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Danielle Fontenelle - Despesa total com pessoal

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FACULDADE INTEGRADA DO CEARÁ – FIC 
CURSO: DIREITO 
DISCIPLINA: DIREITO FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO 
PROFESSORA: DANIÈLLE FONTENELLE 
 
DESPESA TOTAL COM PESSOAL 
Marino Pazzaglini Filho 
Despesa Total com Pessoal é o somatório dos gastos, em 12 meses (mês de apuração e os 11 anteriores) com 
agentes ou servidores públicos ativos, inativos e pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou 
empregos públicos, civis, militares e de membros de Poder, compreendendo vencimentos e vantagens, fixas e variá-
veis, subsídios, proventos da aposentadoria, reforma e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e 
vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente 
estatal às entidades de previdência (LRF art.18 a 20). 
 
Limites: A despesa total com pessoal não pode exceder os percentuais da receita corrente líquida fixados na LRF: 
União - 50%, Estados - 60% e Municípios - 60% (CF art. 169 e LRF art. 19 e 20). 
Desses limites são excluídas as despesas seguintes: 
1. de indenização por demissão de servidores ou empregados; 
2. de incentivos à demissão voluntária; 
3. com inativos custeadas por contribuições dos segurados e por outros recursos específicos; 
4. de convocação extraordinária do Congresso Nacional (Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais por 
extensão); 
5. de decisões judiciais do período anterior ao da apuração; 
6. de terceirização de mão-de-obra. 
 
Nota 1: O excesso da despesa total com pessoal deve ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes, 
sendo pelo menos 1/3 no primeiro, com adoção, entre outras, das seguintes medidas: 
1. redução em pelo menos 20% das despesas com a extinção de cargos em comissão e de funções de 
confiança; 
2. exoneração de servidores não estáveis; 
 CF art. 169, § 3º e art. 23, §§ 1º e 2º, LRF. 
 
Nota 2: Se, após a adoção das medidas acima, permanecer o excesso, o servidor estável poderá perder o 
cargo. 
Se, depois da adoção das medidas nomeadas de redução as despesas com pessoal, ainda não se 
chegar aos limites da RF, a Carta Magna estabelece que o servidor estável poderá perder o cargo (art. 169, §§ 
4Q a 6º). Ver ADCT art. 18. 
Obs: A Lei nº 9.801, de 14-7-99, dispõe sobre as normas gerais para perda de cargo público por excesso de 
despesa. 
Nota 3: Nulos de pleno direito os atos que geram aumento da despesa com pessoal: 
 sem estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício de sua vigência e nos dois 
subsequentes; 
 sem declaração do ordenador de despesa de que o aumento é compatível com PPA, LDO e LOA; 
 estabelecendo vinculação ou equiparação de remuneração; 
 sem prévia dotação orçamentaria suficiente; 
 sem autorização específica na LDO; 
 sem observar o limite de comprometimento das despesas com pessoal inativo na 
hipótese de existência de regime próprio de previdência de caráter contributivo; 
 nos seis meses anteriores ao final do mandato ou legislatura. 
 
Nota 4: Excesso de 95% da despesa total com pessoal proíbe: 
 concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração a qualquer título, ressalvados 
os benefícios decorrentes de sentença judicial, determinação legal ou contratual, e da revisão geral anual 
da remuneração e do subsídio dos agentes e servidores públicos; 
 criação de cargo, emprego ou função; 
 alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa; 
 provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, exceto a reposição 
em razão de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação, saúde e segurança; 
 contratação de hora extra, exceto situações de criação de serviços comuns às duas Casas do Congresso 
Nacional e da convocação extraordinária deste (art. 57, § 3°, II, e § 6°, da CF), e as demais previstas na lei de 
diretrizes orçamentarias (art. 22, parágrafo único). 
 
Nota 5: Sanções por não-eliminação do excesso no prazo fixado: 
1. suspensão de transferências voluntárias; 
2. impedimento da obtenção de garantia, direta ou indireta, de outro ente; 
3. proibição de contratar operações de crédito, salvo as destinadas ao refinanciamento da divida 
mobiliária e à redução das despesas com pessoal. 
 
Nota 6: Deixar de ordenar ou promover, na forma e prazos da lei, a execução de medida para a redução do 
montante da despesa total com pessoal que houver excedido a repartição por Poder do limite máximo 
caracteriza infração administrativa. 
 
VER CF/88 ART. 247, PARÁGRAFO ÚNICO. 
 
