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Antropologia e Cultura e filosofia da educação

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Antropologia e Cultura
A Antropologia, como um saber científico formulado pelo homem sobre o próprio homem, é algo recente, que remonta ao início do século XIX, na Europa. Em seus primórdios, preocupava-se com o “Outro”, mas a análise era feita sempre a partir dos valores e perspectivas europeus. Para explicar as diferenças entre as muitas sociedades e instituições, principalmente aquelas dos “povos exóticos”, a Antropologia desenvolveu uma metodologia própria baseada, inicialmente, em relatos e, posteriormente, em observação direta.Relatos de viajantes, missionários, militares, administradores coloniais etc.Observação direta feita por profissionais especializados em trabalhos de campo.Para começar a pensar antropologicamente, é necessário que você conheça a definição de Homem.Em uma definição geral, o Homem é um animal portador de cultura. Ele tem o domínio da linguagem e do fogo, usa ferramentas, institui a família, proíbe o incesto, inventa mitos, rituais, religiões e ciências. Ao contrário dos outros animais, o ser humano elabora, compartilha e transmite cultura aos seus descendentes. Se os outros animais agem orientados pelos instintos, o animal humano ofusca os instintos através do desenvolvimento da cultura. Outra definição importante é a de Cultura. Apesar de praticarem e transmitirem a cultura, nem sempre os seres humanos se esforçaram por defini-la e analisá-la. A palavra tem origem no vocábulo latino colere e possuía denotação de cultivo das plantas, de cuidado com os animais e a terra, cuidado com as crianças e com sua educação, cuidado com os deuses, com os ancestrais e seus monumentos. Segundo Chauí (2004), cultura também podia significar cultivo do espírito, como a criação de obras de arte e a criação de obras da ciência e da filosofia. É esse sentido do termo que leva as pessoas a classificarem as outras como “cultas” e “incultas”, ao tomar como critério o acesso à educação formal, ao conhecimento científico e à familiaridade com as chamadas “belas artes”. De acordo com Lakatos e Marconi, “não há indivíduo humano desprovido de cultura exceto o recém-nascido e o homo ferus; um porque ainda não sofreu o processo de endoculturação, e o outro, porque foi privado do convívio humano” (1999: p. 131). Podemos inferir que a classificação mencionada acima é aceita em termos de senso comum, não tendo respaldo em nenhuma teoria científica que mereça credibilidade. De acordo com Tomazi (2000), o primeiro a criar uma definição de cultura foi Edward Tylor (Inglaterra 1832 – 1917), ao juntar na palavra inglesa culture os sentidos que, no final do século XVII e início do século XVIII, eram carregados pela palavra alemã kultur e pela palavra francesa civilization. Para esse autor, em seu livro Primitive Culture de 1871, “Cultura ... tomada em seu sentido etnográfico amplo é o todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.Definição de cultura, na concepção de Tylor, é aprendida e não transmitida geneticamente, esse aprendizado se dá por meio da comunicação e da linguagem. Fica explícita também a oposição entre natureza e cultura, sendo a cultura considerada superior à primeira. A partir de então, Cultura tornou-se um conceito central na Antropologia e nas outras Ciências Sociais e, em decorrência disso, houve uma proliferação de definições. Num texto de 1952, intitulado Culture: a critical revew of concepts and definitions, A. L. Kroeber e C. Kluckhohn fizeram a análise de 160 definições em inglês concebidas por antropólogos, sociólogos, psicólogos, psiquiatras e outros.
Evolução
No século XIX, o pensamento social foi muito influenciado pela Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin. Vários foram os pensadores que viam nas sociedades um movimento semelhante ao observado nos organismos.Para esses estudiosos, a sociedade evoluiria, natural e necessariamente de um estágio primitivo, para um estágio avançado.O darwinismo social serviu, como justificativa para a intervenção europeia (colonialismo) em sociedades da África, Ásia, América e Oceania.
