter a menor corrente de armadura possível, resguardando contra variações inesperadas de carga. Através da corrente do enrolamento de campo que produz o fluxo. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA Diagrama de blocos (controle pela armadura) Considerando: máquina C.C. a vazio atrito viscoso desprezível B=0 𝐾 = 𝐾𝑡 = 𝐾𝑔 constante de tempo elétrica de armadura = 𝜏𝑎 = 𝐿𝑎/𝑅𝑎 CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA SIMPLIFICAÇÕES: Constante de tempo mecânica: 𝜏𝑚 = 𝐽𝑅𝑎 𝐾𝜙 2 Tem-se que a FT em malha aberta será aproximadamente 𝜔 𝑠 𝑉𝑎(𝑠) ≈ 1 𝐾𝜙(𝜏𝑎𝜏𝑚𝑠2 + 𝜏𝑚𝑠 + 1) Dada a característica de 2ª ordem, os parâmetros podem ser obtidos como: 𝜔𝑛 ≈ 1 𝜏𝑚𝜏𝑎 𝜁 ≈ 1 2𝜏𝑎 Considerando 𝜏𝑚 ≫ 𝜏𝑎: 𝜔 𝑉𝑎 ≈ 1 𝐾𝜙 𝜏𝑚𝑠 + 1 𝜏𝑎𝑠 + 1 MALHA SIMPLES DE VELOCIDADE CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA MALHA SIMPLES DE VELOCIDADE A velocidade é medida e o sinal de erro produzido pela diferença entre a referência e o sinal de realimentação é processado por um controlador de velocidade de forma a ajustar a tensão de armadura. Qualquer mudança na carga do motor poderá ocasionar um aumento excessivo na corrente de armadura, sendo desta maneira importante o uso de um limitador de corrente. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA MALHA SIMPLES DE VELOCIDADE Uma vez que o conversor estático afeta a dinâmica do sistema de controle, ele deve ser levado em conta no projeto dos controladores, sendo considerado como um sistema de primeira ordem com ganho 𝐺𝑎𝑠 e constante de tempo 𝜏𝑎𝑠. ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Superposição de uma malha de controle externa de velocidade a uma malha de controle de corrente (conjugado). Flexibilidade: • Controle posição: superposição de uma malha de controle de posição a malha de controle de velocidade previamente existente. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Flexibilidade: • Controle de aceleração: caso seja necessário, pode ser incluído na estrutura através da inclusão de uma malha de controle interna. • Proteção: a limitação da referência para cada malha de controle interno assume uma função de proteção, uma vez que limita o valor máximo que cada variável intermediária pode assumir. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Suposição: as malhas de controle devem obedecer a uma determinada hierarquia, sendo que as malhas mais internas devem ser mais rápidas que as mais externas. Hierarquia de controle para a máquina C.C.: • Conjugado/Corrente de armadura (mais rápida). • Aceleração. • Velocidade. • Posição (mais lenta). CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto do sistema de controle: Em cada etapa, um controlador é projetado individualmente utilizando uma parte específica da planta: • Projeto dos controladores para as malhas internas. • Substituição dos estágios previamente projetados por modelos aproximados. • Projeto dos controladores para as malhas mais externas. Simplicidade operacional: as malhas de controle podem ser colocadas em operação uma após a outra. ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA PROJETO DA MALHA DE CORRENTE CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de corrente: A malha de corrente representa uma malha auxiliar cujo principal propósito é evitar sobrecargas do motor C.C.. O sinal de realimentação de corrente é obtido de um transdutor e filtrado para reduzir a ondulação. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de corrente: Se um conversor estático é utilizado para alimentar a armadura, um simples PI é adequado para o controle. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de corrente: Função de transferência de malha aberta: Embora o controlador inclua um termo integral, o resultado é uma ação de controle proporcional devido ao zero localizado na origem da função de transferência. Como consequência, o controle de corrente apresenta um erro em regime permanente. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de corrente: Embora uma dupla integração poderia ser utilizada para anular o erro de corrente, usualmente isto não é feito pelas seguintes razões: • Redução da margem de estabilidade. • O erro de corrente pode ser tolerado em aplicações práticas uma vez que pode ser compensado pela malha de controle de velocidade. ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA PROJETO DA MALHA DE VELOCIDADE CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de velocidade: Após projetada, a malha de corrente é inserida na malha de velocidade. Simplificação do projeto da malha de velocidade: • Admitindo uma resposta bem amortecida da malha de corrente, é uma aproximação aceitável considerá-la como um sistema de 1ª ordem com ganho 𝐺𝑐𝑙 e constante de tempo 𝜏𝑐𝑙. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de velocidade: Um bloco não linear é inserido na malha de controle de velocidade para limitar o sinal de saída do controlador de velocidade. • Isto serve como uma efetiva limitação da corrente de armadura e proteção para o acionamento elétrico. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADE EM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de velocidade: Função de Transferência de malha aberta: CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP CONTROLE DE VELOCIDADEEM MALHA FECHADA ESTRUTURA DE CONTROLE EM CASCATA: Projeto da malha de velocidade: Função de Transferência de malha aberta: Considerando um controlador PI, a função de transferência de malha aberta apresenta uma dupla integração: • Erro nulo de velocidade. • Embora os transitórios sejam bem amortecidos, a resposta apresentará um sobressinal considerável. Para reduzir o sobressinal, um bloco com função de transferência 1/(𝜏𝑣𝑠 + 1) pode ser inserido no caminho do sinal de referencia de velocidade. MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO POTENCIÔMETRO: Consiste basicamente de uma resistência elétrica, construída com fio metálico enrolado, plástico condutivo ou material cerâmico, dotada de um terceiro contato móvel, cujo deslocamento mecânico pode ser de translação, rotação ou uma combinação de ambos. Alimentando os terminais fixos do potenciômetro com uma tensão de amplitude fixa, a variação do sinal de saída (representada pela tensão no terminal móvel) provocada pelo deslocamento do eixo obedece a uma relação pré- estabelecida (geralmente linear). O potenciômetro pode ser utilizado para medir deslocamentos rotativos ou de translação, bem como a posição absoluta ou relativa de um sistema. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO TACÔMETRO (TACOGERADOR): Consiste essencialmente em um gerador de tensão C.C. (com imãs permanentes ou excitação separada) projetado especialmente para realçar determinadas características que o tornam mais apropriado para a medição de velocidade do que para a geração de potência. O sinal de saída do tacômetro C.C. é uma tensão C.C. proporcional à magnitude velocidade da velocidade angular do eixo. 𝑒 𝑡 = 𝐾𝑤 𝑑𝜃(𝑡) 𝑑𝑡 = 𝐾𝑤𝜔(𝑡) CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO TACÔMETRO (TACOGERADOR): : Utilização dos tacômetros C.C.: • Indicação de velocidade. • Realimentação de velocidade em: • Sistemas de controle de velocidade. • Sistemas de controle de posição. • Melhoria da estabilidade e/ou amortecimento do sistema de malha fechada. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO ENCODERES: Convertem deslocamento linear ou rotacional em sinais digitalmente codificados ou pulsados. Absoluto: a saída é um código digital que indica cada incremento particular. Incremental: a saída é um pulso para cada incremento da resolução sem distinção entre os incrementos. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO ENCODERES: Partes básicas: • fonte de luz. • disco rotativo com setores opacos e transparentes alternados (um par destes setores representa um período incremental). • máscara estacionária para permitir a passagem ou o bloqueio do feixe luminoso. • foto-sensor localizado atrás da máscara. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO ENCODERES: Sinais gerados por um encoder incremental: U1 → consiste de um pulso a cada incremento do deslocamento. U2 → sinal em quadratura com U1 para permitir a detecção da direção do movimento. U3 → consiste de um único pulso por revolução em um ponto distinto (muitas vezes é utilizado como referência). CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO ENCODERES: Medição de posição com um encoder incremental: • Contagem dos pulsos gerados pelo encoder: 𝜃 = 𝑁+ −𝑁− Δ𝜃 • O sentido de rotação é determinado a partir dos sinais U1 e U2. • O sinal U3 é utilizado para zerar a contagem. Medição de velocidade com um encoder incremental: • Velocidades altas: • Contagem de pulsos por um intervalo de tempo fixo. 𝜔 = 𝑁 Δ𝜃 Δ𝑡 • A resolução do encoder incremental pode ser dobrada se uma operação lógica ou-exclusivo for executada entre os sinais U1 e U2. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO ENCODERES: Medição de velocidade com um encoder incremental: • Baixas velocidades: • Medição do tempo de duração de um pulso. 𝜔 = Δ𝜃 𝑡 CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO SISTEMAS SENSORLESS: Os transdutores utilizados para medir a velocidade podem consistir em um obstáculo à implementação de sistemas eficientes, robustos e baratos: • O preço relativamente caro. • Necessidade de fiação adicional, a qual pode ser vulnerável a EMI. • Problemas relativos à montagem devido a restrições mecânicas do sistema. • Necessidade de manutenção frequente. CAT169 – ACIONAMENTOS ELÉTRICOS - DECAT/EM/UFOP MEDIÇÃO DE VELOCIDADE E POSIÇÃO SISTEMAS SENSORLESS: Estratégias para a eliminação de um sensor para a medição da velocidade do eixo do motor: • Estimativa da força contra-eletromotriz a partir das medidas das tensões e correntes da máquina. • Utilização de observadores de velocidade (filtro de Kalman). • Monitoração das componentes harmônicas produzidas pelas ranhuras do rotor.
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