1. O servidor estável pode ser demitido pelo Poder ou Órgão para supressão do excesso de gastos com 
pessoal? 
R. ______________________________________________________________________________ 
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Um dos principais motes da “reforma administrativa” diz respeito à obrigatoriedade de redução das 
despesas dos entes públicos com pessoal ativo e inativo. Nesse sentido, acrescentou-se ao artigo 
169, através do § 3º, sanções – suspensão de todos os repasses de verbas federais e estaduais - aos 
Estados e Municípios que não se adaptem aos padrões máximos de despesa, no prazo estabelecido 
por aquela lei complementar. 
 
Fixa também medidas de médio prazo para cumprimento dos limites estabelecidos, principiando 
pela ( 01 ) redução de, no mínimo, vinte por cento das despesas com cargos em comissão e 
funções de confiança (inciso I do § 3º). Para implementar tal medida, a administração pode contar 
com dispositivo acrescentado à Constituição federal pela própria reforma, já que a nova redação do 
inciso V do artigo 37 assim estabelece: 
 
“V – as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo 
efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, 
condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, 
chefia e assessoramento;” 
 
Outra forma de garantir o alcance de tal meta seria a extinção e/ou fusão de Secretarias e outros 
órgãos, muitas vezes instituídos no intuito de contemplar interesses meramente políticos e 
corporativos, e que acabam por onerar sobremaneira os cofres públicos com o pagamento da 
remuneração de inúmeros cargos em comissão e funções de confiança. 
 
A segunda determinação obriga à ( 02 ) exoneração dos servidores não estáveis, ou seja, os 
admitidos sem concurso público após o dia 5 de outubro de 1983, da administração direta, 
autárquica e fundacional. 
 
Por fim, prevê ainda o supra-mencionado dispositivo, em seu § 6º, ( 03 ) a extinção do cargo vago 
quando houver demissão por excesso de despesas (§ 4º), sendo “vedada a criação de cargo, 
emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos”. 
 
 
 
 
 
Lei nº 9.801, de 14 de JUNHO de 1999 
 Dispõe sobre as normas gerais para perda de cargo público por excesso de 
despesa e dá outras providências. 
 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 Art. 1o Esta Lei regula a exoneração de servidor público estável com fundamento no § 4o e 
seguintes do art. 169 da Constituição Federal. 
 Art. 2º A exoneração a que alude o art. 1o será precedida de ato normativo motivado dos Chefes 
de cada um dos Poderes da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
 § 1º O ato normativo deverá especificar: 
 I - a economia de recursos e o número correspondentede servidores a serem exonerados; 
 II - a atividade funcional e o órgão ou a unidade administrativa objeto de redução de pessoal; 
 III - o critério geral impessoal escolhido para a identificação dos servidores estáveis a serem 
desligados dos respectivos cargos; 
 IV - os critérios e as garantias especiais escolhidos para identificação dos servidores estáveis 
que, em decorrência das atribuições do cargo efetivo, desenvolvam atividades exclusivas de Estado; 
 V - o prazo de pagamento da indenização devida pela perda do cargo; 
 VI - os créditos orçamentários para o pagamento das indenizações. 
 § 2º O critério geral para identificação impessoal a que se refere o inciso III do § 1º será 
escolhido entre: 
 I - menor tempo de serviço público; 
 II - maior remuneração; 
 III - menor idade. 
 § 3º O critério geral eleito poderá ser combinado com o critério complementar do menor número 
de dependentes para fins de formação de uma listagem de classificação. 
 Art. 3º A exoneração de servidor estável que desenvolva atividade exclusiva de Estado, assim 
definida em lei, observará as seguintes condições: 
 I - somente será admitida quando a exoneração de servidores dos demais cargos do órgão ou 
da unidade administrativa objeto da redução de pessoal tenha alcançado, pelo menos, trinta por 
cento do total desses cargos; 
 II - cada ato reduzirá em no máximo trinta por cento o número de servidores que desenvolvam 
atividades exclusivas de Estado. 
 Art. 4º Os cargos vagos em decorrência da dispensa de servidores estáveis de que trata esta Lei 
serão declarados extintos, sendo vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições 
iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. 
 Art. 5º Esta Lei entra vigor no prazo de noventa dias a partir da data de sua publicação. 
 Brasília, 14 de junho de 1999; 178o da Independência e 111o da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Martus Antonio Rodrigues Tavares 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 15.6.1999

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