Etnia X Raça (definição e limitações do termo para tratar a humanidade)
Os conceitos de raça e etnia são importantes, segundo Dias, porque configuram agrupamentos humanos cuja identidade ocorre por suas características exteriores, sejam estas culturais ou ainda físicas ou hereditárias. Isto favorece a identificação entre os membros, que se reconhecem como pertencentes a determinado grupo, ao mesmo tempo em que os diferencia de outros grupos. Segundo o Dicionário de Ciências Sociais, o termo Etnia é utilizado na literatura antropológica, para designar um grupo social que se diferencia de outros grupos por sua especificidade cultural. Esse conceito liga-se aos conceitos de grupo étnico e de cultura e, muitas vezes, é usado como sinônimo de grupo étnico. Para Dias, a principal diferença entre os grupos étnicos é de ordem cultural. O termo Raça era utilizado para explicar diferenças de cor da pele e classificar os seres humanos. A Biologia, atualmente, reconhece a limitação do termo e admite que a classificação racial baseada no tipo físico é arbitrária. Características físicas como cor da pele, textura de cabelo, formato da cabeça e dos lábios não revelam diferenças relevantes a ponto de podermos dizer que, biologicamente, os seres humanos pertencem a raças diferentes. Do ponto de vista sociológico, raça é “uma população em que os membros compartilham certas características físicas herdadas”. Essas características os identificam socialmente. Da mesma forma que ocorre com a definição biológica, a definição de determinada raça do ponto de vista social depende de um critério de escolha da sociedade. Segundo Dias, não podemos afirmar que existe uma raça pura porque os seres humanos possuem uma origem comum e as diferenças visíveis são resultantes das adaptações ocorridas ao longo do tempo.
Determinismo Biológico
Existem doutrinas que afirmam que objetos e acontecimentos são e ocorrem de determinada maneira por serem regidos por leis ou forças que os fazem assim. Acredita-se que a possibilidade de escapar do determinismo é mínima ou nula. De acordo com Laraia (1993), o determinismo biológico é um tipo de teoria que atribui capacidades ou incapacidades específicas, dadas geneticamente a raças ou a outros grupos humanos.
Determinismo Geográfico
Esse conceito é relacionado ao aspecto geográfico, ou seja, o ambiente físico determina a cultura e, por isso, a diversidade cultural é daEsse tipo de crença existe desde a Antiguidade, mas, como teoria, se desenvolveu principalmente no final do século XIX e no início do século XX e pregava que o clima era um fator importantíssimo na dinâmica do progresso. da pela diversidade geográfica. Para os antropólogos essas doutrinas nada têm de correto, pois pode-se observar que uma das características da espécie humana é a capacidade de romper as suas próprias limitações.
Etnocentrismo: definição e exemplos.
Etnocentrismo é um fenômeno universal originado no fato de que o ser humano, ao enxergar o mundo através das lentes de sua Cultura, passa a considerar o seu modo de vida como o mais correto e mais natural. 
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO.
Augusto Comte estava convencido de que a educação deveria levar em conta, em cada indivíduo, as etapas que a humanidade percorrera: o pensamento fetichista da criança seria superado pela concepção metafísica, e esta, finalmente, pela positivista, no momento em que atingisse a idade Madura. O positivismo passou, então, a permear de maneira eficaz a pedagogia, ora de maneira explícita, ora implícita. Essa doutrina também atuou de maneira marcante no conteúdo e na forma de educar das escolas estatais, sobretudo, na luta a favor do ensino laico das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa. No século XX, ainda permaneceu viva a influência do positivismo. Por exemplo, a psicologia comportamentista de Watson e Skiner serviu de base a muitas teorias pedagógicas.No Brasil, o positivismo influenciou as medidas governamentais do início da República e, na década de 1970, a tentativa de implantação da escola tecnicista.
Johann F. Herbart (1776-1841) trouxe grande contribuição para a pedagogia como ciência, buscando o maior rigor de método. Ele também é considerado o precursor de uma psicologia experimental aplicada à pedagogia. Segundo Herbart, a conduta pedagógica deve seguir três procedimentos básicos: o governo, a instrução e a disciplina.
O governo
É a forma de controle da agitação infantil, levado a efeito inicialmente pelos pais e depois pelos mestres, a fim de submeter a criança às regras do mundo adulto e tornar possível o início da instrução.  
A instrução
É o processo principal da educação, supõe o desenvolvimento dos interesses. Para Herbart, interesse tem um sentido bem específico de poder ativo que determina quais ideias e experiências receberão atenção. Herbart compreende a instrução como construção, o que leva a não separar a instrução intelectual da moral, já que uma é condição da outra.
A disciplina
É aquilo que mantém firme a vontade educada no propósito da virtude. Enquanto o governo é exterior e heterônomo, mais usado com crianças pequenas, a disciplina supõe a autodeterminação característica do amadurecimento moral, que leva à formação do caráter proposto.
Conheça mais algumas das contribuições de Herbart para a educação.
Herbart, insatisfeito com a precária assimilação do que se ensinava nas escolas, afirmava que sua ineficiência se devia aos métodos mal aplicados, que em nada se relacionavam com os conhecimentos adquiridos na prática dos alunos, e que só geravam uma memorização superficial que logo era esquecida. Para evitar o fracasso metodológico, ele propõe os cinco passos formais, que favoreceriam o desenvolvimento do aluno. São eles: a preparação, a apresentação, a assimilação, a generalização e a aplicação. O caráter de objetividade de análise, a tentativa de psicometria, o rigor dos passos seguidos e a sistematização são aspectos característicos do pensamento de Herbert que determinam a sua grande influência no pensamento pedagógico. Além dos seus cinco passos formais que marcaram de maneira vigorosa o ensino expositivo da escola tradicional, que adquiriu um caráter de rigor por emprestar do método científico a indução, Herbert afirma que o caminho do raciocínio vai do concreto para o abstrato. Para Herbert, o conhecimento é oferecido pelo mestre ao aluno, que só depois vai aplicá-lo na sua experiência de vida.
O alemão Friedrich Froebel (1782-1852) também trouxe valiosa contribuição para a educação.
1-A principal contribuição pedagógica de Froebel resulta da atenção para com as crianças na fase anterior ao ensino elementar, ou seja, a educação da primeira infância. Foi pioneiro na fundação do “jardim de infância”, em alusão ao jardineiro cuidando da planta desde pequenina para que cresça bem, pressupondo que os primeiros anos são básicos para a formação humana.
2-Froebel valorizou as atividades lúdicas no trabalho com as crianças, por perceber o significado funcional do jogo e do brinquedo para o desenvolvimento sensório-motor, e inventou métodos para aperfeiçoar as habilidades. Ele estava convencido de que a alegria do jogo levaria a criança a aceitar o trabalho de forma mais tranquila.
3-Para estimular os impulsos criadores da atividade lúdica, Froebel inventou cuidadosos equipamentos, de acordo com a fase em que se encontravam as crianças. As construções da primeira série foram por ele chamadas de “dons”, como se fossem “dádivas divinas”.
4-Além dos dons, Froebel destaca as ocupações: tecelagem, dobradura, recorte e, também, o canto e a poesia como instrumentos importantes para facilitar, sobretudo, a educação moral e religiosa.
5-Embora a fundamentação teórica de sua psicologia tenha sido objeto de críticas severas, é inegável a influência da pedagogia de Froebel expressa na difusão dos jardins de infância espalhados pelo mundo.
Conheça, agora, a contribuição do suíço-alemão Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) para a educação.
Envelope 1
Estudioso de Rousseau, Pestalozzi sempre se interessou pela educação elementar, especialmente das crianças pobres, e fez algumas tentativas educacionais inéditas e audaciosas ao trabalhar com crianças em situação social bem precária. Por isso, ele é considerado um dos defensores da escola popular extensiva a todos.
Envelope 2
Pestalozzi reconhecia firmemente a função social do ensino, sem restringi-lo à formação do homem-gentil. Além disso, alertava que não bastava a simples instrução do povo, mas, sobretudo, a formação completa, pela qual o indivíduo é levado à plenitude do seu ser.
Envelope 3
Para Pestalozzi, o indivíduo é um todo cujas partes devem ser cultivadas: a unidade espírito-coração-mão corresponde ao importante desenvolvimento da tríplice atividade conhecer-querer-agir, por meio da qual se dá o aprimoramento da inteligência, da moral e da técnica. Daí a importância dos métodos para a organização do trabalho manual e intelectual. Segundo Pestalozzi, deve-se partir sempre da vivência intuitiva, para só depois introduzir os conceitos.
Envelope 4
Em outras palavras, o método de Pestalozzi para educar se funda em um princípio simples: seguir a natureza.  A família constitui a base de toda a educação por ser o lugar do afeto e do trabalho comum. Também é positiva a experiência religiosa, contudo não confessional.
Nesta aula vamos refletir sobre as questões filosóficas atuais e desafios à prática educacional brasileira, analisando a complexidade da pluralidade de imagens ideais de educação, apontando as rupturas com o pensamento moderno e a transição à filosofia contemporânea.
Qual foi o significado da transição do pensamento moderno para o contemporâneo com relação à educação?
R: No século XX, a filosofia contemporânea é em grande parte o resultado da crise do pensamento moderno do século XIX. Este pensamento entra em crise a partir das críticas de Hegel, que aponta para a necessidade de se levar em conta o processo histórico de formação da consciência, e de Marx, que questiona seus pressupostos idealistas. Essa ruptura já vinha se manifestando tanto com relação ao racionalismo quanto ao empirismo, no que se referia ao conhecimento e à ciência como modelos privilegiados de relação do homem com a realidade.
No campo da educação, surge a necessidade de uma teoria educacional indissociável de um saber prático. A ação pedagógica deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e nas necessidades do educando, tornando-se um processo individualizado. Os educadores que pensam a educação concebem-na como um processo que permite ao educando recriar e reconstruir o conhecimento da realidade através da experimentação.
Em que consiste o processo educativo contemporâneo?  
R: O processo educativo contemporâneo é influenciado pela crise e a instabilidade às quais o mundo está sujeito desde o início do século XX, tanto no campo social, político e econômico, como também no campo da educação.
O importante nessa aula é compreender a fundamentação da complexidade da época contemporânea e analisar as ideias básicas dos educadores que marcaram o século XX e o início desse novo século.Não resta dúvida de que o século XX foi bastante rico em experiências educacionais e no pluralismo de teorias pedagógicas. Constatamos notáveis transformações tanto no campo, quanto na cidade e na mentalidade, de tal forma que podemos identificar a crise que a humanidade passa na transição do milênio. Há a constatação do envelhecimento de alguma coisa que não serve mais, e ao mesmo tempo o esforço no sentido de encontrar novos caminhos de saídas.A crise estando generalizada, é claro que a educação também será profundamente afetada. Na busca de novos caminhos a educação passando a ter um caráter político, devido à importância que exerce na sociedade, sendo instrumento de transmissão da cultura e formação da cidadania.A sociedade contemporânea marcada profundamente pela mentalidadeutilitarista e pragmática em que tudo gira em torno do que dá retorno imediato, status e poder, precisa com urgência encontrar soluções.
John Dewey (1859-1952)
John Dewey, defensor do pragmatismo, trouxe para a educação uma contribuição nova onde houve avanços  em termos de preocupação com a realidade do aluno, mas que ficou limitado ao conhecimento da dimensão psicológica deste, não conseguindo envolvê-lo num projeto maior que garantisse a transformação da mesma. Para Dewey o processo educativo depende essencialmente da ligação da escola ao lar e à comunidade que o educando faz parte.
A seguir, vamos conhecer mais sobre o processo educativo.
O processo educativo deve integrar-se na experiência concreta, nos interesses e necessidades do educando, deve também se tornar processo individualizado. Nesse processo, as atividades manuais, práticas, assumem a mesma importância que desempenham na vida real.

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